Enquanto o líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (AM), oficializava no Conselho de Ética, em Brasília, a quarta denúncia contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistia ontem em fazer sua defesa. "É preciso saber o tamanho do crime. Uma coisa é roubar, matar, outra é pedir emprego e o tráfico de influência, o lobby. O que não se pode é vender tudo como um crime de pena de morte", declarou o presidente.
Foi uma tentativa de minimizar as gravações, feitas legalmente pela Polícia Federal, reveladas na quarta-feira - nas quais o empresário Fernando Sarney, filho do senador, negocia um emprego no Senado para o namorado da filha Beatriz. É a quinta vez que Lula defende o aliado desde o início do escândalo dos atos secretos.
Depois de recuar no apoio a Sarney, Lula volta a se manifestar em seu favor. Confiante demais no seu índice de popularidade, Lula desafia até a moralidade para manter Sarney na presidencia do Senado. A casa caiu feio para Sarney mas, Lula não tem vergonha de apoiá-lo. A ficha ameaçou cair, mas não caiu.
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