Cristiane Jungblut, O Globo
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse agora há pouco que foi surpreendido com as declarações do irmão, Oscar Jucá Neto, à Revista "Veja". Ele disse que apenas indicou o irmão para a Conab e que, diante dos problemas, concordou com sua saída da empresa.
Ontem, Jucá ainda tentava localizar o irmão. O líder garantiu que não sabia do teor da entrevista. Na entrevista à "Veja", Jucá Neto disse que há esquema de corrupção na Conab e que o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, estaria envolvido.
- Me solidarizo com o ministro. Conversei isso com o Rossi e não concordo com essa postura dele. Discordo das informações e lamento essa posição. Fui surpreendido. Estou envolvido involuntariamente e lamento. Mas o cargo de líder é de confiança da presidente - disse Jucá.
Demitido da direção da Conab depois de ser acusado de autorizar um pagamento para uma suposta empresa de fachada, Oscar Jucá Neto denunciou que há um esquema de corrupção e desvio de recursos na companhia estatal maior do que os escândalos do Dnit.
Em entrevista à revista Veja , Jucá Neto, o Jucazinho, diz que na Conab "só tem bandido" e acusa o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, de envolvimento em irregularidades , embora admita que não tem como provar. O ministro nega participação e desqualifica as acusações. Oscar Jucá Neto foi exonerado na quarta-feira .
Segundo Jucazinho, depois de demiti-lo, Rossi o teria chamado para uma conversa em que ofereceu uma compensação pela perda do cargo. Conforme relatou à revista, na conversa, o ministro teria dito que ele teria "participação em tudo". Jucazinho alega ter entendido que a oferta era de propina.
"O ministro sugeriu que eu pensasse na possibilidade de mudar de cargo e disse num tom de voz enigmático: fica tranquilo que você vai participar de tudo".
Jucazinho disse que não aceitou a proposta. E afirmou, segundo a revista: "Ali só tem bandido e não vou trabalhar com bandidos."
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