sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

MINEIROS DESCOBREM CICATRIZANTE NATURAL


O pinhão-manso (Jatropha curcas L.), arbusto pequeno e comum do Norte de Minas, guarda em seu caule um poderoso cicatrizante, que pode revolucionar a indústria farmacêutica. Em testes com animais, a substância já se mostrou mais eficaz que os medicamentos encontrados no mercado em vários aspectos. Além de ser 100% natural, o fitoterápico cura mais rápido e não tem toxicidade e, pelo que tudo indica A descoberta recente é dos pesquisadores Nilo César Baracho e Daniel Antunes Rubim, em estudo premiado desenvolvido na Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIT), em parceria com a Universidade Federal de Itajubá (Unifei). Este mês, a dupla espera conseguir a patente do produto junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e registrá-lo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Ano que vem, começam as pesquisas em humanos. O remédio não tem compostos sintéticos e será testado na forma natural, pomada, gel e loção. Em todas as modalidades, o uso é tópico, ou seja, é aplicado diretamente aos ferimentos superficiais, como cortes, perfurações, queimaduras e arranhões. A expectativa é que o medicamento, que já despertou interesse de indústrias farmacêuticas, esteja disponível nas prateleiras das farmácias em três anos. De acordo com Baracho, farmacêutico-bioquímico, a pesquisa teve início quando Rubim, médico recém-formado, ainda era seu aluno na Faculdade de Medicina. A empresa da família de Rubim já produzia biodiesel a partir do pinhão-manso e o desafio foi usar a mesma matéria-prima para fins medicinais.

“Moradores da zona rural já falavam que quando tinham feridas passavam o latéx do pinhão-manso”, conta. A partir das constatações práticas, os pesquisadores se debruçaram sobre a planta. O primeiro passo foi desenvolver técnica para a coleta do latéx, encontrado no caule do arbusto. “Desse latéx, beneficiado quimicamente em laboratório, extraímos um conjunto de substâncias”, explica Baracho, sem dar muitos detalhes. Como não tem ainda a patente do produto, a dupla mantém trancado a sete chaves o nome do princípio ativo encontrado no latéx, assim como o procedimento de coleta.

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