O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou hoje não ver espaço para uma intervenção do governo federal na política cambial do País. Defensor da redução dos juros, o tucano acredita que esse ajuste na política monetária será capaz de influenciar o câmbio de forma suficiente. "Não (há espaço para intervenção). A política cambial decorre da taxa de juros", respondeu em sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo portal UOL, na capital paulista.
De acordo com Serra, o tamanho do déficit em conta corrente do Brasil sinaliza problemas econômicos no futuro. "Não é uma situação tranquilizante. Se você olha a economia no curto prazo, está ótimo, mas não precisaria existir governo se bastasse o curto prazo. O governo precisa antecipar os problemas", disse.
Serra voltou a criticar a atuação da equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante da crise econômica mundial, em 2009. "Demoraram cinco meses para mexer nos juros. Houve erro de dosagem." O tucano identifica ainda um "aumento de despesas permanente" por parte da União em contraste com um "ridículo" índice de investimento governamental.
O tucano criticou a carga tributária do País e defendeu ajustes a partir de um projeto de governo para a reforma tributária. "O Brasil tem a maior carga tributária do mundo entre os países emergentes e sem contrapartida ao contribuinte. Gasta-se mal o dinheiro", disse. Serra acenou com duas ideias: detalhar aos consumidores a quantidade de impostos embutidos em cada produto e implantar, a exemplo do que fez em São Paulo, a Nota Fiscal Brasileira, para devolver parte dos impostos aos consumidores.
Na Previdência Social, Serra sugeriu a busca por uma reforma que não mexa em direitos adquiridos dos trabalhadores. "O ideal seria fazer um novo sistema para quem está nascendo hoje. Ninguém poderia alegar que perdeu algo. A longo prazo, resolve."
Sobre a polêmica relação entre Lula e o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, Serra disse que, se fosse presidente, teria votado a favor das sanções àquele país, diferente do que fez o Brasil. "A negociação com o Irã não deu certo. Eu não teria feito negociação com um ditador que manda opositores para a forca, nega o Holocausto e diz querer tirar Israel do mapa", disse. "Quem confia nele (em Ahmadinejad) é como quem confiou em Hitler em Munique."
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