quinta-feira, 10 de setembro de 2009

TRES PONTAS, PARAÍSO MUSICAL


Três Pontas – Conhecida por suas belas montanhas e imensos cafezais, a pequena Três Pontas está em festa. De hoje a domingo, será realizado o 1º Festival Música do Mundo. O evento celebra a amizade entre Milton Nascimento e Wagner Tiso, parceria que rendeu canções memoráveis, como Coração de estudante, e conquistou fãs em todo o mundo.

O festival promete reviver o Show do Paraíso, realizado na cidade em 1977. Organizada por Milton, a festa transformou Três Pontas em “Woodstock mineira” e recebeu várias estrelas da MPB, como Chico Buarque e Gonzaguinha. Com 43 anos de carreira, o instrumentista e compositor três-pontano Wagner Tiso se sente honrado com a homenagem. Promete oferecer um grande espetáculo ao público. No repertório estarão várias obras de Villa-Lobos e de Tom Jobim interpretadas por ele e 10 músicos. Tiso fala com carinho de sua amizade com Milton: “A gente se conheceu em Três Pontas, ainda crianças. Eu tinha 10 anos, tocava piano e acordeom; ele, com 12, tocava violão. Fizemos uma dupla e nunca mais deixamos de tocar juntos. Será um prazer relembrar os velhos tempos”.

O ponto alto da programação será no sábado, a partir das 15h, no grande palco montado para Milton, Tiso, Rita Lee, Ivan Lins, Tom Zé, Toninho Horta e Wilson Sideral, entre outros. Os shows ocorrerão na área de 20 mil metros que fica a 4,5 quilômetros do Centro de Três Pontas. Maria Dolores Duarte, organizadora do evento, explica que o palco ficará em local estratégico, para facilitar a visibilidade dos artistas. “A região também é privilegiada pelo lindo pôr do sol, que todos poderão acompanhar”, diz ela.

Milton Nascimento está feliz com a homenagem, mas não assume a paternidade dessa história de transformar sua querida Três Pontas em Woodstock. “A revista Billboard mandou duas pessoas viajarem para o Brasil para estudar a música brasileira. Em cada estado, apontariam a capital e outras cidades. Em Minas, falaram de Belo Horizonte e de Três Pontas. Fiquei maluco, porque começou a aparecer um monte de gente lá, querendo conhecer a minha casa. Como vai ser agora? Eu ia a Três Pontas para ver a família, mas não conhecia a nova geração de artistas locais. Por causa da Billboard, passei lá três dias e fui apresentado a mais de 30. Fazer esse festival em Três Pontas é mais uma homenagem ao pessoal de lá. Podem chamar do que quiser, mas esse negócio de Woodstock é coisa que a imprensa criou”, afirma.

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