de Ucho.Info
Aposta errada – Enquanto a presidente Dilma Rousseff tenta incrementar as relações comerciais com a China, aqui no Brasil a cruzada palaciana contra a inflação continua árdua e com inúmeros obstáculos pelo caminho. Distante de uma derrota acachapante como anunciaram alguns integrantes do governo federal, a inflação tem encontrado no cotidiano fontes diversas para resistir às estocadas oficiais.
Como se não bastasse o aumento de preços de diversos itens de alimentação, o novo vilão nessa empreitada é aquele sagrado e necessário pãozinho de cada dia. Um trinômio temido pelos consumidores – energia elétrica, trigo e salário de funcionários – fez com que o preço do pão subisse em muitas cidades brasileiras, inclusive em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Panificação (Sindipan), Raul Alves Barbosa, “o reajuste será resolvido em reunião na próxima terça-feira (12), mas uma meia dúzia de padarias já aumentou o preço de 5% a 11%”. O representante do setor de panificação no estado pantaneiro lembra que, desde o início de 2011, o preço da farinha de trigo registrou três aumentos. “Compramos trigo de São Paulo, Paraná”, lembra o executivo.
A reportagem do ucho.info conversou com um conhecido empresário do setor de moagem de trigo, que disse sem medo de errar que os principais moinhos brasileiros estão segurando os preços da farinha. O tal empresário da indústria moageira lembrou que os donos de padaria estão aumentando os preços e creditando a culpa aos moinhos, o que não é verdade, na opinião do nosso entrevistado.
Fora isso, a alta na tarifas de energia elétrica colaborou para o aumento do preço do pãozinho, e que deve se estender aos produtos que utilizam farinha em sua composição. Em Mato Grosso do Sul, o aumento médio da tarifa de energia elétrica foi de 17,49%, situação que vem se repetindo em todos os estados da federação.
Quando o principal ingrediente do café da manhã do brasileiro começa a ser alcançado por aumentos de preços, sonhar com uma rápida derrocada da inflação é mero devaneio. A situação deve piorar ainda mais no próximo ano, quando o reajuste do salário mínimo, no rastro de polêmico decreto presidencial, terá de repor o poder de compra do trabalhador com base na inflação e no crescimento do PIB.
A decisão do Palácio do Planalto de indexar o reajuste do salário mínimo já está sendo considerada por muitos analistas do mercado financeiro como um desnecessário e doloroso tiro no pé.
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