Os testes comerciais de uso da internet via rede elétrica começarão a ser feitos pela Infovias – subsidiária de telecomunicações da Cemig – no Bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, até o fim do ano. A expectativa inicial é atender cerca de 300 usuários. O início vai depender da abertura e da conclusão da licitação para a compra de modens PLC (Power Line Comunication), que funcionam como intermediários entre a rede elétrica e as residências onde a tecnologia será testada. Os fornecedores potenciais são empresas chinesas, japonesas e americanas. O último teste com o PLC foi feito em 2000, em caráter não comercial, ou seja, sem cobrança de tarifa, e teve duração de um ano. Helmut Alexander Riegg, engenheiro de telecomunicações da Cemig, explica que, uma vez ligado na tomada, o modem se transforma num ponto de rede.
O mercado mais promissor para o uso da internet via rede elétrica são os condomínios próximos a Belo Horizonte, disse o engenheiro. Mas a tendência, hoje, é de que os preços do PLC, ao contrário do que se imaginava, sejam mais salgados que os das tecnologias de acesso à internet já ofertadas. “Isso ocorre porque esse equipamento ainda não tem escala de fabricação, ao contrário de outros sistemas comerciais como DSL, Wi-Fi, entre outros”, explicou Riegg. Em palestra na 25ª edição do Infocon Inforuso Sucesu, promovido pela Associação de Usuários de Informática e Telecomunicações de Minas Gerais (Sucesu-MG), Riegg alertou que há obstáculos a vencer antes que a tecnologia se torne comercialmente viável.
Exemplo disso são as interferências provocadas pela rede elétrica da própria residência, como o uso de um chuveiro muito potente ou de lâmpadas econômicas sem certificado do Inmetro, como as fabricadas na China. “O sinal PLC sofre concorrência de tudo o que se coloca na rede elétrica da casa”, sustenta Rieeg. Ele explica que isso acontece porque a distribuidora de energia só atua do medidor para trás.
Daí para a frente, a responsabilidade é do usuário. Por isso mesmo, as principais dificuldades estão concentradas no padrão de instalação elétrica, no tipo e na quantidade de carga ligada no ambiente doméstico, no número de conexões do circuito elétrico, no carregamento do circuito elétrico externo e até na temperatura ambiente e na tomada escolhida para ligar o modem. “Os modens fabricados na Suíça, por exemplo, sofreram muito com a temperatura de Belo Horizonte. Por isso, é importante a fabricação local dessa tecnologia”, sustenta.
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