segunda-feira, 1 de novembro de 2010

NOMES DO NOVO GOVERNO


Ainda no final do primeiro turno, quando muitos petistas acreditavam piamente na vitória sem a necessidade de enfrentar uma segunda rodada contra os tucanos, o comando da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República vinha discutindo a sete chaves que critérios fixar para a ocupação de espaços no primeiro escalão do futuro governo Dilma. Chegou a três pilares básicos: 1) As áreas que a presidente escolherá para entregar aos poucos integrantes da sua equipe, especialmente os cargos palacianos, considerados inegociáveis; 2) Os ministros que, por gozar da simpatia e confiança da antiga colega de ministério, serão convidados a permanecer, ainda que em outra função; 3) Aqueles que serão indicados pelos partidos da base de apoio do novo governo.

No primeiro grupo estão aquelas pessoas que acompanharam a candidata na campanha ou trabalharam com Dilma na Casa Civil. Giles Carriconde de Azevedo, secretário-executivo adjunto da Casa Civil nos tempos em que Dilma foi ministra, tem com a presidente eleita uma relação muito parecida com aquela de Lula e Gilberto Carvalho. Por isso, quem conhece Dima diz que Giles é hoje nome forte para a chefia de gabinete pessoal.

Gilberto Carvalho, entretanto, não ficará muito longe da atual presidente. Ele é considerado nome certo para ocupar a Secretaria de Direitos Humanos no lugar de Paulo Vannuchi, adquirindo status de ministro. Claro, se Lula não insistir em levá-lo para o futuro instituto que pretende montar depois que deixar a Presidência. Até porque, como ex-seminarista, é uma ponte certa com a Igreja Católica para ajudar nas crises que a área de Vannuchi gerou ao apresentar o PNDH 3, o Plano Nacional de Direitos Humanos, que tanta complicação causou ao governo e à própria campanha de Dilma.

Mineiro

No quadro de colaboradores se encaixa o ex-prefeito petista de Belo Horizonte Fernando Pimentel, candidato derrotado ao Senado. Economista, é amigo de Dilma desde a militância política durante a ditadura militar.

Outra integrante da equipe de Lula sem cargo de primeiro escalão tida como nome certo no governo Dilma é Mirian Belchior, secretária Executiva do Programação de Aceleração do Crescimento (PAC) e da assessoria especial da Presidência da República. Mirian esteve cotada para assumir o Ministério do Desenvolvimento Social quando Patrus Ananias deixou o cargo e continua em alta para esse posto no futuro governo.

Na segunda lista estão aqueles que já detêm status de ministro e devem continuar no governo. Paulo Bernardo, do Planejamento, que terá a mulher, Gleisi Hoffmann, eleita senadora, em Brasília. Nesse grupo estão ainda Alexandre Padilha, de Relações Institucionais, Luciano Coutinho, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega, da Fazenda, Nelson Machado, secretário-executivo do Ministério da Fazenda e Fernando Haddad, da Educação. Nelson Barbosa, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, também é considerado nome certo.

Economia

No caso de Mantega, comenta-se entre os mais fiéis integrantes do PT que ele terá a preferência de escolha. Se quiser ficar na Fazenda, será mantido, até porque é hoje um dos que têm a mesma visão de Dilma. Entre os que já consideram sua missão cumprida estão dois peemedebistas, Nelson Jobim, da Defesa, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Ele permaneceu no cargo depois de preterido no PMDB para ser candidato a vice na chapa de Dilma. No final de março, enquanto Meirelles discutia a passagem de comando do BC para Alexandre Tombini, a própria Dilma trabalhou para colocar no lugar de Meirelles alguém mais afeito à política desenvolvimentista de Mantega, com quem Meirelles viveu às turras nos últimos anos.

Quanto a Jobim, o presidente Lula pediu que ele reconsiderasse a hipótese de permanecer se Dilma fosse eleita. Jobim ainda não deu uma resposta. Afinal, só poderá se manifestar se houver uma sondagem de Dilma, o que ainda não ocorreu.

Além dos atuais ministros, há um outro grupo: o daqueles que dependem dos partidos. No caso do PR, a tendência é oferecer o retorno de Alfredo Nascimento, derrotado nas eleições para o governo do Amazonas. Dilma, entretanto, gosta de Alfredo e o PR prefere apresentar um nome palatável à dama de ferro a arriscar perder o Ministério dos Transportes. No PMDB, há quem diga que Michel Temer não abrirá mão de manter Wagner Rossi na Agricultura. Certamente, uma briga entre PT e PMDB promete dominar a fase de composição de governo.

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