Quando se pensa em acidentes nucleares, logo vêm à mente as tragédias de Three Mile Island, ocorrida nos Estados Unidos em 1979, e de Chernobyl, na Ucrânia em 1986.
Nos dois casos, os acidentes foram causados por um superaquecimento no reator. A questão agora é saber se a mesma coisa aconteceu na usina japonesa Fukushima Daiichi, que sofreu uma explosão após ser atingida pelo terremoto desta sexta-feira.
Aparentemente, o reator foi fechado muito antes da fusão, o que reduziria drasticamente o rico de material radioativo ter vazado para o meio ambiente.
No entanto, o fato de autoridades terem detectado césio radioativo do lado de fora da usina pode indicar que o centro do reator nuclear pode ter sido exposto à atmosfera.
Apesar de o Japão ter um programa nuclear bem sucedido, as autoridades não têm sido completamente honestas sobre alguns incidentes no passado, o que significa que a garantia oficial (de que não houve vazamentos nucleares sérios) dificilmente vai convencer as pessoas dessa vez.
Pode-se comparar o centro de um Reator de Água em Ebulição (BWR, na sigla em inglês), como o da usina Fukushima, como uma versão gigante dos componentes de uma chaleira elétrica. Eles ficam lá, submersos, esquentando.
A água o resfria e carrega o calor – normalmente na forma de vapor – para que seja usado para movimentar turbinas e gerar eletricidade.
Se o fluxo de água é interrompido, começam os problemas. O centro do sistema esquenta demais e é preciso de mais água para gerar o vapor.
Esse vapor provoca uma imensa pressão dentro do reator – um grande container vedado – e se esse centro de metal fica quente demais, ele pode derreter e até pegar fogo.
Mas, em teoria, a radiação fica apenas no container – que tem vários dispositivos de segurança, não havendo vazamento para o exterior.
No entanto, esses dispositivos nem sempre funcionam, como ocorreu em Fukushima.
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