de Augusto Nunes
Concebido para embaçar a visão de quem tenta enxergar a gastança federal, o Portal da Transparência do Palácio do Planalto calcula em R$ 23,4 bilhões os gastos com a Copa do Mundo de 2014. Já é uma conta de bom tamanho, mas o rombo será muito maior.
Segundo a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, só as boladas consumidas com aeroportos, estádios, segurança, transportes e portos não ficarão abaixo de R$ 84,9 bilhões. A soma das despesas é estimada em R$ 112 bilhões. Logo baterá em R$ 120 bilhões.
Baseada nos prontuários dos envolvidos na organização da Copa, favorecidos pela Regime Diferenciado de Contratações (o RDC, três consoantes que autorizam o assalto a cofres públicos sem perigo de cadeia), a coluna adverte: se as raposas não forem prontamente expulsas do galinheiro que controlam, a conta passará de R$ 130 bilhões ainda neste ano.
Nem Deus, que é brasileiro, pode prever o recorde que será estabelecido pela ação conjunta das construtoras amigas, do Ministério do Esporte e da Confederação Brasileira de Futebol. Sem contar o que a Fifa pretende engolir.
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