Em janeiro de 2003, poucos dias depois de tomar posse para seu primeiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou Itinga, no Vale do Jequitinhonha – uma das regiões mais pobres do país. No coreto da praça, ao lado de uma comitiva de ministros, prometeu melhorar as condições de vida do município, escolhido como um dos símbolos do Programa Fome Zero, que tem como principal ação o Bolsa-Família. Levou também a comitiva a Guaribas, no Sudeste do Piauí, e às palafitas de Brasília Teimosa, no Recife (PE), e repetiu a promessa de transformar a vida das pessoas ao lançar o programa.
Em Itinga, o presidente anunciou a imediata construção de uma ponte sobre o Rio Jequitinhonha, que corta a cidade, e a reativação do único hospital de Itinga – que, mesmo equipado, estava fechado –, cuja pedra fundamental havia sido lançada pelo próprio Lula 10 anos antes, quando esteve na cidade durante a viagem denominada Caravana da Cidadania.
Passados quase sete anos e meio desde janeiro de 2003 – intervalo em que Lula foi reeleito para o segundo mandato e agora tenta eleger Dilma Rousseff para manter o PT no comando do país –, a paisagem de Itinga mudou com a construção da ponte, inaugurada pelo presidente em março de 2004, e a fome que atingia boa parte da população foi aplacada pelo Bolsa-Família, que atende atualmente 2.100 famílias no município. Mas a situação ainda é de muita pobreza na cidade de 10,5 mil habitantes. Não foi à toa que Itinga ficou em último lugar no Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS), datado de 2006 e medido pela Fundação João Pinheiro.
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