quarta-feira, 4 de novembro de 2009
UNIVERSIDADE MINEIRA DESENVOLVE LEITE SEM COLESTEROL
Infarto agudo do coração, derrame cerebral, doenças cardiovasculares. O mesmo colesterol que é importante para o crescimento celular e a produção de hormônios no corpo humano pode representar o papel de vilão para a saúde de muitas pessoas.
Motivos que levaram a Universidade Federal de Viçosa (UFV) a desenvolver um experimento que consegue retirar do leite o colesterol, que nada mais é que um aglomerado de moléculas de gorduras transportado pela corrente sanguínea. "O colesterol é sempre o mesmo", explica o professor titular de Tecnologia de Alimentos e pesquisador da UFV Sebastião Brandão.
"Quando comemos, ele entra em nosso sangue e se liga a dois tipos de proteínas gordurosas, formando partículas leves, o HDL, que é bom para o funcionamento do organismo, e pesadas, o LDL, que é a gordura prejudicial." A grande vantagem do leite sem colesterol, de acordo com Brandão, seria a preservação do sabor e de outros componentes do alimento, como as vitaminas solúveis em gordura (A, D, E e K).
O processo de extração do colesterol no leite desenvolvido pela UFV foi criado a partir de consecutivas separações do material. Primeiro é retirado o creme até que o produto fique com a consistência de um leite desnatado. É nessa pasta onde mora o perigo, a bem dizer, o colesterol. Do creme é extraído um óleo semelhante à gordura que fica na panela quando derretemos uma quantidade de manteiga. Desse óleo é, então, removido o colesterol. Nessa parte do experimento, é inserida uma substância que adere à mólecula. O produto, um alimento vegetal sólido, une-se ao colesterol, que se torna um sólido, permitindo dessa maneira a separação.
A UFV conta o milagre, mas ainda não pode divulgar o santo. "Como estamos solicitando a patente do projeto, isso é ainda um segredo", explica Brandão. Sai o colesterol da gordura presente no leite, entram novamente os outros componentes. Para tanto, é realizado o processo inverso, juntando o óleo ao creme e, depois, ao leite por meio da homogenização, que consiste na quebra do óleo em pequenos glóbulos. A partir daí é possível fazer todos os produtos lácteos derivados (leite de caixinha, manteiga, queijos etc), o que o leite desnatado não permite, por exemplo. "Esse é um produto especial, que poderá ser usado por quem tem pressão alta, distúrbios circulatórios, ou tendência a doenças cardiovasculares. Pretendemos oferecer ao mercado, descobrir empresas que tenham interesse e passar a tecnologia para frente", adianta Brandão.
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