da revista Veja
"Apesar de monitorar os passos de Dirceu, a presidente ficou surpresa ao saber da presença de integrantes do governo nos tais encontros no hotel. Mostrou-se especialmente irritada com o fato de o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, ter se reunido com o ex-ministro sem seu conhecimento.
A presidente espera que Gabrielli se explique. Afinal de contas, não se trata de um petista qualquer. Presidente de uma das maiores empresas do mundo, ele é guardião de informações estratégicas e, por consequência, muito valiosas. Antes da publicação da reportagem, Gabrielli foi indagado sobre o encontro com José Dirceu.
"Sou amigo dele há muito tempo e não tenho de comentar isso (a reunião) com ninguém", respondeu. Na semana passada, perguntado mais vez, por meio de uma nota, reiterou o que já havia dito: "Sou amigo do José Dirceu há trinta anos e não comentarei o que converso com meus amigos".
Em 6 de junho passado, essas inocentes almas gêmeas se encontraram. Sergio Gabrielli estava em Brasília a trabalho. Deslocou-se do Rio de Janeiro em um jato fretado pela empresa e visitou o amigo em horário de expediente. Ficou no quarto durante trinta minutos. Entrou com as mãos vazias e saiu de lá carregando papéis.
Dirceu tem em seu rol de clientes gigantes com interesses na área de energia e construção civil. Ele já prestou serviços ao bilionário Eike Batista, à Delta Construções e à Engevix - conglomerados que atuam no mercado de energia.
Grandes empreiteiras também contrataram os trabalhos de Dirceu para que ele prospectasse projetos e abrisse portas em países da América Latina. A conversa entre Dirceu e Gabrielli ocorreu momentos depois de o presidente da Petrobras ter participado de uma reunião com Dilma Rousseff e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. A pauta da reunião no Palácio do Planalto: assinatura de acordos bilaterais nas áreas de energia e construção civil.
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