De acordo com auxiliares de Dilma, Meirelles perdeu "muitos pontos" e deve "baixar o tom" para que os dois possam negociar sua posição no futuro governo.
A presidente eleita disse a petistas que não convidou Meirelles a ficar, mas autorizou uma sondagem. A conversa definitiva deverá acontecer na próxima semana.
A futura presidente, segundo assessores, disse que desde sua eleição não havia conversado nem pessoalmente nem por telefone com Meirelles. Logo, afirmou, não foi feito convite.
INCÔMODO
A avaliação da equipe de Dilma é que Meirelles teria criado uma situação incômoda para ela ao dizer que só ficaria com autonomia. Ou seja, não ficando, ele é quem teria decidido sair por não receber as garantias de liberdade de trabalho.
Segundo um auxiliar, Meirelles "deu vários passos para trás" na definição do seu futuro dentro do governo Dilma. Além do BC, ele poderia ser aproveitado em outro ministério ou ser indicado para a embaixada brasileira em Washington.
Acionado por Dilma, o coordenador da transição, Antonio Palocci, entrou em contato com Meirelles, que estava em Frankfurt, para pedir esclarecimentos sobre as informações na imprensa.
O presidente do BC disse que não havia dado nenhuma entrevista com aquele conteúdo e que falaria com jornalistas sobre o assunto.
Em seguida, disse à imprensa que havia sido convidado pela eleita para discutir a "extensão de seu mandato", fazendo questão de destacar que ela sempre defendeu a autonomia do BC.
"Recebi uma mensagem através da equipe da presidente Dilma me convidando para termos uma conversa na semana que vem."
Disse que "tem havido muitas perguntas sobre a autonomia do BC" e que ele tem respondido "sistematicamente que a presidente eleita se mostrou, inclusive na campanha, ser a favor da autonomia".
O principal defensor da permanência de Meirelles sempre foi o presidente Lula, que fez essa sugestão a Dilma mais de uma vez. Mas confidenciou a auxiliares que já fez o que podia e que não se intrometeria mais e que agora "a bola está com ela".
Lula também recomendou à petista a manutenção de Guido Mantega. Nesse caso, ela concordou.
Ela passou a cogitar a hipótese de manter o atual presidente do BC depois de avaliar o cenário econômico internacional, que tende a piorar em 2011.
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