Em depoimento prestado na quinta-feira no Senado, o mais duro embate travado pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi com a senadora Kátia Abreu (PSD-TO). Segundo ela, a nota fiscal do fretamento da aeronave King Air - de propriedade da Aerotec Táxi Aéreo - teria sido incluída na prestação de contas da ONG Pró-Cerrado.
A ONG é dirigida por Adair Meira - com quem Lupi disse na semana passada não ter nenhuma relação - e recebeu recursos do ministério por meio de convênios. O avião foi usado em viagem ao Maranhão em 2009.
Requerimento de Katia Abreu, apoiado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), foi entregue a Lupi, pedindo a prestação de contas do Convênio 60051, no valor de R$2,3 milhões, firmado entre o Ministério do Trabalho e a ONG de Adair Meira. Lupi disse que vai atender o pedido, mas a senadora teme que a nota seja retirada do processo. Lupi negou a acusação e disse que é uma denúncia infundada.
- Não existe isso. Esse convênio é de 2007. A cada hora criam um fato e, desse fato, um factoide. Não tenho que responder. Vou esperar a verdade - disse.
- Essa nota existe e vamos buscá-la. Lupi é um escroque, frio e calculista, cínico. Fica se escondendo na barra da saia da Dilma ao tentar misturar as denúncias contra ele com o governo - reagiu Kátia Abreu depois do depoimento.
A senadora também deixou Lupi em dificuldade ao lhe cobrar explicações sobre o recebimento de cinco diárias, no valor de R$ 1736, durante a viagem ao Maranhão, que teve, em parte, caráter partidário.
- Vou analisar. Se for ilegal, vou devolver - disse Lupi em entrevista.
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