"Foi uma manifestação espetacular", comentou o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, sobre o comício na praia de Copacabana, no Rio, realizado na manhã e início da tarde deste domingo. Depois do evento, Serra embarcou para São Paulo, no aeroporto Santos Dumont, acompanhado do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Também estiveram na orla da zona sul carioca o ex-governador Aécio Neves (PSDB), o ex-presidente Itamar Franco (PPS) - ambos eleitos senadores por Minas Gerais - e os governadores eleitos Antonio Anastasia (PSDB), de Minas, Beto Richa (PSDB), do Paraná, e Rosalba Ciarlini (DEM), do Rio Grande do Norte.
O temido confronto entre petistas e tucanos, depois da briga generalizada ocorrida na quarta-feira passada, não aconteceu. Simpatizantes de Serra ocuparam a orla sem problemas. Por causa da dificuldade de transitar na pista da praia que fica fechada para lazer aos domingos, Serra desistiu da caminhada prevista inicialmente e fez campanha em cima de um carro de som.
No discurso, Serra elogiou Itamar Franco e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pela "dignidade" com a qual se comportaram em eleições passadas, quando eram presidentes. "O presidente Fernando Henrique não cometeu nenhuma transgressão. Conduziu com dignidade, não foi além de declarar o seu voto (na campanha presidencial de 2002). Hoje nós vemos o contrário: o governo deixado de lado para se encarnar em um partido, em uma candidatura", discursou Serra. O tom dos discursos dos aliados seguiu a linha de defesa da ética e do fim da corrupção.
“Chega de escândalos. Precisamos no Brasil de um governo que tenha caráter, que se traduza na verdadeira honestidade. Não podemos viver uma situação de mentira permanente”, destacou Serra. “Hoje, a democracia tem sido transgredida e a imprensa, intimidada. Para nós, democracia não é instrumento de chegar ao poder e solapá-lo, mas um modo de viver.”
"Não sou candidato à dono do Brasil. Sou canditato à servir o Brasil."
Todos, com os discursos devidamente afinados. “Chega de bandalheira. Vamos botar decência do Brasil”, bradou Aécio. “Vivemos um momento histórico. O Brasil quer dizer que quer ética. Chega de atraso do PT com o aparelhamento do estado. Serra representa o avanço”, completou Alckmin.
Coube a Itamar Franco – que também teve seu comportamento enquanto presidente exaltado por Serra – o discurso mais contundente contra Luiz Inácio Lula da Silva. “O presidente esquece a Constituição Federal, nega o Tribunal Superior Eleitoral e esquece que ele não inventou o Brasil. Quando isso acontece, a única forma de reagir é pelo voto.”
Intelectuais presentes ao evento também fizeram coro ao discurso dos tucanos. O poeta Ferreira Gullar, que caminhou ao lado dos militantes, disse apoiar Serra por ser “contra falcatruas e demagogias”. “Não quero que o Brasil continue nas mãos do maior mentiroso que já surgiu na história política brasileira, Lula”, disse o poeta. “Serra tem uma folha de trabalho invejável e Dilma não tem nada, não fez nada.”
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