de Alexandre Garcia
Um protesto reuniu 2,5 mil pessoas na noite de terça-feira (20) na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro. Este é o segundo protesto contra a corrupção só este mês. É a cobrança do eleitor nas ruas.
Ao todo, 2,5 mil pessoas parece pouco para o tamanho da corrupção. Nos números oficiais , claro que está bem aquém da realidade. São R$ 6.890 bilhões desviados desde 2002 até junho último, segundo a Controladoria Geral da União (CGU). Parece pouca gente, certamente bem menos que as que desfrutavam das areias de Copacabana, Ipanema e Leblon.
Agora não se pode imaginar que mais contribuintes não foram à Cinelândia porque concordam que seus impostos sejam desviados para uso pessoal dos corruptos. Afinal, até agora, os brasileiros pagaram R$ 1.030 trilhão em impostos municipais, estaduais e federais.
E querem mais impostos: aumentaram o IPI de automóveis e muita gente fala em ressuscitar a famigerada CPMF. No entanto, os desvios da saúde, segundo a CGU, já são mais de dois bilhões e 200 milhões desde 2002.
Roubam no passado e no presente e agora ainda roubam o futuro: saiu ontem ordem de prisão para o prefeito de Traipu (AL), para a mulher dele, dois secretários municipais, um ex-secretário e três guarda-costas do prefeito por desvio de R$ 8,2 milhões para a educação básica, transporte escolar e professores. Crime hediondo de lesa-futuro.
É contra isso que estão as vassouras fincadas na Praia de Copacabana e empunhadas na Cinelândia. Vassouras verde-amarelas suprapartidárias, sem mobilização sindical e com a ideologia da cidadania. Gente de todas as idades.
Pode ser pouca gente em um dia útil, mas vai ter mais. Na capital, onde 40 mil já se manifestaram no 7 de setembro, já estão convocando para a Esplanada dos Ministérios no feriado de 12 de outubro, sob as bênçãos da padroeira do Brasil, pelo voto aberto e ficha limpa para ministro. É a cidadania das abençoadas vassouras contra a corrupção.
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