quinta-feira, 17 de junho de 2010

ÓTIMO PROGRAMA ELEITORAL


Para alavancar a popularidade de José Serra, o PSDB apresentou seu candidato presidencial no programa partidário da sigla, veiculado na noite de hoje em rede nacional de TV, como um homem de família com origem humilde, o "Zé Serra". Em dez minutos de programa, o PSDB apostou as fichas nas principais vitrines eleitorais do tucano: saúde e gestão.

Na abertura da peça, veiculada a partir das 20h30, Serra falou sobre a importância de manter um dos programas mais populares e bem avaliados do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Bolsa-Família. "Eu acho que o Bolsa-Família deve ser ampliado, deve ser fortalecido", defendeu, com a seguinte ressalva: "Agora, precisa saber fazer ele ir para frente. E eu acho que eu sei." O tucano também abriu o programa com a defesa do ensino profissionalizante e repetiu o slogan de sua campanha: "O Brasil pode mais."

Em seguida, Serra foi apresentado como pai de família, marido de Mônica e avô "coruja" de Antônio, Francisco e Gabriela. Ao falar dos netos, ele se emocionou: "Quando a tua netinha te liga e fala, ela não me chama de vovô, ela me chama de José, ''José, você não vem visitar?'', o que você fala?"

Depois da cena em família, o programa exibiu a Mooca, bairro operário onde o presidenciável nasceu: a casa de fachada azul, a foto da mãe, dona de casa, e do pai, vendedor de frutas. Ao mostrar as fotos, o locutor reforçou a origem humilde do tucano. "Como filho de família pobre, Serra também estudou em escola pública."

O PSDB também apresentou Serra como "grande líder estudantil" e político que lutou contra a ditadura militar - "e por isso foi exilado." Em mais um esforço para contrapor a experiência administrativa do tucano a de sua principal adversária na corrida eleitoral, a candidata Dilma Rousseff (PT), o PSDB evidenciou no programa os cargos ocupados por Serra em sua vida pública. A peça mostrou que o tucano foi o deputado constituinte que mais aprovou projetos, o senador mais bem votado do País, o ministro do Planejamento do governo Fernando Henrique Cardoso que ajudou a implantar o Plano Real e "o melhor ministro da Saúde que o Brasil já teve".

O programa partidário do PSDB ressaltou também os mandatos executivos que Serra desempenhou na Prefeitura de São Paulo e no governo de São Paulo. Numa alusão a um dos famosos bordões utilizados pelo presidente Lula, o candidato tucano foi apresentado como "o único governador na história de São Paulo" eleito no primeiro turno. E foi explorada uma de suas principais vitrines administrativas: a saúde. O programa mostrou os programas criados pelo tucano quando à frente do Ministério da Saúde e do Palácio dos Bandeirantes. "Serra construiu ou reformou mais de 300 hospitais no País inteiro", salientou o locutor. "Vacina para gripe ao idoso. Isso não tinha, não. Foi o Serra que fez."

O programa do PSDB disse que "Zé Serra é sujeito simples, de bem com a vida e com seu povo". Foram exibidos ainda depoimentos de eleitores de vários pontos do Brasil, como Minas Gerais, Paraíba, Ceará e Paraná, além de São Paulo. Num deles, o ''seu Maneco'', barbeiro em Curitiba (PR), disse que Serra é um homem sério e que foi o maior presente de toda a sua vida conhecê-lo. Maneco relatou que foi graças a um mutirão de câncer de próstata, quando Serra era ministro da Saúde, que detectou a doença e pode tratá-la. Nesse encontro, o candidato tucano se emocionou e disse que são histórias como essa que o fazem acreditar que vale a pena encarar os desafios.

As referências ao PT, maior adversário nesta campanha, foram sutis no programa partidária tucano. Numa delas, o locutor disse que, enquanto os adversários apenas gostam de falar muito, Serra gosta de fazer. No final do programa, sem citar o PT, Serra reconheceu que "o Brasil avançou em algumas coisas", mas ponderou: "falta muito por fazer". "A saúde pública está ruim, a educação precisa melhorar muito e a segurança, em muitos lugares está péssima e as drogas são um verdadeiro pesadelo para as famílias", afirmou. E encerrou com o seu slogan: "Isto tem que mudar, o País pode melhorar muito. Vamos juntos, o Brasil pode muito mais."



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