segunda-feira, 13 de julho de 2009

LOCOMÓVEL ELÉTRICO

Elétrico - Rodas nos pés


Javoy é importado da China, tem motor elétrico e custa R$ 6,5 mil. Farol dianteiro é um dos equipamentos que diferenciam modelo chinês. Painel mostra a velocidade e o nível de carga da bateria

A reformada Praça Raul Soares, em Belo Horizonte, recebe um público diverso por volta das 13h. De trabalhadores que gastam os últimos minutos do horário de almoço, idosos matando o tempo e pedestres apressados, todos curtem a música clássica que sai das caixas acústicas instaladas nos postes. Mas o clima ameno não tira a atenção do guarda municipal Helbert Miranda. Ao ver uma movimentação suspeita próxima à fonte de água, ele acelera seu veículo e rapidamente chega ao local. Observa e explica que foi apenas um alarme falso. O veículo pilotado por Miranda é um Segway, pioneiro do transporte individual de passageiros, usado pela Guarda Municipal para a patrulha de praças e parques da capital mineira. O carrinho é alimentado por uma bateria e se move de acordo com o movimento do corpo. O efeito só é possível graças ao giroscópio instalado na base, que verifica o centro de gravidade da pessoa 100 vezes por segundo e responde às mudanças do corpo, sem precisar de freio e acelerador.




A difusão desse tipo de transporte pelas patrulhas de cidades mundo afora desperta o interesse da concorrência e os chineses criaram um veículo semelhante, o Javoy, que se vale de uma tecnologia mais simples, mas leva imensa vantagem no preço: R$ 6,5 mil, enquanto o Segway começa a ser vendido por mais de R$ 30 mil. A principal diferença entre os dois é no equilíbrio, pois o Javoy, além das duas rodas de 16 polegadas infláveis, tem outras duas menores, de 8 polegadas, maciças, que proporcionam o equilíbrio constante.

O carrinho chinês tem motor elétrico de 2,1 cv de potência (350 watts) e velocidade máxima declarada de 20 km/h (a reportagem se esforçou, mas alcançou apenas 16 km/h em uma volta na Praça do Papa). A autonomia de carga da bateria é de 25 quilômetros e pode ser recarregada em qualquer tipo de tomada. A capacidade de carga é de 98 quilos e a operação é bem simples: basta virar a chave e apertar um botão para acelerar. Para parar há uma manete de freio, mas o ideal é evitar frenagens bruscas. É equipado também com lanterna traseira, farol dianteiro e outro botão, que aciona a ré.

Usado pela Guarda Municipal de Belo Horizonte, o Segway tem preço inicial acima de R$ 30 mil. Ausência de controles e comandos privilegia o corpo. Por ter apenas duas rodas, equilíbrio é essencial no Segway

A primeira geração do Segway, conhecida como "A Coisa", tinha comando de freio. Mas a atual depende totalmente da interação carrinho-pessoa. Quanto maior a inclinação do corpo, maior a velocidade, que pode chegar a 20 km/h. A autonomia da bateria é de 38 quilômetros, mas depende do piso, do peso do piloto e da forma de operação. É equipado com o motor elétrico de 4 cv de potência (2.940 watts), alimentado pela bateria de lítio, e suporta até 120 quilos. No mais, ele é totalmente simples e sem equipamentos.

Miranda faz a ronda diária na Praça Raul Soares e calcula que roda cerca de 15 quilômetros. "Ando de três a cinco vezes mais do que se estivesse a pé. A outra vantagem é que de cima do aparelho fica mais fácil observar a movimentação", explica o guarda. Ele também ressalta que o equipamento não deve ser usado em uma perseguição, por uma série de motivos: não supera obstáculos, pode ferir as pessoas que circulam pela praça e, em uma corrida inicial, é mais lento que uma pessoa bem preparada fisicamente. Mas o que é certo é a curiosidade que desperta: "Toda hora alguém pede para dar uma volta", conta Miranda.

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