quinta-feira, 31 de março de 2011

DILMA RECLAMA DA SUA "MAIORIA"


Vitor Sorano, O Estado de S.Paulo

Perto de completar 100 dias do governo com a maior base de apoio no Congresso desde a redemocratização, pelo menos na teoria, a presidente Dilma Rousseff confindenciou ontem ao presidente português, Aníbal Cavaco Silva, ser obrigada a negociar com os parlamentares aliados "caso a caso", prática conhecida como "varejo" em votações importantes no Congresso.

"Nós temos um problema sério de maioria", afirmou Dilma, em conversa reservada com Cavaco Silva, na cerimônia de doutoramento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Universidade de Coimbra (Portugal).

Dilma estava sentada a cerca de um metro e meio do cercado reservado para cinegrafistas e fotógrafos. Enquanto Lula cumprimentava outros doutores da universidade, a presidente explicava a Cavaco Silva que mesmo sua base 366 deputados e 52 senadores exige negociações constantes para aprovação de projetos de interesse do governo, como o valor do salário mínimo, por exemplo.

"Tem maioria na Câmara e no Senado, mas a cada votação sempre é necessário fazer uma avaliação caso a caso", disse Dilma. "Agora, sem coligação é muito difícil de governar", completou.

quarta-feira, 30 de março de 2011

DOUTORES E DOUTORES


O "doutorado" de Lula em Coimbra custa U$ 20 milhões. Por ano.
Está explicado o verdadeiro motivo para homenagem feita ao "Doutor" Lula pela Universidade de Coimbra. 10% do alunado da prestigiosa universidade é composta por bolsistas brasileiros. Nem a Espanha, ali ao lado, manda tanto aluno para a UC.
As bolsas são pagas pelo governo brasileiro.
Ontem, 900 bolsistas brasileiros formaram uma barulhenta claque paga para aplaudir o doutoramento do iletrado.
Juntos estes bolsistas recebem, por ano, da Capes, cerca de U$ 20 milhões para estudar lá fora. O quanto é pago para Coimbra não é conhecido, mas deve ser basicamente a mesma coisa. Quem não fala inglês, francês ou italiano, costuma buscar o canudo em dinossauros como Coimbra em Portugal, Lion na Espanha ou o Museo Argentino, no vizinho ao lado.
O unico ônus é ter que, uma vez na vida e outra na morte, aplaudir um Lula virando doutor. Mas, como diria o poeta português Fernando Pessoa, tudo vale a pena, se a bolsa , ou, se a alma não é pequena.

UM GLADIADOR PELA VIDA


de Ucho.Info

Palavras ao vento – Na enxurrada de depoimentos de autoridades sobre a morte de José Alencar Gomes da Silva, ex-vice-presidente da República que durante mais de uma década lutou bravamente contra um câncer abdominal, não faltaram declarações desconexas ou que nem mesmo em sonho traduzem a realidade dos fatos.

Na manhã desta quarta-feira (30), na Base Aérea de Brasília, o ministro Carlos Ayres Britto, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, disse, entre tantas coisas, que José Alencar “nunca foi hostil à Justiça”.

Poeta com todas as letras e dono de lampejos de citações barrocas, Ayres Britto, homem letrado que é, por certo deve conhecer o significado da palavra “hostil”. De acordo com a versão eletrônica do dicionário Aulete, “hostil” significa, em primeira definição, “que demonstra ou exprime oposição, rejeição”.

Contrariando as emocionadas palavras do ministro Carlos Ayres Britto, o ex-vice-presidente da República foi, sim, hostil à Justiça ao se recusar a fazer um exame de DNA, determinado pelo juiz no rastro do processo de investigação de paternidade que lhe movia Rosemary de Morais, sua suposta filha. Diante da negativa, a Justiça determinou que a paternidade fosse imediatamente reconhecida, algo que José Alencar mais uma vez se recusou a fazer. Traduzindo para o bom e velho português, Alencar deixou a vida terrena sendo hostil à Justiça brasileira.

Outro político que abusou da incoerência ao falar de José Alencar foi o presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AP). Conhecedor do significado de cada vernáculo que balbucia, afinal é integrante da Academia Brasileira de Letras, Sarney falou em consternação ao falar da morte do ex-vice-presidente da República. Mas consternação, que segundo o Aulete significa “grande tristeza”, foi a única coisa que Sarney não sentiu nos últimos 50 anos diante do caos que assola o povo do Maranhão, o segundo mais miserável estado brasileiro.

“Ele foi um gladiador pela vida e não só mostrou a sua luta contra a doença, mas deu a todos os brasileiros que sofrem o exemplo de que a gente nunca deve se submeter. Ele jamais baixou a cabeça diante da morte”, disse José Sarney ao falar sobre outro José, o Alencar, na manhã desta quarta-feira.

No momento, o presidente do Senado Federal precisa jogar para a plateia política, mas “gladiador pela vida” é, de fato, cada paciente que não encontra no Maranhão uma rede de saúde pública com condições mínimas de atendimento, como acontece há décadas, o que obriga os doentes a enfrentarem uma longa viagem, sob sol causticante, até Teresina, capital do Piauí. Sempre lembrando que o Maranhão é governado por Roseana Sarney, filha de José “Marimbondos de Fogo” Sarney, que sucedeu Vitorino Freire no comando do feudo político em que se transformou a terra do arroz com cuxá.

FILHA DE ALENCAR FICOU SABENDO PELA TELEVISÃO


Thiago Herdy, O Globo

A professora aposentada Rosemary de Morais, 55 anos, cuidava do jardim na tarde desta terça-feira em Caratinga, no interior de Minas, quando o marido a chamou para ver a televisão: na tela era noticiada a morte de José Alencar.

Para Rosemary, uma notícia que foi motivo de grande tristeza não pela trajetória do homem que construiu um verdadeiro império empresarial e deu emprego a milhares de brasileiros. Nem pelo Zé que chegou ao poder eleito vice-presidente junto com Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas pela pessoa que, segundo decisão da Justiça de Caratinga, era seu pai. Um homem que não teve a chance de conhecer melhor, mesmo no fim da vida.

Desde 2001 Rosemary brigava para que José Alencar reconhecesse sua paternidade. O caso ainda está em curso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a quem os advogados de Alencar recorreram depois do juiz de Caratinga José Antônio Cordeiro autorizar a professora a ser registrada com o sobrenome do ex-vice-presidente. Alencar sempre se recusou a fazer exame para atestar a paternidade da professora aposentada.

- Ela ficou muito chateada com a notícia da morte, porque nunca conseguiu falar direito com ele. Queria ter tido a chance de conversar pelo menos agora, saber o que aconteceu no passado deles. Mas não tem mais jeito, acabou - disse o caminhoneiro aposentado Amilcar Campos, marido de Rosemary.

A mulher não quis dar entrevistas, segundo ele, por ainda estar abalada, e por temer "falar alguma coisa errada", que pudesse chatear a família do suposto pai.

- A gente vai ficar aqui quietinho na nossa casa, não devemos ir a velório ou enterro. A não ser que a família dele nos convide, mas acho difícil disso acontecer - disse Amilcar.

Rosemary tinha 43 anos quando a mãe lhe mostrou a foto do filho de Alencar no jornal, Josué Gomes da Silva, dizendo-lhe que ele era seu irmão. Durante a campanha de Alencar ao Senado, em 1998, conseguiu se aproximar do suposto pai e dizer que era sua filha. Um assessor anotou seus telefones, mas ela nunca mais conseguiu fazer novos contatos.

Segundo Rosemary, sua mãe, a enfermeira Francisca Nicolina de Morais teria ficado grávida de Alencar na época em que ele ficou noivo, por isso os dois não se encontraram novamente.

Anos depois, questionado sobre o motivo de não ter aceitado fazer o exame de paternidade, Alencar insinuou que Francisca era prostituta, dizendo que "são milhões de casos de pessoas que foram à zona". A postura do político foi motivo de grande tristeza para Rosemary.

terça-feira, 29 de março de 2011

CHIBATA NOS TRABALHADORES DO PAC


Cerca de 80 mil empregados das mais vistosas obras do PAC estão parados em todo o país. Eles protestam contra condições de trabalho que consideram inadequadas. Jirau, Santo Antônio, Pecém e Suape deixam antever um problema maior: a falta de atenção e de cuidados em relação aos efeitos sociais e ambientais dos empreendimentos do PAC nos locais em que estão inseridos. Obras financiadas com recursos públicos não podem apresentar condições tão inadequadas.

Pipocam pelo país paralisações de empregados de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Eles reivindicam uma prerrogativa básica: respeito a direitos trabalhistas. Se greves são cada vez mais raras no ambiente econômico atual – em que os trabalhadores brasileiros têm conseguido aumentos salariais até maiores do que a inflação – por que será que a coisa está tão feia nos empreendimentos federais?

A onda começou na semana passada pela usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. Seus cerca de 22 mil empregados tocaram o terror no canteiro de obras encravado na selva amazônica. Pediam condições mais dignas de trabalho. Muitos abandonaram o trabalho para nunca mais voltar, alguns chegaram a ser encarcerados.

Mas a leva de insatisfação não parou aí. Espraiou-se pela usina de Santo Antônio, também em Rondônia, e agora chega aos complexos portuários de Suape (PE) e Pecém (CE). Estima-se que, ontem, 80 mil operários da construção civil recrutados para obras do PAC estavam parados em todo o país. Em comum, o fato de atuarem nos empreendimentos mais vistosos do programa.

A crise bateu no Palácio do Planalto. Ontem, o secretário-geral da Presidência convocou as centrais sindicais para tentar pôr ordem na casa. Vai chamar também empreiteiras e Ministério Público.

, é “tentar chegar a um acordo e impedir um colapso no principal programa de investimentos do governo”. Teme-se o que poderia ocorrer quando a carteira de obras mais robustas do PAC estiver caminhando a pleno vapor, empregando 1 milhão de pessoas. Hoje o despreparo é evidente.A intenção, diz o

Jirau, Santo Antônio, Pecém e Suape deixam antever um problema maior: a falta de atenção e de cuidados em relação aos efeitos dos empreendimentos do PAC nos ambientes em que estão inseridos. Não são novos os alertas de que intervenções deste porte trazem problemas sociais, ambientais e estruturais de grande monta. A experiência atual caminha para confirmar os temores.

relata a penúria que já se abateu sobre as comunidades vizinhas aos canteiros das hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia. Os moradores estão abandonando a prática da pesca, principal atividade econômica da região e agora dizimada pelas obras. “Antes, tirava 40 quilos de peixe por dia. Ontem, não tirei nada”, diz um pescador. Ribeirinhos agora engrossam filas de desempregados em Porto Velho.Em sua edição de hoje,

A usina de Belo Monte (PA), por exemplo, só obteve licenciamento ambiental sujeito à obediência de 40 condicionantes. Até agora nenhuma delas foi cumprida, mas, mesmo assim, o governo autorizou o início da montagem do canteiro de obras – ocorrido no meio do Carnaval. Belo Monte é maior do que Jirau e Santo Antônio juntas. À luz do que já está ocorrendo em Rondônia, imagine-se o tamanho do estrago que pode acontecer no Pará.

Uma das hipóteses de explicação para a degradação observada nos canteiros de obras do PAC e nos seus entornos vem das condições decorrentes dos contratos firmados. Todas estas hidrelétricas ofertarão energia a preços bem menores que os atuais. Os empreendedores venceram leilões propondo tarifas surpreendentemente baixas. Para honrá-las, estão tendo de massacrar os empregados e o meio ambiente.

Funcionários envolvidos nos protestos de Rondônia relatam condições degradantes de trabalho. A impressão que se tem é de que estamos retornando a um passado que já se considerava remoto. O governo do PT fala em propor às empreiteiras procedimentos trabalhistas similares aos adotados nas lavouras de cana-de-açúcar – tais acordos visaram acabar com práticas análogas à escravidão nos canaviais brasileiros. Os canteiros do PAC estão revivendo esta chaga.

É inadmissível que obras financiadas com recursos públicos apresentem condições – sejam trabalhistas, sejam sociais e ambientais – tão inadequadas. O mínimo que se espera do governo que as contratou é que zele pelos direitos e pela saúde dos trabalhadores, pelo meio ambiente e pela sobrevivência das comunidades atingidas pelas obras. Nada disso, porém, está sendo respeitado. O PAC de Dilma e Lula está nos levando de volta à senzala.

segunda-feira, 28 de março de 2011

NOTA DOS CLUBES MILITARES SOBRE A REVOLUÇÃO DE 31 DE MARÇO

Há quarenta e sete anos, nesta data, respondendo aos reclamos da opinião pública nacional, as Forças Armadas Brasileiras insurgiram-se contra um estado de coisas patrocinado e incentivado pelo Governo, no qual se identificava o inequívoco propósito de estabelecer no País um regime ditatorial comunista, atrelado a ideologias antagônicas ao modo de ser do brasileiro.

À baderna, espraiada por todo o território nacional, associavam-se autoridades governamentais entre as quais Comandantes Militares que procuravam conduzir seus subordinados à indisciplina e ao desrespeito aos mínimos padrões da hierarquia.

A história, registrada na imprensa escrita e falada da época, é implacável em relatar os fatos, todos inadmissíveis em um País democraticamente organizado, regido por Leis e entregue a Poderes escolhidos livremente pelo seu povo.

Por maiores que sejam alguns esforços para “criar” uma história diferente da real, os acontecimentos registrados na memória dos cidadãos de bem e transmitidos aos seus sucessores são indeléveis, até porque são mera repetição de acontecimentos similares registrado pela história em outros países.

Relembrá-los, sem ódio ou rancor, é, no mínimo, uma obrigação em honra daqueles que, sem visar qualquer benefício em favor próprio, expuseram suas carreiras militares e até mesmo suas próprias vidas em defesa da democracia que hoje desfrutamos.

Os Clubes Militares, parte integrante da reação demandada pelo povo brasileiro em 1964, homenageiam, nesta data os integrantes das Forças Armadas da época que, com sua pronta ação, impediram a tomada do poder e sua entrega a um regime ditatorial indesejado pela Nação Brasileira.

DILMA ENGOLINDO A OPOSIÇÃO


Em visita a Belo Horizonte para o lançamento do programa Rede Cegonha, a petista reuniu no palanque o governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB), a quem classificou de "parceiro", deputados de várias legendas governistas e da oposição, entre eles, o presidente e vice-presidente do PSDB estadual, deputados federais Marcus Pestana e Domingos Sávio.

O governador Antonio Anastasia garantiu que Minas Gerais será "parceira de primeira hora e de altíssimo nível com o governo federal e os municípios".

De adesão em adesão, a oposição vai se derretendo sob o sol de Dilma. É muito engraçado ver a tucanada puxar o saco dessa presidente. Será que estamos caminhando para o partido único?

domingo, 27 de março de 2011

PRESCRIÇÃO NO MENSALÃO


O processo de desmantelamento do esquema conhecido como mensalão federal (2005), a pior crise política do governo Lula, já tem data para começar: será a partir da última semana de agosto, quando vai prescrever o crime de formação de quadrilha. O crime, citado por mais de 50 vezes na denúncia do Ministério Público - que foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF) -, é visto como uma espécie de "ação central" do esquema, mas desaparecerá sem que nenhum dos mensaleiros tenha sido julgado. Entre os 38 réus do processo, 22 respondem por formação de quadrilha.

Para além do inevitável, que é a prescrição pelo decorrer do tempo, uma série de articulações, levantadas pelo Estado ao longo dos últimos dois meses, deve sentenciar o mensalão ao esvaziamento. Apontado pelo Ministério Público como o "chefe" do esquema, o ex-ministro José Dirceu parece estar mais próximo da absolvição. O primeiro sinal político concreto em prol da contestação do processo do mensalão foi dado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao deixar o governo, ele disse que sua principal missão, a partir de janeiro de 2011, seria mostrar que o mensalão "é uma farsa". E nessa trilha, lentamente, réus que aguardam o julgamento estão recuperando forças políticas, ocupando cargos importantes na Esplanada.

sábado, 26 de março de 2011

IPEA DIZ QUE AEROPORTOS NÃO ESTARÃO PRONTOS PARA 2014 E NEM 2016

Por Fernando Dantas e Glauber Gonçalves, no Estadão:

As obras nos aeroportos brasileiros não ficarão prontas a tempo de atender a demanda da Copa do Mundo de 2014 nem da Olimpíada de 2016, prevê estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A avaliação dos pesquisadores é que, com projetos ainda inacabados, não será possível cumprir os prazos para entregar as obras para os eventos esportivos.

“O resultado é preocupante. Não vai dar nem para a Olimpíada”, diz Carlos Campos, coordenador de Infraestrutura Econômica do Ipea, que participou da elaboração do trabalho. “A grande maioria dos novos terminais visando a Copa do Mundo ainda não tem nem projeto”, acrescenta. Com isso, as obras teriam de passar ainda por toda a fase de concepção, licenciamento ambiental, licitação e execução, o que leva em torno de sete anos.

Para o professor Marcio Nobre Migon, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é possível acelerar as obras com o emprego de novas tecnologias, mas os custos dos projetos podem subir significativamente. “Tempo em construção civil é muito compressível. É questão de botar gente trabalhando, virando noite. O Japão, recentemente, reconstruiu uma estrada em seis dias.”

Apesar de as preocupações estarem direcionadas para os dois eventos que atrairão a atenção do mundo para o Brasil, a situação dos terminais já é insustentável hoje, segundo o estudo. Dos 20 maiores aeroportos, 17 operam acima do limite máximo ideal de 80%, e 14 operam acima de 100%. Só há folga nos aeroportos do Rio (Galeão e Santos Dumont) e no de Salvador. Segundo Campos, os aeroportos de Cumbica, Congonhas e Viracopos, em São Paulo, são os casos mais graves.

“Estão com problemas enormes, operando acima da capacidade”, disse o técnico, baseado nos resultados do trabalho. Um entrave adicional é que, mesmo na hipótese improvável de que todos estejam prontos para a Copa, os terminais já serão insuficientes para a demanda prevista.

sexta-feira, 25 de março de 2011

UM CARRO DE PRESENTE. QUE BELEZA!


Leila Suwwan e Tatiana Farah, O Globo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou de presente um carro do libanês Youssef Chataoui, empresário que se estabeleceu no Brasil após ser preso e acusado de se envolver na disseminação da doença da "vaca louca" na França, em 2001, por importação ilegal de insumos contaminados para ração animal.

Em nome de sua empresa, a Agrostar, as chaves do veículo foram entregues a Lula como "doação" ao Instituto Cidadania, onde Lula despacha, com direito a fotos e aplausos no jantar com a comunidade árabe segunda-feira no Clube Monte Líbano , com mais de 500 convidados.

Chataoui é sócio majoritário da Agrostar do Brasil, criada em 2002 para atuar em importação, exportação e fabricação de alimentos para animais.

Na França, constam em seu nome e com o mesmo endereço comercial as empresas Agrostar e a Euro Feed Industries (EFI) - esta, pivô da investigação na Justiça francesa sobre o surgimento da doença.

Em seu escritório em São Paulo, funcionários informaram que ele é "amigo pessoal" de Lula e que a empresa não estava interessada em divulgar a doação.

O libanês foi preso em outubro de 2001, no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, quando tentou embarcar para São Paulo. De acordo com o noticiário local, que citou fontes policiais, ele pensava em "reconstruir sua vida" no Brasil - porém, foi detido porque estava sob "supervisão judicial" e havia meses que parara de comparecer semanalmente ao posto policial de Boulogne (França), conforme acordo judicial. Sua defesa alegou que a viagem era de trabalho e que ele visitaria fornecedores brasileiros.

CARTA A UM DESEMPREGADO


de JOÃO MELLÃO NETO *

"Caro cidadão Luiz da Silva, como você está se sentindo agora que retornou à planície? Na verdade, apenas trocou de Planalto - para o Paulista. É duro ficar ocioso. Permanecer em casa o dia inteiro é uma coisa enfadonha. Ainda mais quando não se tem o hábito da leitura.

A sua mulher não deve estar gostando nem um pouco dessa situação. A presença constante dos maridos no lar, como se sabe, perturba o andamento das lides domésticas.

Problemas financeiros, ao que parece, você não tem. Como é sabido, os seus antigos amigos - com grande desprendimento - cuidam de lhe prover de tudo. Mas haja tédio. Além da insegurança quanto ao futuro, essa condição abala a autoestima das pessoas.

Quase todos os governantes, enquanto estão no comando, acreditam que vão tirar de letra. E quando seus mandatos terminam caem em depressão.

São poucos os que o visitam na sua casa e são raros os que ainda lhe telefonam.

E se, de repente, você ouvir ruídos na porta?

Não se preocupe. São apenas folhas secas levadas pelo vento.

Por que você não telefona para a nova intendente? Ela, por enquanto, ainda vai atendê-lo. Anotará, atenciosamente, as suas recomendações e depois fará tudo diferente. Não fique aborrecido. Já está muito bom. Pior vai ser quando ela trocar os telefones e não lhe comunicar os novos números.

"A companheira tem muito que fazer", deduzirá você. Procurará, então, deixar um recado com a secretária dela. Impossível. Virá à linha uma assessora, com voz impessoal para lhe dizer que, no momento, a secretária da chefa não pode atender.

"Por quê?"

"Ela está "em reunião". Daria para o senhor adiantar o assunto?"

"O que é isso, companheira?! Aqui quem está falando é o ex-presidente!"

"Qual deles? Tem tantos..."

"Eu, é claro!"

"Ah! Eu acho que estou reconhecendo a sua voz. "Você" não é aquele senhor sexagenário que desceu a rampa no dia do réveillon?"

"Sou! Veja aí, no caderno de "autoridades" que deve estar em sua mesa!"

"Não vai dar, não. A agenda que tem aqui é antiga, do ano passado."

"Então eu vou pessoalmente até aí, amanhã!"

"Pode vir. O problema é que a porta que dá para a rampa fica trancada durante a semana. Venha no domingo, que fica aberto para visitação."

Você, enraivecido, desliga o telefone. Vai abordar a "companheira-em-chefe" em alguma cerimônia pública. Isso se os seguranças dela permitirem.

Por falar nisso, cidadão, por que você faltou ao almoço em homenagem àqueles americanos que estavam aqui, em férias? Sua ausência não pegou bem. Deu a impressão de que não gosta dos gringos. Ou, então, que não vai a festas em que os holofotes não estejam sobre você.

Todos os seus antigos colegas foram. E olhe que muitos deles, apesar de aposentados, ainda estão na ativa. Ficou feio para você.

Mudando de assunto, você pretende voltar ao serviço? Eu estou lhe perguntando isso porque, se você tem essa intenção, o grande problema é que a senhora sua sucessora vai querer renovar o contrato. E nesse cargo só cabe um.

Em outras palavras, o que acontece é o seguinte: para você se dar bem ela tem de se dar mal. E vice-versa. Entendeu agora por que ela não segue os seus conselhos?

A gente não tem ainda uma imagem clara de como será a sua gestão. Ela tem aparecido pouco, mas dizem que é competente. Ou seja, o contrário de você.

Ao menos para o paladar da "zelite", ela é muito melhor do que você e a sua "companheirada". A "zelite" somos todos nós que lemos jornais. Eu daria a isso outro nome: opinião pública bem informada.

Bem, para que a gente não brigue, vamos falar de outras coisas. O que é que você pretende fazer da vida, por enquanto?

Pelo que corre por aí, ora você pretende montar um instituto, ora você se oferece para atuar em algum órgão internacional. Você mesmo já declarou que pretende passar o ano inteiro percorrendo o Brasil para provar que nunca houve corrupção na sua gestão.

Já ouvi também que o seu "sonho de consumo" é ser eleito secretário-geral da Organização das Nações Unidas. O pessoal de lá, diplomaticamente, já mandou avisar a você que não vai dar. O titular desse cargo - alegam eles - é eleito pelo critério de rodízio entre os continentes. A nossa vez já passou.

Como isso não será possível, fala-se por aí que você aceitaria um posto menor: iria morar em Roma e trabalhar na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

A ideia, nesse caso, seria a de levar aos desvalidos do mundo - principalmente da África - a sua tecnologia de "combate à fome". Por acaso você pretende ressuscitar o finado Fome Zero? Ou vai propor a eles algum tipo de Bolsa-Família? Cuidado para não ser acusado de plágio. Ao que eu saiba, não foi você que criou. Você apenas pegou alguns programas que já existiam e tratou de juntá-los em um só.

Aliás, por falar nisso, onde é que anda o Amorim? Alguém falou que ele iria trabalhar com você no "instituto". E também ouvi que ele está ainda indeciso entre outras três propostas internacionais de emprego: da Bolívia, da Venezuela e do Irã.

Outro dia pude ler aqui, no jornal, uma justificativa sua por não ter comparecido ao banquete de Brasília: você não queria ofuscar a sua sucessora.

Você ainda não entendeu que fora do poder - e não sendo mais novidade - aquilo que faz não é mais notícia.

Como dizem os árabes, "uma mosca escura, numa mesa escura, numa noite escura: somente Deus a vê".

Cidadão Luiz Inácio, é melhor você aprender a rezar."

* O Estado de S.Paulo 25/03/11.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O SENTIMENTO DE SER IGNORADO


Fonte: Plínio Delphino, Diário de São Paulo
O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou
um mês como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo.
Ali,constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres
invisíveis, sem nome'.
Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa. Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:
'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode
significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o
pesquisador.
O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano.
'Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado-se a um poste, ou em um orelhão', diz.
No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço.
Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro.
Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse:
'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi.
Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.
O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central.
Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo
andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu.

Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.
E depois de um mês trabalhando como gari? Isso mudou?
Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.
E quando você volta para casa, para seu mundo real?
Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está
inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais.
Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa.
Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.
Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe.
Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'.

quarta-feira, 23 de março de 2011

LULA ENDIVIDOU OS BRASILEIROS


Prova dos nove – Quando, no final de 2008, Luiz Inácio da Silva, preocupado com os efeitos da crise financeira internacional, pediu aos brasileiros para que mantivessem em alta o consumo, os jornalistas do ucho.info alertaram para a irresponsabilidade da ação, pois o endividamento recorde das famílias brasileiras seria uma questão de tempo.

Na ocasião, o messiânico Lula, abusando de seu discurso populista, disse que o ucho.info torcia contra o Brasil. Pouco mais de dois anos depois, a realidade dos fatos prova que em momento algum torcemos contra o Brasil, mas nos preocupamos com a armadilha que fora armada pelo Palácio do Planalto no caminho dos incautos brasileiros.

De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio, 64,8% das famílias brasileiras estão endividadas. Os resultados da pesquisa “Endividamento e Inadimplência do Consumidor”, que entrevistou 17.800 consumidores em todo o País, o número de famílias endividadas recuou no mês de março, em comparação com fevereiro. O levantamento aponta que o índice de famílias que se consideram endividadas passou de 65,3% em fevereiro para 64,8% em março. Por outro lado, o número de famílias endividadas em março deste ano é maior que o apurado no mesmo mês de 2010, quando o índice atingiu 63%. Para complicar o quadro, o índice de famílias endividadas sem condições de quitar seus compromissos saltou de 7,7%, em fevereiro, para 8,4% em março.

Como era de se esperar, cartões de crédito, carnês e financiamento de automóveis lideram as dívidas. O cenário deve continuar na seara das incertezas, pois enquanto o Palácio do Planalto luta para combater a inflação, reduzindo o consumo, bancos e financeiras invadem os meios de comunicação oferecendo ao consumidor as mais distintas modalidades de crédito. E mesmo com juros mais altos e prazos de pagamento mais curtos, os brasileiros continuam procurando crédito.

Foi dessa maneira irresponsável e chicaneira, com crédito fácil e consumo superaquecido, que Luiz Inácio da Silva, que contou com o apoio da atual presidente Dilma Rousseff, conseguiu o milagre econômico de arremessar na classe média brasileira, da noite para o dia, nada menos que 36 milhões de cidadãos. E esse inchaço da classe média serviu para rechear o discurso feito pelo desavisado Barack Hussein Obama no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no último domingo (20), a um seleto grupo de convidados.

Certa vez, Lula, para provocar os partidos de oposição, ousou dizer “nunca antes na história deste país”, como se ele fosse a versão tropical de Aladim, o folclórico gênio da lâmpada maravilhosa.

CADÊ AS PROMESSAS DE CAMPANHA SOBRE O PAC?


Nos 80 primeiros dias de governo Dilma Rousseff, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) só se comprometeu a gastar 2,1% das despesas autorizadas por lei para 2011.

Dono do maior orçamento do PAC, o Ministério das Cidades foi um dos que menos avançaram: 0,9% dos gastos autorizados foram objeto dos chamados empenhos, que correspondem ao primeiro passo no processo de gastos.

Parte da lentidão no ritmo dos investimentos se explica pelo volume de contas pendentes deixadas pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, quando Dilma Rousseff coordenava o PAC.

Até segunda-feira, 99,8% dos pagamentos feitos do PAC eram contas deixadas por Lula. E ainda há por pagar uma conta quase seis vezes maior: R$ 28,2 bilhões, só do Programa de Aceleração do Crescimento.

Os dados foram consultados no Siafi, sistema que registra os gastos da União, pela ONG Contas Abertas.

terça-feira, 22 de março de 2011

NHÔ LULA, MAGOADO!


Maria Lima e Gerson Camarotti, O Globo

O núcleo político do Palácio do Planalto avalia que a presidente Dilma Rousseff tirou de letra a saia justa provocada pelo fato de o ex-presidente Lula ter rejeitado seu convite para o almoço oferecido ao presidente dos Estados Unidos , Barack Obama, sábado, no Itamaraty.

Apesar dos agrados que ela continuará fazendo a Lula, interlocutores do governo disseram [ontem] que Dilma vai procurar cada vez mais imprimir uma marca pessoal a seu governo, e não vai pautar suas ações e decisões de olho no que pode melindrar ou não o antecessor.

[Ontem) mesmo, o governo Dilma, via Itamaraty, soltou nota defendendo o cessar-fogo na Líbia, enquanto Lula era homenageado por muçulmanos no Clube Monte Líbano, em São Paulo.

Pessoas próximas a Lula e Dilma procuraram minimizar o desconforto provocado pela ausência de Lula no almoço para Obama, e o fato de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ter sido posto em lugar de destaque na mesa do Itamaraty.

Mas não negam que houve mal-estar. Durante toda a semana que antecedeu a visita, Dilma trocou informações com Lula. E, além do convite do cerimonial do Itamaraty, ela teve chance de fazê-lo pessoalmente.

- Dilma não passou recibo. Deu um tapa com luva de pelica ao elogiar o ex-presidente Lula duas vezes durante seus discursos - disse uma fonte do governo.

POVO ACOMODADO


Por: Silvio Fernando Vescio

Notei que muitos ficaram preocupados com a visita do Presidente dos Estados Unidos ao Brasil, notei também que muitos acham que ele veio para levar algo de nós, como se eles fossem o lobo mau e nós a chapéuzinho vermelho, mas, qual país não tem interesse no Brasil?
Nós temos 75% do nosso povo que ainda não possuem o básico, ou seja, somos um grande consumidor em potencial, temos uma bio-diversidade fantástica, recursos minerais, temos agora a descoberta de petróleo na bacia de Santos, enfim, somos mesmo cobiçados.
Quanto à ingenuidade em nos roubar, eu diria que somos mais oportunistas do que ingênuos, somos mais anti-patriotas do que ingênuos, somos desunidos, arrogantes e acomodados e patéticos.
O governo que está aí, nos roubando cada dia mais, acabando com as nossas forças, na verdade fomos nós que colocamos e não temos CORAGEM nem de protestar, ficamos aqui, cada um sentado no seu notebook, cada um querendo se mostrar mais indignado que o outro, mas, sequer, temos CORAGEM de levantar a bunda da cadeira ou até, reunir pessoas para uma abaixo assinado, somos patéticos, essa é a verdade!
PATÉTICOS. Estamos vendo o governo nos dividir, nos segmentar e não fazemos nada, apenas lamentamos e nos indgnamos. Hoje somos uma sociedade dividida: gays-heteros, negros-brancos, evangélicos-católicos, empregados-patrões.
Estamos vendo sentados TODOS OS BANDIDOS JULGADOS E EXPULSOS DO PODER PÚBLICO voltarem em grande estilo, no primeiro escalão do governo e o que fazemos? NADA! APENAS NOS INDIGNAMOS, COMO SE NÃO FOSSE CONOSCO, COMO SE ESTIVÉSSEMOS AQUI DE PASSAGEM.
Até a mais desprezível das criaturas está voltando, a Jorgina, aquela mulher que roubou R$ 300 milhões do INSS está de volta em um cargo de assessora em uma empresa de Água e esgoto do Rio de Janeiro, acabaram com os concursos públicos, mas não acabaram com a admissão de bandidos e nós não fazemos NADA, APENAS FICAMOS POSTANDO REPORTAGENS E COMENTÁRIOS COMO SE ISSO ESTIVESSE ACONTECENDO EM OUTRO PAÍS!
TODOS OS ACUSADOS do maior crime de corrução do país estão de volta em cargos do primeiro escalão do governo, ou seja, deixamos de ver o que realmente está nos matando.
Quem está acabando com o nosso país SOMOS NÓS MESMOS, não são os países estrangeiros. Estão querendo criar a FAMIGERADA Comissão da Verdade, ou seja, querem colocar nossas FORÇAS ARMADAS no banco dos réus, e nós não fazemos NADA!
Isso é começo do fim de um país! Nós temos que nos orgulhar das forças armadas e não desprezá-los, um povo que despreza as forças armadas de seu país não tem mais recurso nenhum, sequer para abrir a boca. E o que fazemos? NADA!
Querem inserir nos livros dos alunos do ensino fundamental o relacionamente gay, querem obrigar as escolas a terem cotas de professores travestis, cada bandido preso recebe o bolsa-prisão, que é maior do que recebe um trabalhador de uma indústria.
SOMOS NÓS QUE ESTAMOS ACABANDO COM O BRASIL! NÓS!

segunda-feira, 21 de março de 2011

NEM O IMPOSTOR ESCAPOU DO CERCO


Na tentativa de evitar transtornos durante a estada do presidente americano, Barack Obama, no Rio, foram espalhadas cópias do retrato do humorista Daniel Zuckerman no hotel Marriott, em Copacabana, para que os funcionários o impedissem de entrar.

Zuckerman é "O impostor", personagem do programa de humor "Pânico na TV", da Rede TV, conhecido por se infiltrar em eventos restritos, seja o aniversário da apresentadora Hebe ou o enterro de Michael Jackson.

— Tem um na bancada da recepção para a gente reconhecer. Se ele entrar, é para chamar a segurança na hora — contou um funcionário.

Se evitava problemas por um lado, o esquema de segurança no hotel, porém, causou transtornos. Ontem, o entra e sai da família Obama deixou o trânsito engarrafado em Copacabana e afetou a rotina dos moradores, incluídos no cordão de isolamento da guarda americana.

Para entrar ou sair a pé da grade que cercava o quarteirão, era preciso mostrar um documento de identidade a um policial americano, que não falava português. Se estivesse de carro, o morador tinha de entrar na fila para esperar um cão farejador inspecionar cada veículo (dois animais se revezavam em turnos, tal qual os seguranças).

Nem o carro do Corpo de Bombeiros escapou à revista, situação que deixou os brasileiros claramente constrangidos diante das palavras de ordem e do cão farejador.

— Yo solo quiero entrar en mi casa! — indignou-se o consultor José Francisco Guimarães, 65 anos, depois de esperar 20 minutos na fila, esquecendo-se que o policial tampouco compreenderia portunhol.

Não adiantava nem tentar avisar aos parentes: cada vez que Obama entrava ou saía do hotel, o sinal dos telefones celulares era cortado.

(...) O demorado processo de liberação dos moradores e visitantes atrasou em 40 minutos o casamento da servidora pública Priscila Magalhães e do bancário Fábio Menezes sábado à noite. Marcada há um ano, a cerimônia aconteceria no salão de festas do hotel em que Obama se hospedou.

Na sexta-feira, a noiva foi avisada de que teria de entregar uma lista com o nome completo e a documentação de cada um dos190 convidados — operação que prejudicou o tempo folgado que teria no salão de beleza —, e de que ninguém poderia ir de carro.

MINISTROS REVISTADOS

Guido Mantega, Edison Lobão, Aloizio Mercadante e Fernando Pimentel passaram por uma revista rigorosa, vigorosa e vexatória dos seguranças de Barack Obama antes de entrar no recinto da Cúpula Empresarial Brasil-Estados Unidos, onde o presidente americano ia discursar.

Foram apalpados, bolinados e esfregados por seguranças americanos, sem dó nem piedade. Publicamente disseram que odiaram a experiência, mas há controvérsias.
O LADO POSITIVO - Mantega, Lobão, Mercadante e Pimentel, depois da revista dos seguranças americanos, estão dispensados de exame de próstata, neste semestre
Os seguranças de Barack Obama revistaram no limite da intimidade os ministros brasileiros Guido Mantega (Fazenda), Edison Lobão (Minas e Energia), Aloizio Mercadante (Ciências e Tecnologia) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) quando os suspeitos chegaram ao a Cúpula Empresarial Brasil - Estados Unidos, que foi encerrada com um discurso de Obama.

Não adiantou Lobão perguntar se o segurança sabia quem estava apalpando.

O Estadão comenta que havia sido firmado um acordo com a Casa Branca para que os ministros não fossem revistados quando chegassem ao local da realização do encontro, mas os seguranças não quiseram nem saber.

Possivelmente depois que Obama autorizou o ataque a Líbia, os cuidados com a segurança foram aumentados e o grupo, muito adequadamente, foi considerado suspeito.

Molestado sexualmente os quatro tentaram superar o trauma seguindo adiante, como se nada houvesse acontecido. Mas acabaram saindo ruidosamente do local, quando descobriram que não havia fones com tradução simultânea disponível para eles. Estavam condenados a ficarem por horas seguidas, assistindo palestras em inglês, sem que soubessem o que estava sendo dito.

Desde que um terrorista embarcou com explosivos na cueca, que as revistas dos seguranças americanos avançou para áreas mais sensíveis.

Genitália, nádegas e seios são apalpados com vigor e sem pudores.

Nos aeroportos há a opção de submeter-se ao scanner que despe o revistado. Em eventos como esses são as mãos dos seguranças que scaneiam os suspeitos.
A denuncia dos ministros, porém, fica esvaziada quando se constata que cada um se deixou bolinar individualmente, sem que o seguinte da fila, desistisse de entrar no recinto.

Inicialmente avaliaram que ouvir Obama falar compensaria o “vexame”.

Só depois, demonstraram uma revolta tardia, quando constataram que não iriam saber o que o Presidente americano diria. Acharam que haviam sido ludibriados: haviam se “sacrificado” em vão.

Caíram na armadilha de divulgarem o sucedido, para deleite dos adversários. O escândalo, de autoridade ofendida e indignada, divulgando a afronta, só acrescentou mais saia justa aos momentos desagradáveis.

O mais prudente, nessas ocasiões, seria “relaxar e gozar”, como diria a sábia e muito experiente senadora do PT, Marta Suplicy, que por sinal, se soubesse da obrigatoriedade da revista, por certo teria ido à solenidade. Blog Resistência Democrática
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domingo, 20 de março de 2011

A FAMÍLIA QUE COPIAVA


Sérgio Pardellas, ISTOÉ

Os irmãos do PT mineiro Weliton Prado e Elismar Prado, o primeiro deputado federal e o segundo estadual, haviam conseguido, aparentemente, um feito digno de louvor. Estreantes em suas respectivas Casas Legislativas, ambos foram considerados recordistas em apresentação de projetos de lei no início de ano.

Na Câmara Federal, Weliton protocolou 114 propostas. Elismar superou o irmão. Formulou nada menos do que 243 projetos de lei, o que representa até agora 45% do total apresentado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Em razão disso, concederam inúmeras entrevistas e ocuparam o centro dos holofotes.

Mas o que, à primeira vista, parecia uma demonstração de criatividade e uma preocupação demasiada em tomar iniciativas em benefício de seus eleitores, agora se revela uma fraude. Cerca de 80% das proposições dos irmãos Prado não são originais, embora anunciadas pelos seus autores como se fossem.

Foram plagiadas e representam cópias perfeitas de projetos de outros parlamentares. Muitas propostas clonadas pertencem a deputados reeleitos e com os quais os irmãos Prado dividem o mesmo plenário. “Eu nunca tinha visto coisa parecida”, surpreende-se Mozart Vianna, que foi secretário-geral da Mesa da Câmara por 20 anos e hoje trabalha no gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

No dia 3 de fevereiro, Weliton apresentou proposta que determina a fixação da bandeira brasileira na fachada dos edifícios públicos. Ocorre que esse projeto, que alcançou grande repercussão na mídia no ano passado, é da lavra do deputado reeleito e colega de Weliton na bancada governista Sandro Mabel (PP-GO).

O petista mineiro também não se constrangeu em clonar projetos do deputado Aelton Freitas (PR-MG), entre eles o que concede isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a veículos adquiridos por prefeituras. Procurado por ISTOÉ, Weliton alegou que ocorreu um problema no sistema de autenticação de matérias de seu gabinete. “Os equívocos já estão sendo corrigidos”, garantiu.

O curioso é que, apesar de trabalharem em gabinetes separados por pelo menos 700 quilômetros, e certamente utilizarem computadores e sistemas diferentes, Weliton e Elismar adotam o mesmo modus operandi. Fazendo jus ao DNA do irmão, Elismar, em Minas Gerais, apresentou projetos idênticos aos dos deputados Domingos Sávio (PSDB) e Padre João (PT).

Uma das propostas clonadas por Elismar foi considerada inconstitucional em legislaturas passadas: a que obriga as seguradoras a comunicar ao Departamento de Trânsito todos os sinistros de veículos registrados quando houver perda total.

sábado, 19 de março de 2011

CABRAL E EDUARDO PAES, TOMARAM!


O ceremonial do presidente americano, Barack Obama, vetou a presença do governador Sergio Cabral e do prefeito Eduardo Paes na visita que ele fará a um dos cartões-postais da Cidade Maravilhosa, o Cristo Redentor.

A visita será feita, de acordo com a Casa Branca, apenas por Obama, a primeira-dama, Michelle, e as filhas, Malia e Sasha.

Cabral e Paes também não poderão caminhar ao lado de Obama durante a visita que ele fará à Cidade de Deus. Se quiserem participar do evento, terão que ficar sentados dentro da sede da Central Única de Favelas (Cufa), aguardando sua chegada, para ouvirem ao vivo seu pronunciamento.

Pelo jeito, o serviço secreto já entregou os dois trapalhões do Rio para Obama e ele achou melhor evitar constrangimento ao lado deles. Eduardo Paes chegou a posar para foto com um sósia de Osama Bin Laden, dizendo que o levaria para conhecer Obama. Valha-me Deus!

E Obama não é de ferro, quer conhecer a Cidade Maravilhosa sem políticos do lado, enchendo o saco!

A COVARDE OMISSÃO DO BRASIL

Clóvis Rossi
Fontes: Folha de São Paulo

Foi covarde a atitude da diplomacia brasileira de abster-se na votação da zona de exclusão aérea na Líbia.

As explicações dadas depois pelo chanceler Antonio Patriota e por seu porta-voz, Tovar Nunes, tornaram ainda mais patética a covardia de não dizer nem sim nem não. Comecemos com um pouco de história sobre a posição brasileira: assenta-se na tese de que a força não é o melhor instrumento nas relações internacionais. Se fosse um debate acadêmico, eu aplaudiria de pé.

Mas, na vida real e na situação da Líbia neste momento, torna-se um argumento sem nexo.

O que está havendo na Líbia é o uso desmedido da força bruta por um tirano ensandecido que, de resto, a utiliza contra seu próprio povo faz 42 anos e que, em certa época, utilizou-a também contra terceiros (atentados contra um avião da PanAm sobre os céus da Escócia e contra uma discoteca de Berlim).

Qualquer pessoa dotada de um mínimo de senso comum saberia que um governante desse calibre só entende a linguagem da força.

No entanto, Patriota prefere fechar os olhos e os ouvidos e dizer que o Brasil não descarta "um esforço de diálogo com Gaddafi".

Além de completamente desconectada da realidade, a declaração é inconsistente com os votos do Brasil em sessões recentes de órgãos da ONU. Votou, no Conselho de Segurança, pela imposição de duras sanções ao governo líbio, descartando, portanto, "um esforço de diálogo". Votou também pela suspensão da Líbia do Conselho de Direitos Humanos da instituição, igualmente sem diálogo. Tovar Nunes explicou que o Brasil "não tem interesse em ação militar que redunde numa contrarreação que piore a situação dos cidadãos".

Ah, meu caro Tovar, a contrarreação já ocorreu por meio da ofensiva que Gaddafi empreendeu contra os rebeldes, bombardeando cidades que eles ocupavam, blindando Trípoli contra manifestações pacíficas (o que viola as liberdades públicas que o Brasil diz defender) e ameaçando uma caçada aos rebeldes casa a casa.

Fica ainda mais patética a posição brasileira diante do efeito prático imediato da decisão do Conselho de Segurança: o tirano anunciou um cessar-fogo. Não se pode confiar em ditadores, é verdade, mas fica a sensação de que o diálogo que o Brasil tanto diz defender só se tornou potencialmente viável a partir da ameaça de uso da força, a única linguagem que tiranos entendem.

Há ainda na abstenção brasileira um desmentido às reiteradas afirmações da presidente Dilma Rousseff de que os direitos humanos estariam no centro de sua agenda de governo. Ao contrário de intervenções militares anteriores (Iraque, Afeganistão, por exemplo), destinadas a caçar o tirano local de turno, a ação do Conselho de Segurança agora visa precisamente a preservar o mais básico direito humano, que é o direito à vida.

Não obstante, o Brasil de Dilma Rousseff omitiu-se covarde e vergonhosamente.

sexta-feira, 18 de março de 2011

ARRUDA DETONA


VEJA Online

José Roberto Arruda foi expulso do DEM, perdeu o mandato de governador e passou dois meses encarcerado na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, depois de realizada a Operação Caixa de Pandora, que descobriu uma esquema de arrecadação e distribuição de propina na capital do país.

Filmado recebendo 50 mil reais de Durval Barbosa, o operador que gravou os vídeos de corrupção, Arruda admite que errou gravemente, mas pondera que nada fez de diferente da maioria dos políticos brasileiros: “Dancei a música que tocava no baile”.

Em entrevista a VEJA, o ex-governador parte para o contra-ataque contra ex-colegas de partido. Acusa-os de receber recursos da quadrilha que atuava no DF. E sugere que o dinheiro era ilegal. Entre os beneficiários estariam o atual presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), e o líder da legenda no Senado, Demóstenes Torres (GO). A seguir, os principais trechos da entrevista:

O senhor é corrupto?

Infelizmente, joguei o jogo da política brasileira. As empresas e os lobistas ajudam nas campanhas para terem retorno, por meio de facilidades na obtenção de contratos com o governo ou outros negócios vantajosos. Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as campanhas se reduziram a isso.

O senhor ajudou políticos do seu ex-partido, o DEM?

Assim que veio a público o meu caso, as mesmas pessoas que me bajulavam e recebiam a minha ajuda foram à imprensa dar declarações me enxovalhando. Não quiseram nem me ouvir. Pessoas que se beneficiaram largamente do meu mandato. Grande parte dos que receberam ajuda minha comportaram-se como vestais paridas. Foram desleais comigo.

Como o senhor ajudou o partido?

Eu era o único governador do DEM. Recebia pedidos de todos os estados. Todos os pedidos eu procurei atender. E atendi dos pequenos favores aos financiamentos de campanha. Ajudei todos.

O que senhor quer dizer com “pequenos favores”?

Nomear afilhados políticos, conseguir avião para viagens, pagar programas de TV, receber empresários.

E o financiamento?

Deixo claro: todas as ajudas foram para o partido, com financiamento de campanha ou propaganda de TV. Tudo sempre feito com o aval do deputado Rodrigo Maia (então presidente do DEM).

De que modo o senhor conseguia o dinheiro?

Como governador, tinha um excelente relacionamento com os grandes empresários. Usei essa influência para ajudar meu partido, nunca em proveito próprio. Pedia ajuda a esses empresários: “Dizia: ‘Olha, você sabe que eu nunca pedi propina, mas preciso de tal favor para o partido’”. Eles sempre ajudaram. Fiz o que todas as lideranças políticas fazem. Era minha obrigação como único governador eleito do DEM.

Esse dinheiro era declarado?

Isso somente o presidente do partido pode responder. Se era oficialmente ou não, é um problema do DEM. Eu não entrava em minúcias. Não acompanhava os detalhes, não pegava em dinheiro. Encaminhava à liderança que havia feito o pedido.

Quais líderes do partido foram hipócritas no seu caso?

A maioria. Os senadores Demóstenes Torres e José Agripino Maia, por exemplo, não hesitaram em me esculhambar. Via aquilo na TV e achava engraçado: até outro dia batiam à minha porta pedindo ajuda! Em 2008, o senador Agripino veio à minha casa pedir 150 mil reais para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV). Eu ajudei, e até a Micarla veio aqui me agradecer depois de eleita. O senador Demóstenes me procurou certa vez, pedindo que eu contratasse no governo uma empresa de cobrança de contas atrasadas. O deputado Ronaldo Caiado, outro que foi implacável comigo, levou-me um empresário do setor de transportes, que queria conseguir linhas em Brasília.

O senhor ajudou mais algum deputado?

O próprio Rodrigo Maia, claro. Consegui recursos para a candidata à prefeita dele e do Cesar Maia no Rio, em 2008. Também obtive doações para a candidatura de ACM Neto à prefeitura de Salvador.

Mais algum?

Foram muitos, não me lembro de cabeça. Os que eu não ajudei, o Kassab (prefeito de São Paulo, também do DEM) ajudou. É assim que funciona. Esse é o problema da lógica financeira das campanhas, que afeta todos os políticos, sejam honestos ou não.

Por exemplo?

Ajudei dois dos políticos mais decentes que conheço. No final de 2009, fui convidado para um jantar na casa do senador Marco Maciel. Estávamos eu, o ex-ministro da Fazenda Gustavo Krause e o Kassab. Krause explicou que, para fazer a pré-campanha de Marco Maciel, era preciso 150 mil reais por mês. Eu e Kassab, portanto, nos comprometemos a conseguir, cada um, 75 mil reais por mês. Alguém duvida da honestidade do Marco Maciel? Claro que não. Mas ele precisa se eleger. O senador Cristovam Buarque, do PDT, que eu conheço há décadas, um dos homens mais honestos do Brasil, saiu de sua campanha presidencial, em 2006, com dívidas enormes. Ele pediu e eu ajudei.

Então o senhor também ajudou políticos de outros partidos?

Claro. Por amizade e laços antigos, como no caso do PSDB, partido no qual fui líder do Congresso no governo FHC, e por conveniências regionais, como no caso do PT de Goiás, que me apoiava no entorno de Brasília. No caso do PSDB, a ajuda também foi nacional. Ajudei o PSDB sempre que o senador Sérgio Guerra, presidente do partido, me pediu. E também por meio de Eduardo Jorge, com quem tenho boas relações. Fazia de coração, com a melhor das intenções.

quinta-feira, 17 de março de 2011

SACRIFÍCIO PELO COLETIVO

Cento e oitenta técnicos trabalham em situação de emergência e extrema tensão no complexo nuclear Fukushima 1, no Japão. O intuito da operação é monitorar, limpar os detritos das explosões e principalmente resfriar 4, dos 6 reatores que estão superaquecidos em decorrência do terremoto e do tsunami que atingiram a região no dia 11 de março.

Esses funcionários, que estão sendo chamados de heróis devido à coragem e disposição que têm demonstrado, trabalham a partir de salas de comando, equipados com máscaras que cobrem o rosto com filtros, capacetes, luvas, macacões e as vezes reservatório de oxigênio, para evitar inalação de partículas radioativas que poderiam chegar a seus pulmões. Mesmo assim, a exposição a altos níveis de radiação é inevitável e isso poderia custar a vida desses homens.

Jean-Marie Lavigne, funcionário da usina nuclear de Orleans, na França, diz que se estivesse no lugar dos heróis japoneses agiria da mesma maneira pelo bem da comunidade. “Se escolhi esta profissão, tenho que arcar com minhas responsabilidades”, afirmou.

Segundo o jornal japonês “Yomiuri” um dos trabalhadores de Fukushima já teve que ser hospitalizado esta semana devido a uma radiação excessiva. Depois de horas lutando para abrir uma válvula de escape de pressão que permitiria a entrada de água nos reatores, ele ficou dez minutos exposto à radiação.

CADÊ O GOVERNO DILMA?

Pacientes com HIV estão novamente às voltas com desabastecimento de remédios para conter a infecção. O atazanavir, droga da Bristol usada por 33 mil pessoas, está em falta em pontos localizados do País. Também foram registradas queixas de falhas na entrega do saquinavir, adotado na terapia de 800 pacientes, e da didadosina, droga usada por 3,7 mil pessoas.

Anteontem, diante dos estoques em baixa do atazanavir, o Departamento de DST-Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde divulgou nota técnica com orientações para médicos: substituição por outras drogas ou fracionamento da entrega, até a normalização da situação.

Muitos profissionais não esconderam a irritação com a nota, sobretudo pelo fato de não haver no documento uma justificativa para a falta do remédio. "O atazanavir é um medicamento importante. A substituição muitas vezes significa mais reações adversas e, sobretudo, um aumento de risco de abandono do tratamento pelo paciente", disse o presidente da Regional do Distrito Federal da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alexandre Cunha.

Entre organizações não governamentais de pacientes, a reação também foi bastante negativa. "Esse problema está se tornando rotina. Em 2010, também no início do ano, registramos desabastecimento de medicamentos. Agora, a situação se repete. Isso traz um desgaste muito grande para quem está sob tratamento. A última coisa que o paciente precisa é de um ambiente de incerteza", disse o presidente do Fórum de ONGs de Aids de São Paulo, Rodrigo Pinheiro.

O presidente do Grupo Pela Vidda de São Paulo, Mario Scheffer, completa: "Isso revela má gestão. É inadmissível que, após tantos anos, o programa ainda apresente problemas de planejamento. Além disso, há uma total falta de transparência."

Sucessão de problemas. O diretor do departamento de DST-Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, atribuiu o desabastecimento do atazanavir a uma sucessão de problemas. "Não há uma justificativa única. Foi uma junção de atrasos, problemas que foram se somando", disse. O diretor negou que o desabastecimento esteja se transformando em rotina. "Falar isso de um programa que distribui 20 remédios para pacientes de todo o País é quase uma provocação."

No início do mês, um comunicado do departamento também alertou programas estaduais para possibilidade de falta de saquinavir e diadosina. A recomendação era também de que serviços "otimizassem" o estoque disponível, fizesse remanejamento com outros pontos de atendimento para assegurar o tratamento. O comunicado também dizia que, caso necessário, profissionais deveriam reduzir o remédio entregue para pacientes. O ideal seria fornecer o suficiente para 15 dias de tratamento.

De acordo com Greco, os problemas com saquinavir e diadosina já foram solucionados. Com relação ao atazanavir, o diretor afirmou que a situação deverá ser normalizada na próxima semana. "O produto já embarcou. A expectativa é de que ele chegue no Brasil amanhã (hoje) e que comece a chegar nos Estados a partir da próxima semana." Greco admite que falhas ocorreram. "Mas isso ocorre em todas as áreas, em todos os serviços. Estamos tendo a humildade de reconhecer o problema."

No ano passado, pacientes com aids enfrentaram a falta de quatro medicamentos: abacavir, lamivudina, nevirapina e a associação entre lamivudina e zidovudina.
Na época, estimou-se que 176,1 mil pacientes tenham sido afetados pelo desabastecimento. A nevirapina e o abacavir são usados por 4,1 mil pessoas, entre elas 400 crianças. Calcula-se que 92% das pessoas em tratamento usam uma das drogas que faltaram em 2010. O programa nacional de combate à aids é considerado um dos melhores do mundo por organismos internacionais.