domingo, 13 de dezembro de 2009

EDUCAÇÃO FINANCEIRA


Quando Victor Miranda de Fillipo, de 6 anos, chega à loja de brinquedos, seus olhos brilham. Pode parecer loucura levar uma criança às compras de Natal. Mas também pode ser uma ótima oportunidade para os pais ensinarem algumas lições de educação financeira aos filhos. Foi o que fez a decoradora Juliana Zuppo de Miranda. “Ele já sabe o que é barato e o que é caro.

Agora, ensino a ter limite. Falo o quanto pode ser gasto e o presente não pode ultrapassar o valor”, explica a mãe. O problema, diz ela, é que, como Victor acredita no Papai Noel, pede o presente mais caro para ele.
“Essa é a chance de mostrar aos filhos a diferença de preço e qualidade entre os produtos. Mostrar a razão de determinada escolha. Sempre lembrar que a ênfase deve ser dada a compras racionais, nunca emocionais”, orienta a educadora financeira Lilian Gallagher. Outra possibilidade, segundo a especialista, é dar algum dinheiro para que o filho compre algo que realmente precise. “Nada de gastar com besteiras e supérfluos”, afirma. Victor sabe bem o que é isso e já aprendeu a negociar. “Minha mesada é pouca. Eu tenho que juntar para conseguir comprar alguma coisa”, diz o menino. Ele ganha, na verdade, uma semanada de R$ 5.

Para o educador e terapeuta financeiro Reinaldo Domingos, os benefícios da mesada são inegáveis. “Além de desenvolver o senso de responsabilidade, a administração de uma mesada ensina o quanto pode ser difícil fazer o dinheiro render quando não se tem controle sobre os próprios impulsos de consumo”, diz. Muitas crianças e adolescentes, segundo ele, gastam além da conta e passam a recorrer sistematicamente aos pais para conseguir mais dinheiro. E, se os pais cedem a esses pedidos, o filho cria a ilusão de que pode gastar sem limites. Para calcular o valor da semanada, cada ano de vida equivale a R$ 1.

O dinheiro da mesada de Célia Moreira Lopez, de 9, vai todo para o banco e os presentes só chegam em datas comemorativas. “Eu tenho poupança e o meu dinheiro rende. Então prefiro colocar lá do que gastar com o que não preciso. Ganho R$ 40 todo mês”, diz a menina. A mãe, Ana Maria Lopez, ensina ainda que todo fim de ano é hora de juntar os brinquedos que não são mais usados para doação. Para ela, o que mais atrapalha a educação financeira dos filhos são as propagandas na televisão.

Um ponto muito importante é explicar para o filho, por meio de conversas, jogos ou brincadeiras, que nem tudo que se vê nas lojas ou assiste na TV é para ser comprado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário