domingo, 31 de outubro de 2010

DISCURSO DE SERRA


No dia de hoje, os eleitores falaram e nós recebemos com respeito e humildade a voz do povo. Quero aqui cumprimentar a candidata eleita Dilma Rousseff (PT) e desejar que ela faça bem para o nosso país.

Eu disputei com muito orgulho a Presidência da República. Quis o povo que não fosse agora. Mas digo, aqui, de coração, que sou muito grato aos 43,6 milhões de brasileiros e brasileiras que votaram em mim. Sou muito grato a todos e a todas que colocaram um adesivo, uma camiseta que carregaram uma bandeira com Serra 45.

Quero agradecer também aos milhões de militantes que lutaram nas ruas e na internet por um Brasil soberano, democrático e que seja propriedade do seu povo.

Eu recebi tanta energia nessa campanha, foram sete meses de muita energia, de muita movimentação e de muito equilíbrio também, que foi necessário. E eu chego hoje, nesta etapa final, com a mesma energia que tive ao longo dos últimos meses. O problema é como dispender essa energia nos próximos dias e semanas

Ao lado desses 43,6 milhões de votos, nós recebemos, também, votos que elegeram dez governadores que nos apoiaram. Dos quais, um está presente. Um companheiro de muitas jornadas, Geraldo Alckmin. Ele se empenhou na minha eleição, mais do que se empenhou na dele

A maior vitória que nós conquistamos nessa campanha não foi mérito meu, mas foi de vocês [imprensa]. Nesses meses duríssimos, onde enfrentamos forças terríveis, vocês alcançaram uma vitória estratégica no Brasil. Cavaram uma grande trincheira, construíram uma fortaleza, consolidaram um campo político de defesa da liberdade e da democracia do Brasil

Vi centenas e milhares de jovens que me lembraram o jovem que eu fui um dia, sonhando e lutando por um país melhor, como eu faço até hoje. Onde os políticos fossem servidores do povo e não se servissem do nosso povo

Para os que nos imaginam derrotados, eu quero dizer: nós apenas estamos começando uma luta de verdade. Nós vamos dar a nossa contribuição ao país, em defesa da pátria, da liberdade, da democracia, do direito que todos têm de falar e de serem ouvidos. Vamos dar a nossa contribuição como partidos, como parlamentares, como governadores. Essa será a nossa luta

Por isso a minha mensagem de despedida nesse momento não é um adeus, mas um até logo. A luta continua. Viva o Brasil

DIVISÃO ELEITORAL


do jornalista Políbio Braga

A eleição da sra. Dilma Roussef não suprimem por si só as razões que fizeram com que a oposição, a mídia mais moderna, as Igrejas não comerciais e as lideranças civis da sociedade a colocar na mesa o caráter autoritário, obtuso e regressionista do PT e do Governo Lula.
O governo do PT, agora bicéfalo, porque comandado por Lula e Dilma, precisará de vigilância e fiscalização permanentes e implacáveis, para que se evitem novos atos de corrupção, maior patrimonialismo e nepotismo, relações permisivas com potências estrangeiras adversas e atrelamento aos dogmas imorais e aéticos que defendem a supressão da liberdade de imprensa, a perseguição religiosa e o desprezo à vida. Dilma Roussef é a nova presidente, mas 45% dos brasileiros preferiram a oposição, portanto bem mais do que aqueles 3% que tanto irritam o presidente Lula, já que este seria o número de cidadãos que acham seu governo péssimo. O editor é um dos 45%.

. O governo do PT e a nova presidente do Brasil podem comemorar a vitória, sim, mas terão que respeitar os 45% dos eleitores que preferiram a oposição, porque quiseram ficar do lado dos valores éticos e morais que fundamentam a vida em sociedade civilizada. Mais do que isto: o governo do PT e Dilma Roussef terão pela frente uma oposição mais organizada e mais aguerrida, mas o que se espera é que esta oposição saiba administrar os 56% da população brasileira e os 60% do PIB representados pelos Estados onde elegeram governadores - os mais importantes, modernos, progressistas e representativos do que produz o Brasil.

A oposição, que não soube cumprir o seu papel durante os oito anos de destrambelhamento político do governo Lula, terá agora a oportunidade de se redimir, promovendo o necessário enfrentamento político, porque com certeza percebeu durante a campanha eleitoral que as forças do bem, sobretudo as religiosas (valores morais) e da mídia (valores éticos, a legalidade democrática republicana) que defendem os valores éticos e morais mais profundos da civilização, alinharam-se contra as forças do Eixo do Mal.

ESTAMOS DE OLHO ELETRÔNICO


45 milhões de brasileiros estão desapontados com a derrota de Serra. Esses brasileiros acreditam que a alternancia do poder é essencial para o fortalecimento da democracia. No entanto, vamos agora para mais um período de governo do PT de 4 anos que somados aos 8 de Lula, chegarão aos 12 anos de continuidade e ainda com possibilidade de reeleição para mais 4, de um mesmo partido. Mas é essencial para a democracia também, reconhecer a vitória do adversário.

Serra, para qualquer análise desapaixonada, é mais experiente e mais preparado do que Dilma para ser presidente. Mas nessa campanha, pesou a vontade pessoal de Lula, usando toda a força do cargo para convencer os demais executivos da hierarquia nacional, prefeitos e governadores, a apoiar sua candidata, mesmo sem conhecê-la, porque todos eles, nos municípios e nos estados vivem dependentes de recursos do governo federal e nessa hora não há espaço para ideologia.

Serra foi um candidato corajoso, com poucos recursos financeiros, quase sem apoio dos mais de 5.000 prefeitos do país, e de candidatos aliados que se escondiam dele no primeiro turno, apesar dos pesares foi muito bem votado. Considere que no interior do país, só se via propaganda eleitoral de Dilma, patrocinada em geral pelos prefeitos. De Serra não se via nada, parecia eleição de candidatura única. Serra contou mesmo, só com o horário eleitoral gratuito no rádio e na tv, para divulgar seus planos e suas idéias

Mas um aliado voluntário surgiu nessa eleição. Os internautas simpáticos a Serra, nas redes sociais, dominaram a campanha na internet. O poder multiplicador dos emails, posts e twitadas, se não foram decisivos, colocaram no mapa político um novo tipo de formador de opinião. Essa grande maioria de internautas, com um grau elevado de formação educacional, acima da média brasileira, tomou consciencia do seu papel mobilizador não só para a eleição, mas também para influenciar e pressionar os governos daqui para adiante.

Escandalos de governo daqui para frente não serão assuntos só para as páginas da Veja, mas também para milhares de blogs, twitters, facebooks e orkuts. O olho eletronico, no sentido inverso do Grande Irmão, de Orwell, vê tudo que o governo faz, em tempo real e reage da mesma forma. Nesse sentido, o povo chegou na frente e os políticos não parecem estar preparados para essa fiscalização. Essa força eletrônica, quer e exige uma oposição para valer, diferente do morno-frio que foi no governo Lula, porisso os parlamentares de oposição podem se preparar para a cobrança.

Serra não sai menor da eleição, como quer Lula, mas como um dos líderes da oposição que tem na mão, 9 estados brasileiros, justamente os de maior PIB e população. Dilma não é Lula, difícilmente alcançará a popularidade alcançada por seu mentor, e isso, aliado à sua inexperiencia política, prenuncia tremores no horizonte. Já há uma expectativa grande sobre a formação do seu governo, se haverá mensaleiros ou protagonistas de outros escandalos, ocupando cargos.

Permanecendo a liberdade de expressão, não terá sido apenas um novo governo que surge dessas eleições, mas um novo tipo de cidadão brasileiro, de todas as idades, muito antenado, capaz de com um toque de tecla, mobilizar outros como ele, do Oiapoque ao Chuí. É melhor que prestem a atenção e respeitem esse cidadão, porque ele pode desencadear um tsunami de informações de norte a sul em milésimos de segundo.

Parabéns ao regime democrático que entrega agora o governo a Dilma Rousseff e esperamos todos que ela esteja preparada e à altura dele.

Viva o Brasil!

sábado, 30 de outubro de 2010

SERRA DESAFIA LULA NO SEU REDUTO


O candidato de oposição à Presidência da República, José Serra (PSDB), escolheu a dedo os locais para seu último roteiro de campanha. Neste sábado, ele liderou uma carreata por São Bernardo do Campo, seguida de uma passeata pela vizinha cidade de Suzano, ambas na região do ABC paulista.

Foi no ABC que, não custa lembrar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva construiu sua liderança sindical e, desta, partiu para a carreira política que o levaria à Presidência depois de três tentativas fracassadas. Pois foi neste ABC — sigla formada pelas iniciais de Santo André, São Bernardo e São Caetano, cidades-berço do movimento grevista dos metalúrgicos que afrontou o regime militar em 1979 — que Serra decidiu investir, no último dia de campanha.

Os próprios tucanos, entusiasmados, não escondem: a intenção é mesmo desafiar Lula no seu quintal. Lula, aliás, deve votar neste domingo a dois quilômetros do local onde começou a carreata dos seus adversários.

— Viemos enfrentar o adversário no seu próprio campo de batalha — resume o deputado estadual Orlando Morando (PSDB), que organizou e teve a ideia de convocar Serra para investir na carreata e na passeata no coração dos lulistas.

A provocação não é nem a Dilma Roussef (PT), a adversária nominal de Serra na disputa desse domingo, mas a Lula — o verdadeiro e maior obstáculo aos tucanos para reconquistar a Presidência. Afinal, antes de Lula ungi-la como candidata oficial à continuidade do seu projeto, Dilma nunca tinha disputado um pleito, argumenta o deputado Morando, acompanhado de sorrisos dos seus correligionários. Natural que o alvo nesse final de campanha seja mesmo Lula.

É claro que os tucanos também têm seus votos nas cidades do cinturão metalúrgico. Não tanto como os petistas, que dominam a prefeitura de São Bernardo do Campo e a maioria dos vereadores na região. Mas o deputado Morando, por exemplo, é serrista e o mais votado na região do ABC. Fez 138 mil votos para alcançar seu terceiro mandato, em pleno reduto dos adversários.

Foi pensando nisso que José Serra investiu nesse encerramento de campanha no local de maior triunfo dos seus adversários. Fugiu um pouco do conselho dos próprios tucanos, que nos últimos dias recomendaram que o candidato buscasse ampliar popularidade nas regiões onde já foi vitorioso no primeiro turno, como Belo Horizonte e o interior paulista, por exemplo.

Desembarcou em São Bernardo de helicóptero, acompanhado pelo governador eleito de São Paulo e correligionário, Geraldo Alckmin. Ele percorreu num caminhão aberto a principal avenida da cidade, escoltado por dezenas de carros e centenas de militantes que corriam ao lado, a pé. Só a chuva, presente durante toda a tarde, atrapalhou um pouco.

O tucano, como se vê, resolveu meter o bico e as garras no ninho adversário. Até um locutor que imita Lula, sua voz rouca e a língua presa foram convocados para animar a passeata do PSDB — ao microfone, o imitador pedia votos para Serra e criticava Dilma.

O temor de confrontos com cabos eleitorais petistas não se confirmou, até o anoitecer. Ocorreu, isto sim, atraso. Serra chegou de Minas Gerais às 16 horas e levou ainda outra hora para chegar a São Bernardo — retardando em duas horas o roteiro que estava previsto.


PATO AQUI, PATO ACOLÁ


Existem dois tipos de eleitores que votarão em Dilma:

1) o eleitor petista, que sempre votou e sempre votará no PT.

2) o eleitor desinformado, que no geral é pessoa bem intencionada, mas que caiu como um pato na fábula petista, seja porque teve suas referências manipuladas pela estrelinha vermelha, ou porque passou a "acompanhar" a política brasileira recentemente, e desconhece ou não se recorda de importantes fatos anteriores ao governo Lula.

Vamos esclarecer algumas ideias equivocadas que foram incutidas no eleitor patão:

1. Ditadura militar x ditadura dos companheiros

Alguns patos admiram Dilma porque "ela lutou contra a ditadura". Eu chego a sentir vergonha alheia quando ouço isso, ainda mais quando a pessoa tem certo grau de instrução e poderia, se quisesse pensar, formar opinião diversa.

O eleitor pato acredita levianamente que Dilma lutou pela democracia. Ledo engano. Dilma lutava para substituir ditaduras: o regime militar pelo comunismo. Como é que as pessoas não enxergam isso?

Lembram-se daqueles pugilistas cubanos (Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux) que tentaram se refugiar no Brasil, e foram covardemente mandados de volta para Fidel Castro? Se Dilma e seu grupo tivessem obtido êxito, hoje poderia ser qualquer um de nós tentando fugir da ditadura que ela queria impor no lugar daquela que existia.


2. Lula colhendo os frutos que não queria plantar

Mas a principal razão apresentada pelo eleitor pato para votar em Dilma é a de que o atual governo investiu como nenhum outro na área social (é o efeito "nunca antes na história deste país"). Estamos diante da hipótese de desconhecimento ou do esquecimento do que acontecia antes de Lula assumir a presidência. Então aqui vai uma ajudinha:

a) o governo FHC criou um programa chamado “Comunidade Solidária”, que tinha como objetivo principal tirar as pessoas da fome e da miséria. Quando Lula assumiu, trocou o nome desse programa para “Fome Zero”, e fez o patão acreditar que ele foi o primeiro presidente a se preocupar com a questão social.

b) o governo FHC implementou em todo o país um programa que já existia em Brasília, o Bolsa-Escola. José Serra, quando ministro da saúde do governo FHC, criou o Bolsa-Alimentação. Lula, quando era oposição, foi contra esses programas, dizia que tinham mera finalidade eleitoreira (não acredita? então olha: http://www.youtube.com/watch?v=s1MlRxu7uro&feature=player_embedded). Mas, quando assumiu a presidência, juntou as duas bolsas e chamou de Bolsa-Família. E fez o eleitor patão acreditar que ele foi o primeiro presidente a se preocupar com a questão social.

c) FHC conteve a inflação através da criação do Plano Real - e o PT foi contra. O eleitor patão não faz ideia ou nem lembra de como era viver com inflação que chegou a 80% ao mês, por isso também não faz a menor ideia da importância das ações de FHC para a constituição do atual cenário econômico e social. Por conta da estabilidade financeira que ele iniciou, os pobres puderam se alimentar melhor (não se lembram dos jornais noticiando na época, de forma inédita, que o pobre estava comendo frango???), e puderam progredir de classe social.

Mas os petistas conseguiram fazer o eleitor desavisado acreditar que tudo isso que se vê hoje, todos esses números positivos, são frutos do governo Lula, quando, na verdade, não são. O mérito do governo Lula nessa história foi o de não ter feito o que, desde 1989, dizia que faria quando assumisse o governo, e de ter dado continuidade ao projeto do governo FHC. Não foi à toa que o Risco Brasil disparou na eleição de 2002, o mercado estava apavorado com as promessas levianas que fizeram Lula vencer a eleição, mas se recuperou quando viu que Lula não mudaria as coisas. E tem mané patão argumentando que FHC deixou o governo com o Risco Brasil altíssimo (como se fosse por causa dele), e que Lula foi quem estabilizou as coisas... Nem sabem o que falam. Os eleitores da Dilma me divertem.

Tanto é verdade o que estou dizendo, que os petistas mais tradicionais criticaram duramente a manutenção da economia deixada em ordem pelo governo anterior, e diziam que o primeiro ano do governo Lula era o nono ano do governo FHC. Por conta disso, há quem diga que estamos no décimo sexto ano do governo FHC. Mas o eleitor caiu como um pato, e hoje acha que Lula é o salvador da pátria, sem fazer a menor ideia de que Lula e o PT foram radicalmente contra todas essas medidas quando propostas.

"Ah, mas as privatizações..."
Outro clássico do discurso petista, que faz o eleitor patão sair repetindo que o governo anterior privatizou empresas, sem ter a menor noção dos benefícios que isso trouxe para o Brasil. O uso disseminado do celular hoje, por exemplo, não é consequência isolada do crédito, como Dilma afirma em debates e entrevistas (crédito este que decorre de uma reestruturação econômica providenciada por FHC - e que o PT foi contra), mas, principalmente, porque com a privatização da telefonia, a concorrência entre as empresas fez com que o preço do serviço se tornasse acessível, bem diferente de como era antes (mas o patão não sabe ou nem se lembra disso). Empresas desestatizadas podem investir muito mais na modernização de suas atividades, não perdem dinheiro para a corrupção, contam com funcionários eficientes (se não forem, são demitidos, ao contrário do que se vê no setor público). Por consequência, prestam um serviço de qualidade infinitamente superior, e ao mesmo tempo oferecem valores mais acessíveis ao usuário. Mas o pessoal do PT sabe disso, quem não sabe é o eleitor patão. E por que, mesmo assim, o PT é contra as privatizações? Porque eles precisam das estatais. Apropriam-se delas, nomeando companheiros para administrar o cofre. Só por isso. É tão óbvio, mas ainda tem gente que se recusa a enxergar - e o PT agradece.

“Ah, mas a Petrobras..."
Embora a privatização, como vimos, seja necessária em alguns setores (como foi no da telefonia), sua adequação em determinadas áreas ainda é discutível. É, por exemplo, o caso da Petrobras. Por isso, ao contrário do que vemos nas propagandas da Dilma, FHC nunca quis privatizá-la (prova: http://tinyurl.com/33nuxa4 e http://tinyurl.com/32es7b8). É apenas mais uma manobra do PT para arrancar o voto do eleitor desinformado, alarmando-o também com a mentira de que Serra, se eleito, privatizará o pré-sal. É que o termo "privatizar" tem impacto sobre o eleitorado mais simples (pois desconhece ou não compreende os efeitos positivos da medida), daí porque é usado à exaustão pela campanha da candidata. De outro lado, o que os petistas não dizem, é que a Petrobras só é o que é hoje, por conta da abertura de capital realizada pelo governo FHC - e o PT foi contra. Mas a turma da estrelinha vermelha conseguiu fazer os brasileiros desavisados acreditarem que foi mérito da administração deles. Ora, pensem: se foi ruim a quebra do monopólio, por que Lula não desfez? Eu respondo: porque Lula leva o crédito pela modernização da Petrobras, que na verdade foi promovida por FHC, e que se dependesse do PT, não teria acontecido. Quack.

Um dos acertos "por conta própria", digamos assim, do governo Lula, pode ter sido ProUni (apesar da oferta de bolsas em faculdades de péssima qualidade, mas vá lá). E daí temos o típico critério de escolha do eleitor mais simples, que é um benefício direto, palpável, como uma bolsa do ProUni. Ontem, ouvi de um pato essa pérola: "Apesar de toda a roubalheira, voto na Dilma porque minha mãe está fazendo faculdade com bolsa do ProUni". Vocês conseguem enxergar o absurdo dessa afirmação? Ou só eu enxergo?

Já o eleitor mais diferenciado faz análise do todo, reúne o que há de certo e errado em uma balança, e consegue identificar o que é fruto deste governo, e o que é fruto de ações do governo anterior e mantidas pelo atual (apesar de ter esperneado contra estas mesmas ações, mas que agora "sossega o facho", não porque "adquiriu maturidade", como Dilma tenta justificar a oposição irresponsável do PT, mas justamente para se beneficiar dos bons resultados).

E, sobretudo, o eleitor esperto consegue identificar a gravidade da corrupção no atual governo.


3. V de Vergonha

Posso até aceitar que o eleitor pato não consiga enxergar o verdadeiro propósito de Dilma em sua luta contra a ditadura (nunca pela democracia). Posso também fazer uma forcinha e conviver com a total incapacidade do patão de perceber o papel fundamental que o governo anterior exerceu para a economia chegar a esse estágio; incapacidade de ver a maladragem do Lula beneficiando-se com as medidas a que ele e seu partido se opuseram; e incapacidade de concluir que "a economia ir bem" não é, nessa eleição, critério para definir voto. "Melhor não mexer em time que está ganhando" disse-me um eleitor pato, sem se tocar que está ganhando porque foi treinado pelo outro time.

Mas o que não dá pra aceitar de jeito nenhum é o eleitor que fecha os olhos para a corrupção.

O mensalão, orquestrado por Zé Dirceu (a quem Dilma veio substituir na eleição, e que continua – e continuará – exercendo poder no governo), e que teve como principal beneficiário o presidente Lula (portanto, não tinha como "não saber de nada"), foi, sem dúvida, o mais grave episódio de corrupção já registrado em nossa história (se você conhece outro de igual proporção, leia-se, com o mesmo número de envolvidos, provas robustas, processo judicial em curso, com o conhecimento e anuência do presidente da república, e controlado por um ministro-chefe da casa civil, por favor, me informe, porque eu desconheço).

O pessoal do PT deve ter ataques de riso quando a "pataiada" sai por aí dizendo que Lula fez isso em nome da governabilidade. A mídia petista incutiu essa ideia absurda no eleitor patão. Fez ele acreditar que toda essa sujeira era revertida em benefício do povo brasileiro. Mas se o eleitor for esperto e analisar os fatos com mais cautela, perceberá que essa justificativa não faz sentido, porque teve muito petista que levou dinheiro dos correios, bingos, e sabe-se lá de onde mais. E todo mundo sabe que petista que não vota como manda o partido é expulso - o que é de um autoritarismo que se aproxima mais da direita, convenhamos. Então, de novo, o eleitor caiu como um pato, e sai por aí tentando justificar o desvio de dinheiro público, que servia para abastecer caixa 2 de campanha, para subornar parlamentar corrupto, e também para rechear o bolso, a mala e a cueca de muito companheiro.

E mais: um congresso comprado que deixa passar tudo é tão nocivo quanto um congresso que rejeita todos os projetos do governo (como o PT sempre fez quando oposição). Projetos de lei positivos para a população são aprovados pelos deputados e senadores, independente de mensalão, por conta da pressão popular exercida através da imprensa e da internet – o maior exemplo disso é a aprovação da lei da ficha limpa. Não seja patão. Não tente justificar o mensalão, nem amenizá-lo, e muito menos esquecê-lo.

Então, diante desse quadro, votar na Dilma significa dizer: "pode ter corrupção à vontade, eu não me importo, porque vocês petistas conseguiram fazer eu cair como um pato e acreditar que o governo Lula foi algo inédito na história."

E, por conta disso, o eleitor patão perde a legitimidade para reclamar quando algum político for pego roubando, porque ele referendou essa conduta. Ao votar na Dilma, ele disse: “eu não me importo com a moralidade pública, com a probidade na administração, com o caráter da minha candidata, nem com o caráter das pessoas que estão envolvidas com a minha candidata.”

E, também por conta disso, o eleitor patão perde a legitimidade de reclamar por não ter um serviço público de qualidade, porque, ao votar na Dilma, ele simplesmente não está ligando para o fato de que os impostos que ele paga não chegam até a escola, até o hospital, até onde tem que chegar, pois é desviado no caminho por algum esquema de corrupção.

"Ah, mas..." - diz o eleitor patão, lançando um argumento inovador que reflete todo o seu brilhantismo - "... corrupção existe em todos os governos." Sim, existe. Em todos os partidos políticos encontramos um foco de corrupção (exceto o PT, que é um foco de corrupção onde também encontramos um partido político). E o eleitor mais simples encerra sua análise por aqui. Mas o eleitor inteligente, que busca informações em diferentes veículos de comunicação e tem senso crítico desenvolvido, faz um exame menos conformista da situação, e percebe circunstâncias que tornam essa corrupção endêmica muito mais grave e persistente em um governo do que em outro.

Que circunstâncias são essas? O PT de Dilma não pune membros que se envolvem em corrupção. Pelo contrário, blinda-os, providenciando os melhores advogados (como aconteceu recentemente com a ex-ministra da casa civil, Erenice Guerra, para quem o PT ofereceu o ex-ministro da justiça Márcio Thomaz Bastos), e expulsa os membros que exigem ética do partido (Luciana Genro, Heloísa Helena, e outros). Outra: o PT não se desfez de Zé Dirceu, que continua em atividade, e que foi, como ele mesmo diz, "camarada de armas" de Dilma. Outra: nomes históricos do PT deixaram o partido quando viram que Lula, Zé Dirceu, Genoíno, Delúbio, etc. - toda essa turma que está no comando - instalaram uma verdadeira máquina de corrupção no governo federal. Foi o caso de Fernando Gabeira, Cristovam Buarque, e também de Hélio Bicudo, respeitado jurista, um dos fundadores do partido, que hoje declara apoio a José Serra (vejam o seu testemunho sobre o Sr. Luis Inácio: http://www.youtube.com/watch?v=6D6Ocm9xbgo).

Outra: por mais que o PMDB tenha sido aliado do governo anterior (sempre será aliado de qualquer governo), nunca vi Serra defendendo o Sarney (http://www.youtube.com/watch?v=U32LqTVSDbw), nem elogiando Collor ou pedindo votos para Renan Calheiros. E a mais simples de todas: é só verificar a quantidade de políticos de cada partido envolvido em escândalos. O eleitor verificará, com muita facilidade, que o PT e as siglas coligadas ficam no topo dessa listinha.

Não nos esqueçamos de outros episódios que escancararam a deterioração moral desse governo: escândalo da quebra de sigilo do caseiro que derrubou o ministro Palloci (aliás, com esse histórico, não entendo como é que alguns patos caem na vitimização encenada pela Dilma no episódio da quebra de sigilio fiscal da família Serra); caso Lina Vieira (em que Dilma tentou intimidar a Secretária da Fazenda Nacional para encerrar a investigação contra o filho do Sarney); caso Waldomiro Diniz (sub-chefe da casa civil - onde tudo acontece - que favorecia licitações em troca de propina para o PT); escândalo dos cartões corporativos (derrubou a ministra, mas o PT, como sempre, não a puniu - era uso pessoal de dinheiro público no alto escalão do governo); caso Gamecorp (em que Lulinha, filho do Lula, recebeu R$ 5 milhões da Telemar em operação camuflada); e por aí vai... E nem vou entrar em casos mais pesados que envolvem os esquemas de corrupção do PT, como o de Celso Daniel (também relacionado ao mensalão de Lula e Zé Dirceu), com sete testemunhas assassinadas, inclusive o médico legista. Só não vê o que aconteceu aqui quem não quer.

E esses são esquemas envolvendo diretamente os petistas, nem mencionei escândalos dirigidos por partidos de base aliada, que apóiam o PT nas campanhas em troca de cargos no governo, para depois se esbaldarem com o dinheiro público. Vejam só quantas siglas que você não conhece, sem expressão nenhuma, que estão nessa só pra mamar na teta do estado:

* estão com Dilma: PMDB (ala podre), PCdoB, PDT, PRB, PR, PSB, PSC, PTC, PTN e, claro, o PP;

* estão com o Serra: PSDB, DEM, PTB, PPS, PMN, PT do B, importantes nomes do PV, como Fernando Gabeira e Fábio Feldmann, além de membros do PMDB que têm vergonha na cara e se negaram a seguir a orientação do partido.


Então, quando alguém perguntar ao eleitor pato por que ele vai votar na Dilma, melhor não alegar motivos embaraçosos como "ninguém fez tanto pelo social", "a economia está indo bem", "Dilma lutou contra a ditadura", "o mensalão foi necessário para a governalibidade", "corrupção existe em todos os governos". Nesse cenário, vale até dizer que escolheu a Dilma pela sua simpatia. É muito menos embaraçoso do que dizer que acredita e confia nesse governo.

Da mesma forma, o eleitor patão deve rejeitar o Serra e nem sabe por quê. Rejeita porque, de um tempo pra cá, votar no Serra ou valorizar o governo FHC virou coisa feia, mas o eleitor incauto não sabe muito bem quando é que isso começou, só sabe que não será visto com bons olhos se optar pelo adversário - e aqui, meus amigos, está o grande trunfo do PT.

O eleitor pato rejeita o candidato Serra por ideias extremamente equivocadas, que lhe foram incutidas da mesma forma como foi a opção pela Dilma. Dia desses, perguntei a um conhecido por que não votaria no Serra. O rapaz me disse o seguinte: Serra não gosta de pobre (um clássico da pornochanchada petista, nem discuto), e se formou em uma universidade caríssima dos Estados Unidos. Olha a lógica do vivente...

Em primeiro lugar, se Serra tivesse se graduado em uma universidade conceituada no exterior, isso seria mérito, e não desmérito. E aqui, encontramos mais um dos grandes feitos do lulismo: desvalorizar a formação intelectual e o conhecimento. A propósito, vejam o que disse um dos fundadores do PT, César Benjamin, que caiu fora do partido quando viu no que ele se transformou com Lula e Zé Dirceu (e agora Dilma) no poder: "O grande legado do Lula é essa disseminação do antivalor. O valor da esperteza, o valor de se dar bem, de não estudar, ter orgulho de não estudar."

Em segundo lugar, Serra veio de família humilde, estudou, ingressou no curso de Engenharia Civil da USP, e nessa época foi presidente da UNE. Foi perseguido na ditadura, exilou-se no Chile, e por isso não conseguiu concluir o curso de Engenharia. No Chile, decidiu cursar Economia, e fez seu primeiro mestrado na Universidade do Chile. Com o golpe do Pinochet, teve que partir para os Estados Unidos, onde fez outro mestrado e doutorado em Ciências Econômicas, na universidade de Cornell (http://tinyurl.com/2bfooo6). Deu palestras em Princeton, foi professor na Unicamp, tem livros publicados. É extremamente difícil para mim compreender como é que as pessoas não enxergam isso de uma forma positiva.

Quando saiu o escândalo das pós-graduações inexistentes da Dilma, que eram apresentadas em seu currículo para incrementar sua remuneração em cargos públicos (olha a índole!), a mídia petista, capitaneada por Paulo Henrique Amorim, espalhou por aí que as pós-graduações de Serra também eram falsas. Mentira, mas aposto que o eleitor patão engoliu.

A mídia petista, unida e aguerrida (isso eles têm de bom), vai distorcendo a imagem de pessoas como o Serra, com 30 anos de vida pública, e com evidente vantagem no quesito formação e preparo para administrar um país. E o eleitor, bem patão, cai.

Um exemplo muito claro e singelo de como o PT se prevalece do eleitor incauto: no primeiro debate do segundo turno realizado pela Band, Dilma tentou descaradamente tirar vantagem da desinformação do telespectador. Disse, por exemplo, que "o juiz denunciou o Serra por crime de calúnia e difamação", fazendo-se de vítima, tentando passar a ideia de que foi tão injustiçada que algum juiz PAM! Denunciou o Serra! E o eleitor patão se impressiona.

Acontece que juiz não denuncia ninguém, ele apenas recebe a "denúncia" feita pelo promotor de justiça, que nada mais é que uma petição dando abertura a um processo criminal. Peraí que tem mais: nos crimes de calúnia OU nos crimes de difamação - são coisas diferentes, mas ela juntou tudo pra dar um ar ainda mais grave - não existe "denúncia", pois quem dá início ao processo criminal é o próprio ofendido (ou seja, a própria Dilma!), através de uma petição chamada "queixa-crime" - mas ela usou o termo "denúncia" de propósito, para induzir o eleitor a pensar que Serra teria feito coisa errada.

Espera, tem mais: Dilma disse que, por conta desse processo, Serra estava "dando os primeiros passos para a questão da ficha limpa" (assim mesmo, com toda a clareza interlocutória que lhe é peculiar). Só que... crimes contra a honra - injúria, calúnia, difamação - não entram na lista de condenações que "sujam" a ficha do candidato. E ela sabe disso. Quem não sabe é o eleitor patão, que se impressiona e sai achando que o outro candidato não merece confiança.

Tudo isso se deu em menos de 1min (quer ver? http://www.youtube.com/watch?v=eNVLvlF6dsM). Imagina o que aconteceu em uma campanha inteira. Essa é a índole deles. Agindo assim, quantos eleitores patões o PT já conseguiu captar?


Você é um deles?

Não seja pato por tabela: votar em branco ou nulo só vai contribuir com a Dilma.

E não se impressionem com pesquisas. Um dos próprios coordenadores da campanha da
Dilma revelou que são manipuladas: http://www.youtube.com/watch?v=S8FZ3LW2oeg

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

SERRA VENCE DEBATE DA GLOBO


De novo não há dúvidas sobre o melhor desempenho de Serra. Dilma foi mecanica outra vez, o artificialismo do seu adestramento é patente demais, erra palavras, erra o tempo, hesita nas preposições, não sabe quando usa da ou do, começa uma frase no feminino e termina no masculino, imagino que para quem torce prá ela seja extremamente aflitivo ver sua performance.

Erraram quando mandaram-na ficar andando atrás de Serra. Se contrapôs a imagem tranquila de Serra com uma figura perambulante atrás, incomodada, com uma expressão de "sargentona" dando a impressão que a qualquer momento daria um encontrão em Serra. Ficou a imagem do queixo empinado, mãos para trás, só faltou o bigodinho de Hitler. Se Nixon perdeu a eleição por causa de uma barba por fazer no debate, Dilma hoje perdeu alguns milhões de votos. Acho que o resultado domingo será favorável a Serra, os indecisos hoje penderam para o tucano!

O primeiro bloco foi o mais quente. "O exemplo tem que vim de cima. O chefe de governo tem que começar dando exemplo escolhendo bem as equipes e punindo quando há alguma irregularidade", afirmou o tucano, ao ser questionado sobre a corrupção.

Ele ainda falou dos ataques aos órgãos de controle como o TCU (Tribunal de Contas da União), criticado diversas vezes por Lula.

Serra citou o caso dos aloprados do PT nas eleições de 2006. "Tem casos que estão insepultos que não foram feitos nada", disse.

"A corrupção no Brasil chegou a níveis insuportáveis", completou.

Também no primeiro bloco, Dilma citou o escândalo dos Sanguessugas de 2006. "Foi na área da saúde, tanto é que chamou de sanguessugas", disse. Interessante ela lembrar de um dos primeiros escandalos do governo Lula, ao invés de atacar Serra. Foi tiro no pé.

O tucano afirmou que o governo encolheu "em seis ou sete" pontos percentuais as verbas para a saúde. A candidata petista disse que o Brasil tem "um problema sério de qualidade da saúde".

Quando o tema foi a educação, Serra também cutucou o governo federal, quando afirmou que "muitos Estados e municípios não estão pagando nem o piso" para os professores da rede pública porque o "governo federal havia se comprometido a pagar a diferença e não está pagando".

O presidenciável tucano voltou a propor um pacto nacional pela educação, "acima das disputas políticas e eleitorais".

"Temos que ter um entendimento que passe por cima dos partidos, de sindicatos", afirmou.

Após as considerações finais, Serra foi intensamente aplaudido, principalmente pela platéia de indecisos, que é um termometro do reflexo nas ruas.

VAMOS COMPARAR?


SERRA é mais experiente. Já foi deputado, senador, secretário de estado, prefeito e governador, ministro duas vezes. Sempre foi o mais bem avaliado em todos os cargos que ocupou.
Dilma foi secretária de Finanças, deixou a prefeitura de Porto Alegre falida e nunca se submeteu ao julgamento do povo.

SERRA é ficha limpa. Em 40 anos de vida pública, nunca se envolveu em escândalos. Honestidade e seriedade são marcas do Serra.
Dilma é amiga de todos os envolvidos no Escândalo do Mensalão, incluindo José Dirceu, que foi acusado de ser chefe de quadrilha.

SERRA tem idéias próprias. É um realizador reconhecido, não anda na garupa de ninguém. Tem autonomia e enfrenta obstáculos para realizar o que for preciso. Serra faz e acontece.
Dilma vive na cola do Lula e não apresentou propostas do seu plano de governo!

Serra já fez mais pelo Brasil. Genéricos, mutirões da saúde, o Bolsa Alimentação que virou o Bolsa Família, Seguro Desemprego, o melhor programa de combate à AIDS do mundo. Entre tantas outras, grandes realizações que fazem diferença no dia a dia de milhões de brasileiros.
E a Dilma é absolutamente despreparada para a função. 60% das obras do PAC estão atrasadas; ela prometeu, mas não entregou moradias do "Minha Casa, Minha Vida" na Bahia, Sergipe e no Pará; e deixou paradas as obras dos metrôs de Salvador e de Fortaleza.

http://www.youtube.com/watch?v=YhFG8qmEWjM

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

UBERLANDIA RECEBE SERRA DE BRAÇOS ABERTOS







A segunda maior cidade do estado de Minas Gerais recebeu nessa quinta-feira, o candidato José Serra de braços abertos. Acompanhado do governador de Minas, reeleito, Anastasia, dos senadores Aécio Neves e Itamar Franco, foram recebidos pelo prefeito de Uberlandia, Odelmo Leão. Faziam parte da comitiva também, o senador Eduardo Azeredo e o ex-governador Rondon Pacheco, que é natural de Uberlândia.

Ao receber o candidato Serra, o prefeito Odelmo Leão foi contundente nas suas críticas a Lula e compania. Leão disse que aqueles que estavam ali no palanque, foram os que assinaram a Constituição de 1988, votaram em Tancredo na redemocratização e votaram a favor do Plano Real. Enquanto o "lado de lá" não assinou a Constituição, votou contra Tancredo e votou contra o Plano Real. O "lado de lá" pensa que fez tudo no Brasil, mas na verdade, encontraram tudo pronto!

O governador Anastasia disse que nas eleições fizeram barba, cabelo e bigode, elegendo governador e os dois senadores. Mas que agora, faltava vestir o terno, elegendo Serra presidente do Brasil. O povo mineiro não erra, o presidente é Serra!

Aécio lembrou, que no primeiro turno, Lula veio aqui e disse que era melhor que os mineiros votassem num candidato a governador que fosse afinado com a presidencia da República. Pois agora no segundo turno, vamos concordar com ele na afinidade, como os mineiros elegeram Anastasia para governador, vamos eleger Serra Presidente para que o governo federal tenha afinidade com o governo do estado. Disse que para as montanhas e os campos de Minas possam continuar respirando a liberdade, é preciso mais do que nunca, eleger Serra presidente do Brasil!

Como Itamar abriu mão de falar, Serra no início do discurso, puxou o senador para junto de si e abraçado com ele disse: "Esse é o presidente Itamar, o homem que lançou o Plano Real e acabou com uma inflação de 80% ao dia!" Seguiu-se intensos aplausos e pode-se ver a gratidão de Itamar com aquele gesto de Serra, ao mesmo tempo que seus olhos emocionados corriam pela platéia em aplausos, num olhar de agradecimento a um reconhecimento que talvez o povo brasileiro ainda não tenha feito adequadamente ao velho presidente.

Serra disse que a maratona de candidato não é mole, tinha gravado até às 4:30h da manhã e que tinham lhe aconselhado a cancelar a viajem para descansar. "Eu disse não, vou me revigorar no meio dos mineiros!" Bastou isso para a platéia cantar: "O povo mineiro não erra, o presidente é Serra!"

Continuando Serra conclamou todos à luta por votos dos indecisos nesses últimos dias. Pediu que cada um conseguisse mais um voto e quem pudesse 2 ou 3. E brincou com um grupo de jovens: "Se for moça bonita tem que ser 15 votos. Voces façam a relação de pretendentes e mandam um email para cada um: "quem votar no 45 tem maiores chances!' A moçada vibrou!

Serra lembrou que há 12% de indecisos e muitos votos da Dilma que não são firmes e podem ser mudados. Falou da sua vida correta, de mãos limpas enquanto que do lado do governo tem escandalo toda semana. Deixou os prefeitos de pequenas cidades, em grande número na platéia, tranquilos quanto ao repasse do FPM e tranquilizou os produtores rurais com relação ao MST.

"Vamos substituir o punho fechado do ódio, pelo abraço da solidariedade. Essa eleição vai ser decidida aqui em Minas e eu conto com voces!"

Em seguida desceram à rua e fizeram caminhada até o tradicional Café Real, onde se reunem os formadores de opinião de Uberlandia. Durante o trajeto, os quatro, Serra, Anastasia, Aécio e Itamar, lado a lado, cumprimentando e abraçando todo mundo, sem cordão de isolamento e nem seguranças. Ali estava o presidente do povo brasileiro e seus amigos de Minas Gerais!

MULTIDÃO RECEBE SERRA NO RECIFE

Um verdadeiro arrastão de militantes, jornalistas e pessoas do povo acompanhou a caminhada do presidenciável José Serra (PSDB) pelas ruas do Recife, nesta quarta-feira (27). Era quase impossível ver o presidenciável, que mal conseguia andar. Todos queriam, não apenas vê-lo, mas tirar fotos e pegar autógrafos, fazendo com que ele demorasse quase 1h para atravessar a rua da Imperatriz, rua do Centro da cidade.

Ao chegar no final da rua, o candidato entrou em um carro preto e interrompeu a caminhada. Poucos perceberam a ausência do presidenciável e a caminhada continou. Na rua Nova, muitos ainda esperavam pela passagem de Serra. O presidente estadual do PSDB, Evandro Avelar, era um deles. Ao ser questionado pelo Diario sobre onde estava o candidato, respondeu: “Não sei. Estou esperando ele passar por aqui.”

Segundo a assessoria do candidato, a interrupção da caminhada aconteceu porque Serra tinha viagem marcada para as 17h30. Ele seguiu para São Paulo, onde grava programa eleitoral. Na quinta-feira (27) vai a Minas Gerais e, na sexta (28), volta para São Paulo, para participar de um debate televisivo. No sábado (29), retorna ao estado mineiro.

Entrevistas

O presidenciável José Serra dedicou a parte da manhã para falar com os jornalistas. Ele participou de duas entrevistas em rádios locais e concedeu uma coletiva à imprensa. Foram várias as críticas ao PT, partido que, de acordo com ele, “tem uma central de mentiras”.

Ao falar da economia, Serra disse que, ao contrário do que se anuncia, o país tem problemas que serão acentuados no futuro. “Nosso déficit é o maior da história. Estamos pegando (dinheiro) furiosamente do exterior. Isso não é nada seguro”, disse.

A popularidade do presidente Lula e do governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), também foram mencionadas. No caso presidente, Lula estaria usando a popularidade e extrapolando os limites para eleger Dilma Rousseff “a qualquer custo”. Quanto a Eduardo, para Serra, o socialista só não está do lado tucano, por pressões do PT. “Eu acho que no fundo da alma ele sabe que sim, que estaria melhor do meu lado”, falou.

ENQUETE DO DIÁRIO DE PERNAMBUCO:
Já decidiu em quem vai votar para presidente no segundo turno?

Dilma Rousseff (PT) - 43%

José Serra (PSDB) - 54%

Ainda não decidi - 1%

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

CARTA À CANDIDATA DILMA


Meu nome foi incluído no manifesto de intelectuais em seu apoio. Eu não a apóio. Incluir meu nome naquele manifesto é um desaforo! Mesmo que a apoiasse, não fui consultada. Seria um desaforo da mesma forma. Os mais distraídos dirão que, na correria de uma campanha... “acontece“. Acontece mas não pode acontecer. Na verdade esse tipo de descuido revela duas coisas:

falta de educação e

a porção autoritária cada vez mais visível no PT. Um grupo dominante dentro do partido que quer vencer a qualquer custo e por qualquer meio.

Acho que todos sabem do que estou falando.

O PT surgiu com o bom sonho de dar voz aos trabalhadores mas embriagou-se com os vapores do poder. O partido dos princípios tornou-se o partido do pragmatismo total. Essa transformação teve um “abrakadabra” na miserável história do mensalão . Na época o máximo que saiu dos lábios desmoralizados de suas lideranças foi um débil “os outros também fazem...”. De lá pra cá foi um Deus nos acuda!

Pena. O PT ainda não entendeu o seu papel na redemocratização brasileira. Desde a retomada da democracia no meio da década de 80 o Brasil vem melhorando; mesmo governos contestados como os de Sarney e Collor (estes, sim, apóiam a sua candidatura) trouxeram contribuições para a reconstrução nacional após o desastre da ditadura.

Com o Plano Cruzado, Sarney tentou desatar o nó de uma inflação que parecia não ter fim. Não deu certo mas os erros do Plano Cruzado ensinaram os planos posteriores cujos erros ensinaram os formuladores do Plano Real.

É incrível mas até Collor ajudou. A abertura da economia brasileira, mesmo que atabalhoada, colocou na sala de visitas uma questão geralmente (mal) tratada na cozinha.

O enigmático Itamar, vice de Collor, escreveu seu nome na história econômica ao presidir o início do Plano Real. Foi sucedido por FHC, o presidente que preparou o país para a vida democrática. FHC errou aqui e ali. Mas acertou de monte. Implantou o Real, desmontou os escombros dos bancos estaduais falidos, criou formas de controle social como a lei de responsabilidade fiscal, socializou a oferta de escola para as crianças. Queira o presidente Lula ou não, foi com FHC que o mundo começou a perceber uma transformação no Brasil.

E veio Lula. Seu maior acerto contrariou a descrença da academia aos planos populistas. Lula transformou os planos distributivistas do governo FHC no retumbante Bolsa Família. Os resultados foram evidentes. Apesar de seu populismo descarado, o fato é que uma camada enorme da população foi trazida a um patamar mínimo de vida.

Não me cabem considerações próprias a estudiosos em geral, jornalistas, economistas ou cientistas políticos. Meu discurso é outro: é a democracia que permite a transformação do país. A dinâmica democrática favorece a mudança das prioridades. Todos os indicadores sociais melhoraram com a democracia. Não foi o Lula quem fez. Votando, denunciando e cobrando foi a sociedade brasileira, usando as ferramentas da democracia, quem está empurrando o país para a frente. O PT tem a ver com isso. O PSDB também tem assim como todos os cidadãos brasileiros. Mas não foi o PT quem fez, nem Lula, muito menos a Dilma. Foi a democracia. Foram os presidentes desta fase da vida brasileira. Cada um com seus méritos e deméritos. Hoje eu penso como deva ser tratada a nossa democracia. Pensei em três pontos principais.

1) desprezo ao culto à personalidade;

2) promoção da rotação do poder; nossos partidos tendem ao fisiologismo. O PT então...

3) escolher quem entenda ser a educação a maior prioridade nacional.

Por falar em educação. Por favor, risque meu nome de seu caderno. Meu voto não vai para Dilma.

SP, 25/10/2010

Ruth Rocha, escritora

terça-feira, 26 de outubro de 2010

SERRA VENCE EM 10 DAS 13 CIDADES EM QUE FOI FEITA A ENQUETE DA JOVEM PAN EM TODO O BRASIL


Enquete Brasil - Eleição 2010

Resultados das enquetes nas capitais e principais cidades do Brasil

Se a eleição para Presidente da República fosse hoje em quem você votaria?

São Paulo/SP
26/10/2010 - 06h30min
Dilma Rousseff (PT)
13,3%
José Serra (PSDB)
86,7%
Nulo / Branco
0,0%
Total de votos: 30
Fortaleza/CE
26/10/2010 - 09h20min
Dilma Rousseff (PT)
76,7%
José Serra (PSDB)
23,3%
Nulo / Branco
0,0%
Total de votos: 30
Joinville/SC
26/10/2010 - 07h30min
Dilma Rousseff (PT)
16,7%
José Serra (PSDB)
83,3%
Nulo / Branco
0,0%
Total de votos: 30
São Luis/MA
26/10/2010 - 00h00min
Dilma Rousseff (PT)
10,0%
José Serra (PSDB)
90,0%
Nulo / Branco
0,0%
Total de votos: 30
Porto Alegre/RS
26/10/2010 - 00h00min
Dilma Rousseff (PT)
66,7%
José Serra (PSDB)
33,3%
Nulo / Branco
0,0%
Total de votos: 27
Manaus/AM
26/10/2010 - 00h00min
Dilma Rousseff (PT)
23,3%
José Serra (PSDB)
76,7%
Nulo / Branco
0,0%
Total de votos: 30
Salvador/BA
26/10/2010 - 12h45min
Dilma Rousseff (PT)
40,0%
José Serra (PSDB)
60,0%
Nulo / Branco
0,0%
Total de votos: 30
Campo Grande/MS
26/10/2010 - 00h00min
Dilma Rousseff (PT)
33,3%
José Serra (PSDB)
66,7%
Nulo / Branco
0,0%
Total de votos: 30
Vitória/ES
26/10/2010 - 08h20min
Dilma Rousseff (PT)
50,0%
José Serra (PSDB)
50,0%
Nulo / Branco
0,0%
Total de votos: 30
Belo Horizonte/MG
26/10/2010 - 00h00min
Dilma Rousseff (PT)
43,3%
José Serra (PSDB)
56,7%
Nulo / Branco
0,0%
Total de votos: 30
Recife/PE
26/10/2010 - 00h00min
Dilma Rousseff (PT)
63,3%
José Serra (PSDB)
36,7%
Nulo / Branco
0,0%
Total de votos: 30
Maringá/PR
26/10/2010 - 18h55min
Dilma Rousseff (PT)
20,0%
José Serra (PSDB)
80,0%
Nulo / Branco
0,0%
Total de votos: 30
Rio de Janeiro/RJ
26/10/2010 - 00h00min
Dilma Rousseff (PT)
20,0%
José Serra (PSDB)
80,0%
Nulo / Branco
0,0%
Total de votos: 30
De acordo com o Artigo 21 da Resolução 23.190 do Tribunal Superior Eleitoral, estamos fazendo uma enquete, que é mero levantamento de opinião, sem controle de amostra, não utilizando método científico para a sua realização.


REGIÃO DE BAURU EM ALERTA CONTRA MST


26/10/2010 JCNET
Produtores se organizam contra investida do MST

José Maria Tomazela
Produtores rurais da região de Bauru reúnem-se na quinta-feira para discutir uma forma de reagir legalmente à investida do Movimento Trabalhadores Rurais dos Sem Terra (MST) sobre as fazendas da região. O centro-oeste está na mira do movimento desde que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) revelou a existência de mais de 40 mil hectares de terras supostamente públicas na região, entre os municípios de Bauru e Iaras.

O MST aguarda o segundo turno das eleições para intensificar as ações, segundo o presidente do Sindicato Rural de Bauru, Mauricio Lima Verde Guimarães. “Falam de uma lista com o nome das fazendas que serão invadidas”, disse.

Ele conta que foi procurado por agricultores e pecuaristas que já tiveram propriedades invadidas ou estão na lista do MST. Desde fevereiro, 18 propriedades rurais foram ocupadas na região, a última, a menos de 20 dias - os invasores ainda permanecem na área. Além do MST, participam das ações integrantes da Federação dos Agricultores Familiares (FAF) e de grupos independentes. De acordo com Guimarães, os fazendeiros pretendem discutir os instrumentos jurídicos que podem ser acionados em caso de invasão. “Já temos apoio da Polícia Militar através de patrulhas que percorrem diariamente cerca de 250 quilômetros de estradas.”

A ação policial foi necessária em razão de ameaças de sem-terra contra fazendeiros. Há um mês, as cercas da fazenda Ribalonga do Faxinal foram cortadas em vários pontos e o gado fugiu. O pecuarista Eduardo Lourenço Pinto, de 82 anos, foi obrigado a transferir a família para a cidade. Os ruralistas pretendem pedir também ações rápidas da justiça para retirar os invasores em caso de ocupação. Há casos em que a invasão se prolonga além da conta. O sítio Santa Marina, do pequeno produtor Antonio Aversa Neto, invadido por dissidentes do MST no dia 6 de agosto de 2009, só foi desocupado ontem, 445 dias depois. O produtor, que ainda teve de pagar o transporte para os sem-terra saírem da área, vai entrar com ação contra a União.


ARQUIVOS DO STM SOBRE DILMA


O Jornalista Polibio Braga soube no início da noite de ontem, que o Mandado de Injunção que protocolou sexta-feira a noite no STF já está com o ministro Marco Aurélio Mello e que a decisão sobre a liminar pedida poderá sair até esta terça-feira ao meio dia.

. As informações são do advogado gaúcho Leudo Costa.
É dele o texto do MI que pede que o STF determine ao STM a entrega de todos os autos dos processos sobre crimes militares cometidos por Dilma Roussef durante a ditadura militar. O STM negou-se a fornecer acesso aos documentos e examina Mandado de Segurança da Folha que pede a liberação dos autos. O editor alegou no MI que a Nação tem o direito de saber tudo sobre os 12 anos da história da mulher que poderá ser a presidente dos brasileiros a partir do domingo - e que continuam na mais completa obscuridade. O STM e a própria Dilma Roussef não querem mostrar este lado sombreado da vida da candidata do PT. Dilma alega que na Unicamp existem cópias dos processos, mas lá não se encontram os processos por crimes militares, que são os que tratam de assaltos a quartéis, assassinatos de militares, delação, colaboração, tortura ou confrontos armados com soldados.

Entrevista do advogado Leudo Costa:

Por que um recurso diretamente ao STF para obrigar o STM a abrir os arquivos sigilosos com os processos de Dilma Roussef ?
Não se trata de um recurso, mas de ação constitucional prevista na CFB, artigo 5º, inciso LXXI. Somente o Supremo Tribunal Federal tem competência Constitucional para julgar outro Tribunal Superior, conforme prevê a CFB, art. 101, I, letra “q”.

O que o Senhor acha que o STM pode estar querendo proteger?
Só há uma explicação lógica e aceitável: há algo de muito grave até hoje não revelado à Nação brasileira.

O STF tem prazo para decidir isto, porque as eleições sairão neste domingo?
A ação foi encaminhada eletronicamente. Tão logo seja oficialmente distribuída nesta segunda-feira, o Ministro relator deverá despachar em algumas horas, pois se justifica a urgência a e importância da Ação.

Caso o STF não decida a tempo, existe algum outro remédio jurídico ?
Não restará outro caminho, senão aguardar a decisão definitiva sobre a matéria. Se os autos revelarem agravos sobre Dilma, seu mandato, caso ela se eleja, ficará maculado.

"DILMA NÃO DÁ CONTA!"

do jornalista Polibio Braga.

Não é só a lojinha que Dilma Roussef teve que fechar em Porto Alegre. O editor sucedeu Dilma na Secretaria Municipal da Fazenda, de onde ela saiu tres meses antes do final do mandato do então prefeito Alceu Collares, porque não aguentou o rojão. Deixou o caixa a zero, dívidas enormes, déficit terrível. Não tinha dinheiro nem para pagar o 13o salário de 1988. Ela disse: "Essa gente (Collares e Neuza) é irresponsável e louca". E foi embora. Nem relatório deixou. Ela entregou a prefeitura quebrada. Ao aceitar mudar da Smic para o lugar de Dilma, salvei Collares do desastre, em apenas tres meses. Foi o que me levou mais tarde à Casa Civil do governo do RS. Eu conto tudo isto em detalhes no livro "A Casa Civil".

Mais tarde, na Câmara de Vereadores, Dilma fugiu de novo: ela abandonou a Diretoria Geral, nomeada pelo então vereador Valdir Fraga, antes de terminar seu prazo de contratação, porque não deu no coro. Anos depois, na secretaria de Minas e Energia, meteu o pé pelas mãos ao incentivar a criação da Térmica Gaúcha, em Montenegro. Os sócios - CEEE, do governo estadual; Ipiranga; Petrobrás - quebraram a usina antes mesmo de começar e tomaram um prejuízo de R$ 100 milhões. Isto tudo a candidata do PT não conta na biografia edulcorada que vai para a TV, que omite também os anos de chumbo da violenta VAR Palmares, organização terrorista da qual fez parte, cuja ação mais conhecida foi o assalto aos cofres de Ademar de Barros, o avô dos atuais donos da Band TV.


Perfil : Políbio Braga (Jaraguá do Sul, 18 de junho de 1941) é um jornalista, escritor e político

Nascido em Santa Catarina, veio para o Rio Grande do Sul aos 20 anos. Foi presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas entre 1962 e 1963. Foi secretário da Indústria e Comércio e da Fazenda de Porto Alegre, além de secretário de Relações Internacionais e chefe da Casa Civil do governo de Alceu Collares.

Foi preso duas vezes durante o regime militar brasileiro, em 1962 e 1972. Publicou um livro sobre esta experiência, chamado Ahú, diário de uma prisão política.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

DEBATE: SERRA VENCE DE NOVO!


Mais sério do que em debates anteriores, Serra foi ao ataque usando os escândalos na Casa Civil, o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), e tentou inverter os ataques feitos a ele pela campanha petista, que o acusa de defender a privatização. Nos temas da banda larga e da Petrobras, sugeriu que quem trabalhou pela privatização foi Dilma.

Serra foi o primeiro a abordar a temática dos escândalos, e citou a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, que hoje prestou depoimento à Polícia Federal no caso em que é acusada de tráfico da influência.

Serra afirmou que a campanha petista inventa "um rosário de mentiras" sobre ele.

"Vocês inventam uma coisa de que teria havido uma contribuição que eu não teria recebido e ele teria recebido. Primeiro que eu seria a vítima. Quem tem que investigar é a Polícia Federal. O Paulo de Souza sequer foi chamado para depor"

"Ela [Dilma] teve como braço direito uma mulher que montou um esquema amplo de corrupção. Aliás, foi a mulher que a Dilma deixou pra ocupar o lugar dela".

Serra acusou Dilma de "mentirosamente" dizer que ele quer privatizar o pré-sal. No entanto, segundo o tucano, a petista --como presidente do Conselho de Administração da Petrobras-- entregou a exploração do petróleo brasileiro para 108 empresas privadas, "metade para estrangeiras e metade nacionais".

Ao ser questionado pela adversária sobre a criação de empregos, Serra voltou a falar do petróleo.

"Eu duvido que alguém tenha entendido o que a Dilma explicou", afirmou o tucano. Segundo ele, a petista foi a pessoa que mais entregou a exploração de petróleo para empresas privadas no mundo.

"O que eu quero fazer é reestatizar a Petrobras", afirmou Serra.

O presidenciável ainda afirmou que o governo entregou parte da Petrobras para o comando do ex-presidente Fernando Collor. Na sua última fala, no terceiro bloco, Serra afirmou que houve também na administração Dilma na Petrobras privatização do pré-sal.

Serra prometeu fazer o "desmatamento zero" na Amazônia. O tucano disse ainda que, enquanto Dilma no governo, se posicionou contra o Fundo Internacional do Meio Ambiente.

Questionado por Dilma sobre o PAC e projetos de investimento para o Nordeste, Serra disparou contra o programa e afirmou que não há "planejamento" nem "entrosamento" entre as obras.

"Teve um índice de realização pequeno. Talvez um sétimo foi de fato realizado", disse. "Há muito mais saliva, muito mais propaganda do que realização".

O tucano criticou também a lentidão nas obras da Transnordestina e da ferrovia norte-sul.

No último bloco, Serra questionou Dilma sobre o MST, que, segundo ele, "é um movimento político, que usa a reforma agrária como pretexto". O tucano disse estar preocupado com o fato de que o governo "tem dado dinheiro" ao movimento.

Serra lembrou de um episódio em que Dilma vestiu o boné do movimento e depois disse que jamais voltaria a vesti-lo. O tucano rebateu as falas de Dilma de que o governo Lula assentou mais pessoas do que o governo FHC e de que o número de invasões de terra diminuiu no atual governo.

"As invasões aumentaram com relação ao governo passado. Antes teve 800 por ano. Nesse ano teve 900. E não são só invasões, são também destruições. Uma coisa é reforma agrária, outra é a violência pra quebrar a ordem jurídica", afirmou Serra.

Nas considerações finais, Serra foi intensamente aplaudido pela platéia e rolou até um "fora Dilma!"

UM MILHÃO DE VOTOS DE DIFERENÇA PRÓ-SERRA NO RIO GRANDE DO SUL


O deputado federal Osmar Terra (PMDB), uma das principais lideranças da campanha do presidenciável José Serra (PSDB) no Rio Grande do Sul, aposta em uma virada do tucano no segundo turno. A começar pelo próprio Estado, onde Dilma Rousseff (PT) venceu por mais de 400 mil votos no primeiro turno. O peemedebista acredita que Serra terá uma vantagem superior a 1 milhão de votos no Rio Grande do Sul, como ocorreu com Geraldo Alckmin (PSDB), que venceu Lula (PT) entre os eleitores gaúchos em 2006. Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Terra avalia as propostas das duas candidaturas que disputam o Planalto e fala da campanha no Estado e da importância estratégica de uma vitória de Serra na região Sul.

Jornal do Comércio - O senhor é uma das lideranças da campanha de Serra, mas integra o PMDB. Como isso ocorreu?

Osmar Terra - Desde o início, falei com o (presidente nacional do PMDB e candidato a vice na chapa da petista Dilma Rousseff, Michel) Temer: "Se for candidato a presidente da República, farei campanha. Mas não farei campanha para vice da Dilma". Nosso principal adversário no Estado é o PT. Além de o conhecer e achar que é o melhor para o Brasil, acredito que o apoio ao Serra para o PMDB do Rio Grande do Sul é o melhor caminho.

JC - No primeiro turno, Dilma teve vantagem de 400 mil votos em relação a Serra no Rio Grande do Sul. Como o senhor projeta o segundo turno?

Terra - Serra ganha no segundo turno e bem. Vamos trabalhar para fazer mais de 1 milhão de votos (de diferença).

JC - O que mudou agora?

Terra - Primeiro, os partidos ficaram mais livres para fazer a campanha. Tínhamos um candidato a governador (José Fogaça, PMDB) com posição de neutralidade em função da coligação que o sustentava. Depois, fizemos uma assembleia com toda a base do partido e se optou por apoiar Serra por imensa maioria. E os nossos dois candidatos majoritários, Germano Rigotto (que disputou o Senado) e Fogaça, também.

JC - Ainda existe expectativa de que o senador Pedro Simon declare voto em Serra?

Terra - Não sei, Simon está em Brasília e ainda não conversamos... Essa é uma outra eleição. Serra, em relação aos votos que teve, aumentou no segundo turno. Teve migração de votos para ele. Dilma está mais ou menos com os votos que teve, um pouco mais. A migração dos votos de Marina (Silva, PV) foram mais para Serra do que para Dilma. E o próprio eleitor da Dilma e do Serra ainda vai ter uma semana para pensar. A eleição se decide muito nos últimos dias. As pesquisas erraram muito longe no primeiro turno. E o resultado da eleição pode ser bem diferente do que o das pesquisas.

JC - Qual é o caminho para uma virada?

Terra - Trabalhar bastante. Depende muito do horário eleitoral. A eleição hoje é 60% de horário eleitoral e debates na TV e 40% de militância. E Serra se saiu muito melhor. Então, agora é organizar a militância, ir para rua e pedir votos.

JC - Por que Serra está dando tanta atenção ao Rio Grande do Sul no segundo turno?

Terra - A região Sul é estratégica. Os três estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) devem dar uma diferença de votos importante para Serra. Ele vai ganhar nas três regiões - porque a divisão do mapa eleitoral do País é em quatro regiões. Centro-Oeste/Norte ele ganha. No Sudeste também deve ganhar. Quanto maior for a diferença, maior a chance. E deve ganhar com uma diferença maior no Sul.

JC - Então o Sul pode neutralizar o Nordeste e definir a eleição para Serra?

Terra - Quem decide a eleição do Serra é Minas Gerais. Quanto maior for a diferença em Minas e menor no Rio de Janeiro. Na região Sul, Serra ganha. No Rio Grande do Sul, com certeza, como Alckmin ganhou. Se dependesse do Rio Grande do Sul, Alckmin era presidente no primeiro turno (em 2006). Nossa meta é que Serra faça a votação que Alckmin fez aqui (55,3%).

JC - Especula-se que o senhor será ministro da Saúde em um eventual governo Serra. O senhor tem esse desejo?

Terra - Faço campanha para Serra porque acredito nele. Nunca eu ou Serra falamos isso (Ministério da Saúde). Ninguém tocou nesse assunto. Inclusive, se eu pudesse optar, se ele me convidasse, gostaria desse papel que o (deputado Henrique) Fontana (PT) teve, de ser líder do governo (Lula). Acaba influenciando muito mais e ajudando muito mais.

JC - Qual é a sua avaliação do primeiro turno?

Terra - O bem-estar da população e a perspectiva de melhorar de vida influenciam a política. Se a eleição fosse no ano passado, Serra ganhava no primeiro turno, porque havia a crise. Mas o País tem uma base econômica sólida, a partir do Plano Real. E que não é reconhecida, parece que tudo começou com Lula. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) estabilizou a moeda, fez a Lei Responsabilidade Fiscal e saneou os bancos. Com isso, se criou uma base sólida para chegar nesse ponto. Lula manteve as bases da política econômica de FHC, o que ajudou a superar essa crise. Mas não é possível comparar um processo no 16º ano com um processo no 8º ano. É como uma criança de 8 anos e um adolescente de 16.

JC - E fora a tese de eleição plebiscitária - comparar os governos FHC e Lula -, como o eleitor pode diferenciar as candidaturas?

Terra - Há duas pessoas para conduzir o futuro do Brasil, que não são nem o Lula nem o FHC. Serra não é o FHC, embora tenha ajudado o governo. Mas ele tinha críticas ao governo no período em que era ministro. A Emenda 29, que Serra ajudou a articular com a frente parlamentar da saúde, o (ex-ministro da Fazenda Pedro) Malan não queria. Serra criticou a política de juros altos. É uma pessoa que tem pensamento próprio, diferentemente de Dilma.

JC - Por quê?

Terra - Dilma é uma burocrata eficiente, mas nunca foi testada em decisões de governo. É um arranjo interno do PT, que teria quadros melhores que ela. O (governador eleito do Rio Grande do Sul) Tarso (Genro, PT) é um quadro melhor, é testado, formula, foi quatro vezes ministro do Lula, e só não foi candidato a presidente porque foi vetado pelo (ex-chefe da Casa Civil José) Dirceu (PT). Quando Tarso quis refundar o PT e tirar essa turma do Dirceu, ele (José Dirceu) disse não, e colocaram uma pessoa em quem eles tinham mais confiança, a Dilma. É diferente de uma pessoa que tem a trajetória do Serra, por todo o tempo no exílio, de formulação política, de participação no Congresso, um dos melhores prefeitos de São Paulo, governador num estado forte como São Paulo. Tem história. Então, faria um grande governo para o Brasil.

JC - E em termos de projetos, quais as diferenças?

Terra - Serra tem uma correção de rumo a fazer na área econômica, principalmente na política cambial. O parque industrial do Rio Grande do Sul foi devastado pela política cambial de Lula. O Vale do Sinos fechou as indústrias porque não conseguia mais vender um sapato no exterior em função da desvalorização do dólar. E isso abriu as portas para uma invasão de produtos chineses, que devastou nossa indústria e tirou muito emprego daqui. A mesma coisa com máquinas agrícolas. Estávamos fabricando colheitadeiras para os Estados Unidos, Europa, Argentina. E com essa mudança da política cambial, que está ligada aos juros, tivemos um baque. Serra não vai privilegiar o juro bancário. Com Lula, os banqueiros ganharam 100 vezes mais do que as famílias do Bolsa Família, e a produção ficou no segundo plano. O Rio Grande do Sul seria o estado mais beneficiado do Brasil no governo Serra - iria voltar a ser um estado exportador em grande escala. Geraria mais emprego na zona calçadista, de máquinas agrícolas, moveleira.

JC - A proposta é baixar os juros e valorizar o real?

Terra - É manter o real numa faixa que permita a nossa indústria exportar. O Brasil tem que competir com o mundo.

JC - Isso incentivaria a produção de industrializados.

Terra - Na parte econômica seria um avanço. E Serra seria um presidente preocupado com a saúde. A Emenda 29 já estaria aprovada se ele tivesse ganho em 2002. É uma emenda constitucional criada quando Serra era ministro, mas não está regulamentada. E ela garante financiamento. Com Serra, a saúde vai ser prioridade. E as políticas sociais também seriam mantidas, como o Bolsa Família. Mas deve ter porta de entrada e de saída. As pessoas não podem desejar que seus filhos e netos continuem recebendo Bolsa Família.

JC - A campanha do PT diz que Serra pode não dar continuidade a esses programas.

Terra - Isso é discurso de campanha. Setores do PT - não digo que Lula trate assim - tratam o Bolsa Família como os coronéis do Nordeste tratavam a compra de votos: "Se não votar no fulano, não ganhas mais." Tem um clientelismo que o Hélio Bicudo denunciou. O José Dirceu disse para ele que Bolsa Família não é para resolver o problema da pobreza, mas para garantir 40 milhões de votos. O Bolsa Família existiria se Lula não tivesse sido eleito presidente, porque todas as bases já haviam sido criadas no governo FHC, existiam vários tipos de bolsa.

JC - E qual é a sua avaliação do debate eleitoral? Serra insiste na pauta ética e o PT nas privatizações.

Terra - Serra tem uma biografia tão importante que precisam de um factoide para desviar a atenção da comparação de biografias e propostas. Então, se vai para esse lado.

JC - O senhor atribui exclusivamente ao PT a discussão de temas periféricos?

Terra - O problema é que são temas que pesam numa campanha. As igrejas se envolvem, todos começam a falar. O ideal seria discutir questões econômicas e sociais. Mas toda a campanha tem essas questões. Por exemplo, esse episódio que ocorreu com Serra (atingido por um objeto no Rio). A caminhada de um candidato não pode ser impedida por um partido político. A pessoa não pode ser alvo nem de bolinha de papel, quanto mais de outras coisas mais pesadas. É um precedente gravíssimo. É a porta de entrada para as tropas de choque partidárias. Foi assim que o fascismo tomou conta das ruas e acabou a oposição na Itália, que o nazismo acabou com a oposição. É a coisa mais grave que já aconteceu nos últimos anos em política. Lula deveria ter tido uma posição de estadista, ter dito que isso não era orientação do PT, que quem fez isso deve ser punido. Mas assume uma atitude de militante, diz que foi mentira. O que ele está dizendo com isso? "Podem fazer, jogar coisas nos candidatos." É muito grave.

JC - E a cobertura da imprensa, como o senhor avalia?

Terra - A imprensa não está isenta, nem a nacional nem a estadual. Se fizer por centímetro quadrado, dá mais (espaço) para a Dilma disparado. No Rio Grande do Sul está impressionante.

JC - A imprensa gaúcha está pró-Dilma?

Terra - O número de centímetros quadrados nos jornais gaúchos nos últimos dias é muito maior para a Dilma. Não sei se na última semana vão inverter isso para serem isentos.

JC - O PT se queixa de veículos do centro do País. O jornal O Estado de S.Paulo abriu o voto em editorial...

Terra - Os jornais tinham que fazer isso. A pior coisa é estar isento e puxando para um lado.

Perfil

Osmar Gasparini Terra, 60 anos, nasceu em Porto Alegre. É formado em Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde iniciou sua vida política no movimento estudantil. Retornou ao Estado e, radicado em Santa Rosa, atuou como médico. Participou do movimento Diretas Já e filiou-se ao PMDB em 1986. Foi superintendente do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) e presidiu o Grupo Hospitalar Conceição nos anos 1980. Em 1988, disputou a prefeitura de Santa Rosa. Concorreu a deputado federal em 1990, ficando na suplência. Dois anos depois, venceu a eleição para prefeito de Santa Rosa. Em 1998, voltou a tentar vaga na Câmara dos Deputados, mas ficou na suplência de novo. No ano seguinte foi indicado pela então primeira-dama Ruth Cardoso para ser secretário-executivo do programa Comunidade Solidária. Tentou a Câmara mais uma vez em 2002, ficou na suplência, e se elegeu em 2006, reelegendo-se em 2010, com 130.669 votos. De 2003 até o início deste ano, foi secretário estadual de Saúde.