Clóvis Rossi, Folha de S. Paulo
O governo sai menor do episódio Antonio Palocci. Nem somadas, Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti têm o peso que tinha Palocci, do ponto de vista de proximidade da presidente, de respaldo nos meios de comunicação e no empresariado, de experiência nos meandros do governo.
É verdade que a experiência é que fez de Palocci um homem rico e, por tabela, causou a sua queda. A vida é assim.
Ninguém pode julgar ainda Gleisi como gerente por jamais ter exercido uma função nem sequer parecida com a que acaba de atingir.
Já Ideli pode, sim, ser avaliada como articuladora política. Acaba de ser julgada - negativamente - pelas pessoas que, em tese, mais a conhecem, o eleitorado catarinense, que não quis saber dela para governadora. Além desse julgamento, há o fato de que se a agora ministra fosse craque na articulação teria sido convocada para a seleção Dilma logo de saída.
O governo ter encolhido não quer dizer necessariamente que ficou pior. É só fazer um exercício comparativo com a queda anterior de Palocci, em 2006. Qualquer observador dotado de sentido comum também diria, naquela altura, que o governo ficara menor. Guido Mantega, o substituto, não tinha o peso de Palocci.
Não obstante, todos os indicadores da economia brasileira ficaram melhores com Mantega do que haviam sido com Palocci. Todos. Mais: enquanto Palocci surfava na onda mundial de inédita prosperidade, seu substituto teve que lidar com a maior crise econômico-financeira dos últimos 60, 70 anos. E foi brilhante, convenhamos.
Não importa discutir se é mérito de Mantega ou demérito de Palocci. É fato. Ponto.
O que mudou no governo não foi o ministro da Fazenda. Gleisi/Ideli substituem Palocci, Mantega dá continuidade a Mantega. É bem mais simples que em 2006.
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