Ordem judicial não se discute, obedece-se. Todos sabemos disso, mas no caso da Reserva Raposa Serra do Sol, fica-se pensando na questão do bom senso na execução da ordem judicial. Os arrozeiros queriam que se esperasse a colheita do arroz plantado para então desocupar. Mas isso não foi aceito.
Paulo César Quartiero, líder dos arrozeiros, proprietário a 20 anos de terras na área, foi atingido pela desocupação. Inconformado, pôs tudo abaixo na fazenda, destruindo todas as benfeitorias que construiu durante todos esses anos e retirando maquinários e equipamentos.
Há que se registrar que se tratava de uma propriedade altamente tecnificada e eficiente na produção de arroz e seu beneficiamento, que empregava muito na região, principalmente índios.
Ao desembargador que comandava a desocupação, Quartiero afirmou ter ainda 400 hectares de arroz para ser colhido. O desembargador então disse que a colheita ficaria aos cuidados do Governo Federal, mas que poderiam requisitar as máquinas de Quartiero para a colheita.
“Vocês estão levando tudo de mim, minha fazenda, meu arroz e agora querem minhas máquinas?”
“Não querem também levar minha mulher e filhos?”
“Deixe-me ficar até a colheita”, pediu Quartiero.
O pedido foi negado e tudo terminou com Quartiero assinando o termo de desocupação.
Dessa forma termina qualquer tipo de resistencia que poderia haver contra a desocupação.
Agora os índios tomarão conta de uma área super produtiva de arroz, porém sem os equipamentos que a fizeram tão produtiva e sem os não índios que ousaram empreender e investir na região.
Ações como essas e outras como a proposta do novo Código Florestal que considera mais de 70% do território nacional como passível de recomposição florestal, nos leva a pensar se não tem gente no Brasil querendo nos levar à idade da pedra lascada.
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