O debate da Rede TV pode ter sido considerado morno, mas não se pode ignorar o total controle da situação exercido por José Serra. Enquanto Dilma tentava encurralar Serra com perguntas sobre privatização, Serra soube usar as regras do debate, para responder o que queria e na hora que queria. Soube usar a réplica para acusar Dilma de não responder o que tinha perguntado na questão anterior e deixava para a tréplica a resposta da pergunta de Dilma, que assim não podia mais falar.
E a insistencia de Dilma no tema da privatização se tornou enfadonho e Serra tirou partido disso, dizendo que Dilma e o PT gostam de falar mal de São Paulo e que essa estratégia não foi boa para o PT que amarga a segunda derrota consecutiva para o governo do estado no primeiro turno.
Logo no segundo bloco, Dilma levou uma vaia da platéia, pôde-se notar sua mudança de expressão, perdeu o controle daí por diante, passou uma impressão raivosa nas suas palavras. Dilma não consegue se controlar diante de uma reação adversa, como vaia, por exemplo. Aí, começam a acontecer suas costumeiras mancadas, invertendo o que queria dizer. Por exemplo, em determinado momento disse: " O candidato Serra não explicou por que foi contra a venda da Petrobrás!" Um verdadeiro tiro no pé para quem acusa Serra de querer privatizar a Petrobrás. Outra: "O Brasil foi o primeiro a entrar na crise e o último a sair!' Ela queria dizer justamente o contrário!
Desde o debate da TV Bandeirantes, pôde-se notar que Serra no segundo turno, vem tendo o controle do ritmo do debate, Dilma vem servindo de escada para ele. Serra responde o que quer e Dilma não consegue levá-lo às cordas como sua campanha tenta fazer toda vez. Já Serra controla muito bem o uso da réplica e da tréplica, para colocar propostas, contestar Dilma e até desmenti-la.
A melhor medição do debate foi feita pelo grupo de indecisos que a Rede TV colocou acompanhando bloco a bloco. Segundo eles, Serra venceu o debate e mais, conseguiu o voto da maioria deles.
Dilma foi lamentável quando pediu um direito de resposta. Inquerida sobre a razão do mesmo, se enrolou e disse que Serra a acusara de ser a favor da inflação. O pedido foi imediatamente negado, diante da inverdade da afirmação e seguido de outra vaia, que a petista respondeu com um vigoroso: "Lamento!"
O último bloco decretou a derrota final de Dilma. Dilma falou primeiro, num tom raivoso e acusador. Serra veio, em seguida, num tom tranquilo e seguro, repetindo pela segunda vez uma coisa importante na visão do eleitorado: olhou direto para a câmera e pediu o voto para o eleitor!
Dilma não pede voto, parece que acha que é uma obrigação votar nela. Aqui em Minas se diz que "obrigado, nem pau de arrasto!"
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