segunda-feira, 5 de outubro de 2009
DNA EUROPEU
Um novo retrato das contribuições de cada etnia para o DNA dos brasileiros, obtido com amostras das cinco regiões do país, indica que, em média, ancestrais europeus respondem por quase 80% da herança genética da população. A variação entre regiões é pequena, com a possível exceção do Sul, onde a contribuição europeia chega perto dos 90%.
Os resultados, publicados na revista científica "American Journal of Human Biology" por uma equipe da Universidade Católica de Brasília, dão mais peso a resultados anteriores, os quais também mostravam que, no Brasil, indicadores de aparência física como cor da pele, dos olhos e dos cabelos têm relativamente pouca relação com a ascendência de cada pessoa.
Quem vê cara não vê DNA
"No Brasil, a pigmentação da pele está, em grande medida, desacoplada da ancestralidade, por conta do grau de miscigenação. Em muitos casos, você percebe que há uma relação muito fraca entre a autoidentificação que a pessoa faz, dizendo-se branca ou negra, e o que os dados de DNA revelam, embora a gente não tenha levado isso em conta durante esse trabalho em particular", disse Rinaldo Wellerson Pereira, que coordenou o estudo.
Se parece misterioso o fato de que uma pessoa com biotipo africano tenha organismo "branqueado" e ascendência predominantemente europeia, é preciso levar em conta o fato de que, até onde se sabe, são poucas dezenas de genes (dentre os 20 mil estimados para o genoma humano como um todo) que coordenam as diferenças de pele, cabelos e olhos.
É por isso que uma contribuição pequena das outras etnias ainda caracteriza a aparência de muitos brasileiros.
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