sábado, 30 de abril de 2011

MAQUINISTA DE TREM FANTASMA

Por Augusto Nunes - Veja Online

“Eu cumpro meus compromissos”, repetiu a presidente Dilma Rousseff na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Cumpre nada, reitera o vídeo de cinco minutos e meio gravado em 18 de outubro de 2010 e reproduzido na seção O País quer Saber. Embalada pela campanha eleitoral, a candidata promete garantir a segurança nas fronteiras com os sobrevoos de um Vant (Veículo Aéreo Não-Tripulado) e a mobilização de uma Polícia Federal de Primeiro Mundo. Nesta semana, constatou-se que os dois deslumbramentos só existem no Brasil Maravilha registrado em cartório.

No mundo real, a Polícia Federal foi empurrada para longe das fronteiras pelo corte de R$1,5 bilhão no orçamento anual do Ministério da Justiça. Com o sumiço do dinheiro, ficaram para quando Deus quiser a ampliação dos efetivos da Polícia Federal e a fiscalização das rotas do narcotráfico e do contrabando de armas. E o Vant só decolou na imaginação de Dilma Rousseff. Continua em terra por falta de combustível, revelou nesta quarta-feira a Folha de S. Paulo.

Até que a PF consiga alguém disposto a fornecer 12 mil litros de gasolina de aviação por ano, a bandidagem estará livre desse espião eletrônico que, guiado por controle remoto, dispensa pilotos e consegue, a 5 mil metros de altitude, fotografar a placa de um carro em alta definição. O lote de 15 Vants e quatro estações de controle, comprado por R$ 540 milhões de um fabricante israelense, chegará em fatias até 2015. Por enquanto, só chegou o aparelho que segue estacionado num galpão do aeródromo de São Miguel do Iguaçu, a 40 quilômetros de Foz do Iguaçu.

Em fevereiro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pousou na região para anunciar que a decolagem inaugural ocorreria em março. De volta a Foz do Iguaçu nesta semana, preferiu conversar sobre a importância da integração dos mecanismos de combate aos narcotraficantes e aos comerciantes de armas. Nada sobre as verbas que sumiram. Nem sobre o colosso tecnológico.

Quem conhece Dilma Rousseff não tem o direito de surpreender-se. Em vez de honrar compromissos, ela prefere fingir que o imaginário existe. No momento, brinca de maquinista de trem-fantasma e, simultaneamente, flutua sobre as nuvens na cabine de um avião invisível.

O BRASIL ESTÁ MORTO!

Raphael Curvo - Prosa e Política

A não ser que aconteçam vigorosas reviravoltas na composição da população política brasileira, nosso País está morto. Esta mudança impactante só será possível com a formação de um novo quadro de homens na condução da política do Brasil.

O que se apresenta no momento é algo avassalador para a ética e a moralidade do governo. Estamos sem rumo no Congresso Nacional, no Executivo e até mesmo no Judiciário que, pelo que se observa, tem membros compromissados com padrinhos. Não é difícil entender que a nau política está à deriva. Eleições estão sendo decididas no “tapetão” do Supremo Tribunal Federal. A reforma é coisa de Tiririca.

Corruptos comprovados e alardeados por falta de decoro, ética e outros crimes, ocupam em maioria o Conselho de Ética. São os Lobões da vida cuidando das ovelhas. Tiririca, analfabeto e “abestado” está na Comissão da Educação. O Presidente do Senado envolvido por todos os lados em escândalos sendo o último com as digitais no perdão, pela Caixa Econômica Federal, da dívida monstruosa de 1,9 bilhões de reais para o grupo Bozano e Banco Santander, em relação à privatização do Banco Meridional (ver revista Época de 18/04/11). O perdão foi autorizado e assinado pelo Diretor Fábio Lenza, apadrinhado de Sarney, que disse “conhecê-lo apenas superficialmente”.

Além de íntimos familiarmente, a irmã de Fábio Lenza, Olga, é Secretaria de Educação do Governo do Maranhão onde Roseana Sarney é governadora.

Grassam por todos os lados as mentiras e enganações que levam a pobreza intelectual, cultural e social a pensar que estamos no mais alto dos patamares da vida econômica mundial. O grave é que para grande parte desses grupos elas são consentidas. Apesar de alardear crescimento, de 1995 até 2009 a participação brasileira no PIB mundial teve queda de 3,1% para 2,9%, o que leva o Brasil a ter o menor índice de expansão econômica anual dos Brics.

O jornal inglês “The Economist” publicou, há pouco, pesquisa em que somos o 47º colocado, entre 165 países, no Índice de Democracia, ou seja, no exercício de princípios democráticos como regime político. Os critérios da pesquisa levam em conta a base nos processos eleitorais, na cultura política e liberdades civis considerando quatro tipos de regime: democracias plenas, democracias imperfeitas, regimes híbridos e regimes autoritários. Este último, o caso da Venezuela que tanto Lulla elogia.

A dívida interna brasileira em 2002 estava na casa de 640 bilhões de reais e a externa em 212 bilhões. Após as eleições de 2006, o governo Lulla propagou a todos os rincões o pagamento da dívida externa e a dívida interna pulou para 1,4 trilhões, ou seja, pagou com a dívida interna. Foram oito anos de pouco investimento na infra-estrutura e na melhoria da preparação de mão de obra e da educação no Brasil. A prova está na mídia todos os dias. Em um País com mais de 190 milhões de pessoas, apenas 6 milhões (5,7%) detém curso universitário e mesmo assim o governo passa à população que estamos marchando firme para nos tornarmos, em breve, uma força econômica no cenário mundial.

Ativa o consumo com índice de crescimento sem informar, entretanto, que o dinheiro para financiar isso aumentou a dívida interna em 2010 para 1,9 trilhões e destes, 240 bilhões são da nova dívida externa. É dinheiro que foi para o bolsa família e outros programas sociais e os alucinantes gastos de custeio da máquina pública para aumentar consumo e que agora estão precisando do aporte de dinheiro externo sacrificando o parque industrial do Brasil. Solapa a nossa economia com a alta dos juros para facilitar entrada de dólares e com isso a aumentar a arrecadação.
Como disse em artigo anterior, a inflação pousou. Foi difícil para o governo reconhecer que o perigo é grande, não consiste em marolinhas. Para enfrentá-la, terá que existir uma política de contenção de despesas e para isto não parece ter o governo, uma estratégia. Por enquanto o caminho está na entrada de dólares e nas commodities que sobem vertiginosamente de preços, o que pode refletir em desajustes e conseqüente queda dos preços e volumes. Os empresários estão aceitando tudo de forma passiva porque é do seu interesse o “status quo”. Estão ganhando mais com os dólares obtidos a 0,5% no exterior e aplicá-los no Brasil, a mais de 12%, do que com a produção de suas indústrias. O IOF só serve para o governo arrecadar.

Já me preocupam os estádios destruídos antes mesmo de projetos concluídos como foi o Maracanã. As empreiteiras agiram rápido como forma de não ter volta. Está na cara que o dinheiro é pouco e que aditivos de reajustes terão que rolar. Com a quantidade de eventos naturais previstos para os próximos anos, já coloco em dúvida a realização da Copa do Mundo com tudo concluído. Para um setor já está garantida a não conclusão: os aeroportos. Uns estádios estão “na chão” e outros ainda no capinzal. Creio que a presidente tem conhecimento amplo da situação, mas se não se desincorporar daquele que não consegue se desencarnar, o Brasil está morto.

DELÚBIO DE VOLTA

"Vamos votar logo a volta de Delúbio ao partido que com o casamento real, amanhã o assunto só renderá notinhas nos jornais.”Senadora Marta Suplicy (PT-SP), antes da aprovação pelo Diretório Nacional do PT da refiliação de Delúbio Soares ao partido.

Integrantes do Diretório Nacional do PT aprovaram na noite de hoje (29) o retorno ao partido de Delúbio Soares, considerado como pivô do mensalão de 2005.

A vitória de Delúbio foi esmagadora. Ele contou com apoio de 60 dirigentes. Apenas15 votaram contra. Outros dois não opinaram.

O presidente eleito do partido, Rui Falcão, foi um dos que votaram a favor de Delúbio.

"Como não existe pena perpétua no Brasil e tão pouco no regimento e estatuto do PT, nós encaramos isso com naturalidade", ressaltou Falcão na saída da reunião.

Para o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), a refiliação do "companheiro" não se trata de uma anistia, mas um "momento novo".

Apesar de não ter participado da votação, o ex-presidente Lula foi um dos que apoiaram o retorno do ex-dirigente.

A expulsão de Delúbio, tesoureiro do partido por cinco anos, ocorreu no auge do escândalo do mensalão, em outubro de 2005.

No ano seguinte, ele foi considerado pelo então procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza como um dos líderes do suposto esquema de corrupção.

O esquema do mensalão envolvia a compra de apoio de congressistas para projetos de interesse do governo.

Após a denúncia do PGR, Delúbio tornou-se réu em ação no Supremo Tribunal Federal (STF) por formação de quadrilha e corrupção ativa.

O julgamento de Delúbio e outros 37 réus acusados de envolvimento no esquema deve ocorrer em 2012.

Uma primeira tentativa de retorno de Delúbio chegou a ser ensaiada em 2009, mas em razão de ser um ano pré-eleitoral, os dirigentes do partido preferiram adiar a decisão.

O novo pedido de retorno ao partido foi feito, pessoalmente, ontem (28) por Delúbio ao Diretório Nacional. Na ocasião, ele chegou às lagrimas ao defender a refiliação.

Huá,huá,huá...QUE DESAGRADÁVEL!


Emissoras de rádio de todo o país transmitiram na noite desta sexta-feira (29) um pronunciamento antigo da presidente Dilma Rousseff, de 10 de fevereiro, sobre a volta às aulas, em vez de reproduzir a fala dela sobre o 1º de Maio, Dia do Trabalho, exibida nas TVs.

A assessoria da Presidência informou que a troca ocorreu por um “erro técnico da Empresa Brasil de Comunicação (EBC)”, estatal responsável pela transmissão em cadeia nacional do pronunciamento.

De acordo com a assessoria, a responsabilidade pelo engano está sendo apurada e que a Rádio Nacional transmitiria o pronunciamento correto às 21h30.

O Planalto vai ainda se mobilizar em busca de uma “rede voluntária” para reproduzir, na noite deste sábado (30), a fala de Dilma sobre o Dia do Trabalho.

Nas TVs, foi veiculado o pronunciamento previsto, em que Dilma promete “jogar duro contra a inflação” e anuncia o programa “Brasil sem Miséria”. A fala de Dilma transmitida nas rádios nacionais foca em educação e no início do ano letivo.

“Nossos jovens estão de volta às aulas. A abertura do ano escolar é sempre uma festa de alegria, de fé e de esperança. É com esse sentimento que saúdo os estudantes, seus pais e, muito especialmente, todos os professores brasileiros”, disse Dilma no pronunciamento de fevereiro e que foi repetido por erro nesta sexta.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

OBRA DE LULA DESABA


Parte do túnel Cuncas I, de 15 quilômetros de extensão e que faz parte do projeto de transposição do rio São Francisco, no trecho entre Ceará e Paraíba, desabou. A obra foi uma das últimas visitadas, em dezembro do ano passado, por Luiz Inácio Lula da Silva antes de deixar a Presidência da República.

O túnel liga os municípios de Mauriti (CE, a 491 Km de Fortaleza), com São José de Piranhas (PB). De acordo com o jornal cearense Diário do Nordeste, os construtores tentaram abafar o desabamento que ocorreu há uma semana. Mas a notícia terminou vazando.

Segundo o jornalista Alex Gonçalves, do blog Radar Sertanejo, os fiscais não permitem o acesso de repórteres ao local do acidente, que permanece fechado. Dos 80 metros que foram construídos até agora, 50 se fecharam com o desmoronamento. Ele diz que o acidente aconteceu por volta das 11h30 de quarta-feira (20) da semana passada. Uma pedra de aproximadamente 18 toneladas caiu sobre a escavadeira hidráulica L250, também chamada de jumbo, que era utilizada na escavação do túnel. O jornalista não informou se era ou não a mesma máquina que o presidente Lula subiu, no dia 14 de dezembro, em visita às obras.

Segundo informações de funcionários, a rocha desabou por cima do vidro do jumbo e por pouco não aconteceu uma tragédia. Um operário contou que os trabalhadores ouviram um barulho e saíram correndo de dentro do túnel. Ninguém se machucou.

BASBAQUICES


de Ucho.Info

Humorista de quinta – Quando, em meados de 2008, a crise financeira internacional apontou a proa na direção do Brasil, não demorou muito para o sempre falastrão e messiânico Luiz Inácio da Silva classificar a turbulência na economia global como “marolinha”.

Quando percebeu que a tal marolinha era na realidade um maremoto respeitável, que vez por outra exibia musculatura de tsunami, Lula apostou na galhofa e disse que a crise fora fabricada por “loiros de olhos azuis. Uma bobagem desmedida, não sem antes ser um tropeço diplomático, pois a crise financeira eclodiu nos Estados Unidos, onde boa parte da população é de afro-descendentes, sem contar os forasteiros que por lá chegam, em especial os latinos.

Que Lula da Silva é um desavisado que posa de gênio todos sabem, mas muitas das declarações do ex-presidente bambeiam entre o inaceitável e a galhofa. Diante de algumas centenas de sindicalistas, que se reuniram em São Bernardo do Campo para ouvir o besteirol luliano, o sempre inconsequente Lula disse que a volta da inflação é uma falsa crise. “Estão inventando uma pseudocrise econômica”, declarou o petista.

Alegando estar “orgulhoso” com as medidas tomadas por sua sucessora, Dilma Rousseff, para combater a inflação, Luiz Inácio da Silva disparou: “Nós temos a obrigação de não permitir que a inflação volte a este país”. Trata-se de mais uma sandice discursiva, pois o combate à inflação não se faz com um palavrório irresponsável e desconexo. O que os atuais ocupantes do Palácio do Planalto, muitos dos quais ex-integrantes do governo Lula, deveriam ter feito é impedir o consumo irresponsável, reflexo da estratégia oficial para evitar as reticências da crise financeira planetária. “Temos de ser guerreiros contra a inflação e a especulação”, completou o ex-presidente.

Certo de que é difícil defender o indefensável, Lula tomou emprestado o besteirol de Guido Mantega e afirmou que “o problema da crise é porque temos uma economia mundial subordinada ao dólar”. Ou seja, a inflação brasileira, na opinião do sábio Luiz Inácio, é mais uma vez culpa dos “loiros de olhos azuis”.

Como tudo na sua vida gira em torno da bebida e do esporte, e não foi por acaso que o jornalista Larry Rother escreveu sobre os bebericos presidenciais, Lula disse aos que o assistiam, fazendo referência aos Jogos Olímpicos de 2016, “a gente vai se inscrever no levantamento de copo”.

Diante dessa enxurrada de besteiras ficam duas perguntas que não querem calar: 1) Qual foi o critério adotado por respeitáveis universidades do planeta para conceder a Lula títulos de doutor honoris causa, a começar pela tradicional e sisuda London School of Economics? 2) Até que ponto chega a irresponsabilidade do diretor de ume empresa privada que paga US$ 200 mil por uma palestra de alguém que é a materialização de algo que resulta da mistura da ignorância com a fanfarrice?

DESAFIADO, LULA ARREGOU PARA FHC

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recusou nesta quarta-feira, 27, o desafio feito pelo também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de disputar uma nova eleição. "Não vou responder. Ele, como eu, vamos disputar no além. Não temos mais idade para isso", afirmou Lula, durante o 8º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), realizado em um hotel de Guarulhos.

A proposta do tucano foi feita em meio à polêmica sobre o artigo que escreveu para a revista "Interesse Nacional", no qual defendeu que o PSDB deveria deixar de buscar diálogo com o "povão" e tentar conquistar votos na nova classe média brasileira. A crítica de Lula a essa análise veio de Londres, onde estava para uma palestra a investidores da Telefônica: "Não sei como alguém que estudou tanto depois diz que quer esquecer do povão. O povão é a razão de ser do Brasil. E do povão fazem parte a classe média, a classe rica, os mais pobres, porque todos são brasileiros".

Na semana passada, FHC aproveitou-se de uma entrevista a um programa de rádio para responder a Lula na forma da provocação: "Ele (Lula) esquece-se de que eu o derrotei duas vezes. Quem sabe ele queira uma terceira. Eu topo."

quarta-feira, 27 de abril de 2011

DISCURSO DO PASSADO


de Ucho.Info

Nada como o tempo – A vida é uma sequência de fatos e nada como um dia após o outro, pois dizem os mais experientes que o tempo é o senhor da razão. Nos longos anos em que gazeteou contra os ocupantes do poder, o Partido dos Trabalhadores não cansou de defender a estatização de forma generalizada. De bancos a setores essenciais da economia, tudo era, na opinião míope dos petistas, passível de privatização.

Sem ter como chegar ao poder, o PT descobriu que rasgando o discurso pretérito e embarcando na toada política nacional o sonho tornar-se-ia realidade em pouco tempo. Para tal foi preciso se render ao dinheiro dos banqueiros, os mesmos que no passado foram alvo de críticas anticapitalistas. Circulando pelas raias do capitalismo com a intimidade de um direitista qualquer, o staff petista passou a fazer exatamente aquilo que condenou. Envolveu-se em seguidos escândalos de corrupção, deixou-se embriagar pelas benesses do poder, usou o Estado para fazer negócios escuros e, acima de tudo, foi obrigado a lançar mão das privatizações para camuflar a incompetência que há mais de duas décadas acompanha a legenda, sempre lembrando que para toda e qualquer regra há honrosas exceções.

Com a proximidade da Copa de 2014 e a profecia de Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA, sobrevoando incessantemente o Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff decidiu deflagrar o processo de privatização dos aeroportos, o que para os contribuintes será um alívio, não sem antes ser uma luz no fim do túnel para os usuários da aviação comercial. Entre os aeroportos que terão a participação da iniciativa privada, os de Guarulhos e Campinas (Viracopos) estão na primeira lista. A contrapartida será aos empreendedores será a locação de lojas e o recebimento de parte das taxas aeroportuárias.

Na eleição presidencial de 2006, Lula da Silva consentiu que os petistas comandassem campanha mentirosa contra os tucanos, que na ocasião foram chamados de “privatistas”. No rol de inverdades disparadas à época estava a de que o PSDB, voltando ao poder central, privatizaria a Petrobras, que nos últimos oito anos foi transformada em cabide de empregos do PT e serviu como pano de fundo para alguns companheiros cobrarem propinas ao bel prazer, como foi o caso de Silvio Pereira, o Silvinho, que realizou um sonho de consumo ao receber um veículo Land Rover de presente.

terça-feira, 26 de abril de 2011

MINHA CASA, MINHA VIDA

de Augusto Nunes

O ex-presidente Lula aproveitou a entrevista ao jornal ABCD Maior, editado pelos metalúrgicos do rebanho, para fingir que acabou mesmo com a fome e a pobreza que, erradicadas no Brasil Maravilha do cartório, teimam em exibir-se o tempo todo em milhares de esquinas do país real. “Dilma vai lançar o programa de combate à miséria absoluta, onde fará um pente fino para descobrir quais são os pobres que ainda não foram atendidos”, gabou-se o recordista nacional de bazófia e bravata.

Tradução: são tão poucos os exemplares da espécie virtualmente extinta que só com a mobilização dos recenseadores do IBGE será possível localizá-los ─ e descobrir as misteriosas razões que os levam a recusar a carteirinha de sócio do Clube da Nova Classe Média. Lula deveria ter combinado com os fatos, soube-se nesta segunda-feira. Uma representante dos milhões de pobres que só tem têm três refeições por dia no país-do-faz-de-conta invadiu o Planalto para desmentir aos berros a fantasia do palanqueiro.

Depois de driblar a segurança do Palácio do Planalto, a brasileira Eliane dos Santos Silva só foi detida quando subia a rampa do segundo andar que dá acesso ao gabinete de Dilma Rousseff. Impedida de falar com a presidente, revelou aos gritos o motivo da viagem ao coração do poder: quer a casa própria que Lula e Dilma prometeram à população de baixa renda durante a campanha eleitoral.

“Todo mundo tem direito à habitação”, protestou Eliane, com uma criança no colo e chorando. “Eu sou mãe de três filhos. Direito para pobre, não tem. Para rico, sempre arranja uma brechinha. Todo mundo aqui pensa que pobre é burro”. Não pareceu mais otimista ao saber que um assessor anotaria a reivindicação. À saída, os jornalistas colheram outra informação interessante.

Enquanto espera a casa prometida, Eliane dos Santos Silva sobrevive em São Bernardo do Campo. A uma viagem de ônibus do apartamento do ex-presidente que, por 200 mil reais, topa contar em palestras de 50 minutos o milagre que hoje o impede de enxergar um único pobre em todo o Brasil.

AMOR ANTIGO


Com o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a corrente do PT Construindo um Novo Brasil -majoritária no partido- dará largada, depois de amanhã, ao processo de refiliação de Delúbio Soares.

Ex-tesoureiro do PT, Delúbio deixou o partido em 2005 em meio ao mensalão. Sua volta só deve ser discutida formalmente no sábado pelo Diretório Nacional da sigla.

Mas, após sinal verde de Lula, foi oficialmente incluída na pauta da reunião preparatória que a CNB realiza nesta quinta-feira.

Segundo petistas, Lula deu apoio à articulação ontem, durante reunião com o coordenador do grupo, Francisco Rocha, o Rochinha.

Embora a decisão seja do diretório, o destino de Delúbio será traçado pela CNB, que -com 56% das cadeiras- tem voto suficiente para aprovar a refiliação.

A pauta da CNB foi encarada ontem como um indício de que o atual presidente do PT, José Eduardo Dutra -licenciado desde 22 de março-, não voltará ao comando da sigla.

Antes do pedido de Delúbio, a corrente discutirá a conjuntura nacional. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), e o atual presidente da legenda, Rui Falcão, foram escalados para a apresentação do debate.

Estava prevista para a noite de ontem uma reunião entre Lula, Dutra e Costa.

Antes do encontro, Lula foi informado de que a decisão de Dutra de não voltar à presidência era irrevogável. Ainda segundo petistas, Lula não manifestou intenção de convencê-lo a ficar. Costa e Falcão são cotados para presidir o partido.

Lula também discute a sucessão da prefeitura paulistana. Segundo petistas, apesar de gostar do ministro Fernando Haddad (Educação), ele admite que a candidatura não é de fácil construção.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

APAGÃO DE COMBUSTÍVEIS

de Ucho.Info

Profeta de camelô – Muitos nos criticaram quando afirmamos que pegar carona no anúncio da descoberta do pré-sal – a descoberta se deu há décadas – era um ufanismo maroto de Luiz Inácio da Silva, que desde então passou a circular pelo mundo como se fosse um xeique tropical do petróleo. Lula, boquirroto como sempre, fez questão de lambuzar as mãos com petróleo como se fosse ele o criador da Petrobras e o inventor do ouro negro das profundezas marítimas.

O messianismo de Lula, o qual mereceu – e a ainda merece – inúmeras críticas de nossa parte, começa a se esvair muito antes do previsto, pois nenhuma mentira dura o tempo todo. Mitômano compulsivo, Lula da Silva deixou de fazer palestras no Brasil, pelas quais recebe verdadeiras fortunas, para destilar o seu conhecido besteirol em terras estrangeiras. Se proferisse suas palestras na nossa desgovernada Botocúndia, Lula certamente seria cobrado das promessas que fez e das conquistas fraudulentas que anunciou.

Com o preço da gasolina nas alturas e a falta do combustível em quase todo o território nacional, a soberba petista deveria ser sepultada imediatamente, o que dificilmente acontecerá, pois o suado dinheiro do contribuinte há muito compra o silêncio conivente e criminoso de muitos veículos de comunicação.

Por ocasião da gazeta palaciana feita a partir do pré-sal, este site alertou para o perigo de se gastar antes de surgir o primeiro tostão do petróleo que ainda será explorado. Lembramos à época que qualquer resultado comercial do pré-sal demoraria no mínimo uma década para acontecer. Como Lula precisava eleger Dilma Rousseff, como forma de deixar sob o tapete as mazelas de um governo corrupto e fanfarrão, o petróleo do pré-sal, cuja quantidade e viabilidade ninguém sabe ao certo, passou à condição de catapulta dos interesses petistas.

O derrame irresponsável de carros em todas as cidades brasileiras fez com que o consumo de gasolina disparasse, pois a falta de uma política para o etanol impediu que o combustível limpo e renovável fosse produzido em quantidade suficiente para atender a demanda crescente. O nosso alerta foi feito logo após a COP-15, frustrado encontro de chefes de Estado e de governo para discutir o meio ambiente.

Como a anunciada auto-suficiência em petróleo ainda está por vir, e pode demorar algumas décadas, o Brasil tornou-se um cobiçado importador de gasolina. Lamentavelmente, os que nos criticaram no passado agora adotam um covarde e obsequioso silêncio, assim como fazem os parlamentares petistas que subiram às tribunas do Congresso para discutir a partilha do dinheiro do pré-sal.

Por enquanto, a única divisão equânime que temos à disposição é a conta gerada pelo impacto da falta de gasolina na economia, algo provocará um rombo de US$ 18 bilhões na balança comercial (resultado da importação de gasolina), sem contar a injeção de ânimo que tal cenário dará à malfadada e sempre temida inflação. Mesmo assim, o PT já deflagrou uma ação suicida para conquistar a classe média, a mesma que recebeu recentemente 36 milhões de novos integrantes, todos arremessados pelo crédito fácil e pelo consumo irresponsável.

INFLAÇÃO DILMESCA


de Ucho.Info

Olhos da cara – Até que alguém descobrisse a importância da banana no cardápio diário do ser humano, a miséria sempre foi traduzida no Brasil pela expressão “passar a vida a pão com banana”. Na prática muitos enfrentaram esse minimalismo alimentar diante da mesa, mas sob o manto do Partido dos Trabalhadores a banana pode se transformar em uma iguaria dos sonhos da maioria.

Desde que chegou à instância máxima do poder, a neopetista Dilma Vana Rousseff tem estado às voltas com a maldição que emoldura o legado do seu mentor eleitoral, o sempre fanfarrão Luiz Inácio da Silva, que submergiu por conta das sandices cometidas durante os oito anos em que esteve no Palácio do Planalto.

Sem ter como contestar e criticar o antecessor, Dilma vem enfrentando sucessivas e inócuas batalhas contra a inflação. Nas primeiras semanas de seu governo, a presidente disse que venceria a guerra contra a temida inflação, algo que cada vez mais se distancia do possível.

Como faz regularmente, a reportagem do ucho.info pesquisou mais uma vez os preços dos alimentos no maior centro de distribuição de frutas e verduras da América Latina, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), e detectou que a inflação já chegou triunfante à mesa do reles trabalhador, mesmo que os palacianos neguem tal fato.

Há uma semana, um quilo de banana nanica era vendido na Ceagesp por R$ 1,30. Sete dias depois, a mesma banana era vendida a R$ 1,40 o quilo. Se nessa onda de virtuosismo mentiroso R$ 0,10 nada representam, percentualmente a situação é assustadora. Em apenas uma semana o preço da banana registrou aumento de 7,5%, número que escancara a força do fantasma que volta a aterrorizar os consumidores.

Com isso, passar a vida a pão com banana será um calvário de luxo, pois o pão tem preço acintoso e a banana transformou-se na penca da inflação. Certo estava aquele filósofo mambembe de botequim, que certa vez disse “nunca antes na história deste país”. E se cada um cobrar de Dilma Rousseff as absurdas promessas de campanha, no máximo terá uma banana. Não comestível, é claro!

domingo, 24 de abril de 2011

A GOVERNANTA


de Mary Zaidan

Políticos, quando precisam exibir eficiência ou amainar cobranças administrativas, cultivam o hábito de apelar aos técnicos. Uma categoria que no imaginário coletivo não carrega a pecha nem os vícios da política e dos políticos.

Foi assim que Lula, político de sensibilidade agudíssima, apresentou Dilma Rousseff: uma técnica competente, gerentona brava, dura, que corria longe das mazelas dos políticos profissionais. Aquela que tudo sabia sobre energia, a mãe do PAC, a que, de fato, mandava em seu governo.

Vencidos os palanques e a eleição, Dilma não prestou contas dos programas que coordenou para o seu padrinho, muito menos deu norte ou fôlego aos que prometeu iniciar. Projetos gerenciados por ela desde que assumiu a Casa Civil de Lula, há mais de quatro anos, empacam ou insistem em não sair do papel.

O de saneamento tem menos de 2% concluído, os de ferrovias não chegam perto disso. Só para citar alguns exemplos. Com ela na presidência, o PAC só executou 0,25% dos recursos previstos.

Dilma e a sua gestão se desentendem como se um fizesse oposição ao outro.

Um dos melhores exemplos é o Minha Casa, Minha Vida, menina dos olhos da presidente. O programa não consegue sair do lugar. Ao contrário, anda para trás.

Embora a Caixa Federal relate um milhão de casas em produção, menos da metade foi entregue e apenas 10% delas ao público alvo de até três salários mínimos. Ou seja: é impossível atingir a promessa de 60% de moradias para essa faixa de renda.

O maior problema, alegam, é o custo do terreno, especialmente nas grandes metrópoles. Ora, não é admissível que o programa tenha sido planejado sem levar em conta essa variável. Seria admitir uma incompetência sem precedentes.

Nem mesmo empreendimentos simbólicos escapam. O Residencial Nova Conceição, em Feira de Santana (BA), primeiro do programa, vendido e revendido a terceiros, virou caso de polícia.

O de Governador Valadares (MG) é ainda mais irônico. Inaugurado por Lula e Dilma em fevereiro de 2010, com fogos, textos e fotos no site da Casa Civil e no blog da então candidata ilegal e extra-oficial, o conjunto destinava-se a famílias removidas de áreas de risco, que hoje correm o risco de nada ter: as casas, erguidas sobre um lixão, ruíram, outras foram saqueadas, estão sem telhas ou fiação.

Não era bem essa a vida prometida.

A HORA DA VERDADE


da Gazeta do Povo

Preços de commodities em alta, dólar em baixa, crescimento da inflação e aumento das taxas de juros para conter o consumo. Quase três anos depois do estouro da bolha norte-americana, o Brasil volta a se debater com os mesmos problemas que o afligiam em 2008 antes da crise mundial.

Assim como no período pré-crise, os alimentos e as bebidas têm liderado os reajustes. O forte consumo vem pressionando a capacidade instalada das empresas. O dólar voltou a cair e o petróleo, por causa dos efeitos dos conflitos na Líbia, atingiu a maior cotação desde julho de 2008. E, assim como naquele ano, a inflação segue perigosamente acima do centro da meta, de 4,5%.

O Índice de Preços ao Consu­midor Amplo (IPCA), que serve de referência para as metas de inflação do governo, atingiu 6,3% no acumulado dos 12 meses encerrados em março. Somente os alimentos subiram 8,75% no período. A projeção é de que a inflação estoure o teto da meta – que é de 6,5% – em agosto ou setembro, quando deve atingir 7%, e depois recue um pouco. A projeção dos analistas de mercado é que ela encerre no ano em 6,29%.

Para completar, o governo voltou a subir a taxa de juros. Na reunião da semana passada, o Banco Central promoveu a terceira alta desde o início do ano, desta vez de 0,25 ponto porcentual. A Selic, taxa básica de juros da economia, está hoje em 12% ao ano, pouco acima do patamar de abril de 2008 (11,75%). “Vivemos um quadro muito próximo do que víamos em 2008, inclusive no papel que os produtos importados tinham em atender a demanda e evitar que a inflação suba mais”, lembra Thais Marzola Zara, economista-chefe da Rosenberg Consultores Asso­ciados.

Mais difícil

Apesar das semelhanças, analistas são unânimes em dizer que o cenário de agora é mais difícil do que há três anos. A inflação é agora um fenômeno global e atinge a maioria dos países emergentes. A forte injeção de recursos dos países da Europa e dos Estados Unidos para sair da crise inundou de liquidez os mercados, ajudando a transferir recursos para países emergentes, como o Brasil, e dando fôlego para o mercado de commodities, em recuperação desde o ano passado, segundo José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.

Ao contrário do que ocorreu em 2008, quando os distúrbios do sistema financeiro provocaram forte valorização dos ativos, a alta das commodities se ampara concretamente na demanda mundial crescente, lembra Tatiana Pinhei­ro, analista do Santander. “Essa demanda é inegável e vai pressionar os preços das commodities ainda por algum tempo”, afirma.

Café, algodão, milho e soja estão com cotações acima da média histórica. A soja, que bateu o recorde de US$ 16,11 por bushel (27,2 quilos) em junho de 2008 na Bolsa de Chi­cago, atingiu neste ano US$ 14,5. O milho, que chegou a ser cotado a US$ 7,96 em junho daquele ano, já chegou a ser negociado a US$ 7,83 em 2011.

Segundo Carlos Alexandre Gallas, analista da Intertrading, as commodities devem continuar com forte movimento de valorização ao longo do ano. Durante os efeitos da crise de 2008, o preço da soja em Chica­go chegou a cair para US$ 8,50 por bushel, mas a recuperação começou já em fevereiro de 2009.

Entrada de dólares

Boa parte do cenário econômico atual se deve, curiosamente, aos efeitos que a própria crise provocou. O aumento da inflação mundial já era esperado principalmente pelos emergentes, que saíram mais rapidamente da crise financeira internacional. A forte entrada de dólares no Brasil, fruto das políticas expansionistas das economias desenvolvidas, também contribuiu para derrubar a cotação da moeda americana. Alguns analistas acreditam que o governo demorou demais para retirar as medidas de estímulo concedidas durante a crise. Com isso, a economia ga­­nhou um ritmo que vai dar mais trabalho para ser contido.

Mercado interno

Segundo os economistas, a inflação também é mais resistente agora porque as condições do mercado interno brasileiro são outras. “Há um cenário mais apertado de emprego, com crescimento médio dos salários. As empresas estão sendo obrigadas a pagar mais para reter ou contratar funcionários. O aumento do salário mínimo garantido para 2012 também deve impulsionar a inflação no próximo ano”, lembra Constantin Jancson, analista econômico do HSBC. Em níveis superiores ao de 2008, o consumo, sustentado pelo crédito, continua desafiando as medidas adotadas pelo governo para frear esse movimento.

Para Jancson, o Brasil terá que conviver com uma inflação mais alta por pelo menos mais quatro anos. Na média, a projeção do HSBC é de que a inflação fique em torno de 6,1%. “A questão é que, quanto mais distante do centro da meta, mais vulnerável o país fica para controlar a inflação no caso de choques externos, como de commodities, por exemplo. O governo trabalha no fio da navalha”, diz.

Sem ajuda

Segundo Tatiana Pinheiro, do Santander, ao contrário de 2008, o governo não terá como contar com uma “ajuda externa” para reconduzir a inflação para o centro da meta. “A crise que surgiu no fim de 2008 destruiu riqueza e levou a economia mundial para um cenário de deflação, o que ajudou a frear a alta de preços. Uma eventual desaceleração mundial, da ordem de 1%, por exemplo, teria hoje um efeito marginal sobre a nossa economia”, afirma. Desta vez, para combater a inflação, o país terá que caminhar com as próprias pernas.

sábado, 23 de abril de 2011

EMPRESAS DEBANDANDO


Multinacionais reclamam também dos tributos e da concorrência chinesa e preferem investir em outros países, como o Uruguai.

O alto custo da energia elétrica, a invasão de produtos chineses e os incentivos tributários concedidos por outros países estão deixando o Brasil em segundo plano na rota de investimentos de empresas multinacionais.

Estudo feito pelo Estado, com fontes do mercado, mostra que fábricas de setores eletrointensivos - em que o custo da energia é um dos principais componentes no preço final do produto, como alumínio, siderurgia, petroquímico e papel e celulose - estão fechando unidades no País ou migrando para outros locais por causa da perda de competitividade no mercado brasileiro.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

GASOLINA INCENDEIA INFLAÇÃO

de Ucho.Info

Freio solto – Há na economia brasileira algumas verdades que estão camufladas pela contínua fumaça palaciana. Antes de embarcar para a China, a presidente Dilma Rousseff disse que em abril o preço da gasolina não subiria. Na sequência entrou em cena o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, para afirmar que, dependo da cotação do barril do petróleo no mercado internacional, o preço da gasolina poderia sofrer majoração.

Para não entrar em rota de colisão com Gabrielli, a neopetista Dilma escalou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tranqüilizar a população em relação ao preço da gasolina. Enquanto Mantega contava ao povo brasileiro uma inverdade, nas últimas quatro semanas o preço da gasolina subiu 4,5%. A explicação para o aumento está na elevação do preço do etanol, que é misturado à gasolina na proporção de 25%.

Caso o preço da gasolina continue sua escalada nos próximos dias, a inflação, que já chegou a 6,3%, deve saltar facilmente para 6,5%, teto da meta estabelecida pela equipe econômica do governo de Dilma Rousseff. Acontece que se a inflação continuar subindo e alcançar os dois dígitos, o maior fantasma da economia se espalharão como rastilho de pólvora e ficará incontrolável.

Causa espécie o fato de até agora nenhum petista ter surgido para falar sobre a herança maldita deixada por Luiz Inácio da Silva, que após chegar ao poder não se cansou de criticar a maldição que emoldurava o espólio de Fernando Henrique Cardoso.


quarta-feira, 20 de abril de 2011

LULA, O DE SEMPRE

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse, em pronunciamento nesta terça-feira, que o Senado precisa apurar as denúncias publicadas na última semana pela revista "Veja" sobre os motivos que teriam levado o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva a desistir da indicação de Cesar Asfor Rocha ao Supremo Tribunal Federal (STF). O senador quer que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) convoque os envolvidos para prestar depoimento.

De acordo com a revista, após receber Cesar Asfor, então presidente do Superior Tribunal de Justiça, em audiência, e comunicar que o havia escolhido para a vaga que seria aberta no STF, o presidente Lula teria sido informado de que o ministro havia pedido propina para decidir no STJ em favor de determinada empresa. A informação teria sido passada por Roberto Teixeira, advogado e compadre do ex-presidente.

- Nós temos que buscar esclarecimentos, até porque isso envolve um ex-presidente da República. É espantoso, se o fato for verdadeiro, saber que o presidente da república, ao tomar conhecimento dele, não tomou nenhuma providência - declarou Alvaro Dias, dizendo acreditar na inocência de Cesar Asfor.

Em aparte, o senador Pedro Taques (PDT-MT), membro da CCJ, afirmou que o fato é realmente grave e concordou com a necessidade de apuração.

- No Brasil, infelizmente os escândalos se sucedem e nada ocorre para resolvê-los. O fato é grave. Não sei da veracidade do fato, mas nós, aqui no Senado, temos uma responsabilidade para com a sociedade e essa responsabilidade é revelar se esse fato ocorreu ou não ocorreu - disse Taques.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A HERANÇA MALDITA DE DILMA


Carlos Alberto Sardenberg, O Estado de S.Paulo

Considerem os problemas com os quais o governo Dilma lida neste momento: inflação e juros altos; aeroportos e infraestrutura da Copa, tudo atrasado; entrada excessiva de dólares e real muito valorizado; comércio desequilibrado com a China.

São heranças do governo Lula. Claro que toda administração deixa coisas inacabadas para seu sucessor, mas trata-se aqui de algo mais. Em seu mandato, Lula não avançou um passo sequer no aperfeiçoamento do modelo econômico. E não foi capaz de ou não teve interesse em alterar as regras institucionais e o modelo de gestão que emperram as obras públicas no País.

Curioso: Lula não aceitou as propostas econômicas mais à esquerda, mas também não embarcou totalmente na ortodoxia. Foi tocando uma coisa mista, deixando correr.

Poderia ter avançado - este é o ponto. Nos momentos de crescimento e com sua popularidade, o ex-presidente poderia ter ido à luta. Daria problema, é claro. Precisaria enfrentar interesses, mas deixaria um legado precioso. Preferiu, porém, apenas surfar na onda fácil.

Tome-se o modelo econômico. Lula tocou com o que recebeu de FHC, regime de metas, superávit primário, câmbio flutuante. O sistema funcionou para domar a inflação e trazer os juros reais para algo entre 5% e 6% ao ano. Considerando que vieram de níveis absurdos (20%), o resultado é mais do que positivo.

Mas já passou da hora de avançar e houve condições para isso. Poderia ter sido iniciado um processo de redução de meta de inflação, que Lula recebeu com 4,5% ao ano e entregou assim mesmo.

Nos países emergentes, essa meta está em torno de 3% e o Brasil precisa caminhar para lá. Só assim se poderia fazer uma reforma para eliminar o que resta de indexação na economia brasileira, aquele processo de correção automática de preços que joga para o futuro a inflação do passado.

CHACOTA DO TAL POVÃO


Selma Schmidt, O Globo

O bom exemplo do motorista Joilson Chagas, de 31 anos, que devolveu ao dono os R$ 74.800 encontrados no ônibus que dirigia, na semana passada, virou motivo de chacota de alguns colegas. Ele lamentou que, enquanto descansava no dormitório da empresa, em Nova Friburgo, jogaram o seu crachá no vaso sanitário e escreveram na parede do banheiro "Chagas otário".

Chagas - que perdeu a casa na enxurrada de janeiro - não se arrepende de seu gesto:

- O dinheiro não era meu. É bom ficar com o que é nosso.

Em casa, o motorista recebeu o apoio da mulher - grávida de cinco meses - e do filho de 14 anos.

- Espero que meu filho chegue na minha idade com a minha cabeça - disse ele.

Já a Viação 1001, onde Chagas trabalha há quatro anos e meio e ganha cerca de R$ 1.400 por mês, quer valorizar a sua atitude. A empresa informou que estão sendo estudadas uma homenagem e até uma promoção.

As chacotas são herança de um modelo inspirado no exemplo do último presidente: todo honesto é trouxa!

"QUER APANHAR DE NOVO?"


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso respondeu, nesta segunda-feira, no programa “Começando o Dia”, da Rádio Cultura, às críticas do seu sucessor na Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, e lançou dois desafios: um debate entre ambos e uma nova disputa para o cargo de presidente. Lula havia criticado trecho do artigo do ex-presidente tucano, em que sugere um reposicionamento da oposição, priorizando a nova classe C em detrimento do “povão” e dos “movimentos sociais”, já cooptados pelo PT. O petista disse, em Londres, que não sabia como "alguém estuda tanto e depois quer esquecer o povão. O povão é a razão de ser do Brasil".

- Não vejo que haja dano político (por conta da repercussão do artigo). O número de manifestações que eu recebo favoráveis ao que eu disse é imenso. O que sai no jornal é outra coisa: são interesses políticos. É o Lula, lá de Londres, refestelado, na sua vocação nova ... e ainda se dá ao direito de gozar que eu estudei tanto para ficar contra o povo. Ele se esquece que eu o derrotei duas vezes. Quem sabe ele queira uma terceira? Eu topo – disse Fernando Henrique.

Durante a entrevista, de nove minutos, FH afirmou também que "por razões político-ideológicas" estão afirmando que o PSDB é da elite e o PT é do povo, e "isso não é verdade".

- Quem começou todos esses programas sociais de bolsa foi meu governo. Então, isso é uma luta político-ideológica - defendeu-se.

O ex-presidente tucano ainda desafiou Lula para uma terceira disputa eleitoral, lembrando que já venceu duas:

- O número de manifestações favoráveis que eu recebo ao que eu disse é imenso. O que sai no jornal é outra coisa, são interesses políticos. É o Lula, lá de Londres, refestelado na sua vocação nova, e ainda se dá ao direito de gozar, que eu estudei tanto para ficar contra o povo. Ele se esquece que eu o derrotei duas vezes. Quem sabe ele queira uma terceira. Eu topo! Acho lamentável que um ex-presidente use essa pregação da ignorância, do não-estudo. É patético! - afirmou FH.

Em reunião com parlamentares do PT, Lula não quis rebater as declarações de FH. Seus aliados, no entanto, trataram o assunto com ironia:

- Acho que não teria graça se fazer esta eleição - disse o senador Humberto Costa (PE), sobre a proposta de um embate eleitoral entre o tucano e Lula. - Fernando Henrique é passado. Lula ainda é uma coisa extremamente presente - disse Costa.

Já o senador Jorge Viana (AC) disse que o ex-presidente FH "tem muita autoridade para falar sobre a vida do povo brasileiro" e que sua afirmação sobre a vocação do PSDB "expressa a verdade":

- O PSDB e outros partidos fizeram, desde o início da criação, uma opção que é a de lidar com a elite brasileira. O PT e Lula sempre fizeram outra opção, que é estar junto com o povo - disse o petista.

Os dois senadores participaram da reunião com Lula nesta segunda-feira à tarde, no Instituto Cidadania, comandado pelo ex-presidente, com o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), e o presidente interino do partido, o deputado Rui Falcão, entre outros parlamentares. Em pauta, a reforma política. O ex-presidente deverá, segundo Rui Falcão, ser o "catalisador" de um debate sobre as mudanças nas regras políticas e eleitorais.

Esta semana, o ex-presidente Lula reiniciou a sua vida política no Brasil. Além de encampar a reforma política proposta pelo PT, ele participa nesta terça-feira de uma reunião com os prefeitos petistas de São Paulo. O tema é a eleição municipal do próximo ano.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O INFERNO DOS JOVENS


O Globo

Do crack ao oxi. Em São Luís, a droga que tomou conta dos estados da Região Norte faz vítimas entre os menores da capital do Maranhão. Não é difícil encontrar na periferia crianças com 12 anos consumindo o produto, intercalado com crack, merla e cocaína.

Quando não há oxi, os dependentes recorrem a chás feitos com pilha alcalina e chapas de raio-x cortadas em pedaços pequenos, consumidos para conter crises de abstinência. Os usuários ainda inalam gás de cozinha e cheiram gasolina.

Há seis anos estudando a evolução das drogas entre crianças e jovens de São Luís, a pesquisadora Selma Marques, da Universidade Federal do Maranhão, faz um alerta:

— Antes, o consumo era de maconha e cocaína. Éramos felizes e não sabíamos. Por serem de fácil acesso e baratos, crack e oxi ganharam espaço. São consumidores de famílias vulneráveis e alguns com pais dependentes.

Pesquisa feita por Selma com 125 jovens relata que o consumo está relacionado a roubos ou furtos. E, segundo Selma, em São Luís não há unidades públicas que reúnam tratamento psicológico e acompanhamento médico.

domingo, 17 de abril de 2011

REVOGA, MERCADANTE!


Fontes: The Wall Street Journal - Ingles, The Wall Street Journal - Portugues, Forbes, ZDnet, G1, Gazeta do Povo

O anúncio de que a chinesa Foxconn, montadora do iPad para a Apple, investiria US$ 12 bilhões no Brasil, pela boca do Ministro da Ciência e Tecnologia, Aluizio Mercadante, trouxe euforia e um ar de triunfalismo à visita de Dilma a China.

É bem verdade que Dilma teve um encontro com Terry Gou, o fundador da Hon Hai, controladora da Foxconn, onde se reuniu com o presidente da multinacional fundada em Taiwan e que concentra suas operações na China, mas o resultado da conversa em nada concretiza o alardeado pelo eufórico e precipitado Mercadante.

Segundo o comentarista do "The Wall Street Journal", Jason Dean, a holding Hon Hai, controladora da Foxconn, claramente, “foi pega desprevenida”, com o anuncio sensacionalista divulgado no Brasil e espalhado pelos quatro cantos do planeta.

Na verdade ao que parece, o Ministro confundiu e alardeou, na melhor das hipóteses, uma vaga intenção como um fato consumado.

Diz o Wall Street Journal: “A empresa (Hon Hai) levou a maior parte da quarta-feira para produzir um comunicado de 160 palavras que elogiava o potencial e a localização estratégica do Brasil e falava vagamente em explorar novas oportunidades de investimentos no país.”

Nada nem de longe parecido com as declarações do falastrão Mercadante. Aqui no nordeste chamamos esse tipo de "bucho de piaba".

Não existe nada de concreto de que a Apple e a Foxconn vão produzir o computador tablet iPad no Brasil, por enquanto. O ministro improvisado afirmou aos jornalistas num sonho delirante, de que até o final de novembro já estaria no mercado os primeiros tabletes produzidos no Brasil, pela Foxconn. A produção de iPads deveria começar a ser feita com a estrutura que a Foxconn já mantém no país, a partir de componentes importados.

No delírio de Mercadante os investimentos da Foxconn poderiam gerar 100 mil novos empregos no Brasil. Fosse verdade, estariamos com um problemão: teriamos de no período de cinco anos, especializar essa multidão de técnicos e pelo menos 20 mil engenheiros da área de eletronicos, apta a assumir esses fictícios postos de trabalho.

O jornalista Alexandre Costa Nascimento, da Gazeta do Povo, do Paraná, destaca que a chamada “cidade tecnológica”, que seria criada para abrigar os 100 mil trabalhadores da Foxconn, teria população equivalente ao do município de Umuarama, na região Noroeste do estado. Se o investimento fosse feito no Paraná, a cidade seria a 18ª no ranking de população”.

Kenneth Rapoza, no seu Blog especializado em questões dos países emergentes, no portal da revista Forbes, vai direto ao ponto dizendo que “Mercadante, um ex-senador e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, é conhecido por exagerar.”

Vejam como saiu a nota da Foxconn sobre o assunto:

“O Brasil é um país rico em recursos naturais, com um enorme mercado consumidor e tremendo potencial de desenvolvimento econômico. Está também estrategicamente posicionado para atender às necessidades de mercados crescentes na América Latina.

“ Guiados pela estratégia de "estar onde o mercado está", temos há muito estudado oportunidades de investimento no Brasil. Estamos no momento no processo de explorar oportunidades nesse importante mercado e realizar uma análise substantiva do ambiente geral de investimentos do país”.

Em relação à confirmação de quaisquer projetos de investimentos específicos, a política da Foxconn é de apenas fazer um anúncio depois de receber as devidas aprovações do conselho de administração de nossa empresa e de quaisquer autoridades cabíveis”.

Repórteres da Reuters, depois de lerem o comunicado oficial da Foxconn, concluiram que o texto, como se viu, “ não forneceu quaisquer detalhes ou a confirmação de investimentos estrangeiros diretos de qualquer magnitude para o Brasil no futuro próximo.” – comenta ainda Kenneth Rapoza, no Blog da Forbes.

Pode-se perceber, que mesmo fosse verdade, o anuncio do "Ministro Mercante", teria sido divulgado, antes mesmo que o “conselho de administração da empresa”, tivesse decidido o que fazer e se vai fazer.” Na verdade esse tipo de precipitação poderia atrapalhar definitivamente qualquer pretensão real de expansão da empresa no país, que tem Ministros tão ... falastrões.

Segundo o comentarista, Jason Dean, do WSJ, o ambiente operário do Brasil e a capacidade produtiva do nosso país, não é vista com bons olhos por Terry Gou, o fundador e chefão da empresa.

Em setembro, durante uma entrevista de quase três horas concedida ao Wall Street Journal, no enorme complexo industrial da Hon Hai na cidade de Shenzhen, no sul da China, Gou ridicularizou a idéia de que o Brasil poderia de alguma forma rivalizar com a força da China em produção industrial.

"Os salários dos trabalhadores brasileiros são muito altos. Mas os brasileiros, assim que ouvem a palavra 'futebol', param de trabalhar. E há toda aquela dança. É louco (...).

Assim, o Brasil é bom [como base de produção industrial] para o mercado local. O Brasil tem ótimos minerais. E tem o grande rio Amazonas, por isso tem boa capacidade hidrelétrica. Mas, se você quiser mandar coisas para os EUA, leva mais tempo e mais dinheiro para mandar do Brasil [do que da China]", disse o bem informado Gou.

O executivo deve acrescentar nas suas próximas entrevistas que o Governo brasileiro e seus ministros não são sérios nem confiáveis.

Os governos petistas tem como característica contar como certo, o ovo ainda situado no interior da galinha. Mas até então era o público interno o alvo dessas invencionices mirabolantes.

O governo Dilma, porém, quer superar essa barreira utilizando a tática do boato otimista, e põe otimismo nisso, para o plano mundial. O tiro saiu pela culatra.

Com o desmentido educado da Foxconn e uma analise mais acurado dos fatos, o mercado, as empresas e os governos estrangeiros, vão facilmente constatar que esse investimento de US$ 12 bilhões dos exigentes investidores chineses não passa de um sonho longínquo brotado da cabeça desocupada e luzidia do nosso Ministro Aluisio Mercadante. Os tabletes de Mercadante, “made in Brasil”, tais quais os ovos das galinhas petistas, não eclodirão, nem nesse novembro, nem num futuro próximo, infelizmente.

sábado, 16 de abril de 2011

LÍNGUA PARTIDA

Léo Lince
Sociólogo
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O ex-presidente Lula, os jornais anunciaram com estardalhaço, iniciou com êxito uma nova e promissora carreira. Ele agora vende palestras. Um palestrante "motivacional" polivalente que oferece o seu talento aos mercados do mundo. O pacote de encomendas, mal começado o outono, se mostra promissor e recheado de clientes de elevadíssimo coturno.

A estréia foi aqui mesmo no Brasil, em São Paulo, no dia 2 de abril: uma "injeção de ânimo" para os vendedores da LG Eletronics, a gigante coreana. A primeira palestra internacional foi contratada por outro portento dos negócios, a Microsoft, e aconteceu em Washington, para onde o ex-presidente se deslocou em jato particular emprestado pela Coteminas, outra grande empresa. Em Acapulco, escala seguinte, o pagamento ficou por conta da Associação dos Bancos do México. Na segunda semana do novo trabalho, o ex-presidente pousou em Londres, com jato fretado, para palestrar sob encomenda da multinacional Telefónica.

Em eventos de tal natureza, fala mais alto o brilho que emana da simples presença da celebridade contratada. Fotografias, autógrafos, coisas do gênero. Trata-se de um ritual onde, ao invés do conteúdo das palestras, o que importa mesmo é a celebração das afinidades. A LG, ao lançar novos produtos, reverencia no palestrante a explosão do consumo na "linha branca". A Microsoft o exibe como exemplo no "Fórum de Líderes do Setor Público para a América Latina e Caribe". Os banqueiros do México e a multinacional da telefonia buscam realçar o que consideram modelar no tratamento dispensado ao capital financeiro e na privatização de serviços públicos.

A remuneração dos "animadores" de tão seletos auditórios nunca é revelada. No entanto, os especialistas que organizam tais eventos afirmam que o ex-presidente assumiu a condição de palestrante mais caro do Brasil. É mais um espaço em que, fazendo a mesma coisa, o Lula produz um rendimento maior do que o Fernando Henrique. Cobra, dizem, duzentos mil reais por palestra no Brasil e até 500 mil no exterior. O ex-presidente, a ser verdade o que está nos jornais, já embolsou mais de um milhão de reais só nas duas primeiras semanas de abril. Se já não é, vai ficar rico.

Não se trata, claro, de criticar a escolha atual do Lula. A opção preferencial pelos ricos vem de antes, da guinada programática operada em seu primeiro governo, e já mereceu a crítica de muitos. O doloroso da novidade de agora é constatar a consolidação de um padrão de política. Além do sindicalismo de resultados, da propaganda suja em campanha eleitoral e até do assassinato em série, essa moda de ex-presidente virar palestrante de luxo é mais uma manifestação do processo de "americanização" da sociedade brasileira.

No começo da sua carreira anterior, quando deixava o trampolim sindical para a disputa no campo aberto da política, o Lula já fazia sucesso como palestrante. Em assembléias, caravanas, comícios e até em reuniões freqüentadas pela nata da nossa melhor intelectualidade ele dizia coisas muito interessantes e, também ao contrário de agora, não cobrava nada.

Em 1981, no discurso da primeira convenção nacional do PT, ele afirmava que o partido então criado, "uma inovação histórica", viria para livrar a classe trabalhadora da condição de "massa de manobra dos políticos da burguesia". Dizia que o sindicato é ferramenta adequada para melhorar as relações entre o capital e o trabalho, mas o partido é para ir além: "queremos que os trabalhadores sejam os donos dos meios de produção e dos frutos do seu trabalho". Afirmava saber que "o mundo caminha para o socialismo" e que o PT, com sua mística radical, não tinha como objetivo "buscar paliativos para as desigualdades do capitalismo".

Nenhum banqueiro ou multinacional de qualquer área cometeria o equívoco de colocar seus convidados para ouvir o que falava o Lula da fase anterior. Intuitivo talentoso, empirista radical, pragmático até a medula, o ex-presidente está em outra, fala "outras palavras". Afinal, ele nunca escondeu de ninguém a sua condição de metamorfose ambulante. O discurso inaugural da carreira anterior serve para mostrar o tamanho da mudança e para onde a metamorfose ambula.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O LADO ESCURO


Fonte: El País

Sábado, 16/4/2011, 04:09 h

ELPAIS.COMInternacional

Puede resultar una simple coincidencia, pero es un hecho que después de que la presidenta y exguerrillera Dilma Rousseff haya defendido el fin del "secreto eterno" de los documentos considerados reservados, el Ministerio de la Aeronáutica de Brasil acaba de revelar un documento mantenido en secreto durante 30 años en el que se afirma que la organización guerrillera VAR Palmares, que contó en sus filas con la actual presidenta, había decidido "ajusticiar a oficiales del Ejército".

El documento secreto, de cinco páginas, que dormía en el Archivo Nacional, explica que la decisión de asesinar a oficiales del Ejército podría ser una forma de que el grupo saliera del aislamiento en el que se hallaba acorralado.

En la primera página del documento, el grupo guerrillero en el que militaba Rousseff con 22 años se declara impotente para enfrentar al enemigo en las ciudades. Sobre el asesinato de los oficiales observa: "Debe ser hecho escogiendo cuidadosamente a los elementos más reaccionarios del Ejército".

En aquel periodo entre 1969 y 1970, la dictadura se había radicalizado y defendía el exterminio total de los adversarios. En diciembre de 1968 el régimen había instituido el temido AI-5 que suprimía la mayoría de los derechos civiles y coincidió con una política de Estado para acabar con los grupos de izquierdas. La propia Rousseff fue encarcelada casi durante dos años y cruelmente torturada durante varios días.

El grupo guerrillero Val Palmares surgió en 1969 con la fusión del grupo Colina (Comando de Liberación Nacional) del capitán Carlos Lamarca. Rousseff fue detenida en enero de 1970.

El documento fue encontrado por los militares en un escondrijo de la organización y fue enviado con carácter confidencial al entonces Ministerio de la Aeronáutica que lo ha mantenido secreto hasta el martes pasado cuando lo hizo oficial, aunque ya el diario O estado de Sâo Paulo había hablado de su existencia el año pasado.

LULA FOI DESAFIADO: TERÁ CORAGEM?

Direto ao Ponto - Augusto Nunes

Lula comenta o que não leu, FHC dá o troco e a coluna reapresenta o convite para um debate ao vivo entre os ex-presidentes

Como nunca leu nada, é compreensível que Lula nem tenha tentado empreender a travessia das 5.481 palavras do texto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o papel da oposição. Como abre a boca sobre tudo que lhe parece eleitoralmente lucrativo, era previsível que o palanqueiro ambulante dissesse alguma coisa sobre o brilhante ensaio de FHC. Mas de longe, e sem mencionar expressamente o nome ou a sigla do homem que está para o SuperLula como a kriptonita verde para o Super-Homem.

“Sinceramente não sei como alguém estuda tanto e depois quer esquecer o povão”, derrapou Lula em Londres. “O povão é a razão de ser do Brasil. E do povão fazem parte a classe média, a classe rica, os mais pobres, porque todos são brasileiros”. Deveria ter ficado quieto. “Como se alguém que ganhou as eleições presidenciais duas vezes no primeiro turno (e contra Lula) fosse ingênuo a este ponto!”, deu o troco FHC, que aproveitou a chance para mais uma aula endereçada a oposicionistas trapalhões.

“É de doer que políticos da oposição deixem de lado o conjunto dos argumentos e das propostas que fiz no artigo e, antes de o lerem, façam coro ao petismo, colocando-me como um insensato que despreza o voto das parcelas mais desfavorecidas da população”, replicou Fernando Henrique. “Fariam melhor se lessem com mais calma o que escrevi”. É o que devem fazer imediatamente, demorando-se ao menos 10 segundos no lembrete feito já no segundo parágrafo: “Cabe às oposições, como é óbvio e quase ridículo de escrever, se oporem ao governo”.

Nas linhas seguintes, mais afinado do que nunca com a resistência democrática que age à margem dos partidos e do Congresso, FHC recomenda aos políticos que sejam tão valentes e altivos quanto os que brasileiros que combatem sem tréguas na internet, nas redes sociais, nos sites, nos blogs. Lembra que há um legado valioso a defender e desfralda bandeiras atualíssimas. Traça com extraordinária lucidez, enfim, os caminhos que a oposição deve percorrer para “chegar aos ouvidos do povo”.

Quanto a Lula, chegou a hora de encerrar a desconversa, engavetar pretextos e desculpas, domar a insegurança, enjaular o medo e topar o convite, agora reiterado formalmente por esta coluna, para um debate com FHC. Só os dois, além do mediador escolhido de comum acordo. O site de VEJA está pronto para a transmissão ao vivo. Várias emissoras de TV também têm interesse em participar da divulgação do duelo democrático. Fernando Henrique acaba de repetir que aceita. Só falta o sim do adversário.

Coragem, Lula.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

QUE VERGONHA!


POR CELSO ARNALDO ARAÚJO
O maior tesouro arqueológico da China são os Guerreiros de X´ian, o lendário Exército de Terracota — sete mil figuras de soldados e cavalos descobertas e desenterradas em 1974 ao lado do mausoléu do imperador Qin.
Numa mostra de sua força, a imperatriz Dilma compareceu à entrevista coletiva na China com um exército composto pelas três estranhas figuras, misto de guerreiros e cavalgaduras, que lhe fazem guarda, sombra e ponto neste vídeo – o do meio, Magro Velho, parece ser também de terracota, e, pela aparência mumificada, talvez ancestral em relação aos colegas de X´ian. As rachaduras profundas do rosto, porém, sugerem terra de má origem – ou mal cotada pelos empreiteiros da época. Deve ter faltado laca no acabamento.
Na entrevista, não diria uma sílaba, não mexeria um músculo. Os outros dois são de materiais mais flexíveis, moldados à semelhança do soberano da ocasião – mas igualmente ordinários no feitio e na importância histórico-arqueológica. Impassíveis, como obedientes guerreiros de barro tosco, sem vida e sem alma, obrigados pelo destino a permanecer na mesma posição por milhares de anos, percebe-se seu incômodo quase humano ao ouvir a imperatriz se esforçando para descobrir e desenterrar de sua tumba neuronal as palavras com que procura descrever os achados da expedição brasileira à China.
Na vã tentativa de verbalizar raciocínios próprios do crânio pequeno do primeiro hominídeo, o Australopithecus Afarensis, ela busca ajuda na maçaroca de pergaminhos que manipula nervosamente. Nada encontra, nas mãos e na mente. Diante do apuro da imperatriz, os três guerreiros parecem querer vir à vida – como no filme “Uma noite no Museu” – em socorro da soberana. Só um deles – o de óculos, com dentição pré-histórica – materializa o auxílio, na forma de sussurros auriculares, para corrigir, por exemplo, o cargo do presidente Hu Jintao, que a imperatriz chamou de primeiro-ministro. Cavaco Silva e José Sócrates, na viagem a Portugal, não conseguiram lhe explicar a diferença entre um pastel de nata e outro. Quando a soberana fala da “importância que para nossa parceria têm mecanismos mais amplos dessa parceria”, o guerreiro de bigode de morcego – único de sua dinastia – lança um olhar ao longe, vazio, pura desesperança e desespero. Nada pode fazer. O mesmo ocorre quando vem à tona o “no que se refere a valor agregado”. O trauma do debate da Band, com um saldo de 32 “no que se refere”, ainda estava bem fresco para o Irrevogável de X´ian.
Em seguida, o guerreiro de óculos, situado estrategicamente atrás do ouvido bom da imperatriz, se torna humanoide pelo átimo de tempo necessário para cochichar a palavra “missão” e socorrer a imperatriz com o nome do grupo chinês que vai ao Brasil — e que ela tenta, sem sucesso, por uns bons segundos, cavoucar com as próprias mãos, no próprio cérebro. Missão impossível. Ponto para o guerreiro de óculos. A imperatriz se empolga com a missão, que então ganha significado mais lato, e de lavra própria: “É o que eles chamam de missão de compra e nós também, aquelas missões que você manda aos países para avaliar quais são as oportunidades de importação em setores manufatureiros”. Seria “exportação”, mas não vem ao caso. Os guerreiros ficam mais aliviados com esse “setores manufatureiros”, que tem toda pinta de tema de palestra na Fiesp.
Mas voltam a se angustiar, incontinenti, com o tropeço seguinte da imperatriz técnica: o “relacionalmento” quase faz os três saltarem sobre o corpo da Protegida para resgatá-la, encoberta e muda, de mais um constrangimento internacional. Contêm-se. E a imperatriz continua compulsando os pergaminhos, obsessivamente. Mal ouve a pergunta de um dos súditos da mídia sobre o câmbio irreal e perigoso ora em vigência. Se ouviu, sua resposta não é deste mundo: “Sabemos perfeitamente o porquê que nós estamos, todos nós sabemos”. Nem todos, imperatriz: “Nós vamos buscar uma taxa de câmbio, ao longo de meu governo, compatível com as taxas de câmbio, aliás as taxas de juro internacionais. Vamos buscar uma taxa de juro compatível com as taxas de juro internacionais. Eu falei câmbio aí, mas é juros, porque depois cês vão lá e…”
O humor envergonhado da imperatriz faz os três bonecos, ainda perfilados, arriscar um sorriso maroto e devoto, um sorriso de terracota rachada, misturada com pau e lama. Não tinham alternativa – a não ser chorar em silêncio, recolhidos à sua insignificância. Como os guerreiros de X´ian, um dia eles serão recolhidos ao lado da triste imperatriz, no mausoléu da história do Brasil.

http://youtu.be/QkSvCvQ7h3I

SITUAÇÃO PERIGOSA


Merval Pereira, O Globo

Os indicadores econômicos não são bons para o governo, mostrando inflação em alta e crescimento em desaceleração. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de fevereiro indica que houve uma queda pela metade em relação a janeiro. De acordo com o Banco Central, a atividade econômica cresceu 4,17% no primeiro bimestre em relação ao mesmo período de 2010, o que coloca o crescimento anual do PIB mais próximo de 4% do que dos 5,5% da previsão oficial.

Enquanto isso, a inflação se aproxima do teto da meta (6,5%), com tendência a ultrapassá-lo nos próximos meses.
Há claras semelhanças entre a situação atual e a que o presidente Lula encontrou nos primeiros meses de governo em 2003, mesmo que por motivos diferentes.

O mais grave é que, nas duas ocasiões, o descontrole da economia tem origem na própria ação política e econômica petista.

Lula e Dilma receberam a seu tempo "heranças malditas", fruto de seus próprios atos irresponsáveis.

Em 2002, a inflação oficial ficou em 12,53%, a maior desde 1995, quando o teto da meta era de 5,5%, e o motivo principal da alta do IPCA foi o descontrole na cotação do dólar, que chegou a atingir R$ 4,00, pressionando os preços especialmente no segundo semestre, à medida que ficava clara a possibilidade de vitória de Lula.

Já nos nossos dias, o governo parece manipular a cotação baixa do dólar para tentar segurar a inflação, que mesmo assim se aproxima de 7%. O índice de janeiro indica a pior inflação desde 2005.

Pelo menos é o que pensa o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que em recente encontro de empresários criticou a política econômica por, ao priorizar o controle da inflação, ter abandonado "compromisso" de manter o câmbio a pelo menos R$ 1,65, deixando que ele ficasse abaixo de R$ 1,60, o que faz com que o dólar esteja em seu nível mais baixo desde o Plano Real.

Cálculos da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior com base na taxa real de câmbio mostram que o poder de compra da moeda brasileira praticamente dobrou em relação ao verificado em julho de 1994, início do Plano Real, como se o dólar estivesse 50% mais barato do que naquela época.

O problema da presidente Dilma é que ela não pode atribuir à "herança maldita" de Lula seus problemas econômicos, mesmo porque os gastos excessivos do governo central foram feitos em grande medida para garantir sua eleição, embora oficialmente tenham sido atribuídos a políticas anticíclicas para combater a crise.

A crise não passou de um pretexto a posteriori para o descontrole que já havia sido contratado.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

ASSESSOR DE TARSO GENRO É PRESO

de Ucho.Info
Calou por quê? – De um tempo para cá, o Partido dos Trabalhadores, de forma desavergonhada, incluiu em seu cardápio o silêncio obsequioso, sempre acionado por conta da incompetência histórica de alguns companheiros e dos escândalos patrocinados por outros tantos.

Durante a era da tucana Yeda Crusius, os petistas gaúchos decidiram pegar carona na misteriosa morte de Marcelo Cavalcanti, chefe do escritório de representação do governo do Rio Grande do Sul em Brasília, cujo corpo foi encontrado no Lago Paranoá, que abraça a capital dos brasileiros.

À época, os petistas do Rio Grande do Sul, a reboque de estridente gritaria política, convocaram a ex-companheira de Cavalcanti para depor na CPI do Detran, com o objetivo de vincular a tragédia a algum escândalo envolvendo a então governadora Yeda Crusius. A insana operação teve o endosso de Tarso Genro, que na ocasião já mirava o Palácio Piratini, sede do governo da terra de chimangos e maragatos. Se os integrantes da mencionada CPI se ajoelharam não se sabe, mas nada foi provado contra a então governadora.

Na última semana, a Polícia Federal deflagrou operação para investigar desvios de dinheiro público e prendeu em Brasília ninguém menos que Francisco Narbal Alves Rodrigues, um velho e conhecido militante petista. Para quem não sabe, Francisco Narbal foi o braço direito de Tarso Genro nos ministérios da Educação e da Justiça. Atualmente, o enrolado companheiro ocupava, a mando de Tarso, o segundo cargo mais importante do tal escritório de representação do governo gaúcho na capital federal.

Em sua passagem pelo Ministério da Justiça, Tarso Genro indicou Narbal para comandar o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, o Pronasci, do qual o governador se diz orgulhoso e que muitos petistas gazetearam pelo Brasil afora. Muito estranhamente, Tarso Genro, assim como inúmeros petistas barulhentos, adotou um silêncio quase sepulcral e se recusa a falar sobre o assunto.

Traduzindo para o nosso bom e velho idioma de nossa querida pátria amada, na condição de pedra o PT é implacável, mas como vidraça é de uma covardia vergonhosa e nauseante. Com a palavra, o silencioso Tarso Genro, cuja covardia é conhecida há décadas.