quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
GRANDEZA DE AÉCIO
O governador paulista José Serra evitou mais uma vez assumir a candidatura à Presidência da República ao comentar, de forma elogiosa, a retirada do colega mineiro, Aécio Neves, da disputa interna do PSDB para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Sua preocupação maior pareceu ser mostrar que a decisão do governador mineiro não terá sequelas no partido, num esforço para evitar qualquer sinal de divisão interna neste momento.
"Temos o sonho de um país melhor, unido e progressista, com oportunidades iguais para todos. E é nesse sentido que vamos continuar trabalhando. Juntos", afirmou Serra no fim de uma nota divulgada poucas horas depois de Aécio anunciar que deixava "a condição de pré-candidato do PSDB à Presidência".
Nos últimos meses, Serra, líder das pesquisas eleitorais, tem sido fortemente pressionado para assumir sua pré-candidatura à Presidência.
O próprio Aécio desejava que isso fosse feito ainda neste ano, mas o governador paulista sempre insistiu que só anunciará sua posição sobre as eleições em março, às vésperas do limite de desincompatibilização de cargos públicos para disputar as eleições.
Não foi diferente agora, mesmo com Aécio aparentemente fora do páreo.
Elogiando Aécio e dizendo que o tucano mineiro "tem todas as condições para ser o candidato do nosso partido a presidente", Serra afirmou não ter ficado surpreso com "a grandeza e desprendimento que ele demonstra neste momento".
O governador paulista chegou a repetir, em sua nota, um trecho da carta lida por seu colega em Belo Horizonte. "Defendemos um projeto nacional mais amplo, generoso e democrático o suficiente para abrigar diferentes correntes do pensamento nacional."
Serra parte daí para enfatizar um espírito de união dentro do PSDB e, ao mesmo tempo, alfinetar o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da provável candidata do partido, a ministra Dilma Rousseff.
"Não somos semeadores da discórdia e do ressentimento. Nem estimuladores de disputas de brasileiros contra brasileiros, de classes contra classes", disse o governador paulista na nota.
"Trabalhamos, ambos, sempre, pela soma, não pela divisão. Somos brasileiros que apostam na construção e não no conflito".
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