de Ricardo Kotscho
Desde 2003 os comunistas não largam este osso _ ou melhor, do filé. Primeiro, com Agnelo Queiróz, que se tornou ministro do Esporte na cota do PCdoB, e hoje é governador de Brasília pelo PT. Depois, com Orlando Silva, seu secretário-executivo, promovido a ministro quando o outro saiu para se candidatar.
O que mais me impressiona nesta história das novas maracutaias denunciadas no Ministério do Esporte é que todos os envolvidos, tanto os acusados como os acusadores, pertencem ao mesmo partido, o venerando Partido Comunista do Brasil, mais conhecido por PCdoB.
Só assim mesmo para a gente ficar sabendo do destino dado às gordas verbas do programa "Segundo Tempo", cujo objetivo é a "inclusão social pelas atividades esportivas", ou seja, oferecer esporte e comida a crianças carentes.
Não é pouca coisa: em cerca de 200 convênios assinados pelo governo federal com ONGs para cuidar do programa, entre 2003 e 2008, já foram destinados mais de R$ 221 milhões.
Por uma estranha coincidência, a maioria destas entidades é ligada a membros do PCdoB, o que me faz perguntar: de onde vem esta paixão do PCdoB pelo esporte? Sempre pensei que os comunistas tivessem outras preocupações na vida.
Pelas denúncias publicadas na imprensa neste final de semana, a começar pela revista "Veja", em que Orlando Silva é acusado por um militante do PCdoB de receber dinheiro de propina na garagem do Ministério do Esporte, a paixão deles é outra.
O Tribunal de Contas da União (TCU) vem investigando o programa "Segundo Tempo". Vira e mexe, saem denúncias de desvio de dinheiro público. Alguns correligionários de Silva já foram em cana, a exemplo do soldado da PM que o denunciou, João Dias Ferreira, mas o jogo segue como se nada estivesse acontecendo de errado no ministério que cuida da organização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 no Rio.
Outro ponto que me chama a atenção é a absoluta falta de controle sobre a aplicação das verbas entregues às ONGs e repassadas a fornecedores de equipamentos esportivos e alimentos, sem licitação nem fiscalização do poder público. Fala-se em milhões daqui e dali como se fosse dinheiro de pinga.
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