sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O BURACO É MAIS EMBAIXO


Quando disse que só deixa o Ministério do Trabalho se for "abatido à bala", o ministro Carlos Lupi não fazia apenas uma fanfarronice - da qual diz ter-se arrependido. Tirá-lo do posto será mais difícil para a presidente Dilma Rousseff do que foi, por exemplo, trocar cinco ministros que se envolveram em suspeitas de irregularidades e um sexto, Nelson Jobim (Defesa), por insubordinação.

De acordo com informações de bastidores do Planalto, a presidente Dilma Rousseff sabe da força de Lupi. Hoje, se ele deixar o ministério e resolver fazer oposição, leva consigo 24 dos 26 deputados - Antonio Reguffe (DF) e Miro Teixeira (RJ) são adversários de Lupi, mas já atuam como se estivessem na oposição. Portanto, em um rompimento com o ministro Dilma perderia 26 votos na Câmara. No Senado, Lupi tem força sobre quatro dos cinco senadores - o independente é Cristovam Buarque (DF).

Dilma não pode simplesmente trocar Carlos Lupi por outro integrante do PDT. Para fazê-lo teria de negociar seu apoio a um novo nome e a certeza de que não levará o partido para a oposição. Com o PC do B, Dilma tirou Orlando Silva e pôs no lugar Aldo Rebelo, sem rebelião. Com o PMDB, trocou Wagner Rossi, na Agricultura, por Mendes Ribeiro; Pedro Novais, do Turismo, foi substituído por Gastão Vieira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário