de Augusto Nunes
No campo do ridículo, confirmou Dilma Rousseff nesta sexta-feira, o Brasil Maravilha consegue superar-se quando age em parceria com a Turquia. A última da dupla fora registrada em maio de 2010, quando o presidente Lula e o primeiro-ministro Recep Erdogan baixaram no Irã para fechar, em nome do planeta, um acordo com os aiatolás atômicos. A maluquice foi pulverizada em poucas horas pelas potências de verdade e Lula teve de engolir o fiasco sem engasgos.
Nesta tarde, ao lado do colega turco Abdullah Gil, Dilma resolveu liquidar com um falatório em Ancara a crise econômica internacional. Em 2008, Lula ordenou a Barack Obama que proibisse o tsunami financeiro de cruzar o Atlântico e atazanar o País do Carnaval. Dilma acaba de ordenar aos governantes europeus que deem um jeito nos problemas que andam criando.
Depoir de dar um pito nos países desenvolvidos, a presidente búlgara do Brasil torturou o tradutor com palavrórios desconexos, a gramática com erros de concordância e a Europa com conselhos sem pé nem cabeça ─ tudo para ensinar ao inexperiente Velho Mundo o que se deixou de fazer e o que deve ser feito.
Reproduzidos sem correções, os trechos em itálico dão uma ideia do que foi a aula em dilmês castiço:
“Eles não definitiram os modelos de regulação capazes de resolver a pesada dívida soberana que pesa sobre seus própios bancos” (…) A Turquia e o Brasil tem sabido resisitir à crise porque aposta no fortalecimento dos seus mercados domésticos, porque aposta na expansão dos investimentos industriais, agrícolas e de infraestrutura. (…) E também tem estrutura de coordenação. (…) Todos nós devemos discutir como fazer para superar essa fase, que é uma fase grave das crise internacional até porque, indiretamente, ela afeta todos nós. Somos países muito similares e, como disse os que me antecederam, complementares“.
Em maio de 2010 depois do fiasco em Teerã, escrevi neste espaço que o problema do país tropical não é o complexo de vira-lata diagnosticado por Nelson Rodrigues. Essa disfunção só deu as caras entre 1950, quando a derrota na final contra o Uruguai transformou o brasileiro no último dos torcedores, e 1958, quando a Seleção triunfou na Copa da Suécia.
O problema é o contrário do complexo de vira-lata: é a síndrome de com-o-Brasil-ninguém-pode.
Aprende-se ainda no útero que a nossa bandeira é a mais bonita do mundo, embora ninguém se atreva a sair por aí tentando combinar camisa azul, calça verde e paletó amarelo.
Aprende-se no berço que o nosso hino é o mais bonito do mundo, muitos sustenidos e bemóis à frente da Marselhesa.
Aprende-se no jardim da infância que Deus é brasileiro.
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