domingo, 25 de outubro de 2009

MEMÓRIA NOS TRILHOS


Iphan começa a salvar da degradação milhares de documentos que contam a história dos trens. Antiga sede da RFFSA, na Rua Sapucaí, em Belo Horizonte, vai se tornar Centro da Memória Ferroviária de MG.

Depois de mais de uma década, um valioso material começa a se desfazer dos barbantes e sair das caixas, perdendo o cheiro de mofo, marcas de insetos, amarelo das infiltrações e o tom opaco do abandono. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deu início à recuperação de milhares de documentos do acervo da extinta Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), que foi liquidada em 1996 e extinta em 2007, amontoou os pedaços importantes de sua memória em salas do prédio da Rua Sapucaí, 423, no Bairro Floresta, na Região Leste de Belo Horizonte. Entre o material já pesquisado, há raridades, como a Collecção das Leis, com o primeiro dos mais de 60 volumes datado de 1867, portanto nos tempos imperiais, plantas de estações de trens, desenhos de vagões, relatórios técnicos, notas fiscais, fotografias e até os estudos de criação da logomarca da empresa. Outra boa novidade é que o belo prédio que foi sede da RFSSA e tem dois vagões na frente será restaurado e transformado em Centro da Memória Ferroviária de Minas Gerais.

Minas, que ao lado de Rio de Janeiro e São Paulo guarda a maior parte da documentação ferroviária do país, é o estado pioneiro na recuperação desse tipo de acervo. Em junho, durante o I Seminário Nacional sobre o Patrimônio Cultural Ferroviário Brasileiro, na capital mineira, os técnicos constataram, por meio de depoimentos de representantes de outros estados, que pouco está sendo feito em suas cidades e que muito desse patrimônio está perdido ou desmembrado.

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