segunda-feira, 23 de maio de 2011

RENUNCIA, PALLOCI!


de Claudia Andrade

Não foram apenas membros da oposição que cobraram nesta segunda-feira explicações do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, sobre o aumento do seu patrimônio. Até mesmo integrantes da base de apoio do governo no Senado criticaram a falta de esclarecimentos do ministro sobre as denúncias e cobraram seu afastamento do cargo.

"Estamos aguardando que o governo transmita informações consistentes, transparentes e absolutamente convincentes a respeito do caso que envolve o ministro-chefe da Casa Civil. A confiança, credibilidade, seriedade e transparência são fatores primordiais para o governo", disse a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS).

Ela lembrou a "ação enérgica" do então presidente Itamar Franco no caso do ex-ministro da Casa Civil Henrique Hargreaves, alvo de denúncias de irregularidades na elaboração do Orçamento que não se confirmaram, "e depois do esclarecimento voltou muito mais fortalecido ao cargo". "Agora, da mesma forma, se poderia esperar que a presidente Dilma preste a esta casa os esclarecimentos deste caso para não pairar nenhuma dúvida a respeito disso", afirmou a senadora do PP.

Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) cobrou a saída de Palocci do cargo. "O ministro precisa escolher se deve fidelidade à opinião pública e às pessoas que o elegeram deputado federal em 2006 ou se às empresas que o levaram a multiplicar seu patrimônio por 20 em apenas quatro anos. Esse é um episódio no qual fica evidente que não se pode servir a dois senhores".

"Cabe ao ministro Antonio Palocci renunciar ao cargo para evitar maiores danos ao governo ou cabe à própria presidente da República justificar a sua fama de gerente intransigente cortando na carne ao afastar o principal auxiliar", cobrou Vasconcelos.

CPI
O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), também discursou defendendo o afastamento de Palocci. "É necessário para qualquer governo sério, diante de denúncias com consistência e de notoriedade, afastar o denunciado até que ocorra a explicação cabal e definitiva sobre os fatos".

Ele falou ainda da coleta de assinaturas para a tentativa de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias contra o ministro. Disse que "não é uma atividade prazerosa, ao contrário, é desconfortável e, de certa forma, dolorosa. Mas é absolutamente imprescindível porque há um reclamo popular. Em nenhum momento houve a pretensão de prejulgar o ministro, mas ele exerce uma função pública e, portanto, tem a obrigação de prestar esclarecimentos à população".

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