Na sede da Fecomércio, em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, falaram dos 15 Anos do Plano Real, completados agora.
O Plano Real livrou o país da hiperinflação e o colocou nos trilhos da estabilidade econômica.
Há toda uma geração de jovens brasileiros de 15 anos que não conhecem a máquina de remarcar preços e nem sabem que há 15 anos os salários eram pagos em milhões que nada valiam. "O salário sobe pela escada e os preços sobem de elevador", diziam. O Plano Real foi um divisor de águas na recente história do Brasil. Merece ser comemorado porque finalmente, depois de vários planos e experimentos, quando a gente já não acreditava mais em planos e pacotes, o Real veio e deu conta do recado. A mim parece que se passaram mais de 15 anos, parece que isso já está muito distante. Mas não, são apenas 15 anos e devemos estar atentos, todos, povo e governo, porque não aguentaríamos a volta de uma hiperinflação.
Sobre a paternidade do Plano Real, FHC deu crédito ao seu antecessor. "O Plano Real foi do ex-presidente Itamar Franco. Se eu não tivesse tido apoio irrestrito, não teria saído (o plano)", afirmou.
Fernando Henrique Cardoso, criticou Lula ao dizer que o atual governo deu "um passo atrás" no processo de profissionalização das estatais. Segundo o sociólogo, houve um retrocesso no que chamou de "infiltração partidária" nas instituições públicas e em instituições como a Petrobras e o Banco do Brasil. "Continua havendo uma mentalidade antiga de que é preciso 'descupinizar' a máquina pública. O cupim do filhotismo, do clientelismo, do partidarismo, de tudo que é ruim e fica".
Pedro Malan, afirmou que é preciso reduzir a barreira aos investimentos privados diretos, especialmente na área de infra-estrutura. "É preciso perder o medo do investimento privado direto".
FHC chamou o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) de Plano de Aceleração da Comunicação, aludindo à divulgação das obras e citando a presença da Ministra Dilma Roussef em viagens. "Se é candidata, eu não sei. Não foi feito um porto novo no atual governo", disse o ex-presidente. Ele elogiou, no entanto, o que chamou de "sagacidade" de Lula. "É preciso reconhecer que sabe manobrar".
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