quinta-feira, 22 de setembro de 2011

ELA NÃO TEM O QUE DIZER, NÉ?


de Ricardo Noblat

Talvez não saiba sugerir uma novidade para ser dita diante de platéia tão distinta quanto a da Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU). Mas sei quando ouço ou leio alguma novidade dita ali - algo marcante, capaz de repercutir em diversos países ou continentes, e de marcar para sempre aquela ocasião.

Li e reli o longo discurso pronunciado, ontem, por Dilma. Aquele saudado assim por ela mesma: "Foi bom, né?" E nada encontrrei de original. Nem mesmo a referência feita pela autora à sua condição de ex-presa política torturada durante a ditadura militar.

Lula não cansava de lembrar que fôra um pau-de-arara. Dilma, que apanhou.

Lugar comum o que ela disse sobre a crise econömica mundial: "Ou nos unimos todos e saimos juntos, vencedores, ou sairemos todos derrotados". Ela pediu soluções coletivas, rápidas e verdadeiras - s[o faltava ter pedido o oposto.

Contraditório o que falou sobre protecionismo depois de há pouco ter adotado medidas para proteger produtos brasileiros ameaçados pela concorrência: "O protecionismo e todas as formas de manipulação comercial devem ser combatidos, pois conferem maior competitividade, de maneira esp[uria e fraudulenta".

Renovou o desejo do Brasil de se tornar um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Lembrou sua condição de mulher - a primeira a abrir uma assembléia geral. E sobre o futuro Estado palestino incorreu no óbvio:

- O reconhecimento ao direito legítimo do povo palestino à soberania e à autodeterminação amplia as possibilidades de uma paz duradoura no Oriente Médio.

Não foi dessa vez que Dilma, a estadista, fez sua estréia em um fórum mundial. Fora o trivial, ela não tem o que dizer. Né?

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