Elio Gaspari, O Globo
No dia 30 de abril, um sábado, Dilma Rousseff foi atendida no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e seu médico particular, Roberto Kalil, informou que ela teve "uma leve pneumonia". A doença seria consequência de uma gripe contraída semanas antes, na volta de sua viagem à China. Logo retomaria sua rotina, mas deveria tomar antibióticos por dez dias.
Durante as três semanas seguintes, a presidente cancelou uma viagem ao Paraguai, duas ao Rio de Janeiro e passou quase todo o tempo no Palácio da Alvorada. O que era uma "pneumonia leve" mostrou-se coisa diversa.
Passadas duas semanas do diagnóstico de Kalil, soube-se que Dilma não aceitara uma recomendação para ficar internada no Sírio-Libanês.
Mais: a pneumonia, diagnosticada em Brasília dois dias antes, determinara sua viagem a São Paulo.
Na última sexta-feira, 20, a repórter Renata Lo Prete informou:
"As informações inicialmente divulgadas sobre a pneumonia de Dilma se revelaram improcedentes não apenas quanto ao fato de a infecção não ter sido ‘leve’. Agora, assessores da presidente admitem que foram atingidos os dois pulmões, e não somente um."
No mesmo dia, o repórter Ancelmo Gois avisava:
"Foi muito mais grave do que o governo divulgou a pneumonia de Dilma."
O que é que houve com Dilma Rousseff? Neste artigo não há uma única informação capaz de responder a essa pergunta. Com certeza, a presidente caiu (ou colocou-se) numa armadilha velha, perigosa e geralmente inútil.
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