terça-feira, 7 de dezembro de 2010

LULA FALA, SE ACHA, CHORA, MAS NÃO ENTUSIASMA MAIS NINGUÉM

A 25 dias de deixar o cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez hoje um discurso em tom de desabafo durante cerimônia de comemoração dos sete anos do programa Bolsa Família, menina dos olhos de seu governo e um dos fatores de sua alta popularidade entre as camadas mais pobres da população.

Ao lado de sete beneficiárias do programa, num hotel em Brasília, Lula chegou a comparar as transformações sociais de seus oito anos de mandato à construção da Muralha da China.

"É um processo que começou. É como a construção da muralha da China. Se ficasse uma pessoa olhando o tamanho daquela muralha ele jamais colocaria o primeiro tijolo. Ele só começou porque ele foi ousado. E eu acho que nós fomos ousados", disse o presidente.

Ousado não digo, mas convencido e de um ego na estratosfera, ninguém bate esse presidente.

Ao lembrar o início de seu governo, em que seu principal programa social era o Fome Zero, hoje desidratado, Lula criticou a cobertura da imprensa na ocasião.

Disse que o ex-ministro José Graziano, após ler jornais com críticas ao seu programa, entrava em seu gabinete a ponto de, segundo Lula, "ter um infarto".

"Algumas [das reportagens negativas] até por ignorância, outras por um pouco de ignorância e um pouco de má-fé, e outras crítica política sem fundamento, aquela de que o programa era populista, que não tinha resultado", disse o presidente.

Segundo Lula, "não faltaram adjetivos para acusar o programa".

"Tem pessoa que, muitas vezes, na sua humildade, tem mais sabedoria do que a prepotência de alguns que têm tempo de falar e escrever todo santo dia", disse.

Sem se referir diretamente à imprensa, Lula afirmou que parte da população não sabe o que representa R$ 80 do Bolsa Família na vida de uma família pobre porque "tem gente que dá isso de gorjeta quando toma whisky".

Lula se emocionou antes do discurso ao ouvir uma das beneficiárias dizer, em discurso, uma frase ouvida da mãe, depois de se formar. Mãe e filha moravam em um barraco de lona em Minas Gerais.

"A minha vassoura é a sua caneta", disse a beneficiária.

Em seguida, Lula a abraçou e se emocionou. Depois, em seu discurso, afirmou que a frase "deveria ganhar o prêmio de frase mais significativa que eu já pude ouvir em todos esses oito anos".

Deveria contratá-la para fazer seus discursos e deixar de falar besteira!

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