terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

FOLIA EM DIAMANTINA


Se a folia não dá trégua, a ordem é não parar! Do Beco do Mota, descer para a rua da Quitanda, ou vice-versa. Passar por ladeiras, para enfim, chegar ao tão aclamado Mercado Velho e, de lá, só sair quando os pés não aguentarem ou somente quando o som da Bartucada e da Bat-Caverna pararem, o que só vai ocorrer às 7h ou mais. Essa é a rotina dos milhões de foliões que estão em um dos mais famosos carnavais do país, em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. Destino tradicional para esta época do ano, a cidade de Juscelino Kubitschek não nega a fama e não para um minuto se quer. Respira e inspira, 24 horas por dia, a alegria carnavalesca.

Para tudo isso, haja fôlego. Enquanto o som não para, seja ele axé, música eletrônica, samba ou até mesmo MPB, as garrafas de água e cerveja são os combustíveis para a turma, composta por nada menos do que 25 mil pessoas, que embaixo de um sol escaldante respeitam a tradição de Diamantina: dançar até o dia clarear. O estudante Mário Augusto, de 23 anos, que o diga. Pela segunda vez no carnaval da terra de JK, Mário confessa que só consegue dormir, no máximo, quatro horas por dia. “Não tem jeito, aqui está muito, muito bom e a folia não para mesmo. O tempo todo tem festa, música, gente para todos os lados”, diz, comparando o evento deste ano com o de 2009. “Está muito mais cheio. Percebemos que aquelas pessoas que iam para o carnaval nas repúblicas de Ouro Preto vieram para cá, já que os carnavais nas moradias estudantis foram proibidos. O destino é aqui.”

Com o tema “Um Festival de Cultura”, Diamantina madruga e amanhece ao som dos tambores da Bartucada e da Bat-caverna. É só quando a música para que os foliões voltam para casa para “tentar” dormir. Pois, em pouco tempo, a festa volta a todo vapor. À tarde é a vez dos blocos caricatos desfilarem a irreverência e o tom crítico pelo Centro Histórico da cidade. Antes mesmo de chegar o fim desse desfile, o folião tem que decidir qual outro rumo seguir. Ao mesmo tempo tem roda de samba na Rua da Quitanda, MPB no Beco do Mota, e axé no Largo da Folia. À noite, o destino é o Mercado Velho, para terminar e começar o dia mais uma vez.

E assim vai o carnaval do Brasil, com muito cheiro de suor e urina!

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