do Estadão
Os consumidores estão preocupados com o aumento da inflação e os de menor renda temem o desemprego, segundo o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Inec de agosto foi divulgado concomitantemente com a Pesquisa Industrial Mensal da Produção Física (Pimes) do IBGE de julho, que aponta para o enfraquecimento do setor. Os dois indicadores exibem declínio em relação a 2010, comprovando quão insustentável era a euforia do último ano do governo Lula.
O otimismo do consumidor caiu 6,1% entre agosto de 2010 e agosto de 2011 e a queda, mês a mês, foi constante desde outubro do ano passado, com exceção de julho. O pessimismo com a inflação aumentou 21% em 12 meses e com o desemprego, 10%. Também pioraram as expectativas quanto à renda pessoal, à situação financeira, ao endividamento e à aquisição de bens de maior valor.
Os entrevistados com renda de um a dois salários mínimos são os mais pessimistas quanto à inflação, com destaque para as Regiões Sul e Nordeste. E os que ganham até um salário mínimo temem mais do que os outros o aumento do desemprego.
A Pimes registrou queda de 0,3% entre julho de 2010 e julho de 2011, principalmente nos bens intermediários - insumos usados na elaboração de produtos, como celulose, borracha, plásticos, bobinas de aço, fios de algodão ou o açúcar empregado na fabricação de balas -, com queda de 2,4%. O maior crescimento ocorreu em bens de capital (+3,8%), um indicador favorável de investimentos, e em bens duráveis (+1,3%), o que se deve, em parte, ao comportamento do setor de veículos. Mas, segundo o IBGE, há uma "clara redução no ritmo de crescimento ante os meses anteriores".
A piora dos indicadores também surgiu no Índice de Confiança da Indústria (ICI) calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que está em queda há oito meses consecutivos.
As informações desfavoráveis vindas do setor manufatureiro não surpreendem: a indústria nacional é afetada, entre outros fatores, pela concorrência com os importados, a infraestrutura precária e os tributos - e parlamentares do PT ainda querem recriar a CPMF. Não se deve falar em recessão na indústria, prevendo-se aumento de 2% a 3% da produção física, mas o crescimento dos estoques é um fator a mais de aperto.
O aumento do pessimismo do consumidor não deve ser dissociado do comportamento da indústria, que gera postos qualificados de trabalho.EUFORIA
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