sábado, 31 de julho de 2010

"ESTRATÉGIA DO MEDO"

























Se você estivesse prestes a ser degolado na guilhotina e o carrasco viesse e te dissesse: "Olha, aplicaram a tática do medo em voce. Isso é bobagem, não precisa temer, vou fazer um serviço de primeira, voce não terá nada a reclamar!"

Voce ficaria tranquilo? Pois é... ...dá um frio no pescoço, né?

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, classificou de "patética" a estratégia de adversários de tentar atrelar o PT a movimentos criminosos.

"Quem usa a estratégia do medo, ou está muito desesperado, ou não percebe em que país vive", disse, tentando tranquilizar as pessoas que temem as Farc, PNDH3, o controle da mídia, o controle da liberdade religiosa, a liberação do aborto, a redução de jornada de trabalho e movimentos sociais, etc, etc, etc.

A discussão desses temas foi retirado da vista do eleitor, para serem discutidos internamente entre Dilma e os seus. E já foi dito também que não registrará mais programa de governo. O assunto só será discutido, depois da eleição, se ela for eleita.

Então é isso, nada a temer agora, o problema virá depois, com ela eleita. Aí, brava gente brasileira, não vai ter prá onde correr. Não se tratará de estratégia do medo, mas sim , do pânico.

Acorda, Brasil!

"MAIS UMA DO LULA"

Editorial do jornal O Globo

Impregnado de soberba pelos altíssimos índices de popularidade ao longo de quase oito anos de governo, o presidente Lula tem dado inúmeras demonstrações de que pensa estar acima de tudo e de todos. A Justiça eleitoral que o diga.

São conhecidas suas tiradas e improvisos em declarações oficiais e de campanha, bem-humoradas umas, exageradas algumas, despropositadas outras. Ao longo do tempo, a reação passou a ser “mais uma do Lula”, e deixa para lá. Mas, na política externa, as declarações do presidente têm causado estragos.

É o que aconteceu com afirmação sobre o incidente entre Venezuela e Colômbia. Lula disse não ver ali um confronto, apenas “um conflito verbal” e pediu paciência até a posse do presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, dia 7.

Ele ignorou solenemente que o cerne do problema não é o presidente colombiano Alvaro Uribe, em despedida do cargo, nem o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Mas, sim, a presença de 1.500 homens das narcoguerrilhas colombianas Farc e ELN em território venezuelano, conforme alerta de Bogotá.

Uribe denunciou o fato de o governo da Venezuela nada fazer para impedir que essas forças terroristas, que lutam para desestabilizar a Colômbia, permaneçam em solo venezuelano, fora do alcance do Exército colombiano. Em resposta, Chávez rompeu as relações com Bogotá.

O pior para o governo brasileiro é que Uribe criticou publicamente as afirmações, deplorando “que o presidente Lula se refira à nossa situação com a Venezuela como se fosse um caso de assuntos pessoais (...)”.

Neste final de mandato, o governo brasileiro acentuou o caráter ideológico de sua política externa, com péssimo resultado para a credibilidade do país, principalmente como interlocutor confiável na resolução das divergências entre os países sul-americanos.

Nesse caminho, a diplomacia brasileira abre mão de parâmetros éticos quando finge não ver grave desrespeito aos direitos humanos em Cuba; quando finge ver “excesso de democracia” (nas palavras de Lula) na Venezuela; quando finge que as Farc não são uma organização narcoterrorista; quando finge acreditar nos propósitos nucleares da ditadura do Irã, quando deseja apenas espicaçar os Estados Unidos, e ainda faz vista grossa ao atropelamento dos direitos humanos por Ahmadinejad.

Uma das características da diplomacia lulista foi ressuscitar o viés esquerdista e antiamericano de alguns líderes populistas do chamado Terceiro Mundo de 50 anos atrás. Um dos exemplos disso é a Unasul, organização criada para se contrapor à OEA, e que por isto exclui os Estados Unidos.

Tão artificial é a idéia de que os problemas no continente possam passar ao largo de Washington que a própria reunião da Unasul sobre o conflito entre Venezuela e Colômbia foi esvaziada.

Ao criticar o comportamento brasileiro no episódio, o presidente Uribe chama indiretamente a atenção para o fato de, desde o primeiro mandato, Lula ter mantido uma relação próxima com a Venezuela e fria com a Colômbia. Pena, porque a primeira está cada vez mais próxima de uma ditadura efetiva — a chavista. E a segunda, apesar dos inúmeros problemas internos, tem conseguido aperfeiçoar sua democracia.

O lulismo prefere más companhias, por simples viés ideológico.

HOJE, DIA INTERNACIONAL DO ORGASMO


A data comemorativa deste sábado é sugestiva: o Dia Internacional do Orgasmo. Concebida há oito anos por lojas de sex shop da Inglaterra para discutir a sexualidade feminina e esquentar as vendas nesse tipo de estabelecimento, a celebração tinha outra meta na época em que foi criada: diminuir o grau de insatisfação das inglesas em relação ao sexo. Pesquisas locais apontavam que cerca de 80% das britânicas não atingiam o clímax durante o ato sexual.

No Brasil, as estatísticas são bem menos acentuadas, mas isso não significa que o tema deixe de instigar os brasileiros. Pesquisas realizadas pelo Projeto Sexualidade, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), revelam que a preocupação em torno do prazer supera até mesmo os cuidados com a saúde: 55,9% dos homens temem não satisfazer a companheira, enquanto 44% têm medo de contrair doenças sexualmente transmissíveis.

O receio masculino é respaldado por números. Levantamento dos pesquisadores da USP em 2003 revela que 26% das brasileiras têm a chamada disfunção orgástica, ou seja, a dificuldade de alcançar o orgasmo, ou sua total ausência. O percentual masculino é de aproximadamente 4%.

Uma das fundadoras do Projeto Sexualidade, a psiquiatra Carmita Abdo destaca que, para superar as dificuldades em se chegar ao orgasmo, uma das abordagens tem que ser a busca por um momento íntimo com o próprio corpo. "É importante que a mulher busque se conhecer. Assim, ela pode comunicar para o parceiro sobre suas preferências. Mas a indicação é que ela respeite seu próprio ritmo. Não dá para exigir algo que não condiz com a fase de sua vida", afirma a especialista. Segundo a pesquisadora, um terço das brasileiras nunca se tocou, e dois terços acham a prática desconfortável.

Dá-lhe, Marta Suplicy!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

ESSE IBOPE NÃO GARANTE ASCENSÃO DE DILMA



















A candidata Dilma Rousseff (PT) abriu cinco pontos sobre José Serra (PSDB) na disputa pela Presidência da República, segundo o Ibope.

A pesquisa, realizada do dia 26 ao 29 de julho, apontou a petista com 39% das intenções de voto, enquanto o tucano tem 34%.

Isso não é suficiente para que os petistas contem a eleição como favas contadas, a exemplo do que disse Marco Aurélio Garcia. Segundo ele, Dilma ganharia no primeiro turno e Serra teria uma votação desprezível. Um completo disparate, de um senhor de idade avançada!

A não ser que se faça fraude nas urnas eletronicas, essa eleição será equilibrada até o final.

Serra já esteve 5 pontos atrás de Dilma e recuperou-se na pesquisa seguinte, alcançando o empate técnico e nesse momento essa diferença de 5 pontos tende mais para empate do que para uma arrancada de Dilma. Isso é um instantâneo.

Na próxima semana, quinta-feira, haverá o primeiro debate na televisão e aí, começarão as dificuldades de Dilma Rousseff. Até agora ela vem sendo blindada pela figura de Lula, sempre aparecendo a seu lado e falando por ela. O eleitorado não conhece Dilma, conhece Lula que indica alguém chamada Dilma, que por conseguinte, pensam: se Lula indica deve ser boa.

Mas agora, no debate, Dilma terá que se mostrar, milhões de brasileiros verão ao vivo, suas hesitações, seu descontrole e sua verborragia numérica incompreensível. Verão que quando lhe perguntam alguma coisa, além de não responder, acaba falando de outra coisa que nada tem a ver com a pergunta.

No debate, existe a réplica, instrumento que pode deixá-la encantoada quando não responder uma pergunta. Dilma nunca foi submetida a um teste desse tipo e pelo que se viu até agora nas suas entrevistas, a expectativa é que ela se enrole completamente e pouco poderão ajudar seus assessores porque quanto mais interferirem, mais exposta ficará sua condição de dependencia de ajuda. E o eleitor não gosta disso.

Por tudo isso, estou certo que a próxima pesquisa trará Serra na frente.

MUTIRÃO PRÓ SERRA EM MINAS


Pela terceira vez em dez dias, o candidato José Serra está em Minas Gerais. Serra, da coligação formada pelo PSDB, DEM, PPS, PTB e PT do B; o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), candidato à reeleição; o ex-presidente da República Itamar Franco (PPS) e o ex-governador Aécio Neves (PSDB), candidatos ao Senado, estão reunidos em Belo Horizonte.

A razão é que Dilma está na frente de Serra em Minas e é preciso reverter a situação no segundo colégio eleitoral do país. Chegou a hora do: "quem tá, tá! Quem não tá, não tá!"

Itamar chegou com o braço esquerdo em uma tipoia azul marinho. O ex-presidente contou que caiu em um acidente doméstico. “Eu fraturei a clavícula, mas está tudo bem”, afirmou Itamar, ao chegar à casa de Aécio, no bairro Anchieta, em Belo Horizonte. Dentro de alguns dias, ele retira a tipoia, mas até lá mantém a agenda de campanha inalterada.

A última vez que Serra esteve em Minas Gerais foi no último dia 20. Na região está a maior malha viária do país, no começo desta semana o candidato visitou o interior do estado. Durante a visita, ele defendeu a privatização das estradas como solução à má conservação das rodovias. Segundo o candidato, oito em cada dez estradas do país não apresentam as condições ideias.

Serra programou para esta sexta-feira, no final da tarde, um comício ao lado de Anastasia, Aécio e Itamar. A concentração da campanha deles será no centro da cidade de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde estão a refinaria Gabriel Passos e a fábrica automóveis da Fiat.

THE SHOW MUST GO ON



Lula, cada vez mais se parece com um showman. Desta vez foi no comício de Porto alegre. A performance é feita em dupla com Dilma, ela servindo de 'escada" para suas apoteoses.

Lula começa com essa pérola: “Vocês já viram um político ir para um palanque falar mal de catador de papel, do movimento de moradia, do pobre que anda com carrinho na rua? Não. Esta é a época de desancar empresário, bater em banqueiro, falar mal das pessoas que eles sabem que não podem falar mal, porque são as que financiam suas campanhas."

O presidente parece conhecer o assunto com cátedra, afinal disputou várias eleições e fez vários acordos.


Dilma entra no monólogo e prepara a cena de emoção:

"Eu trabalhei com o presidente Lula. Sei quanto será duro ver o presidente descendo a rampa do Palácio do Planalto... Eu sei a obra e o tamanho da obra feita por ele".


Lula, olhos marejados, olha dramáticamente para Dilma e balbucia, com a voz embargada:

“Faltam apenas cinco meses e dois dias”.


Minha nossa! Isso tudo ainda!


"Eles têm duas caras. Uma nas eleições e a outra na hora de governar. Eles governam para um terço da população", Dilma batendo na oposição e dando a deixa para o chefe.

Lula completa: "A direita tenta dar golpe a cada 24 horas nesse país. Foram oito anos de provocações, de ataques e de infâmias".

Eu nunca vi nenhuma ameaça de golpe durante esses anos do governo dele, exceto o episódio do mensalão em 2005, orquestrado por seus aliados, que só não o levaram ao impeachment porque, exatamente essa "direita" que ele acusa, na verdade a oposição, foi tímida e não quis derrubá-lo.

Dilma lembrando a fala do chefe, quando tentava antecipar desculpas para seus eventuais erros, disse no começo do governo, que não teria direito de errar, emendou:
"Eu também não posso errar, porque as mulheres desse país tem de seguir sendo, tendo como uma das suas oportunidades, ser presidente da República".

O discurso é surrado, batido e vazio. Lula não errou pouco, como se diz aqui em Minas quando se quer dizer que alguém errou muito: "Errou com gosto!"

quinta-feira, 29 de julho de 2010

SERRA ESTÁ PREPARADO














Serra deu um show de segurança nas afirmações, na sabatina da Rede Record de Televisão.

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, tentou hoje colar a imagem de sua adversária Dilma Rousseff (PT) ao polêmico presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Chávez já declarou voto na Dilma.

Chávez é dilmista, e PT é chavista", afirmou em sabatina da Rede Record, em São Paulo. O tucano rebateu ainda críticas de petistas, que o classificaram como integrante da "direita troglodita".

"Troglodita de direita é quem apoia o Ahmadinejad que está matando mulheres a pedradas", disse em referência ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

Serra disse considerar "uma bobagem" os rótulos de esquerda e direita, apesar de se considerar de esquerda.

"Marco Aurélio Garcia é de direita, totalmente, não tem nada de esquerda", retrucou. "Falar de esquerda é falar em direitos humanos, em políticas efetivamente populares, de curto, médio e longo prazo, não no jogo de grupos econômicos."

José Serra comprometeu-se hoje a cortar cargos comissionados da administração federal, caso seja eleito.

"Eu vou dar uma enxugada no desperdício. Tem excesso de cargo comissionado", disse.

"Cargo em comissão significa nomear uma pessoa que não fez concurso e pode não ter nenhuma capacidade para a função. Boa parte deles é emprego político", afirmou Serra.

Existem 80.000 petistas "aparelhados" no governo federal, nas mais diversas funções, nunca antes na história desse país, um partido aparelhou tanto como o PT.

LULA, O ENGRAÇADO


Lula se acha cada vez mais engraçado, porque sempre que conta uma piadinha, o cordão de puxa sacos já ri antes de terminar.

Veja essa, dele falando sobre uma licença ambiental que parou a construção de um túnel.


Isso foi no Rio Grande do Sul, na BR-101. Lula disse que a obra foi paralisada por causa de uma “perereca”.

"Coloca-se o Brasil todo a serviço das pererecas.


Nós sabemos da importância das pererecas, mas não pode parar o Brasil".


Lula, que Leonel Brizola chamava de “sapo barbudo”, disse que, vai inaugurar o tal túnel, de qualquer maneira.


E não haverá perereca que o segure: "Eu vou passar embaixo daquele túnel nem que eu tiver que me 'atarracar' com aquela perereca lá...”


“...Peça para a perereca sair de perto, porque eu vou vir meio nervoso".


Mas não é uma graça? A platéia se consome em risos, o "stand-up" os convenceu.


Apoiado no Congresso por uma maioria remunerada à base de cargos e verbas, atribuiu à oposição as leis que travam as obras.


Disse que os antagonistas de sua gestão "se esquecem" de que podem voltar a ser governo um dia.Talvez mais cedo do que ele pensa!


Por isso, a oposição "cria o maior número possível de obstáculos para as coisas não funcionarem".


"Nós que fazemos lei temos que fazê-las com mais responsabilidade. Não é porque há disputa eleitoral que vale tudo".


Puxa, é mesmo? Dizer uma coisa dessas, depois de bater o record de multas eleitorais, é muita hipocrisia!

AGORA É PRÁ VALER!

Serra já se prepara para o primeiro debate na televisão, na próxima quinta-feira, portanto dentro de uma semana.

Questões ligadas à saúde, à segurança e à economia, entre outras, têm sido esmiuçadas pelo candidato que tem muita expressividade nesses assuntos.

O primeiro debate é a oportunidade para Serra tentar desconstruir o discurso da petista. Por isso, pretende lançar mão de associações de Dilma com regimes autoritários, especialmente os que são pródigos em desrespeito aos direitos humanos. “O Serra vai mostrar que ele é o candidato da legalidade, que não vai dar dinheiro a movimentos ilegais como o MST ou fechar os olhos para violações dos direitos humanos, como em Cuba e no Irã”, diz a coordenação de campanha.

Serra deve explorar a inexperiencia de Dilma numa rodada direta de perguntas e respostas, coisa que ela nunca experimentou. Não se espera grande desempenho de Dilma, a se julgar pelas várias "saias justas" em que ela já se meteu em simples entrevistas com repórteres, sem a pressão presente num debate direto.

Com certeza, as pesquisas depois desse debate serão diferentes e o empate técnico que persiste a meses poderá ceder para um ou outro candidato.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O DIA DO AGRICULTOR NÃO TEM NADA A COMEMORAR COM O GOVERNO LULA

28 de Julho - Dia do Agricultor

Em algum momento, em sua evolução, o homem descobriu que podia tirar da terra o seu alimento. Desde o século XIX, quando se estabeleceram hipóteses de como teria sido o seu desenvolvimento, foram estabelecidas quatro fases: na primeira fase, o homem foi selvagem; na segunda, nômade (sem habitação fixa) e domesticador; na terceira, agricultor e somente na quarta, se civilizou. O momento da passagem de caçador para pastor e agricultor nunca ficou muito preciso, não se concluiu exatamente qual foi, ou onde foi.

O fato é que no Brasil de hoje, a agro-pecuária tem uma importancia economica muito grande e em contra-partida, recebe do poder executivo, sinais de insegurança jurídica que deixam o setor sempre sobressaltado e desmotivado de comemorar os crescentes aumentos de produtividade.

O desenvolvimento econômico e os níveis de investimentos produtivos estão diretamente relacionados ao grau de segurança jurídica oferecido.

No setor agropecuário, o foco de insegurança jurídica está, principalmente, no tratamento dado aos casos de invasão de propriedades rurais.

E já que o crescimento do setor está vinculado às garantias jurídicas relativas ao domínio da terra, outra preocupação é a instabilidade do marco regulatório. A definição dos índices de produtividade da terra - critério utilizado para fins da reforma agrária – é uma ação exclusiva do Poder Executivo.

Seria tranquilizador o combate efetivo às invasões, com agilidade no cumprimento das ordens judiciais de reintegração de terra, manutenção de posse das propriedades e punição para os responsáveis.

E que as discussões sobre mudanças dos índices de produtividade sejam tratadas em debate amplo e democrático, no Congresso Nacional.

Mas o que se vê é o presidente e sua candidata colocar boné do MST na cabeça e posar para fotografia. O MST não produz nada, só dificuldades para o desenvolvimento do país.

POR QUEM BATE O CORAÇÃO DE MARINA?


Num eventual segundo turno, para quem penderá Marina Silva?
Os petistas juram que será pro lado deles, mas a biografia oficial de Marina, que será lançada em agosto, "Marina-a vida por uma causa", traz algumas pistas que podem não agradar a petestada.


Com relação à saída de Marina do Ministério do Meio Ambiente, dá a entender que Dilma não tratava a sério o licenciamento ambiental das obras do PAC.

"Marina travou disputas com Dilma Rousseff, defendendo que as licenças ambientais fossem levadas a sério. Dilma reclamava publicamente do atraso".


Deixa claro, também, que Lula tomou o partido de Dilma, na época chefe da Casa Civil da Presidência.


A biografia reproduz um artigo do cientista político Sérgio Abranches:

"A Amazônia que aparece nas exposições da ministra Dilma é a de uma fronteira de expansão agrícola, recortada por rodovias e coalhada de hidrelétricas. Só falta tirar dos mapas do PAC o verde da floresta".


As razões que levaram a ex-petista Marina a se bandear da Esplanada, são explicadas através de jornais:

"O ‘El País’, da Espanha, disse que Lula dava as costas à maior defensora da floresta amazônica em favor de sua ministra desenvolvimentista, Dilma Rousseff".


Já a Serra, além de não ter merecido críticas, foram-lhe feitas referências elogiosas.

A biografia atribui ao presidenciável tucano o crédito pela aprovação, sob FHC, de subsídio para seringueiros do Acre, o Estado de Marina.


Então, nos parece que o coração de Marina está mais longe de Dilma do que de Serra e nas suas mãos pode estar a definição de quem será o próximo presidente.

terça-feira, 27 de julho de 2010

CUIDADO ONDE AMARRA SEU CAVALO!

O arcebispo de Caracas, cardeal Jorge Urosa, ratificou diante da Assembleia Nacional, sua opinião de que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e seus deputados violam a Constituição com seu plano socialista, em uma sessão a portas fechadas, à qual a imprensa não teve acesso.

O cardeal manteve valentemente sua posição, em termos muito respeitosos, muito sérios e muito responsáveis e afirmou que há leis aprovadas pela Assembleia que violam a Constituição.

A polêmica entre a hierarquia eclesiástica, o governo e a Assembleia Nacional, de maioria governista, surgiu no início de julho, quando o cardeal disse que Chávez violava a Constituição ao querer impor uma "ditadura comunista" no país e que era apoiado por deputados.

Chávez respondeu afirmando que ele era um "troglodita" e um "indigno" e, desde então, praticamente, diariamente, se refere a ele, cumprindo o compromisso que assumiu publicamente de criticá-lo por "toda a vida".

Por sua parte, o arcebispo de Coro, Roberto Lückert, pediu à Comissão Coordenadora da Assembleia Nacional que escute "com seriedade" as declarações feitas pelo cardeal Urosa, que cumpre "com seu dever" de pôr "as coisas em preto e branco".

"Ele (Urosa) não inventou nada, nem está insultando ninguém, mas está dizendo uma verdade que estão esfregando em nossas caras há mais de 11 anos, de que este governo vai para a direção do 'Castro-comunismo'. O presidente da República quer nos ancorar no mar da felicidade cubana", disse Lückert, em declarações ao site do jornal El Universal.

Esse exemplo da Venezuela é um aviso aos brasileiros: "Ó, cuidado onde amarra o seu cavalo"! Depois, nem direito de reclamar pode ter!

CHEQUE EM BRANCO PARA A CANDIDATA

Depois de apresentar 2 versões de programa de governo, em que incorporava as questões mais polêmicas do PNDH3, Dilma pretende se mostrar mais amena ao eleitorado.

Para evitar o desgaste provocado com a divulgação das duas versões de propostas da coligação, a coordenação de programa de governo conclui até 2 de agosto uma versão, com 13 pontos genéricos.

— Serão 13 ou 15 pontos secos, que possam ser mostrados na TV como programa da coligação. Não pode ser só a cara do PT — explicou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).

— Serão 13 pontos que depois serão aprofundados em grupos temáticos. A grande referência é o próprio governo Lula — disse Moreira Franco, um dos coordenadores, pelo PMDB. Segundo o presidente do PSB, Roberto Amaral, serão retirados pontos polêmicos:

— A taxação das grandes fortunas, por exemplo, vamos continuar defendendo, mas fora do programa de TV.

Roberto Amaral cita taxação das grandes fortunas, porque isso induz a pensar em milionários, mas essa taxação na verdade pega patrimônios iguais ou acima de 2 milhões de reais, o que não é muito na classe média brasileira. Tem gente que fez sua aposentadoria em imóveis, trabalhando a vida inteira com esse objetivo e não serão poucos os atingidos pela taxação, que ao ser repetida ano a ano, consumirá todo o patrimonio.

Amaral deveria ter citado também, o controle da mídia, o controle da liberdade religiosa, a liberação do aborto, a redução de jornada de trabalho e movimentos sociais, etc, mas como ele diz, isso continuará sendo discutido entre eles, fora da vista do eleitor.

Em resumo, o eleitor da Dilma estará passando um cheque assinado para que ela preencha depois da eleição a seu bel-prazer. Isso está cheirando a confisco, não de ativos financeiros como fez Collor, mas pior, confisco de direitos!

Essa estratégia de negar tudo o que será feito, a gente já viu acontecer no Brasil e todos são pegos de calça curta. Dilma prepara uma carta aos brasileiros, igualzinho Lula fez para convencer a burguesia a votar nele. Só que, minha brava gente brasileira, Dilma não é Lula!

E é melhor se convencer disso agora, antes das eleições.

SERRA CRITICA FILANTROPIA DO GOVERNO COM PARAGUAI E BOLÍVIA


O candidato a presidente José Serra (PSDB) defendeu ontem que o governo federal deixe de fazer "filantropia" com países vizinhos, como Paraguai e Bolívia, e destine o dinheiro a investimentos em áreas carentes do Nordeste.

O tucano criticou o acordo fechado entre o presidente Lula e o presidente paraguaio, Fernando Lugo, para ampliar a remuneração do vizinho na comercialização de energia da hidrelétrica de Itaipu.

— Estamos fazendo, sem dúvida, filantropia com o Paraguai, a Bolívia. Só me pergunto por que não em Sergipe, no Piauí, no Maranhão? Tem muitos lugares para se fazer coisas — criticou o tucano, no último almoço-debate da série com os três principais presidenciáveis organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), que representa 43% do PIB privado do país.

Criticou diretamente a candidata Dilma Rousseff (PT), Serra disse que, se a adversária for eleita, as invasões de terra pelo MST vão crescer.

— O MST é um movimento de acumulação de forças revolucionário. O Stédile declarou apoio a Dilma. E por quê? Isso está dito. Porque, com ela, vão poder fazer mais invasões, mais agitação — disse, referindo-se ao líder do movimento João Pedro Stédile.

Em relação ao Paraguai, Serra criticou especificamente o acordo pelo qual o Brasil vai aumentar em 15% a remuneração pela energia do Paraguai em Itaipu binacional.

Serra disse que, sua relação com Paraguai e Bolívia, será "a melhor possível", mas baseada em "lances políticos mais construtivos".

— Creio que há outros lances políticos mais construtivos e adequados na relação Brasil-Paraguai, que são de cooperação, financiamentos, mais do que abrir um precedente de quebra de tratado que, no futuro, pode trazer problemas.

domingo, 25 de julho de 2010

GOVERNO LULA ESTUDA MUDANÇAS NA APOSENTADORIA


O governo Lula dá com uma mão e quer tirar com a outra. Depois de dar o aumento aos aposentados, inspirado nos números das pesquisas eleitorais, o governo Lula estuda medidas duras na previdencia.

Temas em pauta: aumento da idade mínima para aposentadoria, unificação dos regimes dos servidores públicos com o geral e continuação da contribuição previdenciária dos servidores inativos. Os itens mais recentes são o desconforto em relação ao acúmulo de benefícios, que praticamente só existe no Brasil, e as pensões herdadas por cônjuges.

No Brasil há 3,7 milhões de pessoas recebendo pensões por morte de cônjuge, companheiro ou ex-cônjuge. A maioria são mulheres, 3,4 milhões, em idade avançada, viúvas de aposentados, que tem na pensão sua única fonte de renda. O total de pagamentos previdenciários por morte - incluindo filhos, pais, irmãos, além do próprio cônjuge - é feita a 6,5 milhões de beneficiados.

A simples possibilidade de acabar o benefício por morte do conjuge é alarmante para milhões de brasileiros porque pode significar o desamparo de uma hora para outra. Ainda está na fase de estudos, mas conhecendo esse governo, é bom começar a protestar e botar a boca no trombone.

A outra preocupação é o aumento da idade mínima para aposentadoria por idade. A lenga, lenga agora, é que "brasileiro está vivendo mais', porisso é preciso aumentar a idade mínima! Ora, então, isso significa que querem aposentar o brasileiro sómente quando estiver à beira da morte.

Pode ser que Lula não implemente essas medidas agora, por causa da eleição, mas certamente Dilma o fará, se for eleita.

Enquanto se briga por uma aposentadoria ínfima, Lula recebe aposentadoria pela perda do dedo, outra pelos 30 dias que ficou preso pela ditadura e vai receber outra quando deixar a presidencia. Muito cômodo, não?

sábado, 24 de julho de 2010

JESUS E MADALENA


Dono de popularidade alta e discurso baixo, Lula está mais inflado que os balões de Santos Dumont. Agora, deu para se comparar com personagens históricos e até sagrados, vivendo o papel do mártir salvador do Brasil.

"O que tentaram fazer comigo, fizeram com Getúlio e ele deu um tiro no peito...”

“...O que tentaram fazer comigo fizeram com Jango, que teve que sair do Brasil. O que não sabiam, é que Lula era milhões de Lulas espalhados por esse país".


Pregou o extermínio dos rivais pelo voto. Entre eles os “senadores de oposição de Pernambuco”.

Senadores “do século passado ”, que o eleitor precisa “substituir por senadores do século 21”.

Referia-se a Marco Maciel (DEM-PE), que disputa a reeleição ao Senado. Mirava em Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB. Alvejou também o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que concorre ao governo de Pernanbuco.


Lula comparou a si próprio com o filho de Deus. Disse que a elite política “perversa” o maltratou.

"Meu corpo estava mais arrebentado que o corpo de Jesus Cristo depois de tantas chibatadas".


E na mesma linha, 'santificou" a sua candidata Dilma:

"Ela foi barbaramente torturada. Vocês sabem... Como Jesus Cristo foi torturado", disse o presidente.

A criatura discursou depois do criador: "Eu assumo o sagrado compromisso de dar continuidade a esta obra”, declarou Dilma.

Só falta um coro de anjos ao fundo, mas isso é coisa difícil, porque os padres e bispos não estão dispostos a entoar cânticos nem pro criador e nem para a criatura. Esse "jesus" e essa "madalena" não convenceram.

Lula não será santificado, mas um busto de madeira e uma pia de óleo de peroba seria bem apropriado a ele.

PESQUISAS CRÍVEIS E PESQUISAS INCRÍVEIS


Os candidatos à Presidência da República José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) continuam tecnicamente empatados, como mostra pesquisa Datafolha. O tucano aparece com 37% das intenções de voto, contra 36% de Dilma. Marina Silva (PV) tem 10%. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos.

Menos de 48 horas depois da divulgação da pesquisa Vox Populi que trazia Dilma com 8 pontos na frente de Serra, vem o desmentido através do Datafolha.

Sistemáticamente, os institutos Sensus e Vox Populi sempre trazem a candidata Dilma com vantagem sobre Serra em suas pesquisas e logo depois são desmentidos nas pesquisas do Datafolha e do IBOPE.

Numa eleição extremamente equilibrada como essa, até o momento, é incrível que uma pesquisa encontre uma diferença de 8 pontos percentuais, se até visualmente qualquer pessoa concorde que existe empate técnico entre os dois principais candidatos.

Antes mesmo da Vox Populi ser divulgada, a petezada infestava as redes sociais com comentários e insultos aos adversários, dando os números da pesquisa um dia antes de sua divulgação. Parece um estratégia ensaiada para tentar intimidar no grito a oposição.

O resultado disso é que os números do Vox Populi e do Sensus não estão sendo levados a sério por ninguém mais. A reação depois que saem as pesquisas desses dois institutos é a de expectativa com os números que virão no Datafolha e no IBOPE, só aí, as pessoas conseguem formar uma opinião sobre os números da disputa.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

"EU NÃO ARREDO O PÉ, NÃO!", diz D. LUIZ GONZAGA, BISPO DE GUARULHOS


da Folha de São Paulo

Pivô da polêmica mobilização contra Dilma Rousseff, o bispo de Guarulhos (SP), d. Luiz Gonzaga Bergonzini afirma que não recuará e levará sua manifestação de veto à presidenciável às missas e celebrações das 37 paróquias da cidade.

Ele considera o PT favorável à descriminalização do aborto e divulgou artigo recomendando aos católicos que boicotem a petista.

Em entrevista à Folha, d. Luiz Gonzaga, 74 anos, diz não ter nada pessoal contra a candidata, mas é irredutível, mesmo após as recorrentes negativas da ex-ministra da Casa Civil.

"Ela [Dilma] segue o partido, ela é a candidata. Então eu vou matar a cobra na cabeça. Pessoalmente não tenho nada contra ela. Mas o direito à vida é o maior direito humano. O aborto é atitude covarde e criminosa. Eu não arredo o pé, não."

Leia os principais trechos da entrevista concedida pelo bispo.

Folha - Mesmo com a recomendação da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) pela neutralidade na campanha, o senhor decidiu explicitar sua posição contrária à candidata Dilma Rousseff. Por quê?

D. Luiz Gonzaga Bergonzini - Em primeiro ligar, que recomendação é essa? A CNBB não tem autoridade nenhuma sobre os bispos. Eu segui a voz da minha consciência. Sou cristão de verdade e defendo o mandamento "não matarás". Não tem esse negócio de "meio termo".

Folha - A candidata afirma que não defende a descriminalização do aborto. Mesmo assim, o senhor cita o nome dela no artigo.

Ela [Dilma] segue o partido, ela é a candidata. Então eu vou matar a cobra na cabeça. Pessoalmente não tenho nada contra ela. Mas o direito à vida é o maior direito humano. O aborto é atitude covarde e criminosa. Eu não arredo o pé, não.

Folha - Como o senhor concluiu que ela tem essa posição? Isso nunca ficou claro e ela nega.

É o terceiro plano de governo que ela adota. Como percebeu que havia reação, foi mudando. Não vou recuar.

Folha - O senhor pretende levar ao conhecimento dos fiéis da diocese essa recomendação de não votar na candidata Dilma?

Os padres devem notificar ao povo a orientação do bispo. Eu não vou arredar o pé, não importa as consequências que eu venha sofrer, mas o que importa é minha consciência e seguir o Evangelho. Eu não tenho medo. O que pode acontecer? Deus saberá.

Folha - Inclusive nas missas, os padres vão tratar do tema? Vão citar o nome da candidata?

Tratar do tema, não. Podem citar o nome dela, porque vou mandar uma carta para os padres notificarem as pessoas da minha recomendação nas missas. Como cidadão, tenho direito de expressar minha opinião e, como bispo, tenho a obrigação de orientar os fiéis.

Folha - O senhor teme algum tipo de retaliação ou reação negativa, seja por parte da CNBB ou de partidários da candidata Dilma?

Sempre tem alguma coisa. Tenho recebido muitos e-mails. Não sei se são ameaças, mas contestando. Mas posso te dizer que muitos de apoio. As pessoas dizem: "finalmente alguém que usa calça comprida resolveu reagir".


D. EUGENIO SALES E 68 BISPOS SE MANIFESTAM CONTRA O PNDH3


Por Dom Eugênio Salles e outros 68 Bispos

Nós abaixo-assinados, impelidos por nosso dever pastoral como Bispos católicos, provenientes de várias regiões do País, reunidos em um encontro de atualização pastoral – prosseguindo a tradição profética da Igreja Católica no Brasil que, nos momentos mais significativos da história de nosso País, sempre se manifestou em favor da democracia, dos legítimos direitos humanos e do bem comum da sociedade, em continuidade com a Declaração da CNBB do dia 15 de Janeiro de 2010 e com a Nota da Comissão Episcopal de Pastoral para a Vida e a Família e em consonância com os pareceres emitidos por diversos segmentos da sociedade brasileira feridos pelo III Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3), assinado pelo Presidente da República no dia 21 de dezembro de 2009 – nos vemos no dever de manifestar publicamente nossa rejeição a determinados pontos deste Programa.

Diz a referida Declaração: “A CNBB reafirma sua posição muitas vezes manifestada em defesa da vida e da família e contrária à discriminalização do aborto, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e o direito de adoção de crianças por casais homo-afetivos. Rejeita, também, a criação de mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União, pois considera que tal medida intolerante, pretende ignorar nossas raízes históricas”.

Não podemos aceitar que o legítimo direito humano, já reconhecido na Declaração de 1948, de liberdade religiosa em todos os niveis, inclusive o público, possa ser cerceado pela imposição ideológica que pretende reduzir a manifestação religiosa a um âmbito exclusivamente privado. Os símbolos religiosos expressam a alma do povo brasileiro e são manifestação das raízes históricas cristãs que ninguém tem o direito de cancelar.

Há propostas que banalizam a vida, descaracterizam a instituição familiar do matrimônio, cerceiam a liberdade de expressão na imprensa, reduzem as garantias jurídicas da propriedade privada, limitam o exercício do poder judiciário, como ainda correm o perigo de reacendar conflitos sociais já pacificados com a lei da anistia. Estas propostas constituem, portanto, ameaça à própria paz social.

Fazemos nossas as palavras do Cardeal Dom Geraldo Majela Agnelo, Primaz do Brasil, referidas à proposta de discriminalização do aborto, mas extensivas aos demais aspectos negativos do programa. O PNHD 3 “pretende fazer passar como direito universal a vontade de uma minoria, já que a maioria da população brasileira manifestou explicitamente sua vontade contrária. Fazer aprovar por decreto o que já foi rechaçado repetidas vezes por orgãos legitimos traz à tona métodos autoritários, dos quais com muito sacrifício nos libertamos ao restabelecer a democracia no Brasil na década de 80”.

“Firmes na esperança, pacientes na tribulação, constantes na oração” (Rm 12, 12), confiamos a Deus, Senhor supremo da Vida e da História, os rumos de nossa Pátria brasileira.

Rio de Janeiro, 28 de Janeiro de 2010.

+ Alano Maria Pena, Arcebispo de Niteroi, RJ
+ Francisco de Assis Dantas de Lucena, Bispo de Guarabira
+ Fernando Arêas Rifan, Bispo da Administração Apostólica S. João Maria Vianney, Campos, RJ
+ Benedito Gonçalves Santos, Bispo de Presidente Prudente, SP
+ Joaquim Carreira, Bispo Auxiliar de São Paulo, SP
+ Juarez Silva, Bispo de Oeiras, PI
+ Manoel Pestana Filho, Bispo emérito de Anápolis, GO
+ José Moreira da Silva, Bispo de Januária, MG
+ Tarcísio Nascentes dos Santos, Bispo de Divinópolis, MG
+ Guiliano Frigenni, Bispo de Parintins, AM
+ Paulo Francisco Machado, Bispo de Uberlândia
+ Gilberto Pastana de Oliveira, Bispo de Imperatriz, MA
+ Philipe Dickmans, Bispo de Miracema, TO
+ Edney Gouvêa Mattoso, Bispo eleito de Nova Friburgo, RJ
+ Carlos Alberto dos Santos, Bispo de Teixeira de Freitas – Caravelas, BA
+ Walter Michael Ebejer, Bispo emérito de União da Vitória, PR
+ José Antônio Peruzzo, Bispo de Palmas – Francisco Beltrão, PR
+ Franco Cuter, Bispo de Grajaú, MA
+ Karl Josef Romer, Secretário emérito do Pontifício Conselho para a Família
+ Roberto Lopes, Abade do Mosteiro de São Bento, Rio de Janeiro, RJ
+ Orani João Tempesta OCist., Arcebispo do Rio de Janeiro, RJ
+ Eugenio de Araujo Card. Sales, Arcebispo emérito do Rio de Janeiro, RJ
+ João Carlos Petrini, Bispo Auxiliar de São Salvador da Bahia
+ Luciano Bergamin, Bispo de Nova Iguaçu, RJ
+ Antônio Augusto Dias Duarte, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, RJ
+ Wilson Tadeu Jönck, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
+ Pedro Brito Guimarães, Bispo de São Raimundo Nonato, PI
+ Fernando Guimarães, Bispo de Garanhuns, PE
+ Salvador Paruzzo, Bispo de Ourinhos, SP
+ José Moureira de Mello, Bispo de Itapeva, SP
+ José Francisco Rezende Dias, Bispo de Duque de Caxias, RJ
+ Laurindo Guizzardi, Bispo de Foz do Iguaçu, PR
+ Gornônio Alves da Encarnação Neto, Bispo de Itapetininga, SP
+ Carmo João Rhoden, Bispo de Taubaté, SP
+ Ceslau Stanula, Bispo de Itabuna, BA
+ João Bosco de Sousa, Bispo de União da Vitória, PR
+ Osvino José Both, Arcebispo Militar do Brasil, BSB
+ Capistrano Francisco Heim, Bispo Prelado de Itaituba, PA
+ Aldo di Cillo Pagotto, Arcebispo da Paraíba, PB
+ Gil Antonio Moreira, Arcebispo de Juiz de Fora, MG
+ Moacir Silva, Bispo de São José dos Campos, SP
+ Diamantino Prata de Carvalho, Bispo de Campanha, MG
+ Caetano Ferrari, Bispo de Bauru, SP
+ Aléssio Saccardo, Bispo de Ponta de Pedras, PA
+ Heitor de Araújo Sales, Arcebispo emérito de Natal, RN
+ Matias Patrício de Macêdo, Arcebispo de Natal, RN
+ Geraldo Dantas de Andrade, Bispo auxiliar de São Luis do Maranhão, MA
+ Bonifácio Piccinini, Arcebispo emérito de Cuiabá, MT
+ Tarcísio Scamarussa, Bispo Auxiliar de São Paulo, SP
+ Celso José Pinto da Silva, Arcebispo emérito de Teresina, PI
+ José Palmeira Lessa, Arcebispo de Aracaju, SE
+ Antônio Carlos Altieri, Bispo de Caraguatatuba, SP
+ Aloisio Hilário de Pinho, Bispo emérito de Jataí, GO
+ Guilherme Porto, Bispo de Sete Lagoas, MG
+ Adalberto Paulo da Silva, Bispo Auxiliar emérito de Fortaleza, CE
+ Bruno Pedron, Bispo de Ji-Paraná, RO
+ Fernando Mason, Bispo de Piracicaba, SP
+ João Mamede Filho, Bispo Auxiliar de São Paulo, SP
+ José Maria Pires, Arcebispo emérito de Paraíba, PB
+ Alfredo Schaffler, Bispo de Parnaíba, PI
+ João Messi, Bispo de Barra do Piraí – Volta Redonda, RJ
+ Friederich Heimler, Bispo de Cruz Alta, RS
+ Osvaldo Giuntini, Bispo de Marília, SP
+ Assis Lopes, Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ
+ Edson de Castro Homem, Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ
+Alessandro Ruffinoni, Bispo auxiliar de Porto Alegre, RS
+ Leonardo Menezes da Silva, Bispo auxiliar de Salvador, BA

quinta-feira, 22 de julho de 2010

SERRA DESAFIA DILMA E PT

O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, provocou sua concorrente Dilma Rousseff e o PT a dizerem explicitamente que não têm vínculos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), durante entrevista em Porto Alegre.

O tucano considerou que Índio da Costa disse uma "banalidade" ao fazer a associação e afirmou que há evidências abundantes de que os integrantes das Farc são "sequestradores, cortam a cabeça de gente de gente, são terroristas e fazem narcotráfico" para, na sequência, afirmar que eles "vieram ao Brasil e (foram) aqui abrigados" e acusar o governo federal de ter nomeado a mulher de um deles para um cargo público. "O próprio principal assessor da presidência de relações exteriores os trata como não terroristas, no fundo companheiros meio equivocados", prosseguiu, sem citar nomes, mas numa referência a declarações do assessor de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.

Em meio às respostas, Serra ressalvou duas vezes que não estava qualificando os petistas de narcotraficantes, deixando implícito que as vinculações que vê e que não considera explicadas são de outra ordem. "Que os petistas sejam narcotraficantes isso o Índio nunca pensou e nem eu", reiterou, sustentando que seu vice disse é que "o PT é aliado a uma força que pratica narcotráfico". Depois, passou às cobranças. "Curiosamente ninguém do PT veio (explicar), e estão devendo essa explicação, inclusive a Dilma Rousseff, para dizer que eles não tinham nada com as Farc", emendou. "Você viu algum petista, inclusive a Dilma, explicando porque o PT é ligado às Farc, ou negando isso?", perguntou.

Em outra parte da pregação contra o tráfico de drogas, o tucano avisou que, se eleito, vai fazer pressão diplomática sobre países que exportam drogas para o Brasil. Serra também afirmou que o Brasil pode usar as obras de infraestrutura que faz na Bolívia para pedir que o governo daquele país deixe de fazer "corpo mole" e tome "maior atitude" no combate ao tráfico.

PNDH3, O DECRETO DA DISCÓRDIA

“O decreto da discórdia”, artigo de D. Dadeus Grings, Arcebispo de Porto Alegre, denuncia que o Decreto do PNDH-3 é uma tentativa do Estado que “procura abafar a sociedade”.

Entre as críticas de D. Grings, ele afirma que desde uma perspectiva “chavista” não se pode “impunemente despir o Brasil de seus valores religiosos e culturais, a título de equipará-lo aos países de outras tradições”. “Temos que lutar pelo que é nosso”, exortou o Arcebispo da capital gaúcha.

“O Decreto presidencial 7.037, do Programa Nacional de Direitos Humanos(PNDH3), suscitou muitas reações de todos os setores da sociedade, desde militares à Igreja desde imprensa aos advogados… Que houve de errado? Alega-se, em defesa, que já surgiram duas edições anteriores de “Direitos Humanos”, que não provocaram estranheza e que se consideram similares. Vem então a pergunta: se duas edições iguais não deram certo, porque reeditá-la numa terceira, fora de época?

Se o paradigma das duas primeiras ainda era a globalização, hoje o paradigma tende a proteger os valores particulares e as tradições próprias. Não é, pois, um contra-senso reeditar medidas fora de época, ainda mais numa perspectiva chavista, como se ouve aos quatro ventos? A falha está no próprio método.

Nossa República Federativa apresenta três instâncias, que a Constituição define como independentes e quer harmoniosas: Executivo, Legislativo e Judiciário. Infelizmente, chegamos a uma situação paradoxal em que o Executivo legisla por decretos e medidas provisórias; o Legislativo julga por CPIs; e o Judiciário governa com liminares. Consequentemente, o país fica em contínuo sobressalto, porque nenhum dos Três Poderes tem as devidas credenciais e os indispensáveis dispositivos para agir nestes campos que, constitucional e organicamente, pertencem a outro poder.

Por que editar decretos, com uma salada de leis indigestas, a serem acolhidas em bloco? Compete ao Legislativo legislar. Foi eleito e tem os devidos dispositivos para isso, sem provocar celeumas na sociedade, mesmo que não o faça sempre a contento… Além do mais, o Decreto 7.037 (PNDH3) confunde Estado e sociedade. O Estado procura abafar a sociedade. A sociedade, ao contrário do Estado, é pluralista e tem cultura que conquistou ao longo de sua história. Não se pode impunemente abafar o que lhe pertence.

A Revolução Cultural Chinesa, por isso, se frustrou, além de causar muito sofrimento e muitos dissabores. Feriu profundamente a nação. O mesmo aconteceu com a Revolução Francesa, que tentou eliminar até o domingo e a semana, tão profundamente arraigados na sociedade ocidental. Nem falemos das tentativas semelhantes do nazismo e do marxismo, que não só teoricamente, por decreto, mas na prática, tentaram fazer tabula rasa do passado cultural. E para sintetizar tudo, lembremos a destruição de uma das maiores estátuas de Buda, esculpida em pedra, no século V. Pois, em 2001, iniciando o Novo Milênio, os “donos do poder” no Afeganistão julgaram não poder tolerar esta “idolatria” e decretaram que ela não fazia parte da cultura do momento. Hoje estes governantes são execrados.

Os novos governantes procuram reconstruir o que os outros malfadadamente destruíram. Não podemos impunemente despir o Brasil de seus valores religiosos e culturais, a título de equipará-lo aos países de outras tradições. Temos que lutar pelo que é nosso.

Se, em vez de legislar por decretos, o governo tivesse editado, dentro de sua competência, e executasse um pacote de medidas para conter a violência, enfrentar a difusão da droga e acabar com a corrupção, teria colhido uma aprovação praticamente unânime da sociedade. Se em vez do “Decreto da Discórdia”, como se revelou o Programa Nacional dos Direitos Humanos(PNDH3), se tivesse empenhado pela reconciliação da sociedade brasileira, superando os conflitos e tensões em todos os campos, pela solidariedade e por uma moradia digna, em lugar das favelas, teria colhido maiores consensos da população brasileira”.

MEU NOME É ANTONIA


A analista tributária Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva, investigada pela corregedoria da Receita Federal pela quebra de sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, foi afastada da chefia da agência do Fisco localizada em Mauá (SP) em 2 de julho e entrou em férias dez dias depois. A Delegacia da Receita Federal de Santo André, onde Antonia está lotada desde o fim de maio, negou que sua ausência do cargo, em plena investigação, esteja relacionada a uma possível punição pela quebra de sigilo do dirigente tucano.

Mas que coincidencia, não? Afastam a funcionária diante do clamor despertado pelo caso da quebra de sigilo e dizem que não tem nada a ver. Tem a ver com o que, então?

Antonia sofre processo administrativo disciplinar, aberto pela corregedoria da Receita no dia 21 de junho. A sindicância revelou que o acesso da servidora aos dados de Eduardo Jorge foi "imotivado" - isto é, está na contramão das únicas condições aceitas: trabalho de rotina de fiscalização e requisições do Judiciário e da procuradoria. A Receita se negou a divulgar o nome da funcionária.

O acesso "imotivado' foi parar no dossie! Que coisa não? Mágica!

Os dados fiscais do tucano fariam parte de suposto material levantado pelo chamado "grupo de inteligência" da pré-campanha da petista Dilma Rousseff.

"Eu não me lembro de ter acessado esse contribuinte”, disse Antonia.

Puxa vida! O afastamento de Antonia não tem relação com a quebra de sigilo, o acesso foi "imotivado", a funcionária não "lembra' do acesso, mas os dados vão parar num dossiê! Isso lembra a declaração de Serra: "Quando um petista faz algo errado, a vítima é que é culpada!"

quarta-feira, 21 de julho de 2010

LÁGRIMAS INACREDITÁVEIS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se emocionou durante entrevista concedida ao Jornal da Record nesta quarta-feira (21). Ao fazer um balanço de seus oito anos na Presidência, o presidente afirmou que fica feliz ao descobrir que as pessoas perceberam que “o Brasil é delas”.

O maior ego do mundo, acha que isso é por causa dele. O povo brasileiro sempre carregou esse país nas costas, fosse o presidente um general de cinco estrelas, um escritor do Maranhão, um caçador de marajás, um sociólogo ou um torneiro mecanico semi-analfabeto. O povo brasileiro nada deve a nenhum deles, aliás, o povo brasileiro é mais agradecido ao que atrapalhou menos.

E Lula atrapalhou muito, não fosse a circunstancia mundial, altamente favorável, teríamos dado com os burros n'água. Não dá para acreditar nas lágrimas do presidente, num ano eleitoral, em que ele tem apelado de todas as formas para promover sua candidata, um "poste" que nunca fez nada e ninguém conhece. Lágrimas de um presidente que abusa do poder e ignora leis para permanecer no poder, estão mais para lágrimas de crocodilo. É de se ficar pensando, até onde o sujeito é capaz de ser hipócrita e dissimulado na busca e manutenção do poder. Chega a ser ridículo!

Teve a cara de pau de não reconhecer que estava errado nas seis vezes que foi multado pela justiça eleitoral. Um verdadeiro óleo de peroba ao dizer que nunca faria algo contra a lei sabendo que tem que ser um exemplo para a nação! O presidente pensa que todos nós somos idiotas.

Ao fazer uma avaliação de seu governo, Lula disse que vai demorar algum tempo para conseguir analisar o que fez e o que deixou de lado durante sua administração.
-Não se preocupe presidente, daremos uma forcinha, lembrando todas as obradas de seu governo.

- Só vou descobrir que não fiz muitas coisas depois algum tempo. Vai levar um tempo. Tenho ficado mais emocionado porque as coisas estão acontecendo. É como se você tivesse ficado o tempo todo com gente olhando a sua roça e falando “não vai dar nada, não vai plantar”. E de repente, a planta brota, cresce e eu estou colhendo.

O problema é que não será ele a colher, seremos nós, o povo, e junto com cereal vai vir timbete e cariru! Para quem não sabe, timbete e cariru são ervas daninhas, que espertamente, crescem junto com lavoura e na hora de colher, temos que peneirar para eliminá-las sob pena de desvalorizar o produto.

E onde estará o torneiro mecanico? Segundo ele, em São Bernardo com Marisa, um perguntando pro outro: "E agora?"

Posso dar uma sugestão, Lula, mas acho que não vai gostar!

FORO DE SÃO PAULO: LAÇO ENTRE PT E AS FARC


de Clóvis Rossi

“O candidato José Serra não deixa de ter alguma razão em sua afirmação de que o PT tem, sim, laços com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). O laço, que Serra não especificou, chama-se Foro de São Paulo, conglomerado de partidos de esquerda criado em 1990 por iniciativa do PT.

As Farc fazem parte do Foro. Logo, o laço existe e é facilmente encontrável em documentos oficiais tanto do PT como do Foro. O que Serra não explicitou é que o PT cortou tais laços depois que chegou ao poder. Ou, pelo menos, a parte mais importante do partido.

Devem ter sobrado alguns nostálgicos do tempo em que o PT era de esquerda que ainda acham que as Farc são revolucionárias e não um grupo narco-terrorista. Já em 2005, a Folha informava que o PT vetara a participação do grupo colombiano na reunião que marcaria o 15º aniversário do Foro, realizado em São Paulo –e com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Eis o que dizia então a Folha: ‘A tentativa frustrada [de participação no encontro de São Paulo] está registrada em e-mail atribuído a Raúl Reyes, obtido pela Folha, e foi confirmada pelo advogado colombiano Pietro Lora Alarcón. Professor da PUC-SP, Lora disse que foi procurado pelo padre Olivério Medina, então embaixador das Farc no Brasil. Porém, o pedido de Medina foi rejeitado pela secretaria executiva do Foro, que era dominada pelo PT’.

Entre parêntesis: Raúl Reyes foi um dos principais líderes das Farc, morto há dois anos em ataque do Exército colombiano a seu acampamento no Equador, junto à fronteira com a Colômbia.

Os militares colombianos ficaram com os computadores de Reyes e dele extraíram uma coleção de informações preciosas. Fecha parêntesis, voltemos ao futuro. Dois anos depois do veto, as Farc voltaram a ser marginalizadas no encontro realizado em San Salvador.

Declararam à época: ‘Cremos ser oportuno manifestar nossa inquietação e desagrado pela posição de alguns companheiros que, em forma e sob responsabilidade pessoal, publicamente dizem que as Farc não podem participar no Foro, por ser uma organização alçada em armas...’

‘...A luta armada não se criou por decreto e tampouco se acaba por decisão similar; é a expressão de um povo que sofreu a devastação de sua população em mais de um milhão de pessoas que, nestes 60 anos, foram assassinadas, é a expressão dos milhares de militantes que foram assassinados do Partido Comunista e da União Patriótica, é a expressão de milhares de sindicalistas que foram assassinados nestes últimos anos’.

A manifestação serve de demonstração cabal de como o poder transforma os partidos e os políticos. Quando o Foro de São Paulo foi criado, em 1990, só um dos partidos nele representados estava no poder (o Partido Comunista Cubano, que, aliás, continua até hoje).

No encontro de San Salvador, já eram oito os países governados por partidos do Foro: além de Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Equador, Brasil, Uruguai e Argentina. Ou seja, em vez de o poder abrir portas para um sócio como as Farc, elas se fecharam. O problema é que se fecharam dessa forma indireta.

Ninguém teve a coragem de propor a expulsão das Farc, por, como elas próprias dizem, ser ‘uma organização alçada em armas’. É essa ambiguidade que o PT tem agora a obrigação de esclarecer de uma boa vez. As Farc são ou não um companheiro de viagem aceitável?

Se precisarem de ajuda para se definir, sugiro a leitura de ‘As Farc, uma guerrilha sem fins?’, de Daniel Pécaut, diretor de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris. Acaba de sair pela "Paz e Terra".

Trata-se de um relato tão objetivo quanto possível, cuja conclusão adianto: ‘A impopularidade da guerrilha tornara-se [nos últimos anos] quase unânime, mais ainda depois que perderam a oportunidade política oferecida pelas negociações [iniciadas no governo Andrés Pastrana, antecessor de Álvaro Uribe]. Definitivamente, o fracasso de sua estratégia é militar apenas em parte; o fracasso é, acima de tudo, político’.

terça-feira, 20 de julho de 2010

15 MINUTOS DE FAMA DAS DELEGADAS

Além do estarrecimento causado no caso do sumiço da jovem Elisa Samudio e o envolvimento de um jogador de futebol famoso, no caso, o goleiro Bruno, ex-Flamengo, vinha chamando atenção a atuação de duas delegadas da polícia de Minas Gerais nas investigações.

As delegadas Alessandra Wilke e Ana Maria Santos, apareciam todos os dias na televisão, relatando e emitindo opinião sobre o caso. A cada dia que se passava, penteados e roupas, desfilaram na frente das cameras através das delegadas. Muita pose, caras e bocas, muita questão de aparecer na telinha.

São anônimas, investidas em cargos públicos, que de repente se viram na ribalta e então a vaidade de se tornarem estrelas falou alto. Muita despesa em guarda-roupa e cabeleleiros por quase nada, as duas foram afastadas do inquérito que investiga o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Na tarde desta segunda-feira, o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Marco Antônio Monteiro já havia anunciado que Wilke não presidiria mais as investigações. Ele leu uma nota afirmando que as decisões visam dar prioridade à investigação, restringindo informações e dando agilidade ao inquérito.

As delegadas foram afastadas depois da exibição de um vídeo na noite desse domingo pelo programa "Fantástico", da Rede Globo. Na gravação, Bruno afirma que o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão", é o único responsável pelo sumiço de Eliza.

E assim, a fama das delegadas se esvanece como neblina diante da realidade e ninguém se lembrará dos seus penteados, caras e bocas.

"QUANDO OS PETISTAS FAZEM ALGO ILEGAL, A VÍTIMA É CULPADA", diz SERRA


Em Belo Horizonte, o presidenciável tucano José Serra quebrou o silêncio sobre a polêmica que declarações atabalhoadas de seu vice atearam na cena política.

Serra disse: "A ligação do PT é com as Forças Armadas Revolucionárias Colombianas..."


"...Mas isso todo mundo sabe, tem muitas reportagens, tem muita coisa. Apenas isso..."


"...Agora, as Farc são uma força ligada ao narcotráfico, isso não significa que o PT faça o narcotráfico".


No final de semana, o comando da campanha manifestou seu desconforto com as palavras de Índio.


A afinidade do petismo com os guerrilheiros colombianos é antiga e inegável. Mas não há notícia de que o partido de Lula trafique drogas.


O tucanato atribui a batatada à juventude de Índio. Nessa matéria, não há o que fazer senão repetir Nelson Rodrigues:

“O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: o da imaturidade”. O remédio? “Jovens, envelheçam”, ensinava o velho cronista.


Serra foi à capital mineira para participar da inauguração de um comitê eleitoral. Deu entrevista ao lado de Aécio Neves, candidato ao Senado.


Serra lembrou um malfeito que a Receita Federal investiga: "Há coisa mais séria, que é quebra de sigilo".


Referia-se à divulgação ilegal de dados fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge. Protegidos por sigilo fiscal, foram parar num dossiê.

"É quebra de sigilo de tucanos como arma de baixaria eleitoral", disse Serra. "Essa coisa precisa ser apurada, ir à Justiça, é um crime muito grave".


Serra comentou a notícia de que o PT planeja protocolar no Conselho Nacional do Ministério Público uma representação contra a vice-procuradora-geral eleitoral Sandra Cureau.

Disse que, "em geral", quando os petistas "fazem algo ilegal, a vítima é a culpada".

"UMA PROCURADORA QUALQUER AÍ", expressão arrogante de Lula

Editorial de O Globo

O choque entre o presidente, sua candidata e o Ministério Público eleitoral vem sendo construído com afinco desde o início do segundo mandato, quando Lula decidiu antecipar a campanha eleitoral e colocar o nome da ministra Dilma Rousseff na rua.

Como, queiram ou não, há prazos legais para as diversas fases de qualquer campanha, Lula, de forma consciente, criou este conflito. Decidiu pagar o preço para tornar a ministra conhecida da massa do eleitorado.

A legislação existe para supostamente dar condições de igualdade na disputa entre candidatos da situação e da oposição.

Procura impedir o uso da máquina e do dinheiro públicos em benefício de uma única corrente política, forma deletéria de privatização do imposto pago pelo contribuinte, exemplo clássico de patrimonialismo, distorção da vida política brasileira praticada à direita e à esquerda.

A Justiça eleitoral — talvez inibida diante da popularidade recorde de Lula — demorou a agir. E quando passou a multar o presidente-cabo eleitoral, em obediência à lei, não houve recuo do ocupante do mais elevado cargo da República.

Um primeiro efeito negativo da lerdeza da Justiça foi estimular a oposição a cometer os mesmos delitos: José Serra, ainda governador, recebeu honras de candidato em eventos típicos de governo, e, há poucos dias, seu sucessor, Alberto Goldman, imitou Lula ao propagandear em solenidade oficial alegadas virtudes do candidato tucano.

O último lance da escalada de Lula ocorreu no comício realizado na Cinelândia, na sexta à noite, em que o presidente, sem citar nomes, se referiu a “uma procuradora qualquer aí”, que o estaria impedindo de fazer menção a Dilma Rousseff. Sábado, no interior de São Paulo, foi a vez de a própria Dilma criticar a representante do MP.

O alvo lulopetista é Sandra Cureau, vice-procuradora-geral eleitoral. Tudo porque, como exige o cargo, ela acompanha atenta candidatos desafiarem a lei.

A irritação do presidente se deve à notícia de que Sandra pediu vídeos às TVs do pronunciamento de Lula no lançamento do projeto do trem-bala, feito com menções a Dilma Rousseff de cunho eleitoral.

Num discurso seguinte, em outro evento, o presidente, sob pretexto de comentar o fato, repetiu os elogios à candidata, com o agravante de estar na presença do presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowisky.

A ousadia e o desafio à Justiça foram indiscutíveis.

A rigor, outra coisa não faz o presidente há no mínimo dois anos.

Os índices das últimas pesquisas eleitorais mostram que Lula teve êxito e tornou a ministra conhecida. Mas, para isso, desafiou e desafia as instituições, dá um péssimo exemplo como a mais importante autoridade do Executivo — daí a oposição fazer o mesmo — e cria uma indesejada tensão na campanha.

A popularidade presidencial não vale como salvo-conduto para o atropelamento de qualquer legislação. Ou retrocederemos ao estágio de uma republiqueta tropical.

O lulopetismo testa e ultrapassa os limites do estado de direito bem ao estilo das falanges que se digladiam na luta sindical. O presidente não esconde que deseja eleger a sucessora a qualquer custo. Mas a nação discorda que tenha de pagar o preço do desrespeito impune à lei.