DOURADO, O REI DO RIO

O dourado disputa diretamente com o tucunaré o título de campeão brasileiro da pesca esportiva. Com a construção de diversas barragens nos grandes rios brasileiros, essa espécie têm o seu estoque populacional diminuído considerávelmente. Peixe que se reproduz durante a Piracema, necessita da correnteza dos rios para completar o seu ciclo reprodutivo. Algumas empresas de energia elétrica vem criando alevinos de dourado em cativeiro, numa tentativa de preservar a espécie, especialmente no alto da Bacia do Prata.
A luta do dourado para ultrapassar os obstáculos de uma barragem é algo fantástico. Uma luta desigual. O homem fez altos muros de concreto para represar o rio e produzir energia, mas não deu oportunidade ao peixe de seguir seu instinto natural para perpetuação da espécie. Em tempo de piracema, o dourado luta, pula e dá piruetas para vencer os obstáculos. Em vão. A explosão e a beleza de sua vitalidade acrobática contrasta com o triste desenrolar da história: o dourado não conseguirá ultrapassar a barragem.
Mas a reprodução em cativeiro já é um sucesso e pode salvar o dourado e várias outras espécies da extinção.
Há dois anos comprei alevinos de dourado do Projeto Pacu, de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A compra foi feita via internet e os bebês dourados com apenas 5 cm, vieram de onibus, numa viajem de 17 horas, acondicionados em sacos plásticos com oxigenio. Chegaram perfeitos, nenhum morto e logo os colocamos no poço de criação. São definidos como carnívoros, mas os alevinos reproduzidos em cativeiro são condicionados a comer ração e porisso comem de tudo. Passamos a jogar as sobras de cozinha, enfim, todo o lixo organico para eles que consumiam integralmente.
Resolvemos dois problemas de uma só vez: alimentamos os peixes e ficamos livres do lixo organico.
O dourado da foto, pesou 15 kilos com apenas 2 anos.
O Projeto Pacu realiza um trabalho extraordinário com várias espécies de peixes nativos que dessa forma estarão livres da extinção, graças à reprodução em laboratório.