Instalada no quarto andar do Palácio do Planalto, uma máquina trabalha a todo o vapor pela candidata do governo, Dilma Rousseff (PT). A rede montada na Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, comandada pelo ministro Alexandre Padilha, utiliza duas agendas: do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que dão suporte e aparente legalidade às viagens de petistas que percorrem o país angariando votos nos estados junto a prefeitos, empresários e outros segmentos da sociedade, com diárias pagas pelos cofres públicos.
O ritmo de viagens é frenético. Somadas, chegam a 44 as andanças do ministro Alexandre Padilha e de dois dos seus principais assessores entre o fim de maio e agosto. Como justificativa oficial, as reuniões do Conselhão (CDES) nos estados, que começaram a ser feitas em maio para discutir com empresários uma "Agenda para o Novo Ciclo de Desenvolvimento". E encontros com prefeitos para discutir projetos do PAC-2, a ser implementado no próximo governo, além de visitas às obras do PAC.
As viagens, as articulações e os atos da campanha estão registrados no Twitter. Padilha, tuiteiro compulsivo, escreveu no dia 15 de julho, quando estava em Curitiba (PR) para uma reunião do CDES e visitas a obras do PAC: "...Recebi a visita, aqui no Hotel Slaviero, do nosso cand a $do PR Osmar Dias, do nosso vice Rocha Loures e nossa futura senadora Gleisi" (mulher do ministro do Planejamento Paulo Bernardo). Padilha recebeu R$ 780 nessa viagem, equivalente a uma diária e meia, segundo a assessoria.
Essas despesas são rateadas também pelos eleitores de Serra, Marina, Plínio e por todos os brasileiros que pagam impostos. Mesmo que os eleitores de Dilma concordassem em contribuir para sua campanha, aos outros, isso é imposto através do funcionamento da máquina pública.
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