segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"QUE MERDA É ESSA?"

de Martha Neiva Moreira, O Globo

O protesto de um pequeno grupo ligado ao movimento negro contra o irreverente enredo do bloco Que Merda É Essa?!, que ironiza os exageros do "politicamente correto" e satiriza, entre outros temas, a tentativa de censura a um livro de Monteiro Lobato no ano passado, foi considerado por intelectuais, pesquisadores e profissionais ligados ao carnaval como uma atitude boba, insensata e mal humorada, que foge ao espírito libertário da folia.

Anteontem, quando o bloco ensaiava em Ipanema para o desfile do próximo domingo, pouco mais de 20 pessoas, com camisetas e cartazes dizendo que "o racismo vai desfilar no carnaval", panfletaram para os foliões cópias do parecer de 2010 do Conselho Nacional de Educação (CNE), já vetado pelo ministério, que classifica o livro "As caçadas de Pedrinho" como racista.

Para as personalidades ouvidas, quem faz o protesto é desinformado sobre a figura do autor e sobre o espírito que rege a festa de Momo.

— Carnaval é festa do inusitado, momento da liberação. Não cabe ter conotação política nem ser censurado desta forma — disse Hiram Araújo, pesquisador e autor do livro "Carnaval: seis milênios de história".

Para justificar sua posição, o pesquisador se vale do simbolismo que a festa tem desde a sua origem, nas Dionísias gregas e Saturnálias de Roma:

— Na época das festas que deram origem ao carnaval, os escravos tomavam o lugar, simbolicamente, de seus senhores e saíam pelas ruas atirando detritos nas pessoas. Era permitido a eles ter um privilégio que não tinham no resto do ano. A ideia de que tudo pode durante o carnaval vem daí.

O escritor e pesquisador Ricardo Cravo Albin engrossa o coro contra a manifestação e diz que ficou particularmente incomodado com a incapacidade de quem protesta de entender que a forma como Monteiro Lobato se refere aos seus personagens retrata o costume de uma época:

— Isso é patrulha ideológica. Cresci lendo Lobato e acho injusto dizer que ele era racista. Em seus livros, ele sempre tratou com dignidade e correção qualquer personagem. Se usa alguns termos em seus livros ou constrói seus personagens de um jeito ou de outro, é porque na época em que os escreveu era assim que a sociedade entendia aquelas figuras. É uma idiossincrasia mal humorada e extemporânea.

LULA NÃO INVESTIU NO SETOR ELÉTRICO


Renée Pereira, O Estado de S.Paulo

Dez anos depois de mergulhar no maior racionamento da história, o Brasil volta a conviver com problemas no setor elétrico.

Mas, desta vez, a crise não está na falta de energia, como ocorreu em 2001, mas na dificuldade de fazer o produto chegar até o consumidor final. Nos últimos meses, uma série de apagões e blecautes regionais causaram transtornos e prejuízos aos brasileiros.

Só neste ano, até o dia 22, foram 14 grandes ocorrências, conforme relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A maior delas deixou o Nordeste sem luz por até cinco horas. O incidente - ainda sem explicações precisas - garantiu ao Brasil o título de país com o maior número de blecautes de grandes proporções.

Das seis maiores ocorrências registradas no mundo desde 1965, três são do Brasil: em 1999 (97 milhões de pessoas), 2009 (60 milhões) e 2011 (53 milhões), segundo a consultoria PSR. O maior ocorreu na Indonésia, em 2005, atingindo 100 milhões de pessoas.

Além dos grandes apagões, que normalmente ocorrem por falhas no sistema de transmissão, a população também tem convivido com uma série de desligamentos na rede de distribuição, de responsabilidade das concessionárias.

Nesses casos, os cortes estão limitados às áreas de concessões das empresas, cidades ou bairros. As companhias alegam que a culpa é de São Pedro e que as redes não têm suportado as fortes chuvas.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O QUE É ISSO DILMA?


de Danuza Leão
A nata do empresariado e do jornalismo esteve presente na comemoração dos 90 anos da Folha, na Sala São Paulo. Marcada para as 19h30, se estendeu até a meia-noite, devido ao atraso das autoridades, faz parte. Mas São Pedro ajudou, e a tempestade diária, com direito a raios e trovões, nesse dia chegou mais cedo, foi às 3h da tarde.

Digna de registro a elegância dos convidados. Impossível não pensar que, se fosse no Rio, haveria homens e mulheres de jeans rasgados e tênis, como costumam frequentar o Municipal. Num universo de 1.500 pessoas, apenas uns três homens, se tanto, usavam camisa esporte; todos os outros, terno escuro e gravata, ponto para São Paulo.

Foi bacana o ato multireligioso, mas o cônego Aparecido Pereira não precisava -e não devia- fazer a plateia ficar de pé e rezar o Pai Nosso, já que os outros líderes religiosos não o tinham feito. Afinal, nem todos ali eram católicos.
Na hora de se levantar para fazer seu discurso, a presidente Dilma -distraída- não sabia para que lado ir, se esquerda ou direita. Elementar: faltou um assessor para acompanhá-la até a escada que levava ao palco.

Dilma não é boa de improviso; é bom mesmo que ela evite falar em público para não errar, como aconteceu. Mas em compensação, deve ter emagrecido uns bons cinco quilos; qual foi a dieta, presidente?

Se quiser ficar melhor ainda, precisa corrigir sua postura, pois dá a impressão de estar levando o mundo nos ombros. Pilates três vezes por semana resolveria lindamente o problema.

Legal ela ter mencionado o nome de FHC em seu discurso, mas o de Serra foi forçação de barra. Afinal, no momento, o ex-governador não ocupa nenhum cargo público; não convenceu.

Depois dos discursos, chegou a grande hora: a Osesp, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, orgulho da cidade, apresentaria, regida por Isaac Karabtchevsky, a "Sinfonia nº 6", de Villa-Lobos. Mas eis que se vê um pequeno agito onde estavam as autoridades; seria um atentado? Não; a presidente simplesmente se levantou e saiu, seguida do seu séquito. Como assim? Assim mesmo: ela se foi antes da apresentação da orquestra. E antes que eu me esqueça, elegantíssima, perfeita, a casaca do regente.

Voltando: foi uma grande indelicadeza, que fica maior ainda quando feita pela presidente da República. As pessoas se olhavam sem acreditar, e imagino que os músicos da orquestra tenham ficado decepcionados. Afinal, teria sido uma grande honra para eles se apresentar diante da mais importante autoridade da nação. E quando ouvimos, emocionados, o Hino Nacional, ficou mais pesada ainda a descortesia. Pegou mal.

Vamos falar a verdade: a sinfonia foi difícil de ser acompanhada por ouvidos mais leigos, mas o Hino, tocado por uma orquestra de tal ordem -afinal, só estamos acostumados a ouvi-lo em estádios de futebol- foi maravilhoso.

Na saída, os comentários. Um deles eu ouvi, e guardei para contar: duas pessoas -uma petista, a outra tucana- comentavam sobre a saída de Dilma (era o assunto geral).

Uma delas disse que a presidente saiu porque não sabia que a orquestra ia tocar o Hino Nacional, que não tinha sido culpa dela. A outra respondeu: "mas Alckmin, FHC e Serra ficaram". A primeira continuou defendendo Dilma, dizendo que se ela não sabia, era culpa do cerimonial, ao que a outra respondeu:
"e desde quando o PT tem cerimonial?"

DITADOR SOLIDÁRIO


O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, expressou na sexta-feira seu apoio ao governo da Líbia e pediu paz no país que enfrenta uma semana de protestos.

Ele ressaltou, no entanto, que não aplaude as decisões tomadas por seus aliados no mundo.

Chávez, que afirmou ser amigo do líder líbio Muamar Kadafi, assim como de outros presidentes, manifestou preocupação com as manifestações em alguns países com risco de guerras civis, como o caso da Líbia.

"Não posso dizer que apoio, ou estou a favor, ou aplaudo qualquer decisão tomada por qualquer amigo meu em qualquer parte do mundo, não...mas nós sim apoiamos o governo da Líbia", disse Chávez na noite de sexta-feira, em declarações transmitidas pela TV estatal.

"Não pude falar com Kadafi todos estes dias", completou ele.

Manifestantes pedem a saída de Kadafi e têm sido reprimidos de forma violência, gerando críticas da comunidade internacional.

Na quinta-feira, Chávez, que reforçou os laços diplomáticos e comerciais com Kadafi, comentou em sua conta na rede social twitter: "Viva a Líbia e sua Independência! Kadafi enfrenta uma guerra civil!!".

sábado, 26 de fevereiro de 2011

CARNAVAL? PEGUE UM DINHEIRINHO NA CAIXA!


A Caixa Economica Federal, o banco oficial do governo PT, aparelhadíssima, continua divulgando o crédito fácil. A propaganda protagonizada por Regina Casé(a preferida por 11 entre 10 petistas), anuncia crédito fácil para pagar IPTU, IPVA, material escolar, aquelas "despesas chatas" do início do ano, E acrescenta: "aproveita para tirar um pouquinho mais para curtir o carnavaal", aconselha Casé toda sorridente!

Um banco responsável, vive de emprestar dinheiro e garantir o recebimento de volta, senão o calote terá que ser suprido pelas reservas do banco, ou seja, é como andar para trás. Num banco público, o calote é suprido pelos impostos pagos pelo contribuinte. Será que o contribuinte está disposto a financiar foliões despreocupados e incentivados pelo próprio banco a pegar dinheiro emprestado para sassaricar nas ruas?


E como anda a inadimplencia nesse tipo de empréstimo na Caixa? Seria muito interessante a divulgação disso, para que o contribuinte fique sabendo cono está sendo usado o dinheiro dos pesados impostos pagos por ele e se esse dinheiro está sendo bem aplicado.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

ITAMAR VAI CHUTAR CANELAS DA SITUAÇÃO


De volta ao Senado depois de 21 anos, o ex-presidente Itamar Franco (PPS-MG) foi responsável pela oposição mais dura feita ao governo federal na sessão em que foi aprovada a proposta de reajuste do valor do salário mínimo para R$ 545. Mais do que criticar o valor proposto pelo Palácio do Planalto, Itamar deixou clara sua insatisfação com a aplicação de um decreto, que considera inconstitucional, para regular esse reajuste. Para ele, foi o “primeiro ato institucional” do governo da presidente Dilma Rousseff. Itamar diz se sentir “triste” na sua volta ao Senado e critica a passividade da Casa. “Hoje o Senado está na mão de quatro, cinco, seis pessoas”, diz nesta entrevista ao Estado.

Na sessão do Senado que definiu o valor do salário mínimo, o senhor fez a contestação mais dura ao governo, acusando-o de violar a Constituição. Depois dessa sessão, como o senhor se sente na sua volta ao Senado?
Vou dizer com muita sinceridade. Com muita tristeza. Porque eu pertenci a um Senado (em 1975) e àquela época tínhamos 22 Estados. O MDB fez 16 senadores e o governo só 6. Mas havia, por incrível que pareça, mais respeito do que hoje. Era um regime mais fechado, mas, em certos aspectos, tínhamos mais liberdade de ação. Nosso mandato podia ser cassado em dez segundos, mas a maioria (governista) respeitava mais a minoria (de oposição).

Por que isso acontecia?
A minoria tinha grandes senadores, como Franco Montoro, Orestes Quércia, Paulo Brossard, Roberto Saturnino, que davam à minoria uma base forte. A gente estava acostumado àquele ambiente difícil, mas mais aberto do que é hoje. O Senado hoje é um grupo fechado. Eu diria, com todo o respeito àqueles que estão chegando comigo, que hoje o Senado está na mão de quatro, cinco, seis pessoas. E há um comando muito forte do Executivo, principalmente sobre o Senado.

O senhor disse que a decisão do governo de usar um decreto na discussão do reajuste do salário mínimo era o “primeiro ato institucional” do governo Dilma…
Isso nos entristece. Porque mal se começa o período do governo da presidente Dilma, já se viola a Constituição. É muito triste chegar ao Senado da República e constatar, e a opinião pública precisa saber disso, que estamos tutelados pelo Executivo.

O senhor se sentiu isolado na sessão do mínimo?
Eu acho que a única coisa que a oposição não poderá fazer é se calar. O mais sério não foi só a violência contra o regimento. Foi a modificação da Constituição. Isso preocupa.

Para o senhor, isso abre um precedente perigoso?
Muito perigoso. Hoje, foi sobre um decreto sobre o salário mínimo. Amanhã, quem sabe?

O senhor ocupou o plenário nesta quinta-feira para ler o célebre discurso do ex-deputado Ulysses Guimarães, feito durante a promulgação da Constituição de 1988. E afirmou que, se tivesse intimidade com a presidente Dilma, a aconselharia a lê-lo.
Eu não tenho liberdade com a presidente. Falei com ela três ou quatro vezes por telefone. Não tenho intimidade. Mas não só ela, nós todos deveríamos meditar sobre essas palavras de Ulysses Guimarães. Eu quando li o discurso fiquei muito comovido porque fez lembrar como foi aquela luta.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

BRASILEIRÃO 2011: A GLOBO VENCEU!


A Globo e a CBF venceram esse round. O Clube dos 13 rachou e corre sério risco de ser extinto. A entidade, que congregava os 20 maiores clubes do país e que tinha como função negociar os contratos de TV do Campeonato Brasileiro, sofreu várias deserções.

O Corinthians foi o primeiro a sair. Logo atrás foram os quatro do Rio, Coritiba, Grêmio, Goiás e Vitória.

A lista tende a aumentar: Santos, Palmeiras, Portuguesa e Cruzeiro devem abandonar o Clube dos 13 em breve.

A debandada se deu no mesmo dia em que o C13 preparou o edital que nortearia a negociação do próximo contrato de transmissão do Brasileiro, no triênio 2012-2014.

O Campeonato Brasileiro deste ano não muda: será transmitido por Globo, Band e Sportv. Para o ano que vem, os dissidentes acenam com a criação de uma liga, sem os clubes do C13.

A ideia tem a simpatia da CBF, que desde o ano passado é inimiga do Clube dos 13, mas ainda é embrionária.

Os descontentes --Corinthians e clubes cariocas à frente-- argumentam que podem conseguir mais dinheiro se negociarem isoladamente. A entidade rebate que, em grupo, vai arrecadar mais.

De acordo com o atual contrato, que termina neste ano, a Globo paga cerca de R$ 400 milhões por ano para o C13. O contrato inclui TV aberta, TV paga, internet, pay-per-view e placas de publicidade.

A associação anunciou ontem que, com o novo modelo de concorrência, espera arrecadar no mínimo R$ 1,3 bilhão por temporada.

Para essa negociação não existe mais a "cláusula de preferência", que permitia à Globo tomar conhecimento de outras proposta feita pelo torneio e igualar esse valor.

A cláusula foi derrubada no ano passado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

O C13 definiu que as propostas para compra dos direitos dos três próximas edições do Brasileiro serão com envelopes fechados. O valor mínimo, só para TV aberta, é de R$ 500 milhões por ano.

Outros R$ 800 milhões anuais viriam, segundo o C13, de pay-per-view, celular, internet, TV fechada e placas de publicidade. A intenção do C13 era vender cada pacote separadamente.

Até anteontem, Globo, Record e RedeTV! se mostravam interessadas em comprar as próximas três edições do Brasileiro. Ontem, assim que Corinthians e os quatro do Rio saíram, a Globo afirmou que não faria proposta.

"A emissora saiu de sua zona de conforto ao perder a cláusula de preferência", criticou Ataíde Gil Guerreiro, diretor-executivo do Clube dos 13. "Não quer fazer a concorrência com a lisura e a transparência que queremos."

A Globo não comentou.

Andres Sanchez não escondeu a satisfação quando a Globo se retirou da concorrência. "Do jeito que estava, só poderia dar nisso."

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

LULA ACUSADO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

da Folha Online

O Ministério Público Federal no Distrito Federal entrou na Justiça contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Previdência Social Amir Francisco Lando por improbidade administrativa. Eles são acusados de utilizar a máquina pública para realizar promoção pessoal e favorecer o Banco BMG, envolvido no esquema do mensalão.

Segundo a Procuradoria, as irregularidades teriam aconteceram entre outubro e dezembro de 2004. Na ocasião, mais de 10,6 milhões de cartas de conteúdo propagandístico teriam sido enviadas aos segurados do INSS com dinheiro público. As cartas informavam, conforme o Ministério Público, sobre a possibilidade de obtenção de empréstimos consignados com taxas de juros reduzidas.

A manobra teria custado cerca de R$ 9,5 milhões aos cofres públicos, gastos com impressão e postagem das cartas. De acordo com a Procuradoria, não havia interesse público no envio das informações e a assinatura das correspondências diretamente pelo então presidente da República e pelo ex-ministro da Previdência foi realizada para promover as autoridades.

Outra irregularidade apontada pelo Ministério Público foi o favorecimento do Banco BMG, única instituição particular apta a operar a nova modalidade de empréstimo naquela época. Segundo a ação, chamou atenção a rapidez no processo de convênio entre o BMG e o INSS –durou apenas duas semanas, quando o comum é cerca de dois meses.

“Diante do apurado, podemos concluir facilmente que a finalidade pretendida com o envio das correspondências era, primeiramente, promover as autoridades que assinavam a carta, enaltecendo seus efeitos e, consequentemente, realizando propaganda em evidente afronta ao art. 37, 1º da CF e, ao mesmo tempo, favorecer o Banco BMG, única instituição particular apta a operar a nova modalidade de empréstimo”, afirma o Ministério Público.

Para garantir a devolução dos valores gastos, a Procuradoria pede o bloqueio de bens dos acusados. A assessoria de Lula informou que soube da ação por nossa reportagem e que iria acionar a defesa do ex-presidente para tratar do assunto.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O QUE É ISSO, MINISTRO?


de Leandro Colon, O Estado de S. Paulo

O Ministério do Esporte publicou em janeiro um convênio de R$ 16 milhões do Programa Segundo Tempo com uma entidade dirigida por membros do PC do B, em Santa Catarina, que não havia cumprido o prazo de convênio anterior com o próprio ministério para cuidar do mesmo projeto.

Presidido por Rui de Oliveira, filiado ao PC do B, o Instituto Contato teve seu contrato rescindido em dezembro, segundo decisão do ministério publicada no Diário Oficial da União, "tendo em vista o não cumprimento do objeto pactuado, quanto à realização das atividades constantes no Plano de Trabalho, e o não cumprimento das metas físicas e financeiras previstas no Plano de Aplicação".

Integrante da direção estadual do PC do B em Santa Catarina, Simone Fraga é quem coordena o Segundo Tempo, projeto usado como bandeira na campanha eleitoral passada de João Ghizoni, que foi assessor especial do ministro do Esporte, Orlando Silva, ambos filiados ao PC do B. Ghizoni tentou, sem sucesso, uma vaga no Senado.

A reportagem do Estado visitou os núcleos atendidos pelo Instituto Contato em Florianópolis e conversou com líderes comunitários que recebem o programa social.

Na cidade, terra natal do ex-tenista Gustavo Kuerten, o Guga, crianças têm aula de tênis com raquetes de plástico e em plena calçada, professores recebem salários atrasados e alunos ganham merenda vencida.

Comunidades carentes avisam que não querem mais continuar com o Segundo Tempo.

"Foi vergonhoso. O Segundo Tempo não tem qualidade como projeto social. Quando nos procuram é uma maravilha, depois não fazem nada", reclamou Rosângela Amorim, presidente do Conselho de Moradores do Saco Grande, periferia da cidade.

"CONTABILIDADE CRIATIVA"


Acabou em discussão a polêmica que ainda envolve o processo de capitalização da Petrobras, realizado no ano passado. Mais cedo, em palestra no seminário Cenários da Economia Brasileira e Mundial em 2011, o economista-chefe do Santander Brasil e ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, chamou de "contabilidade criativa" a cessão onerosa de 5 bilhões de barris da União para a Petrobras.

Ao ter a palavra no evento, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, defendeu o processo e disse que Schwartsman tinha chamado "indiretamente" o processo de contabilidade criativa.

- Não foi indireto não - retrucou Schwartsman, que ainda estava na mesa principal do evento, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em parceria com o Valor.

- Porque é verdade - acrescentou Schwartsman.

Gabrielli voltou a responder ao economista, lembrando que a Petrobras recebeu R$ 132 bilhões pela capitalização e pagou R$ 74 bilhões pelos 5 bilhões de barris.

- Se isso não é caixa, eu não sei o que é caixa - questionou o executivo.

- Caixa é dinheiro, não é promessa - voltou a responder Schwartsman.

Irritado, Gabrielli voltou a questionar o economista do Santander.

- Não é promessa nenhuma. São fatos. Ele comprou ações por um determinado valor e recebeu dinheiro de outro - afirmou.

- Cadê o dinheiro? -, voltou a perguntar Schwartsman.

- Tá no Tesouro - afirmou Gabrielli.

-Só na cabeça dos contadores do Tesouro - encerrou o economista, recebendo os aplausos de parte da plateia.

Em sua apresentação, Schwartsman tinha criticado a política fiscal expansiva do governo e afirmado que "entra qualquer coisa" no cálculo do superávit primário e que "houve criatividade contábil" para fechar as contas.

O economista do Santander comentou ainda que o baixo nível de poupança do país não se deve ao elevado consumo das famílias, mas sim do governo. Ele disse não acreditar que vá ocorrer "tão cedo" uma redução dos gastos do governo.

- Esperaria por isso sentado e em uma posição bem confortável.

Na sua avaliação, o superávit primário foi, na realidade, de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos dos bens e serviços produzidos no país). Cálculos de outros economistas renomados sugerem, citou Schwartsman, algo entre 0,5% e 1%.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

PCdoB CAPITALIZANDO! QUE VERGONHA!


Leandro Colon, O Estado de S.Paulo

A organização não governamental (ONG) Bola Pra Frente cobra de prefeituras uma taxa de intermediação do Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, comandado por Orlando Silva, filiado ao PC do B. Documentos obtidos pelo Estado revelam que a entidade, dirigida por membros do partido, exige de prefeitos do interior paulista uma comissão para levar o Segundo Tempo para as cidades.

O programa do ministério foi criado para oferecer a crianças e jovens carentes a prática esportiva após o turno escolar e também nas férias. O esquema da Bola Pra Frente é cobrar uma espécie de "taxa de sucesso" conforme cada criança cadastrada.

Só que a ONG já recebe recursos do governo federal justamente para implantar o programa. Atualmente, a entidade, que é dirigida pela ex-jogadora de basquete Karina Rodrigues, filiada ao PC do B e vereadora na cidade de Jaguariúna (SP), mantém um contrato de R$ 13 milhões com o Ministério do Esporte.

ZONA AZUL RESPONSABILIZA PREFEITURAS POR DANOS AO VEÍCULO

Revista Consultor Jurídico - O Estado de S. Paulo - Dever de Vigilância

Quem paga Zona Azul tem direito à segurança do carro 'Optando o Poder Público pela cobrança de remuneração de estacionamentos em vias públicas de uso comum do povo, tem o dever de vigiá-los, com responsabilidade pelos danos ali ocorridos'. Assim, a empresa que administra a Zona Azul de São Carlos, foi condenada a pagar indenização no valor de R$ 18,5 mil ao motorista Irineu Camargo de Souza de Itirapina/SP, que teve o carro furtado quando ocupava uma das vagas do sistema de Zona Azul da cidade de São Carlos, serviço explorado pela empresa.

A decisão é da 1ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmando sentença da comarca de Itirapina.

Agora já existe jurisprudência firmada! Portanto, de agora em diante, qualquer prefeitura poderá ser processada, independente de seguro particular.

FALA, SERRA!


Qual a sua avaliação sobre a postura do governo Dilma nesse primeiro teste da presidente no Congresso?

Lamentável. Está à vista de todos: oferece cargos, loteia o governo, promove a troca de favores não republicanos em troca da submissão de parlamentares. O valor do mínimo está sendo usado para o governo evidenciar ao mercado um rigor fiscal que ele absolutamente não tem. O falso rigor esconde a falta de rigor. Por que não começam pelos cortes de cargos comissionados ou dos subsídios, como os que são entregues ao BNDES?

São uns 3% do PIB, R$ 110 bilhões. O governo está inflando despesas de maneira enganosa ou vai falir o país em um ano. Dou um exemplo: as despesas de custeio foram de R$ 282 bilhões em 2010. O orçamento deste ano diz que o governo vai gastar R$ 404 bilhões: um aumento de 43%. Os restos a pagar do governo Lula se elevam só neste ano a R$ 129 bilhões. Quer apostar como vão cancelar muitos dos projetos, depois de servirem como instrumento para atrair votos na campanha?

O senhor tem usado bastante o Twitter para criticar e cobrar ações do governo Dilma. O que destacaria deste início de governo?

O destaque é o estelionato eleitoral. Há quatro meses falavam em investir num monte de coisas, milhões de casas, milhões de creches, de quadras esportivas, de estradas, de ferrovias. A realidade é que está tudo parado, a herança maldita deixada por Lula é gigantesca em razão do descontrole dos gastos, dos maiores juros do mundo, da desindustrialização.

A montagem do governo foi um festival de barganhas e, antes de terminar o segundo mês, ainda tivemos o bloqueio a um salário mínimo melhor, o escândalo de Furnas e a não apuração dos escândalos da Casa Civil. Não é à toa que a presidente fala pouco e nunca de improviso. O atual governo optou por fingir que nada disso é com ele.

As suas recentes aparições em público têm sido interpretadas como uma demonstração de interesse pela presidência nacional do PSDB. O senhor está disposto a disputar o cargo?

Depois da eleição, eu me recolhi, tive e tenho um período de maior reflexão. Eu estou voltando aos poucos. Não tenho me movimentado nem aparecido tanto assim. Mas vou voltar a trabalhar e ao ativismo político. Não é emprego, não é cargo. Meu objetivo é debater o Brasil. Eu já fui presidente do PSDB entre 2003 e 2004. Em nenhum momento, a ninguém, expressei o desejo de voltar à presidência do partido. Não acho que seja uma questão tão importante agora. Há muita fofoca, diz-que-diz-que, presunções. Em todo caso, dentro do partido são muito poucos os que desejariam trazer 2014 para 2011. Além de surrealista, isso nos tiraria o foco, enfraqueceria a oposição.

Um de seus principais aliados, o senador Aloysio Nunes Ferreira já disse publicamente que "Serra deve estar presente na direção do partido". Isso não é um sinal de que há uma tentativa de viabilizá-lo?

Posso garantir que não há nenhum movimento. A afirmação do Aloysio deve ter sido feita em resposta a alguma pergunta específica e tirada de contexto. Mas me parece óbvia: por que o PSDB iria excluir de seu quadro dirigente uma pessoa que teve o voto de 44 milhões de brasileiros? Por que excluiria um de seus fundadores? Por que excluiria um quadro que já foi deputado, líder, senador, ministro duas vezes, prefeito da maior cidade e governador do estado mais populoso?

O senhor cogita criar um novo partido?

Isso é uma calúnia anônima, sem pé nem cabeça.

O seu nome também tem sido lembrado para a eleição de 2012 à Prefeitura de São Paulo. O senhor estuda essa possibilidade?

Já disse e repito: não vou disputar eleição em 2012. Quem está trabalhando com essa hipótese está perdendo tempo.

Em 2010, o senhor foi considerado o candidato natural do partido à Presidência da República. O senador Aécio Neves é o candidato natural do PSDB para 2014?

Não sei como aferir se uma candidatura é natural ou não. Quando só há um candidato, a candidatura não é natural, é única, como aconteceu com o Covas (Mário Covas) em 1989 e com o Fernando Henrique em 1994 e 1998. Em 2002, muita gente achava que eu era o candidato natural. No entanto, quando a eleição se aproximou, pelo menos dois qualificados companheiros também se apresentaram. O que eu acho é que 2014 ainda está muito longe, e há muitas variáveis ainda imprevisíveis. Seria perda de tempo ficar especulando sobre o assunto.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

DILMA, A RECLUSA


Os ministros que integram o núcleo duro da presidente Dilma Rousseff estão impressionados com sua obstinação pela gestão. Ela passa o dia inteiro acionando ministros e funcionários graduados, das mais diversas áreas, à medida que recebe demandas, nas audiências e reuniões.

Os governadores que já estiveram com ela confirmam seu método. Todos concordam que gerenciar é a praia da presidente.

Mas seus assessores diretos relatam que estão encontrando dificuldade para convencê-la de que é preciso programar eventos públicos onde possa ter contato com a população.

Dilma não se sensibilizou com os apelos.

A CAPITANIA HEREDITÁRIA DO PCdoB

de Leandro Colon, O Estado de S.Paulo

Principal programa do Ministério do Esporte, comandado por Orlando Silva, o Segundo Tempo, além de gerar dividendos eleitorais, transformou-se num instrumento financeiro do Partido Comunista do Brasil (PC do B), legenda à qual é filiado o ministro.

A reportagem do Estado foi conhecer os núcleos do Segundo Tempo no Distrito Federal, em Goiás, Piauí, São Paulo e Santa Catarina.

A amostra, na capital e região do entorno, no Nordeste mais pobre ou no Sul e no Sudeste com melhores indicadores socioeconômicos, flagrou o mesmo quadro: entidades de fachada recebendo o dinheiro do projeto, núcleos esportivos fantasmas, abandonados ou em condições precárias.

As crianças ficam expostas ao mato alto e a detritos nos terrenos onde deveriam existir quadras esportivas.

Alguns espaços são precariamente improvisados, faltam uniformes e calçados, os salários estão atrasados e a merenda é desviada ou entregue com prazo de validade vencido.

No site do ministério, o Segundo Tempo é descrito como um programa de "inclusão social" e "desenvolvimento integral do homem". Tem como prioridade atuar em áreas "de risco e vulnerabilidade social", criando núcleos esportivos para oferecer a crianças e jovens carentes a prática esportiva após o turno escolar e também nas férias.

Conferidas de perto, pode-se constatar que as diretrizes do projeto, que falam em "democratização da gestão" foram substituídas pelo aparelhamento partidário. A reportagem mostra, a partir deste domingo, 20, como o ministro Orlando Silva, sem licitação, entregou o programa ao PC do B.

O Segundo Tempo está, majoritariamente, nas mãos de entidades dirigidas pelo partido e virou arma política e eleitoral. Só em 2010, ano eleitoral, os contratos com essas entidades somaram R$ 30 milhões.

MENTIRA TEM PERNA CURTA

de Clóvis Rossi, Folha de S. Paulo

Era uma vez a lenda da queda da desigualdade no Brasil, já desmontada.

Agora, todo mundo sabe que o que caiu foi a desigualdade entre salários, mas não entre a renda do capital e a do trabalho. E esta é a desigualdade de fato obscena.

Muito bem. Agora, surgem dados que põem em dúvida até a queda tão celebrada da desigualdade entre assalariados. São dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), organismo oficial e bastante empenhado, de resto, na propaganda do governo.

O que diz o estudo? Que o desemprego aumentou entre os 10% mais pobres no período 2005-2010. Exatamente o período em que tanta gente se ufanava de que a desigualdade diminuíra.

Vejamos a comparação: em 2005, 23,1% da população mais pobre estava desempregada. No ano passado, esse número saltou para 33,3%. Já entre a parcela da população de maior poder aquisitivo, o desemprego diminuiu 57,1% nesses cinco anos. Caiu de 2,1% para 0,9%.

Mais: o desemprego entre os mais pobres, que era 11 vezes maior em 2005, pulou para 37 vezes mais cinco anos depois.

O BOLÍVAR DE GARANHUNS


de Nelson Motta - O Estado de S.Paulo

Enquanto desencarna da presidência, Lula vai ser recebido em Caracas, Havana e Manágua como um Bolívar de Garanhuns. Os compañeros vão vestir a guayabera de gala e ouvir seus sábios conselhos econômicos - para que façam os cortes orçamentários que Dilma está fazendo - e políticos - para que deem uma afrouxada para não serem mubarakados.

Sei lá, o homem é imprevisível, pode até dar umas lições de democracia aos hermanos bolivarianos. Ele ama dar lições, é como uma missão, uma compulsão irresistível para alguém que tudo sabe e tão generosamente ensina.

Será que ele vai ensinar a Hugo Chávez como lidar com a mídia ? Ou vai só dizer que a Venezuela tem democracia até demais e invejá-lo ? Do jeito que o coronel vai ladeira abaixo, talvez o melhor conselho seja trocar de babalaô. E pedir a Sarney que indique um bom.

Que espetáculo vai ser esse papo entre Lula e Fidel, o mundo merece conhecê-lo na integra, ou ao menos ler os melhores momentos nas "Reflexiones" do Comandante. Os eternos ressentidos com Lula, que não aceitam um nordestino, pobre e operário na Presidência, torcem para que Fidel o homenageie com um discurso de três horas sobre as conquistas da Revolução. O último.

E Raúl, coitado, talvez tenha que ouvir de Lula lições de tolerância, apesar de, apertado pela pressão internacional, ter libertado os presos políticos que Lula ignorou e depois igualou a criminosos comuns.

Quem sabe Lula pode ensinar alguma coisa ao velho molestador Daniel Ortega sobre relações públicas, construção de imagem e propaganda governamental ? Ou indicar o Franklin Martins como consultor ?

Além de falar mal dos Estados Unidos e de dizer que o Brasil está melhor do que eles, Lula pode ensinar aos compañeros a base da nossa estabilidade e prosperidade: a manutenção da política econômica "daquela pessoa".

Com o PIB em queda, inflação em alta e popularidade em baixa, os compañeros estão precisando muito dos conselhos de Lula. Mas ele também precisa dos ensinamentos deles para ajudá-lo a desconstruir o mensalão como uma conspiração da mídia golpista. Nisso eles tem o maior know-how do continente.

A NOVA TOUPEIRA

Nada de ajuste fiscal, juros altos ou cotoveladas na base aliada. Cinquenta dias após deixar o Palácio do Planalto, o que atormenta mesmo a vida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma teimosa goteira dentro de seu apartamento de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

Sem avarias no relacionamento com a presidente Dilma Rousseff, ele atribui as "fofocas" sobre atritos entre criador e criatura à tentativa da oposição de criar fatos.

"Eu não tenho uma vírgula de discordância com a Dilma e, quando tiver divergência, ela terá sempre razão", disse Lula ao Estado, na sexta-feira, durante viagem de volta do Rio para São Paulo, no voo 1517 da Gol.

Enquanto lia A Nova Toupeira, de Emir Sader, que trata dos desafios da esquerda na América Latina, o ex-presidente reclamava com o assessor Paulo Okamotto da falta de pedreiro para consertar a goteira de três anos e traçava planos para o Instituto Lula.

Quer criar um portal na internet e instalar um Memorial das Lutas Sociais no centro de São Paulo, na região conhecida como Cracolândia. Tenta encontrar um imóvel com o auxílio do prefeito Gilberto Kassab, que pode migrar do DEM para o PSB.

Disposto a não causar embaraços a Dilma, a quem chama de "essa menina", Lula faz de tudo para protegê-la. Na quarta-feira, dia da votação do salário mínimo de R$ 545 na Câmara, ele conversou com a herdeira várias vezes por telefone, do Rio, e transmitiu uma série de orientações.

Na quinta, ligou para cumprimentá-la pela vitória no primeiro teste parlamentar. "Foi justo o que foi aprovado. As centrais sindicais não podiam quebrar as regras. Acordos são para ser cumpridos porque, se você não age assim, perde o respeito", afirmou.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

PATIFARIA

de Augusto Nunes

Vista de longe, a ascensão do deputado João Paulo Cunha à presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara parece uma patifaria a mais na rotina de obscenidades que transformou o Congresso numa Casa do Espanto.

Se um José Sarney preside o Senado, se reuniões de líderes frequentemente lembram rodas de conversa em pátio do presídio, se o corregedor da Câmara chegou ao posto por ter sido o melhor aluno do professor de bandalheiras Severino Cavalcanti, não há nada de espantoso na entrega do comando da mais importante comissão a um parlamentar acusado de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no processo sobre o mensalão que corre no Supremo Tribunal Federal.

Sim a escolha feita pela bancada do PT não surpreendeu ninguém: essa gente não não desperdiça chances de debochar dos brasileiros honestos. Mas a exumação festiva do presidente da Câmara do Mensalão não foi um ultraje qualquer, alerta a contemplação menos ligeira do episódio.

Associada a meia dúzia de infâmias recentes, a afronta atesta que está na fase dos arremates a ofensiva, concebida em parceria pelo governo e pelo Congresso, destinada a constranger o STF e livrar do merecidíssimo castigo a quadrilha que protagonizou o maior escândalo da história da República.

PELÉ AVISA: "VEXAME À VISTA!"

Pelé está preocupado com os atrasos na preparação do Brasil para a COPA DO MUNDO DE 2014 e afirmou nesta sexta-feira que o país corre "um grande risco" de causar vergonha a ele, que se empenhou na campanha pelo torneio em solo brasileiro. "Vocês sabem a luta que a gente fez para conseguir a Olimpíada de 2016 e a Copa do Mundo, viajando pelo mundo pedindo voto, e agora chegou um momento que está preocupando todo mundo", disse Pelé em entrevista coletiva.

"O Brasil está correndo um grande risco de envergonhar a gente na maneira de administrar a Copa do Mundo, principalmente na comunicação. Os aeroportos estão assustando mais, e não é só os brasileiros", declarou o ex-jogador.

Pelé contou ter conversado com dirigentes da FIFA e também com um grupo ligado ao presidente da UEFA, Michel Platini , que também manifestaram preocupação com o ritmo dos preparativos no Brasil.

A maioria das obras para o Mundial está atrasada, e alguns dos estádios nem começaram a ser construídos, como o caso da arena do Corinthian , escolhida por São Paulo para receber os jogos da competição na cidade. "O Brasil tem obrigação de fazer uma boa Copa do Mundo, uma boa administração, e infelizmente já está atrasando, e tem essa polêmica de São Paulo... o Campeonato Paulista é a base do futebol brasileiro, é o que deveria já estar definido e não está definido ainda."

São Paulo deve receber a abertura da Copa, segundo o comitê organizador local, porém, ainda não está claro como o Corinthians vai ampliar o projeto de seu estádio, com início de obras previsto para o mês que vem, para os 60 mil lugares que a Fifa exige para abrir o torneio.

Além dos estádios, diversas obras de infraestrutura são necessárias para receber a Copa, assim como aeroportos adequados. No Brasil, porém, os terminais aéreos estão perto da saturação e isso representa um grande obstáculo ao país para receber o Mundial, como já admitiu o ministro do Esporte, Orlando Tapioca Silva.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

COLOMBIA ACABA COM A REFORMA AGRÁRIA


A guerrilha narco-marxista das FARC obrigou milhões de colombianos de todas as classes sociais a abandonar suas terras e propriedades nas áreas que ela controlava.

Agora, como estratégia de pacificação o governo colombiano promove o retorno dos cidadãos fornecendo títulos de propriedade e créditos.

A política contradiz o sonho dos rebeldes marxistas de instaurar uma “reforma agrária” socialista, como a cubana ou a brasileira.

“Estamos convencidos que não sem uma solução racional e justa ao problema da terra nunca obteremos uma paz duradoura”, disse o ministro de Agricultura Juan Camilo Restrepo.

“As pessoas que estão fisicamente na terra, mas não tem senso da propriedade não se interessam em trabalhar e serem protegidas dentro do Estado de Direito, então é fácil que outros venham e os tirem pela força”, observou Ken Yamashita, diretor da U.S. Agency for International Development na Colômbia. A agência está apoiando o programa de criação de proprietários do governo colombiano.

A concessão dos títulos é acompanhada de solenidades, fanfarras militares e banquetes. “O documento diz que somos proprietários de uma parcela de terra, diz a cafeicultora Maria Alvirian, “e com ele obteremos crédito para investir na nossa fazenda”.

O presidente Santos promete acelerar a recuperação das terras em mãos de bandidos ligados à guerrilha marxista e “devolveremos essas terras aos camponeses ainda mais rápido do que os criminais tiraram deles”.

Se é verdade que a posse legalmente garantida da propriedade é um fator de paz, também é verdadeiro que a supressão de propriedade é uma das molas propulsoras da agitação e da subversão. Por isso as FARCs querem a reforma agrária com seus assentamentos.

Aqui no Brasil, os baderneiros da reforma agrária, invadem e destroem propriedades e quando são assentados, vendem o lote e se mandam para a cidade de novo! O governo patrocina a baderna!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

PAU QUE NASCE TORTO, ATÉ A CINZA É TORTA


de Lúcia Hippolito

A porta se abriu, e os esqueletos do PT estão saindo do armário.

Vários envolvidos em escândalos cabeludíssimos começam a voltar ao cenário político.

O primeiro foi Antonio Palocci. Acusado de formação de quadrilha, falsificação de documento público, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, prevaricação, quebras de sigilo bancário e funcional, além de denunciação caluniosa, foi se livrando de todas as acusações e hoje é o poderosíssimo chefe da Casa Civil da Presidência da República.

Manda mais do José Dirceu quando ocupava o mesmo cargo, antes de ser cassado por corrupção e acusação de chefiar a quadrilha do mensalão.

O seguinte na fila é João Paulo Cunha. Réu no STF, acusado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato – apropriação de recursos por funcionário público –, o nobre parlamentar, mensaleiro confesso, tentou voltar à presidência da Câmara.

Não conseguiu, mas não saiu perdendo. Foi escolhido para presidir a mais importante comissão permanente da Câmara dos Deputados: a Comissão de Constituição e Justiça, que já foi presidida por parlamentares da estirpe de Oliveira Brito.

Outros tempos, outra moral, outros costumes.

O ESTADO INCOMPETENTE QUESTIONA O CIDADÃO


Quase um ano após ser condenado por ter tirado os filhos da escola, Cleber de Andrade Nunes continua ensinando os três filhos em casa na cidade de Vargem Alegre, em Minas Gerais. Os mais velhos, de 16 e 17 anos, já atuam até profissionalmente: um é programador e o outro é webdesigner. A filha de 3 anos está praticamente alfabetizada em português e inglês.

Na última semana, Cleber fez questão de apoiar o casal Leila Brum Ferrara e Philip Ferrara, da cidade do interior paulista Serra Negra, que também foi acusado de negligência pelo Ministério Público por educar as duas filhas em casa. Aproveitou para divulgar a entidade que criou para unir famílias que tomaram a mesma decisão, a Aliança Nacional para Proteção à Liberdade de Instruir e Aprender (Anplia). São cerca de 100 casais, segundo Cleber, que se unem para resistir ao que chama de “imposição do Estado”.

“O que está acontecendo em Serra Negra é uma inversão. O Estado quer que a família prove, como aconteceu no nosso caso, que está educando. Na realidade, é o Estado que tem que provar para nós que tem capacidade de educar nossos filhos. Diga-se de passagem não tem conseguido provar”, afirmou

Cleber, de 47 anos, que é um designer autodidata, e a mulher, Bernadeth Amorim Nunes, de 43 anos, que abandonou o curso de arquitetura para se dedicar aos cuidados com a família, foram condenados a rematricular os filhos e pagar multa pela Justiça Civil em 2007. Recorreram ao Tribunal de Justiça, mas perderam. Depois disso, desistiram de ir ao Supremo. Em fevereiro do ano passado, foram condenados pela Justiça Criminal a pagar multa. Também resolveram descumprir a decisão e não recorreram.

Segundo o Ministério Público de Timóteo (MG), onde a família morava, Cleber e Bernadeth cometeram infração administrativa, no âmbito cível, por terem descumprido o parágrafo 1 do artigo 1.634 do Código Civil (diz que compete aos pais, quando à pessoa dos filhos menores: dirigir-lhes a criação e educação). Além disso, foram contra os artigos 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que fala sobre o dever de educar os filhos, e 55, que obriga a matricular na escola. Por isso, foram condenados pela Justiça ao pagamento de multa no valor de seis salários mínimos cada um (R$ 3.060, cada).

No Juizado Especial Criminal, segundo a Promotoria, foi instaurada ação penal pela prática do crime de abandono intelectual, segundo o artigo 246 do Código Penal. A decisão da Justiça foi de que deveriam pagar multa. No caso de Cleber, de dez dias-multa, no valor de um décimo do salário mínimo (o equivalente a R$ 510). Para Bernadeth, a multa é de dez dias-multa, no valor de um trigésimo do salário mínimo (o equivalente a R$ 170).

"Essa condenação expôs ao ridículo nosso sistema judiciário. O juiz blefou nos ameaçando de perder a guarda das crianças e de prisão. No final das contas, não poderia sentenciar a nenhuma das duas e sentenciou a multa e não fez absolutamente nada, porque pensou que íamos recuar”, afirmou Cleber.

O estado não tem nenhuma moral para exigir dos pais que renunciem àquilo que podem fazer de melhor para se submeter a esse lixo que o estado oferece para as famílias"
Cleber de Andrade Nunes

O casal sofre com as sanções da Justiça. Bernadeth tentou, mas não conseguiu votar nas últimas eleições. O casal deve R$ 6 mil ao Estado. “Aqueles que elaboram as leis colocam os filhos nas melhores escolas particulares e obrigam a maior parte da população a se submeter a todo esse lixo que chamam de educação”, disse o designer.

Hoje, os filhos Jônatas Andrade Amorim Nunes, de 16 anos, e Davi Andrade Amorim Nunes, de 17 anos, estudam a possibilidade de frequentar o ensino superior. Os dois saíram da escola aos 10 anos, na 5ª série, e aos 11 anos, na 6ª série, respectivamente. Davi, que é programador e atualmente desenvolve um software comercial, disse que já decidiu que vai fazer universidade, só não sabe a área. “Para mim, na formação profissional, numa faculdade você garante um diploma, tem mais chance no mercado”, afirmou Davi. Ele diz ter certeza de que quer fazer aulas presenciais. “O estudo é mais direcionado. Os cursos são melhores. Não tem muitos cursos disponíveis a distância e os cursos presenciais são melhores”, disse.

Jônatas ainda tem dúvidas. Questiona se realmente precisa de um diploma para atuar na área de webdesign, que aprendeu pela internet e na qual já trabalha. “Fico naquela, passar cinco anos estudando, às vezes fazer cursos específicos seria mais proveitoso para mim”, disse Jônatas.

Atualmente os jovens aprendem em casa, com a orientação dos pais, fazem cursos via internet, assistem a vídeos com aulas e entram em contato com especialistas na área. “Para mim, é a melhor forma. A gente aprende o que é necessário mesmo, o que a gente gosta. Não é como na escola que precisa aprender um monte de coisa, que não sabe nem o que vai fazer com aquele monte de informação. A gente pega, gosta de uma coisa, aprende, corre atrás. O aprendizado fica mais gostoso, mais legal”, afirmou Jônatas.

Os jovens só poderão ter uma certificação de conclusão do ensino médio ao completarem 18 anos, uma das exigências do MEC para aqueles que fazem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em busca do certificado. Além disso, precisarão ter no mínimo 400 pontos na prova e 500 pontos na redação.

Jônatas e Davi dizem sair com os amigos à noite e nos finais de semana e praticam esportes. “Moramos em uma cidade pequena. Conheço quase todos os jovens da cidade. É normal. Pratico esportes, saio, vejo meus colegas à noite. Jogo bola, ando de skate. Não me senti prejudicado nessa área”, disse Jônatas.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

PISOU NA BOLA

No dia em que resolveu sair de cena, Ronaldo revelou que sofre de hipotireoidismo, a baixa produção de hormônios pela tireoide, descoberto durante a passagem pelo Milan, e que o impediu de se manter em forma nos últimos anos.

Alegou que o tratamento seria considerado doping, hipótese refutada pela comunidade médica. Para os especialistas, a reposição hormonal de tiroxina (T4) é simples: basta um comprimido tomado em jejum, geralmente pelo resto da vida.

Com a doença controlada, qualquer um realiza suas atividades, inclusive esportes de alto nível. E o ganho de peso no hipotireoidismo não controlado é a queixa que menos preocupa, pois ficar sem o remédio pode ter consequências graves, inclusive para o coração.

Daí a surpresa quando Ronaldo diz que não está tomando remédios, alegando que poderia cair em teste antidoping, e que engordou devido à doença.

O médico Eduardo de Rose, membro-fundador da Agência Mundial Antidoping e responsável pela área de controle antidoping do COB, afirma que a droga para hipotireoidismo não é proibida. E isso não precisaria ser comunicado.

- Mesmo que fosse, quando há recomendação médica, o atleta pode tomar o que for preciso, desde que avise à Federação Internacional.

A médica Gisah Carvalho, presidenta da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM-PR), confirma que o comprimido para controlar o déficit de hormônio da tireoide não é doping.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

HERANÇA MALDITA SEM ASPAS

de Augusto Nunes

“Nós assumimos um país com a inflação fora de controle”, recitou Dilma Rousseff ao longo da campanha eleitoral, depois de decorar aplicadamente outra lição que Mestre Lula ensinou. Falso. A inflação andou regurgitando no fim de 2002 em consequência da inquietação causada pela histórica irresponsabilidade do PT, mas em nenhum momento os índices assumiram dimensões perturbadoras. O dragão enjaulado pelo Plano Real continuou dormindo profundamente.

“Graças ao governo Lula, vou assumir um país com a economia sem problemas”, deu de declamar Dilma depois de eleita. Falso. Como demonstra a reportagem de capa de VEJA, a taxa anual registrada pela inflação em janeiro avisa que a fera ameaça acordar de um sono de 17 anos. O índice oficial de 6.5% já era preocupante. Vê-se agora que a realidade camuflada pelas contas federais é alarmante.

O quilo da carne, o quilo do feijão, o ingresso nos estádios de futebol, os gastos com transportes — é extensa e incontestável a lista dos itens que decolaram espetacularmente no período de 12 meses. ”O poder aquisitivo dos brasileiros subiu”, fantasia o ministro Guido Mantega. Ainda que dissesse a verdade, aumento de poder aquisitivo não resulta automaticamente em elevação de preços, os americanos estariam pagando 100 dólares por um cachorro-quente.

O país pode descobrir mais cedo do que imaginava que Dilma recebeu de Lula o que Lula fingiu ter recebido de Fernando Henrique Cardoso. A “herança maldita” de FHC só existiu na discurseira oportunista do chefe da seita e seus devotos. Dilma vai saber o que é lidar com uma herança maldita sem aspas. Se não sabia de nada, foi uma gerente-geral inepta. Se sabia de tudo, mentiu. E terá de administrar o legado sozinha.

Não adianta pedir ajuda ao padrinho. Ele mora no Brasil Maravilha que registrou no cartório.

ENTULHO DE LULA


A presidente Dilma Rousseff recebeu uma pesada e antiga herança do governo Lula no Congresso Nacional. Entre as 24 medidas provisórias que tramitam na Câmara e no Senado, 21 foram editadas no governo passado, sendo que dez estão trancando a pauta de votações da Câmara.

Muitas dessas medidas vão na contramão do corte de R$ 50 bilhões anunciado na semana passada , pois implicam na criação de cargos e no aumento dos gastos públicos.

Aliados acreditam que o Congresso votará até maio propostas antigas, a não ser que se use a janela inaugurada agora por Dilma para enviar por projeto a matéria que trata do salário mínimo.

O temor é que a janela, criada na gestão do ex-presidente da Câmara e hoje vice-presidente Michel Temer, uma vez aberta, sirva para os parlamentares colocarem projetos explosivos em votação.

Uma das MPs que poderá gerar polêmica na votação, inclusive entre integrantes da base aliada, é a que cria a Autoridade Pública Olímpica (APO), ratificando o protocolo assinado entre União, o estado do Rio de Janeiro e o município do Rio, que cria o consórcio de ação para garantir a preparação e realização das Olimpíadas de 2016.

A MP cria 484 cargos em comissão. Entres eles, 184 com salários que variam de R$ 18 mil e 22,1 mil. A oposição está pronta para bombardear a criação de mais cargos federais e a falta de fiscalização da estrutura.

Mas a MP também provoca briga na base aliada. O cargo a ser criado é pleiteado pelo PCdoB, mas Dilma pretende nomear o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, justamente para dar maior visibilidade e garantir o cumprimento dos prazos das obras.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

BATALHÃO DAS SELVAS


DRAUZIO VARELLA

Perfilados, os soldados aguardaram em posição de sentido, sob o sol do meio-dia. Eram homens de estatura mediana, pele bronzeada, olhos amendoados, maçãs do rosto salientes e cabelo espetado.O observador desavisado que lhes analisasse os traços julgaria estar na Ásia.
No microfone, a palavra de ordem do capitão: 'Soldado Souza, etnia tucano'.
Um rapaz da primeira fila deu um passo adiante, resoluto, com o fuzil no ombro, e iniciou a oração do guerreiro da selva, no idioma natal. No fim, o grito de guerra dos pelotões da fronteira: "SELVA !!!"

O segundo a repetir o texto foi um soldado da etnia desana, seguido de um baniua, um curipaco, um cubeu, um ianomâmi, um tariano e um hupda.

Todos repetiram o ritual do passo à frente e da oração nas línguas de seus povos; em comum, apenas o grito final: "SELVA !!!"

Depois, o pelotão inteiro cantou o hino nacional em português, a plenos pulmões.


Ouvir aquela diversidade de indígenas, característica das 22 etnias que habitam o extremo noroeste da Amazônia brasileira há 2.000 anos, cantando nosso hino no meio da floresta, trouxe à flor da pele sentimentos de brasilidade que eu julgava esquecidos.

Para chegar à Cabeça do Cachorro é preciso ir a Manaus, viajar 1.146 quilômetros Rio Negro acima, até avistar São Gabriel da Cachoeira, a maior cidade indígena do país.

De lá, até as fronteiras com a Colômbia e a Venezuela, pelos rios Uaupés, Tiquié, Içana, Cauaburi e uma infinidade de rios menores, só Deus sabe.

A duração da viagem depende das chuvas, das corredeiras e da época do ano, porque na bacia do Rio Negro o nível das águas pode subir mais de dez metros entre a vazante e o pico da cheia.

É um Brasil perdido no meio das florestas mais preservadas da Amazônia. Não fosse a presença militar, seria uma região entregue à própria sorte. Ou, pior, à sorte alheia.

O Comando dos Pelotões de Fronteira está sediado em São Gabriel. De lá partem as provisões e o apoio logístico para as unidades construídas à beira dos principais rios fronteiriços: Pari-Cachoeira, Iauaretê, Querari, Tunuí-Cachoeira, São Joaquim, Maturacá e Cucuí.

Anteriormente formado por militares de outros estados, os pelotões hoje recrutam soldados nas comunidades das redondezas. Essa opção foi feita por razões profissionais: 'O soldado do sul pode ser mais preparado intelectualmente, mas na selva ninguém se iguala ao indígena'.

Na entrada dos quartéis, uma placa dá idéia do esforço para construí-los naquele ermo: 'Da primeira tábua ao último prego, todo material empregado nessas instalações foi transportado nas asas da FAB'.

Os pelotões atraíram as populações indígenas de cada rio à beira do qual foram instalados: por causa da escola para as crianças e porque em suas imediações circula o bem mais raro da região: salário.

Para os militares e suas famílias, os indígenas conseguem vender algum artesanato, trocar farinha e frutas por gêneros de primeira necessidade, produtos de higiene e peças de vestuário.

No quartel existe possibilidade de acesso à assistência médica, ao dentista, à internet e aos aviões da FAB, em caso de acidente ou doença grave.

Cada pelotão é chefiado por um tenente com menos de 30 anos, obrigado a exercer o papel de comandante militar, prefeito, juiz de paz, delegado, gestor de assistência médico-odontológica,
administrador do programa de inclusão digital e o que mais for necessário assumir nas comunidades das imediações, esquecidas pelas autoridades federais, estaduais e municipais.

Tais serviços, de responsabilidade de ministérios e secretarias locais, são prestados pelas Forças Armadas sem qualquer dotação orçamentária suplementar.

Os quartéis são de um despojamento espartano. As dificuldades de abastecimento, os atrasos dos vôos causados por adversidades climáticas e avarias técnicas e o orçamento minguado das Forças Armadas tornam o dia-a-dia dos que vivem em pleno isolamento um ato de resistência permanente.


Esses militares anônimos, mal pagos, são os únicos responsáveis pela defesa dos limites de uma região conturbada pela proximidade das Farc e pelas rotas do narcotráfico. Não estivessem lá, quem estaria?
"SELVA !!!"

Lema do soldado da Amazônia:
"Senhor, tu que ordenastes ao guerreiro de Selva, sobrepujai todos os vossos oponentes, dai-nos hoje da floresta, a sobriedade para resistir, a paciência para emboscar, a perseverança para sobreviver, a astúcia para dissimular, a fé para resistir e vencer, e daí-nos também senhor a esperança e a certeza do retorno, mas , se, defendendo essa brasileira Amazônia, tivermos que perecer, oh Deus, que façamos com dignidade e mereçamos a vitória, Selva!!!"

sábado, 12 de fevereiro de 2011

ERA UMA VEZ A ESTABILIDADE ECONÔMICA...


O Plano Real está vivendo o momento mais perigoso dos seus 16 anos de existencia. O incrível é que a imprensa nacional não quer se dar conta disso. Com um mes de governo, Dilma teve que anunciar medidas de contenção de gastos para evitar que a inflação rompa o limite máximo da meta, que é 6,5% e estoure.

Cadê o país maravilha de Lula? Dilma sofre as consequencias de um governo inconsequente e irresponsável, como foi o governo Lula. De duas uma: ou Dilma não era gerente coisa nenhuma do governo Lula ou foi uma gerente muita burra, deixando o presidente semi-analfabeto fazer todas as besteiras possíveis para colocar em risco, a maior conquista do povo brasileiro da história recente: a estabilidade do Plano Real!

Os 40 milhões de idiotas, principalmente os bolsistas, que apoiaram cegamente o presidente operário-analfabeto, serão os primeiros a sofrer as consequencias de um descontrole inflacionário. Mas atingirá a todos, inclusive os que não concordaram e lutaram contra o governo irresponsável de Lula.

Chegou a hora da verdade! De se enxergar que toda a prosperidade da vida das pessoas, se deveu a um plano econômico sério e competente, mas que exigia a mesma competencia e seriedade do governo de plantão, na sua condução, o que infelizmente não aconteceu no governo Lula.

Embora nominalmente os cortes de Dilma pareçam grandes e suficientes para conter a espiral inflacionária, há indícios que há mais vento do que carne nesse pastel. A coisa vai ser mais apertada do que parece, então, vale lembrar: "Se vira nos trinta, PT!"
Lula descartou sua candidatura em 2014, a favor do projeto Dilma. Modéstia? Po...a nenhuma! O mulá está se rendendo aos fatos do seu desastrado governo e das consequencias negativas à estabilidade economica. Sabe, que por mais que Dilma seja discreta, as ações necessárias para o novo governo colocar o país nos trilhos, vão fazer sua máscara cair e os questionamentos serão inevitáveis.

Causou estranheza na reunião do PT, Dilma usar a expressão "senhor" toda vez que se referia a Lula. A presidente herdeira já entendeu que precisa manter distancia do operário-analfabeto ex-presidente se quiser se manter na política!


POUCA VERGONHA!


Com sala reservada ao lado do ministro da Defesa, Nelson Jobim, o ex-deputado José Genoino (PT-SP) provocou estranheza ao chegar a um jantar privado em um carro de uso administrativo da Câmara dos Deputados.

Depois de participar do ato político de aniversário do PT , na quinta-feira, Genoino usou o veículo para se deslocar para a casa do ex-deputado Sigmaringa Seixas, no Lago Sul, onde já estavam o ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff, além de ministros e dirigentes petistas.

O ex-deputado petista, não reeleito, chegou em carro oficial da Câmara, mas saiu de carona com o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP). Na saída, Genoino disse:

- Estava de carona com o pessoal da Câmara, vim de carona. Mas estou indo embora com o Paulo Teixeira - disse Genoino, sem dizer de quem era o carro administrativo da Câmara (com logotipo da Casa e não o modelo de carro dos deputados) que o levou ao jantar.

Os carros com logotipo são para fazer serviços administrativos da Câmara.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

ESTABILIDADE DO REAL EM RISCO


de Ricardo Setti

Para quem acha que deixou o país uma maravilha para a sucessora, o ex-presidente Lula deve estar caindo do cavalo ao constatar as duras realidades da vida que a presidente Dilma Rousseff está precisando enfrentar, diante da apavorante perspectiva de que a inflação este ano estoure não o centro da meta — 4,5% –, mas o seu limite máximo: 6,5%. Isso significará sair de controle.

Na verdade, não sei porque a grande mídia não está tratando as medidas anunciadas ou em curso como o que de fato elas são — um caso próximo da emergência nacional.

Raras vezes um presidente que assume terá tido tamanho desafio pela frente — um desafio complexo e gigantesco — mal completado um mês de governo.

Só para lembrar o que está em curso ou em cogitação, justamente para enfrentar a herança maldita de Lula. Parte das medidas foi anunciada pelos ministros Guido Mantega, da Fazenda, e Miriam Belchior, do Planejamento:

* Um fenomenal corte de 50 bilhões de reais no Orçamento deste ano, o maior de que se tem notícia – mais do que tudo o que Lula investiu em 2010.

Opinião de O Globo

Não se pode acusar Dilma Rousseff de incoerente. Eleita, defendeu a estabilidade econômica, para a qual o combate à inflação é básico. E na quarta-feira, por meio dos ministros Guido Mantega e Miriam Belchior, da Fazenda e do Planejamento, o governo anunciou a intenção de cortar, no Orçamento deste ano, R$ 50 bilhões, algo um pouco acima de 6,5% de uma conta de despesas de R$ 769,9 bilhões.

A intenção, acertada, é reduzir a contribuição dos gastos públicos para o aquecimento excessivo da demanda, causa, em boa medida, do fato de a inflação chegar a 6% anuais, um ponto e meio acima do centro da meta (4,5%) e apenas a meio ponto do limite superior dela.

O Planalto demonstra entender o risco do descontrole inflacionário num país em que ainda há muitos preços indexados e uma memória adormecida na sociedade do longo período em que a alta de ontem deflagrava a remarcação de hoje.

Basta uma fagulha, sem ser combatida como deve pelo governo, para esta memória ser despertada e o mecanismo da “inflação inercial” voltar a agir, pelo qual a inflação do futuro é movida pela do passado.

Cabe registrar que o anúncio deste contingenciamento ocorre não muito depois de o Banco Central ter aumentado a taxa básica de juros em meio ponto percentual, de 10,75% para 11,25%, o início de mais um aperto monetário para conter preços.

Assim, pela primeira vez desde o final do primeiro mandato de Lula, o Ministério da Fazenda age na mesma direção do BC, e acaba com a grave esquizofrenia de política econômica verificada desde aquela época, em que a Fazenda acelerava a gastança e o BC tinha de manter a inflação sob controle via juros.


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

MARTELO BATIDO


Editorial do Estadão

A decisão da presidente Dilma Rousseff de declarar encerradas as negociações com as centrais sindicais e os partidos da base sobre o reajuste do salário mínimo de 2011 - fincando pé no valor fixado de R$ 545 - é uma demonstração de autoridade e coerência política.

Não é pouca coisa para quem tem léguas a percorrer na construção de um estilo de liderança pessoal que resgate a sua imagem da sombra do seu padrinho e grande eleitor Luiz Inácio Lula da Silva.

De mais a mais, ela está certa em se manter fiel à regra acertada com os sindicalistas em 2007, pela qual o mínimo deve ser reajustado por uma fórmula que leva em conta a taxa de inflação do ano anterior e a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

Primeiro, porque os pactos existem para ser cumpridos e também disso depende a reputação de um governo.

Segundo, porque um aumento maior do que o resultante daquele cálculo desmoralizaria na primeira curva do caminho os reiterados compromissos da presidente com o "valor absoluto" da estabilidade econômica e com o rigor fiscal por ela prometido já no seu pronunciamento da vitória, em 31 de outubro.

Afinal, os benefícios da Previdência são reajustados pelo salário mínimo.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

REUNIÃO TENSA NO PLANALTO


Após quase três horas de tensa reunião no gabinete da presidente Dilma Rousseff na noite desta terça-feira, em que ouviram cobranças duras a respeito do apagão de sexta-feira (4) no Nordeste, a cúpula do setor elétrico brasileiro saiu do encontro evitando qualquer tipo de relato da reunião.

Participaram da reunião, que tinha o objetivo de esclarecer a causa do apagão, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), os presidentes da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Nelson Hubner, da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), Dilton da Conti Oliveira, do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Hermes Chipp, e da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim.

Na saída do Palácio do Planalto, apenas Hubner e Conti Oliveira tiveram algum contato com a imprensa, mas se recusaram a responder perguntas. Visivelmente tensos, eles não responderam nem mesmo se a presidente havia determinado demissões na área. Hubner disse apenas que "o processo não está concluído".

Enquanto Dilma tenta acender as lâmpadas, um tenso Guido Mantega tenta apagar as chamas de uma inflação que caminha para romper a barreira dos 6% ao ano e alçar vôo imprevisível. O ministro Mantega teme uma queda de confiança popular no controle inflacionário.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O CONTO DO VIGÁRIO


"O Lula está com problema de memória. Quando Serra propôs o mínimo de R$ 600 e os 10% para os aposentados, ele e Dilma estiveram reunidos com os presidentes das centrais aqui na Força, antes do comício em São Miguel Paulista e afirmaram, juntos, que nos podíamos garantir para as nossas bases que teríamo...s aumento real neste ano" - disse o deputado Paulo Pereira (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, citando o comício de 15 de outubro em que Lula acusou José Serra (PSDB-SP) de fazer demagogia com o salário mínimo.

-" Ele ficou o tempo todo no palanque convencendo a mim e ao Artur (Henrique, presidente da CUT) que tudo seria acertado depois, não precisávamos fixar o valor naquele momento. Estamos apenas cobrando o que ele sugeriu. Mas agora a eleição acabou" - completou Paulinho.