domingo, 23 de maio de 2010

FUMAÇA NO AR


Estamos acostumados a ver Lula sempre otimista com a economia brasileira, prevendo saltos que nos deixam apreensivos quanto à realidade. Mas começam a aparecer opiniões contrárias ao pensamento de Lula quanto ao futuro próximo da economia.

Para a The Economist, revista britanica, o fato de a economia brasileira poder estar
crescendo em uma velocidade comparada ao crescimento chinês é um problema, pois “o Brasil não é a China”."Pelo fato do Brasil economizar e investir pouco, a maioria dos economistas acredita que a velocidade de crescimento deve ser limitada a 5% no máximo, para nãoentrar em colapso". O problema é que grande parte dos gastosadicionais do governo está se transformando em gasto permanente, e a economia está começando a "ficar parecida com um carro com o acelerador preso ao chão”.

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, juntou-se ao coro dos economistas preocupados com o superaquecimento da economia brasileira. Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S.Paulo, desdobrou-se em elogios à condução da economia do País durante a crise. “É impressionante ver como o país conseguiu lidar com a crise mundial e ser tão pouco afetado por ela.”

Mas, prestes a desembarcar para uma série de reuniões, em Brasília e em São Paulo, o diretor-gerente do Fundo admite certa apreensão. “O superaquecimento é uma preocupação, as metas de inflação, outra medida de temperatura, o excesso de fluxos de capitais - todas essas são preocupações.”

Strauss-Kahn ressaltou o papel do país na consolidação do G-20 como principal foro econômico multilateral. Mas adverte que o G-20 precisa de apoio para se manter vivo e não cair na irrelevância do G-7. Ele faz um alerta ao governo Lula, que reluta em aceitar o imposto sobre bancos desenhado pelo FMI a pedido de vários países, para lidar com crises futuras: “A não ser que um país seja imune a qualquer crise financeira para o resto da vida há boas razões para adotar esse imposto”.

Junte-se a isso, a penúria que vivem a maior parte das prefeituras do país em consequencia de queda na arrecadação e o próprio corte na carne que o governo federal diz que vai fazer, cortando despesas. Onde tem fumaça, pode ter fogo e periga virar incendio.

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