O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou nesta quarta-feira (8) a promulgação de uma lei polêmica que legalizará milhares de veículos contrabandeados, apesar da oposição do poderoso grêmio dos motoristas. Uma greve contra a decisão foi programada para a próxima segunda-feira.
"A partir de hoje, os que tiverem carros sem documentos devem apenas registrá-los, num prazo de 15 dias; depois disso, não vamos perdoar", disse o chefe de Estado, em entrevista à imprensa.
Os parlamentares de oposição, Jaime Navarro e Elizabeth Reyes, consideram que a iniciativa, impulsionada por três parlamentares governistas, apresenta "indícios claros de uma instigação ao crime e à cumplicidade no crime.
Os veículos que entram de contrabando no país estão concentrados, em maioria, nas zonas de produção de coca - Yungas e Chapare - onde circulam sem problemas os carros sem placas.
Segundo cálculos extraoficiais, a legalização dos veículos de contrabando vai gerar ao Estado uma receita de até US$ 200 milhões que, "definitivamente, ajudará a curar feridas causadas pelo déficit fiscal" este ano, opinou Daniel Sánchez, presidente do grêmio empresarial.
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