Dilma soube que estava havendo superfaturamento em obras tocadas pelo Ministério dos Transportes. Soube também que licitações ali eram fraudadas e que empresas contratadas contribuíam para o caixa 2 do Partido da República (PR, presidido por seu ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento).
Foi por isso que no último fim de semana ela mandou afastar a cúpula do ministério, toda ela formada por auxiliares de confiança do ministro. Não esperou, sequer, a volta de Nascimento, que viajara para o Amazonas, seu Estado.
Se Nascimento tiver um pingo de vergonha na cara pedirá demissão. Ou porque foi conivente com a roubalheira. Ou porque foi um administrador leniente, descuidado, omisso. Não mandava, de fato, no seu pedaço. Desconhecia o que se passava em torno do seu gabinete.
Caso Nascimento não peça para sair, Dilma só tem uma atitude a tomar para ser coerente com seus atos recentes: demitir o ministro. Bancar a babá dele, jamais.
O PR não sairá da barra da saia de Dilma se Nascimento perder o emprego. Não terá para onde ir. Continuará refém das migalhas do poder. Quando nada porque tais migalhas significam alguns milhões de reais aqui e acolá.
Dilma só enfrentará um problema se demitir Nascimento: ele voltará para o Senado. E João Pedro, o suplente que assumiu a vaga dele, voltará para o Amazonas.
João Pedro é amigo de longa data e de farras inesquecíveis de Lula. Comeram muitos tambaquis juntos com as águas do rio Amazonas pela cintura.
Virou suplente de Nascimento por imposição de Lula. E foi por isso, e só por isso, que Nascimento virou ministro - antes de Lula, agora de Dilma.
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