Assim, além de preservar o projeto de poder de Minas, com Aécio Neves candidato à Presidência em 2014, o tucanato local quer que Serra mude a campanha e adote o figurino e o discurso de candidato da oposição. E mais: pedem ousadia na apresentação de propostas para mudar a vida do eleitor, a começar pelo fim do fator previdenciário.
"O senhor tem de ir para a televisão e anunciar o fim do fator previdenciário. Se o senhor acabar com isto, antes que o PT o faça, a gente ganha a eleição", propos a Serra o deputado estadual Domingos Sávio (PSDB-MG).
O fator previdenciário é um sistema de desestímulo à aposentadoria precoce, uma vez que o INSS paga uma pensão maior ao aposentado que adiar a decisão de se aposentar. Nos primeiros dez anos de vigência, o método gerou economia para os cofres públicos calculada em R$ 10 bilhões. Caso seja extinto, a despesa deverá voltar a crescer.
O deputado estadual Carlos Mosconi (PSDB) acredita que um acordo simples político para preservar o projeto Aécio 2014 pode virar uma "onda maluca" a favor de Serra em Minas. "A força política do Aécio coloca o fim da reeleição na pauta", completa o segundo suplente do ex-governador no Senado, Tilden Santiago (PSB), que votou em Marina Silva (PV) no primeiro turno. "Se o Aécio me pedir para votar no Serra neste segundo turno, não terei como negar, mas é hora de o PSDB paulista se redimir e acabar com a reeleição", adverte Tilden.
Um tucano experiente adverte que Aécio pode fazer a diferença em Minas, mas com uma condição: "É preciso que haja uma tendência nacional favorável. E o clima positivo de virada prosseguirá, mas só o Serra pode dar início a isso, mostrando algo diferente. O que tem de haver é um discurso novo para o segundo turno".
Para o presidente da Associação Mineira de Municípios e prefeito tucano de Conselheiro Lafaiete, José Milton Rocha, se quiser conquistar os mineiros neste segundo turno, Serra terá de encontrar um outro "mote de campanha, com apelo popular". Ele entende que será preciso, também, mudar "radicalmente" a postura e se assumir como candidato de oposição. "Para ganhar os prefeitos, ele vai ter de bater no que o PT tem de pior, que é a corrupção, com um discurso mais forte e mais firme", propõe.
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