Chico de Gois, O Globo
A presidente Dilma Rousseff voltou a dizer [ontem] que a faxina contra a corrupção e as irregularidades são "ossos do ofício" da Presidência. Dilma disse que não está interessada numa faxina ética, que essa não é sua meta de governo, e não vai assumir o que classificou de "ranking de demissões", isto é, na aposta quase semanal na queda de ministros por conta de denúncias.
Para a presidente, a principal faxina na qual está interessada é a "faxina contra a pobreza".
Desde junho, quatro ministros já deixaram o governo, três por conta de denúncias de supostas irregularidades e um porque falou o que Dilma nem os outros colegas ministros queriam ouvir.
Atualmente, estão na corda bamba os ministros de Cidades, Mario Negromonte, acusado por parlamentares de seu próprio partido de oferecer um mensalão de R$ 30 mil para controlar a bancada; o ministro do Turismo, Pedro Novais, cuja pasta é alvo de investigação; e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, acusado de utilizar jatinho de um empresário.
- Essa pauta de demissões, que faz ranking, não é adequada para um governo. Essa pauta eu não vou jamais assumir. Não se demite nem se faz escala de demissão nem se quer demissão todos os dias. Isso não é de fato Roma antiga - declarou, destacando, no entanto, que se for constatada irregularidade tomará providências em todos os casos, ressalvando-se a presunção de inocência.
Dilma questionou o termo "faxina" utilizado pela imprensa para descrever as ações que tem tomado contra as denúncias de irregularidades.
- Eu não sei de onde saem as informações de vocês, mas tanto a forma como colocam a política do meu governo contra malfeitos, chamando-a de faxina, eu não concordo com isso, acho que isso é extremamente inadequado - afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário