segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

GEOGLIFOS






Contamos aqui numa postagem do ano passado, a história do coronel inglês Percy Fawcett que desapareceu na região do rio Xingu, no Mato grosso, a procura da cidade Z. A saga dele está sendo filmada com Brad Pitt no papel de Fawcett.

Neste domingo, o programa Fantástico da Globo, mostrou uma reportagem sobre os geoglifos da Amazonia, particularmente no Acre. Esses sinais de uma civilização antiga em território brasileiro me fez lembrar a obsessão do coronel Fawcett na sua procura por essa civilização aqui no Brasil, que ele denominou de Z.

Recentes descobertas na Amazônia mostram grandes figuras geométricas esculpidas no solo. Onde antes reinava a floresta agora estão os campos para agricultura e criação de gado. A partir da mudança da paisagem foi possível visualizar os desenhos.

Estes desenhos são denominados geoglifos. Significando desenhos na terra. Os mais famosos Geoglifos conhecidos são os de Nasca no Peru.

A área de ocorrência dos geoglifos na Amazônia, fica no Estado do Acre. Os geoglifos do Acre, ficam na região brasileira mais próxima de Nasca, na fronteira com o Peru. Em ambos os casos a melhor visualização das figuras é por sobrevôo em avião com asa alta.

No Estado do Acre todos os campos para a criação de gado são de origem antrópica. Antes da chegada do homem branco, toda a região era coberta pela floresta amazônica.

Os geoglifos de Nasca são linhas e desenhos zoomorfos – aranha, garça, beija-flor, baleia, macaco etc... Os geoglifos do Acre, são desenhos geométricos – círculos, quadrados, octógonos, quadrado com circulo interno, circulo com quadrado, quadrado com linha dupla, desenho em forma de U ou quadrado incompleto. Ambas as áreas apresentam diversidade na forma dos desenhos.
Diferente dos geoglifos de Nasca, que ocorrem no deserto, os geoglifos brasileiros estão na floresta amazônica. Isto já permite importantes questões. Qual a idade da floresta? A floresta, como nós conhecemos, não seria virgem? Teria sido a floresta manipulada pelos primitivos habitantes da Amazônia?

Poucos estudos arqueológicos foram feitos na região dos geoglifos. A Amazônia poderá revelar muito do passado dos habitantes da América do Sul.

Até o momento as mais importantes informações sobre os geoglifos, são a sua localização e fotografias aéreas. Já foram fotografados mais de 50 geoglifos ao longo das áreas de desmatamento das rodovias BR 364 e BR 317 no Estado do Acre. Alguns geoglifos foram cortados no momento da construção das rodovias. Perderam-se informações valiosas. Mas podemos inferir outras: As rodovias são construídas, na medida do possível, seguindo o divisor de águas. Este é o caso da BR 317. A existência de geoglifos nos interflúvios, indica que as populações que ali habitaram pertenciam a povos de terra firme. Viviam longe dos grandes rios.

Uma vantagem das rodovias nas proximidades dos geoglifos, ou mesmo cortando alguns, seria para impulsionar o turismo. Poderiam ser construídas torres de observação e o turismo ser incentivado no Estado do Acre. Também o turismo de sobrevôo alavancaria o segmento de táxi-aéreo.

Quantos mais geoglifos existem no interior da floresta? Qual a área geográfica de ocorrência dos geoglifos? Na Amazônia além do Acre há informações de geoglifos na Bolívia, Rondônia e possivelmente no Amazonas.

A construção dos geoglifos demandaria grande esforço coletivo e conhecimento de geometria. A Dra. Betty Meggers, renomada arqueóloga americana, ficou surpresa com a perfeição dos círculos

Há uma discussão aberta para explicar a razão de construção dos geoglifos. Ficando um grupo com a idéia de construções para defesa, com o uso de paliçada. Outros preferem a idéia de construção para ritual. Se a construção dos geoglifos conhecidos foi realizada em um curto período de tempo, isto indicaria uma grande população. Pois além dos construtores, viveriam na área seus familiares. Outros deveriam se preocupar com a sobrevivência dos grupos, criando animais, pescando, caçando, plantando e colhendo alimentos.

Sobre os geoglifos e seus construtores existem mais perguntas do que respostas. Na verdade, as florestas do Acre, além de sua alta biodiversidade, oferecem também a oportunidade para estudos arqueológicos.

Fazendeiros locais dizem que os sulcos que marcam os geoglifos nunca enchem de água nas chuvas e que de vez em quando se ouve um som, tipo zumbido, vindo das entranhas da terra nos locais dos geoglifos.

Será que Fawcett tinha razão? Existe a cidade Z no subsolo da Amazônia? Teria ele encontrado o que procurava e isso explicaria seu desaparecimento?
A verdade está lá fora e impressiona a indiferença do nosso governo com relação a essas descobertas, que deveriam ser motivo de investimentos em pesquisa.

Parece até que querem esconder a verdade.

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