sexta-feira, 9 de outubro de 2009
BATEU DESESPERO
Preocupado com a estagnação da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, nas pesquisas eleitorais e com o crescimento do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), o governo decidiu fechar o cerco sobre todos os partidos da base aliada, cobrando apoio e adesão imediata à campanha. A ideia da "blitz", avalizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é garantir a candidatura única de Dilma e empurrar Ciro para a disputa pelo governo de São Paulo ou deixá-lo na corrida presidencial sem o apoio de legendas aliadas que lhe garantam tempo de TV e palanques estaduais.
O Planalto aposta que o auge da manobra será a formalização do compromisso com o PMDB. Na quinta-feira, o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), cotado para vice de Dilma, conversou por telefone com Lula e deixou praticamente acertada a data do evento. Deve ocorrer em Brasília, no dia 20 ou 21, com a presença da cúpula das duas siglas, de Lula e da ministra. Nesse encontro, deverá ser anunciada a parceria política em torno de Dilma, com a cessão da vaga de vice para o PMDB, e a intenção de que essa parceria se reproduza regionalmente.
Interlocutores de Lula dizem que ele autorizou a estratégia por causa dos números preocupantes em pesquisas de intenção de voto. Em locais importantes, como Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, pesquisas oficiais e levantamentos informais mostram que Dilma aparece com desempenho próximo ao de Ciro ou pior. No Estado gaúcho, onde Dilma construiu a sua carreira, pesquisa do Ibope feita entre 25 e 29 de setembro mostra que Serra tem 30% das intenções de voto e Dilma aparece praticamente empatada com Ciro - ela com 20% e o deputado cearense, com 19%.
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